Ano XXV - 28 de março de 2024

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DÍVIDA PÚBLICA, CAPITALISMO EXCLUDENTE COM EXTINÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS


DÍVIDA PÚBLICA - CAPITALISMO EXCLUDENTE COM EXTINÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS

AS ETAPAS DO NEOCOLONIALISMO PRIVADO SEDIADO EM PARAÍSOS FISCAIS

São Paulo, 17/01/2019 (Revisada em 17/03/2024)

Canibalismo Econômico, Exploração da Semiescravidão com a Redução dos Direitos Sociais, Trabalhistas e Previdenciários, Neocolonialismo Privado, Formação de Cartéis Controlados por Multinacionais ou Transnacionais, Shadow Banking System - Sistema Bancário Fantasma. Fraca Atuação dos Bancos Centrais diante das Inócuas Regras do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia - Suíça. Crise de Credibilidade da Governança Corporativa com Auditores Independente estabelecidos em Paraísos Fiscais.

Dívida pública - as etapas do capitalismo e o ataque aos direitos trabalhistas e previdenciários

  1. A TEORIA ECONÔMICA NA PRÁTICA É OUTRA - SÓ É VERDADEIRA A TEORIA CONTÁBIL
  2. META CAPITALISTA: TIRAR DO POVO PARA DAR AOS MAIS RICOS SONEGADORES DE TRIBUTOS
  3. FINANCEIRIZAÇÃO = CAPITALISMO NÃO PRODUTIVO = CANIBALISMO ECONÔMICO
  4. A PROLIFERAÇÃO DOS PARAÍSOS FISCAIS E A AUTORREGULAÇÃO DOS MERCADOS
  5. CAPITAL FICTÍCIO = FORMAÇÃO DE CONGLOMERADOS COM PARTICIPAÇÕES RECÍPROCAS
  6. REFORMA TRABALHISTA - CAMINHANDO PARA O TRABALHO ESCRAVO
  7. A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E DO PREÇO DAS AÇÕES NEGOCIADAS EM WALL STREET
  8. AS TEORIAS SÃO FALÍVEIS EM RAZÃO DA MANIPULAÇÃO DAS COTAÇÕES

Texto original em negrito e itálico por Juliana Teixeira Esteves. Publicado em 14/01/2019 por JUSTIFICANDO. Ela é professora da Faculdade de Direito do Recife/UFPE. Presidente da Academia Pernambucana de Direito do Trabalho, Membro do Núcleo Pernambucano da Auditoria Cidadã da Dívida e do Instituto Ítalo-Brasileiro de Direito do Trabalho. A publicação do JUSTIFICANDO faz parte do espaço compartilhado por professores e pesquisadores integrantes do Grupo de Pesquisa em Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica da Faculdade de Direito do Recife, UFPE, e convidados. O Grupo de Pesquisas integra a RENAPEDTS - Rede Nacional de Grupos de Pesquisas e Extensão em Direito do Trabalho e Seguridade Social. Aqui neste COSIFE o texto original foi editado com a colocação de subtítulos e explicações complementares por Américo G Parada Fº - coordenador deste COSIFE, levando em conta que foi (fiscalizador) Auditor do Banco Central e que ministrou cursos na ESAF - Escola de Administração Fazendária, de 1984 a 1998, para auditores fiscais da Receita Federal, sobre a fiscalização de irregularidades comumente encontradas no sistema financeiro nacional e internacional.

1. A TEORIA ECONÔMICA NA PRÁTICA É OUTRA - SÓ É VERDADEIRA A TEORIA CONTÁBIL

O debate sobre a dívida pública está no centro de muitas crises na história financeira desde o início do século XIX e, apesar dos repetidos planos de austeridade impostos, o nível de endividamento da Grécia, por exemplo, não diminuiu.

Hoje, o nível de dívida pública também é uma grande preocupação em vários países e a dívida do Brasil pode aumentar. Pergunta-se:

  1. Como se constrói uma situação de superendividamento?
  2. Quais são as consequências da dívida sobre a soberania de um país?
  3. Quem é responsável quando um estado não é mais capaz de pagar sua dívida?
  4. Há circunstâncias particulares que justifiquem o repúdio do Estado (isto é, nenhum reembolso) de toda ou parte de sua dívida?

São perguntas que deveriam permear a mente daqueles que se preocupam em explicar a realidade dos países envolvidos na teia financeira global.

Veja explicações sobre a citada teia financeira global nos textos:

  1. Novamente o Shadow Banking System = Sistema Bancário Fantasma de Paraísos Fiscais
  2. Desvendada a Rede Mundial que Domina o Mundo - Participações Societárias Sem capital
  3. Paraísos Fiscais Causam a Falência do Sistema Tributário Mundial
  4. O Capitalismo Bandido dos Barões Ladrões
  5. Poços Sem Fundo - Mercado Financeiro Norte-Americano e Internacional
  6. Canibalismo Econômico nos Estados Unidos e no Mundo
  7. EEUU nos USA a Serviço do Neocolonialismo Privado

2. META CAPITALISTA: TIRAR DO POVO PARA DAR AOS MAIS RICOS SONEGADORES DE TRIBUTOS

  1. EIS A QUESTÃO
  2. A EXTINÇÃO DO PADRÃO OURO PARA O DÓLAR
  3. A TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS
  4. OS ETERNOS DÉFICITS NOS BALANÇOS DE PAGAMENTOS DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
  5. A INTERNACIONALIZAÇÃO DO CAPITAL NACIONAL DE TODOS OS PAÍSES
  6. A FINANCEIRIZAÇÃO E O NEOCOLONIALISMO PRIVADO
  7. Como se constrói uma situação de superendividamento?
  8. Quais são as consequências da dívida sobre a soberania de um país?

2.1. EIS A QUESTÃO

A autora do texto em questão escreveu:

Conhecer os recentes processos pelos quais o capitalismo passa é fundamental para compreender as transformações sociais e econômicas do mundo, provocadoras de uma série de reformas como a trabalhista, a terceirização do trabalho e do emprego, a da previdência.

Para entender, é necessário observar o sistema em que estão envolvidas todas as reformas, especialmente a reestruturação produtiva desde meandros de 1970.

2.2. A EXTINÇÃO DO PADRÃO OURO PARA O DÓLAR

Em complementação, o coordenador deste COSIFE (contador = auditor) informa que na década de 1970 o fato mais marcante na história econômica mundial foi extinção do Padrão Ouro para o Dólar norte-americano.

Isto aconteceu em razão da inegável insolvência dos Estados Unidos da América, a qual perdura até os dias de hoje, agravada pela quebra do sistema financeiro de WALL STREET em 2008 (com a eclosão do chamado de Risco Sistêmico = falências encadeadas).

A quebra do sistema financeiro norte-americano, encabeçada pelo Banco imobiliário e hipotecário Lehman Brothers, deu origem ao movimento OCCUPY WALL STREET ou Queremos a Intervenção Governamental em Wall Street tal como indiretamente fez Franklin Roosevelt a partir de quando assumiu a presidência dos USA em 1933 (depois da Crise de 1929, ano em que ocorreu a Falência do Mercado de Capitais norte-americano de Wall Street - Nova Iorque). E por ter recuperado os EEUU aplicando as regras controladoras de John Maynard Keynes, Roosevelt foi reeleito para outros mandatos até que faleceu em 1945.

Veja também o texto Poços Sem Fundo - Volta Keynes , Estás Perdoado.

Uma das mais recentes insolvências dos STATES originou a Crise Mundial de 2008 que ainda é sentida 10 anos depois de confirmada essa fatal bancarrota norte-americana. Coitado do Trump, estava completamente perdido, assim como também estava Michel Temer e ainda está Jair Bolsonaro.

Ou seja, o país símbolo do capitalismo faliu, mas os neoliberais anarquistas causadores dessa FALÊNCIA estão cada vez mais ricos, abertamente explorando a chamada de FINANCEIRIZAÇÃO, que acontece a partir de paraísos fiscais.

2.3. A TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS

Torna-se necessário ainda esclarecer que a partir da década de 1980 esses mesmos neoliberais anarquistas ("se há governo, sou contra") conseguiram convencer Ronald Reagan (USA) e .Margaret Thatcher (United Kingdom) de que a redução dos Tributos em Bases Universais também reduziria os problemas enfrentados pelos Estados Unidos e pela Inglaterra (Reino Unido). Entretanto, a partir dali, tudo piorou, tal como também aconteceu no Brasil com Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Observe no texto endereçado sobre o Reino Unido que as Ilhas do Canal e a Ilha de Man, não fazem parte do país (reino), são paraísos fiscais (feudos) pertencentes à monarquia inglesa.

Voltando à tributação dos lucros obtidos no exterior (em bases universais) podemos dizer que a partir da década de 1980 (com Reagan e Thatcher nos respectivos governos) e com as privatizações ocorridas na década de 1990 (principalmente na Inglaterra) as empresas antigamente controladas por aqueles países foram abocanhadas por grandes empresários (magnatas) ianques e ingleses.

Assim, eles descobriram que, fechando suas empresas naqueles países e constituindo empresas fantasmas (offshore) em paraísos fiscais, nenhum tributo seria pago em Bases Universais.

Foi a partir dali que paulatinamente, em razão da drástica redução da arrecadação tributária, tal como ocorreu no Brasil durante o Desgoverno Temer e Bolsonaro, aqueles países símbolos do capitalismo bandido dos barões ladrões, vêm acumulando défices nos seus respectivos Orçamentos Nacionais, tal como também vem ocorrendo no Brasil depois da deposição de Dilma Russeff ou mais precisamente depois que Joaquim Levy foi empossado como ministro para defender os interesses mesquinhos de empresários inescrupulosos, filiados à CNI - Confederação Nacional da Indústria, os quais tinham como líder Paulo Skaf.

Veja outras informações em Paraísos Fiscais Causam a Falência do Sistema Tributário Mundial

2.4. OS ETERNOS DÉFICITS NOS BALANÇOS DE PAGAMENTOS DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS

Então, como as principais empresas daqueles citados países passaram a produzir no exterior, obviamente o Balanço de Pagamentos (extraído da Contabilidade Nacional = Financeira = Não Patrimonial) daqueles dois países passaram a apresentar défices constantes porque suas exportações passaram a ser sempre inferiores às importações, o que não estava acontecendo com o Brasil, já que os resultados empresariais clandestinos Lavados no Exterior, imediatamente voltam ao Brasil como Capital Estrangeiro, assim artificialmente aumentando a nossa Dívida Externa.

Ou seja, os credores da nossa Dívida Externa são brasileiros sonegadores de tributos que blindaram (fiscal e patrimonial) seus bens, direitos e valores em Paraíso fiscais, tal como fez no nosso Ministro da Economia Paulo Guedes, inegável especialista em Planejamento Tributário (Elisão Fiscal). Obviamente, o mesmo foi feito por todos os ricaços brasileiros por ele assessorados.

2.5. A INTERNACIONALIZAÇÃO DO CAPITAL NACIONAL DE TODOS OS PAÍSES

Essa Internacionalização do Capital Nacional também vem acontecendo no Brasil desde a década de 1970, ainda com os militares no governo iniciado em 1964. Obviamente os nossos milicos foram enganados pela nossa Elite Vira-Lata que participou da Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

Quando os milicos descobriram que foram enganados, passaram a adotar o pretendido por João Goulart. Constituíram diversas Empresas Estatais que se transformaram nas Molhas Mestras do Milagre Econômico Brasileiro de ter-se transformado na 8ª Potência Mundial em PIB - Produto Interno Bruto sem a participação do tal Capital Estrangeiro de sonegadores de tributos. Para tal milagre foi suficiente a contribuição popular, por meio de Planos de Expansão das empresas estatais, baseando-se na premissa de que CAPITAL É TRABALHO.

Sobre a citada saída irregular e a imediata reentrada do dinheiro lavado em Paraísos Fiscais (internacionalização do capital), veja as explicações suplementares colocadas no texto sobre os Desfalques no Tesouro Nacional.

Esses constantes desfalques resultam na chamada de Blindagem Fiscal e Patrimonial (Ocultação de Bens, Direitos e Valores) ou na chamada de Lavagem de Dinheiro de empresários inescrupulosos, conforme o combatido pela Lei 9.613/1998.

2.6. A FINANCEIRIZAÇÃO E O NEOCOLONIALISMO PRIVADO

Diante desses fatos, que também aconteceram com os demais países tidos como desenvolvidos, todos eles passaram a ser os maiores devedores entre as Nações filiadas à ONU - Organização das Nações Unidas e ao FMI - Fundo Monetário Internacional, tendo como credoras as citadas empresas fantasmas constituídas como offshore em paraísos fiscais. Assim, age o aqui (no COSIFE) chamado de NEOCOLONIALISMO PRIVADO.

Para melhor coroar o êxito dos neoliberais enganadores de incautos investidores, pelos paraísos fiscais circula pelo menos 70% de todas as operações financeiras mundiais. Esse Sistema Bancário Fantasma recebeu o apelido (alcunha) de Skadow Banking System - O Lado Negro do Mercado - que se baseia na premissa anarquista de que O Capital Não Têm Pátria.

Hoje em dia, para não serem processadas pelos investidores lesados, até as maiores empresas de auditoria (ditas internacionais = BIG FOUR) estão sediadas em paraísos ficais.

Vejamos como pode ser respondida a primeira questão formulada pela autoria do texto em questão:

2.7. Como se constrói uma situação de super endividamento?

Podemos dizer que toda essa vinculação da economia mundial a empresas fantasmas constituídas em paraísos fiscais (para formação de grandes cartéis) foi espertamente engendrada por consultores em Planejamento Tributário, nesse rol incluindo-se as empresas de auditoria ditas internacionais.

Torna-se importante salientar que esses falsos estrangeiros (tidos como internacionais) estão em tese estabelecidos em paraísos fiscais, mas continuam operando de forma clandestina em seus países de origem. Por isso, diz-se que as empresas são OFFSHORE = são constituídas em Paraísos Fiscais, mas, não podem operar lá.

Então, essas empresas offshore, com base em documentação produzida em paraísos fiscais, autenticadas por Consulados Brasileiros (principalmente em Nova Iorque), passavam "legalmente" a atuar no Brasil (embora clandestinamente, porque até o final de 2002 não necessitavam de inscrição no CNPJ, nem precisavam ter representação legal no Brasil).

Mesmo assim, essas empresas fantasmas podiam e ainda podem ter contas bancárias no Brasil, tornando-se concorrentes dos bancos em que estão ou estavam as suas contas correntes fantasmas, que deviam ser combatidas com base no artigo 64 da Lei 8.383/1991.

Nos tópicos a seguir estão os esclarecimentos sobre a construção dessa situação em que todos os países se transformam em devedores, tendo como credoras empresas fantasmas (offshore) constituídas em paraísos fiscais.

Trata-se de Financeirização ou de Neocolonialismo Privado. Os dois termos em tese significam a mesma coisa.

Como base nas respostas relativas a essa primeira questão ora respondida, torna-se fácil elaborar a resposta para a segunda questão:

2.8. Quais são as consequências da dívida sobre a soberania de um país?

Neste caso, podemos apresentar exemplos práticos, isto é, que realmente aconteceram.

Como exemplo, durante o Governo FHC, todos sabem, em razão do extremo endividamento provocado pela livre Lavagem de Dinheiro em paraísos fiscais (extinta somente em 2005 - veja em Tudo sobre CC5), ocorreu a extrema Internacionalização do Capital Nacional de sonegadores de tributos, conforme nos demonstrou a CPI do BANESTADO.

Sobre tais temas, veja na cartilha O Regime Cambial Brasileiro, expedida pelos dirigentes do Banco Central em 1993. Nela tais dirigentes públicos explicaram como ilegalmente era permitida e processada a Lavagem de Dinheiro em paraísos fiscais.

Torna-se importante destacar que esse ilegal caminho para a Lavagem do Dinheiro Sujo obtido na ilegalidade foi engendrado por eles mesmos, os citados dirigentes públicos.

Assim, na década de 1990 o Brasil e outros países latino-americanos tornaram-se grandes devedores do FMI - Fundo Monetário Internacional. Isto automaticamente concedeu aos manda-chuvas internacionais o poder de interferir nos destinos de todos aqueles países devedores, nesse rol agora (neste século XXI) estão incluídos todos os chamados de países desenvolvidos, conforme nos mostra o gráfico a seguir.

Hoje em dia, esse sistema antigamente controlado pelo FMI passou a ser controlado pelo magnatas controladores das multinacionais que se utilizam do aqui intitulado de Neocolonialismo Privado.

Felizmente, já a partir de 2006 o Brasil foi transformado em país credor do FMI, assim cessando as fiscalizações a que humilhantemente nos submeteu o Governo FHC.

Veja também o texto

3. FINANCEIRIZAÇÃO = CAPITALISMO NÃO PRODUTIVO = CANIBALISMO ECONÔMICO

Continuando, a autora do texto em questão escreveu:

Ao processo histórico de transformação do capitalismo impulsionado principalmente pela ação de acumulação do capital mundial geral dá-se o nome financeirização. E as principais etapas da financeirização podem ser reconstruídas historicamente até a década de 1990.

Em complementação, o coordenador deste COSIFE adverte que na década de 1990 começaram as privatizações de empresas estatais no Brasil, a exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos e na Inglaterra (Reino Unido). A partir dali ficou fácil perceber a formação de cartéis internacionais que passaram a controlar quase todas as marcas e patentes de produtos diuturnamente comprados em supermercados do mundo inteiro.

4. A PROLIFERAÇÃO DOS PARAÍSOS FISCAIS E A AUTORREGULAÇÃO DOS MERCADOS

Então, a autora do texto ora comentado escreveu:

Esse momento (década de 1990) envolveu a abertura e a regulamentação no mercado financeiro, as transformações de sistemas monetários internacionais, o surgimento de novos atores relacionados ao capital portador de juros e ao capital fictício que virá a se desenvolver amplamente no século XXI, principal motivo da crise iniciada em 2008.

O coordenador deste COSIFE sente-se com a obrigação de explicar que a proliferação dos paraísos fiscais foi extremamente necessária para os neoliberais anarquistas, sem a qual (proliferação) todas as falcatruas nacionais e internacionais existentes desde a década de 1970 seriam impossíveis de praticar.

E os maiores beneficiados dessa rede de sonegadores de tributos foram os magnatas que controlam os cartéis individualmente formados por 10 corporações que dominam as prateleiras dos supermercados.

Esses cartéis foram clandestinamente constituídos mesmo sem a existência de capital deles próprios. Ou seja, como na década de 1990 muitos desses conglomerados faliram, tanto nos Estados Unidos como na Europa, o crescimento dos cartéis sediados em paraísos fiscais só foi possível mediante a troca de ações de empresas que se tornaram controladas ou coligadas, pelas ações de empresas fantasmas (controladoras) sediadas em paraísos fiscais que assim passaram a deter participações societárias em empresas familiares de todos os países sem o efetivo desembolso de capital.

De fato, para formação desse tipo de conglomerado empresarial nem é preciso ter capital. Basta que o capital seja formado mediante Participações Recíprocas ou Participações Cruzadas como a ocorrida na Companhia Vale do Rio Doce durante a sua privatização no Governo FHC.

5. CAPITAL FICTÍCIO = FORMAÇÃO DE CONGLOMERADOS COM PARTICIPAÇÕES RECÍPROCAS

Agora a autora do texto original passa a explicar:

O momento de criação do capital fictício (Participações Recíprocas ou Participações Cruzadas) é bem caracterizado pelo surgimento de fundos de investimentos e fundos de pensão e pelo crescimento do número de corretoras e seguradoras envolvidos nesse processo.

Ainda neste momento ocorrem alterações estatais relativas às políticas de juros, política de câmbio e fiscal, aumento das atividades financeiras por parte das empresas com adoção de parâmetros financeiros de rentabilidade e reestruturação produtiva.

O coordenador deste COSIFE adverte que esse procedimento de constituição de conglomerados empresariais sem a existência de capital próprio foi mencionado pelos chamados de Jornalistas Investigativos (organização internacional que tem a participação de brasileiros) no texto denominado Desvendada a Rede Capitalista que Domina o Mundo.

Veja o texto sobre a Aquisição de Controle Acionário por Fundo de Investimentos.

Mediante a leitura do texto indicado é possível saber que a legislação brasileira permite que o controle acionários de empresas privadas seja assumido, por exemplo, pelo Tesouro Nacional sem que ninguém saiba, se o único cotista desse fundo for o Tesouro Nacional e esse fundo for constituído num paraíso fiscal que permita a emissão de cotas ao portador. Somente o banco brasileiro ou estrangeiro administrador do citado Fundo de Investimentos saberá quem é o seu único cotista. E esse fundo também pode ser administrado por pessoa física ou jurídica autorizada pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários ou mesmo sem autorização porque o Fundo não vai captar recursos financeiros do público (mediante oferta pública).

6. REFORMA TRABALHISTA - CAMINHANDO PARA O TRABALHO ESCRAVO

Sobre as reformas contrárias às necessidades básicas dos trabalhadores (Direitos Sociais), a autora escreveu:

A reestruturação produtiva vai levar a uma reformulação das relações existentes entre capital e trabalho, beneficiando as finanças e o capital-propriedade. É neste momento que as reformas trabalhistas começam acontecer de forma mais forte no Brasil.

Veja em ‘Direito do trabalho e teoria social crítica’ (páginas 405-421) o resultado de pesquisa detalhada sobre as alterações legais em cada um dos governos após 1988, realizada pelo GP/CNPQ da UFPE.

Em complementação, o coordenador deste COSIFE esclarece que os grandes defensores das reformas trabalhista e previdenciária no mundo inteiro foram os agraciados com o Prêmio Nobel de Economia em 2010.

Sobre esse fato marcante, veja o texto denominado Reformas Trabalhista - Caminhando para o Trabalho Escravo. Foi exatamente a partir do "trabalho" executado por aqueles economistas escravocratas que foram iniciadas as reformas necessárias ao retorno do pretendido Regime Escravocrata explorado na antiguidade pelos Imperadores (na qualidade de Senhores Feudais).

Observe que nas terras conquistadas, o Imperador deixava reinar o próprio derrotado, a exemplo do que fazem as multinacionais quando incorporam uma empresa familiar aos seus domínios.

Então, depois da queda o Império Romano, foi implantado o Feudalismo, em que os detentores do poderio bélico local, oferecendo proteção contra terceiros, tal como fazem as nossas milícias urbanas, ofereciam segurança a seus vassalos, mediante a exploração desses vassalos em Regime de Semiescravidão.

O mesmo sistema foi utilizado no Brasil Império com a nomeação dos Coronéis Fazendeiros como autoridades máximas em terras longínquas. E assim o "Marechal de Ferro" (Floriano Peixoto), depois da Proclamação da República, consolidou a unidade nacional brasileira.

Portanto, nada de novo está acontecendo. Apenas estamos Retornando para um Passado Escravocrata do qual deveríamos nos envergonhar. Apesar da promulgação da Lei Áurea em 1888 pela Princesa Isabel, que governava o Brasil em substituição a seu pai, Dom Pedro II, as leis trabalhistas só se tornaram realidade a partir de 1930, a partir de Getúlio Vargas. Depois da deposição de Dilma Ruisseff, enfrenta-se o retrocesso e a recessão.

7. A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E DO PREÇO DAS AÇÕES NEGOCIADAS EM WALL STREET

A autora do texto em questão escreveu:

Uma das causas apontadas para a crise de 2008 por um dos maiores analistas de economia política, o professor francês François Chesnais, versa sobre o questionamento da motivação: se foi uma crise da financeirização ou uma queda da taxa de lucro.

Neste ponto cabe a um contador, auditor e perito contábil, coordenador deste COSIFE, explicar o porquê dos especuladores do mercado de capitais terem optado pela FINANCEIRIZAÇÃO. Esta acontece quando o grande investidor (especulador) deixa de ser empreendedor (empresário) para ser apenas rentista. Ou seja, ele empresta dinheiro para que aventureiros sem capital ousem produzir na qualidade de EMPREENDEDORES precarizados.

Para receber as altas taxas de juros, o rentista investe na Securitização de Créditos que se faz mediante a compra de Certificados de Títulos de Crédito lastreados pelos chamados de Títulos Podres emitidos pela população menos aquinhoada que paga as mais altas taxas de juros bancários.

Assim, realiza-se o chamado de canibalismo econômico que se faz sugando os salários do Povão mediante a cobrança de altas de taxas de juros nas suas compras a prazo.

Em tempo, torna-se importante alertar que os juros pagos pelo Povão já estão embutidos nos preços dos produtos consumidos. Assim, o comerciante ilude o consumidor dizendo que o financiamento é sem juros.

Neste caso, o comerciante (varejista) indiretamente participa de um cartel encabeçado pelo fabricante, porque este compra a mercadoria ou fabrica o produto, por exemplo, por R$10,00 (dez reais) que é vendido ao consumidor final por R$100,00 (cem reais) = preço sugerido pelo fabricante ao varejista. Essa é a lógica praticada.

Por sua vez, o consumidor efetua a compra com o seu cartão de crédito. Porém, no contrato firmado com a empresa Administradora do Cartão de Crédito consta que o consumidor (devedor) autoriza a emissão do título de crédito (protestável) que também é necessário para captação (no mercado de capitais) daquele dinheiro que está sendo emprestado ao consumidor final.

Com lastro nesse titulo de crédito considerado podre, o banco captador emite um Certificado de Títulos de Crédito que é vendido para os rentistas da dita financeirização.

Portanto, a maior parte dos juros pagos pelo consumidor final vai para paraísos fiscais onde estão os magnatas do Sistema Bancário Fantasma (Shadow Banking Syustrem) que financiam as vendas para as classes sociais menos favorecidas, porque os entes das classes "C" e "D" não se preocupam com as altíssimas taxas de juros que são cobradas. E disto aproveitam-se os membros das classes sociais "A" e "B".

8. AS TEORIAS SÃO FALÍVEIS EM RAZÃO DA MANIPULAÇÃO DAS COTAÇÕES

Então, a autora do texto continua escrevendo:

Em que pese o caráter economista da avaliação importa-nos que a estabilidade ou elevação da taxa de juros no mercado está diretamente relacionada com a intensificação da exploração do trabalho ou ainda da apropriação da mais-valia gerada pelos concorrentes. Outra forma de manter a estabilidade na taxa de juros é o aumento da produtividade ou mesmo da taxa de acumulação do capital.

Neste ponto cabe ao coordenador deste COSIFE, na qualidade de fiscalizador, de observador contábil e econômico-financeiro e de ex-auditor do Banco Central, explicar que a teoria na prática é outra.

Ou seja, na prática acontece um verdadeiro jogo de pôquer entre os magnatas do mercado financeiro e de capitais que se desenrola no chamado de Mercado de Balcão Organizado (por meio de Operações DAY-TRADE a exemplo do que ocorre na Internet com o Mercado Forex e com o Mercado de Moedas Virtuais) e ainda no Pregão das Bolsas de Valores. Nessa jogatina os blefes são comuns, praticados mediante apostas megalomaníacas.

Por isso, os economistas nunca acertam em suas previsões. É impossível prever até que ponto os pilantras do mercado financeiro e de capitais vão especular, manipulando as cotações (crime previsto na Lei 7.913/1989).

Para eles (os especuladores) perder ou ganhar bilhões de dólares por dia é coisa corriqueira. Que se danem os economistas e o Povo. Este é pensamento comum na casta dos magnatas escravocratas que praticam o Canibalismo Econômico, sugando do povo e dos demais incautos toda a sua produção (geração de riqueza, sabendo-se que Capital é Trabalho e Salário Não é Renda) que se transforma em riqueza financeira abocanhada pelos mais ricos sonegadores de tributos, estabelecidos em paraísos fiscais.

Leia mais no JUSTIFICANDO:

  1. Justiça do Trabalho após a Reforma: A Mina de Ouro das Instituições Financeiras e DAS Grandes Empresas
  2. Sobre a cogitação de extinguir a Justiça do Trabalho






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