CONHEÇA OS CINCO VILÕES DO CRESCIMENTO DO BRASIL
A INGLATERRA ESTÁ NA BANCARROTA, MAS A BBC CRITICA O BRASIL
São Paulo, 22/08/2012 (Revisado em 20-03-2024)
O Fracasso do Capitalismo Neoliberal Anárquico, A Bancarrota do Países Desenvolvidos, Empresas Estatais, Governando contra o Brasil, O Perigo da Privatização e Terceirização - Perda da Soberania Nacional, Fraudes em Licitações Públicas, Redução da Taxa de Juros, Investimentos em Infraestrutura e Desenvolvimento Social e Educacional, Combate à Sonegação Fiscal, Reforma Tributária, Importação e Exportação de Matérias-Primas, A Incompetência do Empresariado Brasileiro.
Coletânea por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe
1. A INGLATERRA ESTÁ NA BANCARROTA, MAS A BBC CRITICA O BRASIL
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe
1.1. A FALÊNCIA ECONÔMICA DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
Embora a Inglaterra e quase todos os países europeus estejam enfrentando a bancarrota (falência econômica), a BBC - British Broadcasting Corporation (Corporação Britânica de Radiodifusão) prefere comentar os problemas do desenvolvimento brasileiro que o levaram à categoria de 6ª potência mundial, deixando para trás a Grã-Bretanha (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda - juntas).
Se não existissem os crônicos problemas brasileiros apresentados pela BBC, estaríamos pelo menos entre as cinco maiores potências, ultrapassando também a Alemanha. Assim, não mais existiriam países europeus entre as cinco maiores potências em PIB - Produto Interno Bruto.
1.2. O BRASIL VÍTIMA DO NEOCOLONIALISMO
Torna-se importante lembrar aos ingleses da BBC que de 1822 até a década de 1950 o Brasil sustentou a Inglaterra com matérias-primas para sua revolução industrial. E antes já os vinha sustentando por intermédio de Portugal. Todos os demais países europeus foram direta ou indiretamente sustentados pelo Brasil durante todo esse período em foi vítima do neocolonialismo britânico.
O neocolonialismo ou colonialismo econômico é mais interessante e lucrativo para os opressores porque o colonizador deixa de ser o responsável pela miséria reinante no país colonizado. Além do colonizador levar as riquezas naturais do país colonizado, ainda explora a mão de obra em regime de semiescravidão e leva os lucros obtidos no país colonizado. Para este praticamente na sobra, exceto um monte de bens de produção apodrecidos com o passar do tempo.
1.3. A CONTINUAÇÃO DO NEOCOLONIALISMO POR MEIO DAS PRIVATIZAÇÕES
No texto intitulado O Perigo das Privatizações - Perda da Soberania Nacional foi chamada a atenção do leitor para um fato que será comentado no texto a seguir, elaborado pela Agência de Notícias BBC Brasil. Naquele texto é comentada a estatização da Repsol que havia assumido o controle acionário da YPF (a antiga empresa petrolífera estatal argentina).
No mesmo texto acima indicado há um endereçamento para o denominado Perdemos a Soberania III em que se discorre sobre os problemas causados pelas privatizações das empresas estatais brasileiras, que foram constituídas durante os governos de Getúlio Vargas, de João Goulart e dos Militares golpistas de 1964.
1.4. O NEOCOLONIALISMO FOI INTERROMPIDO PELAS EMPRESAS ESTATAIS
Durante os governos militares, as empresas estatais foram consideradas as molas mestras do nosso desenvolvimento, que pelos estrangeiros foi chamado de "O Milagre Brasileiro" porque aconteceu sem que tivéssemos investimentos de estrangeiros. Somente o povo comprava ações das empresas estatais para que conseguisse os serviços por elas prestados.
Assim, naquela época o Brasil se tornou a 8ª potencia mundial. Depois das privatizações, com a internacionalização do nosso processo produtivo, o Brasil regrediu para a 15ª posição em 2002, tal como vem acontecendo com a Argentina desde aquela época em que também aconteceram as privatizações naquele país.
1.5. O BRASIL ANTES DE 2003 E DEPOIS DE 2002 VERSUS PAÍSES DESENVOLVIDO
O problema atual dos Estados Unidos (a partir de 2008) e dos países da Europa (a partir de 2011) é semelhante ao que o Brasil enfrentava até 2002. Por falta de investimentos privados, aqueles países estão enfrentando a bancarrota.
O grande problema dos países chamados de desenvolvidos é que suas empresas, para redução de seus custos com mão de obra, passaram a produzir na Ásia. Assim, as antigas empresas norte-americanas e europeias estão condenando os trabalhadores de seus respectivos países de origem a se tornarem tão pobres como os trabalhadores brasileiros.
1.6. QUAL O FUTURO DOS BEM ADMINISTRADOS PAÍSES DESENVOLVIDOS?
Isto significa que em poucos anos os Estados Unidos e os países da Europa estarão cheios de favelas e enfrentando altos índices de criminalidade, tal como vem acontecendo no Brasil em razão das políticas econômicas desastrosas adotadas no passado, com total abandono das populações menos favorecidos.
O macaco nunca olha para o seu próprio rabo.
Vejamos texto da BBC Brasil a seguir comentado.
2. CONHEÇA OS CINCO VILÕES DO CRESCIMENTO DO BRASIL
Texto em letras pretas por Luís Guilherme Barrucho da BBC - São Paulo, BBC Brasil, publicado em 22/08/2012. Com negritos e com subtítulos, comentários e anotações em azul por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
2.1. INTRODUÇÃO
2.1.1. BRASIL - 6ª POTÊNCIA MUNDIAL
O repórter da BBC inicia seu relato da seguinte forma:
Embora já tenha conquistado o posto de sexta maior economia do mundo em 2011, o Brasil ainda se vê às voltas com dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que destoam do papel assumido pelo país na cena internacional nos últimos anos [desde a posse de LULA como presidente da república].
A China que é a segunda potência mundial, mas, tal como o Brasil também destoa no cenário mundial com suas dificuldades milenares, possuindo pequenas regiões prosperas. Por isso, os chineses têm IDH - Índice de Desenvolvimento Humano bem inferior ao brasileiro. Veja a Lista de Países pro IDH no Wikipédia. Porém, desde a fundação da ONU (Organização das Nações Unidas) é um dos seus membros com o poder de veto, tal como a Rússia que é a sétima potência mundial. Portanto, os 10 países com maior PIB - Produto Interno Bruto deveriam estar entre os que têm poder de veto.
2.1.2. NOVAMENTE O TÃO PROPALADO CUSTO BRASIL
Sobre o Custo Brasil o articulista da BBC escreveu:
Tal conjunto de entraves, o chamado 'Custo Brasil', impede um crescimento mais robusto da economia, minando a eficiência da indústria nacional e a competitividade dos produtos brasileiros.
2.1.3. QUEREMOS A REFORMA TRABALHISTA
Na verdade o tão propalado Custo Brasil é muito inferior aos semelhantes custos operacionais das empresas dos Estados Unidos, do Japão e de todos os países da Europa. Em razão da mencionada menor qualidade de vida da população chinesa, os empresários inescrupulosos dos países hegemônicos (agora falidos) passaram a produzir no continente asiático em que é permitida a semiescravidão dos trabalhadores.
Veja o texto Os Extremos da Desigualdade Social, publicado em 08/06/2011. Veja também A Contabilidade de Custos no Japão e Seus Reflexos na Economia. O Custo Japão é muitas vezes superior ao brasileiro. Mas, o Japão ainda é a terceira potencial mundial em PIB.
Então, pergunta-se:
Por que os competentes analistas econômicos não fazem tal comparação do Brasil com os países desenvolvidos (todos falidos)? Ou, se fazem, por que os meios de comunicação não os publicam?
Na realidade os mercenários da mídia a serviço de seus anunciantes querem uma Reforma Trabalhista e Previdenciária que possibilite a implantação de um regime de semiescravidão dos trabalhadores brasileiros.
Sobre tais intentos, veja os seguintes textos:
2.1.4. O VERDADEIRO CUSTO BRASIL
Veja os textos em se discorre sobre o Verdadeiro Custo Brasil:
2.1.5. AS ALTAS TAXAS DE JUROS PAGAS PELO GOVERNO BRASILEIRO
Sobre as taxas de juros, o articulista da BBC escreveu:
Segundo especialistas, o recente cenário da queda dos juros deixou tais entraves brasileiros ainda mais evidentes.
No texto intitulado Queda de Juro Muda Composição da Dívida Pública Federal foi explicado que agora vai sobrar dinheiro para ser investido em benefício do povo e do desenvolvimento brasileiro. Antes, os impostos arrecadados eram utilizados para pagamento de altas taxas de juros a pouco mais de 20 mil grandes capitalistas, investidores em títulos públicos brasileiros.
2.1.6. O EMPRESARIADO E A CIRANDA FINANCEIRA
Sobre a preferência do empresariado brasileiro pelo lucro fácil sem nada produzir, o articulista da BBC escreveu:
'Por muito tempo, as empresas aproveitaram-se dos juros altos para ganhar dinheiro, aplicando seus lucros no mercado financeiro com vistas a maiores retornos. Porém esse cenário está mudando', afirmou à BBC Brasil o economista-chefe de uma empresa de Investimentos.
2.1.7. RELEMBRANDO O NOSSO DESASTROSO PASSADO
No nosso lúgubre passado em que os índices inflacionários eram altíssimos e as taxas de juros também, ninguém queria investir na produção em território brasileiro. O empresariado e todos os demais investidores preferiam aplicar suas reservas monetárias em títulos públicos. Era mais lucrativo e menos arriscado deixar a produção por conta do Estado brasileiro. Então, para que o Brasil continuasse o seu natural e necessário ritmo de desenvolvimento foi preciso que nossos governantes constituíssem as empresas estatais que durante décadas foram as molas mestras do Milagre Brasileiro sem a utilização de investimentos diretos do empresariado nacional ou estrangeiro.
Portanto, as altas taxas de juros sempre foram um incentivo à inércia do empresariado nacional e multinacional. Assim, a falta de produção de bens de consumo popular, em contraponto (contraste, oposição) com a demanda necessária ao bem-estar dos trabalhadores, foi a principal causadora da inflação reinante.
2.1.8. CORRIGINDO AS DESASTROSAS POLÍTICAS ECONÔMICAS
Sobre os prejuízos causados ao Brasil pela ciranda financeira, o articulista da BBC escreveu:
Na prática, com aplicações agora menos rentáveis, as empresas começam a deslocar as aplicações do setor financeiro para o setor produtivo, investindo na expansão dos próprios negócios.
Nessa transição, o 'Custo Brasil' acaba ficando mais transparente, apontam alguns analistas.
2.1.9. OS PROBLEMAS CAUSADOS PELAS PRIVATIZAÇÕES E TERCEIRIZAÇÕES
Indiretamente, sobre o possível aumento das fraudes em licitações públicas, o articulista da BBC escreveu:
Na semana passada [anterior a 22/08/2012], o governo anunciou um pacote de R$ 133 bilhões em concessões ao setor privado de rodovias e ferrovias brasileiras pelos próximos 25 anos, na tentativa de contornar graves gargalos da infraestrutura do país.
Os graves gargalos da infraestrutura brasileira aconteceram principalmente a partir de quando nossos governantes deixaram de investir nas empresas estatais para que a estagnação econômica justificasse as insensatas privatizações e terceirizações que tantos damos causaram ao erário público principalmente em razão das fraudes em licitações.
O maior problema verificado com as privatizações foi a desativação de elevado número de empresas que eram consideradas importantes para o desenvolvimento nacional brasileiro.
2.1.10. A DESATIVAÇÃO DAS FERROVIAS
Foram fechadas todas as indústrias de produtos ferroviários depois que os PRIVATAS (piratas ou corsários das privatizações) desativaram a quase totalidade das nossas ferrovias.
A mais absurda desativação aconteceu antes das privatizações feitas no Governo FHC. Aconteceu na época em que Paulo Maluf era governador do Estado de São Paulo (de 1979 a 1982). No seu governo foi desativado o ramal construído de 1952 a 1957 que passava pela margem do Rio Pinheiros. O ramal foi construído para encurtar a distância entre o interior do Estado de São Paulo e o Porto de Santos (E. F. Sorocabana / Fepasa - de 1957 a 1979).
Veja informações complementares sobre as ferrovias, as rodovias e a construção naval no texto Governado Contra o Brasil II - A Produtividade e a Qualidade Imposta pelas Privatizações.
2.1.11. A DESATIVAÇÃO DA INDÚSTRIA NAVAL
Foram fechadas todas empresas de construção naval. O Brasil passou a importar navios e os projetos de construção das plataformas petrolíferas engendrados pela Petrobras foram entregues a estrangeiros que passaram a produzi-las em Cingapura (Paraíso Fiscal). Em razão dessa internacionalização da produção brasileira, semelhantes plataformas são utilizadas no Golfo do México e no Mar do Norte. Resta saber se a Petrobras recebe os pertinentes royalties.
2.1.12. NOVAMENTE O VERDADEIRO CUSTO BRASIL
As fraudes em licitações públicas e as altas taxas de juros pagas aos detetores do poderio econômico sempre foram os vilões do orçamento federal e dos nossos estados e municípios, incluindo o Distrito Federal. Estes são os vilões do nosso verdadeiro Custo Brasil.
2.1.13. O ETERNO COMPLEXO DE VIRA-LATAS DO EMPRESARIADO BRASILEIRO
Assim acontece porque nos luxuosos guetos do nosso empresariado, apinhado de irresponsáveis aventureiros, só se pensa no ganho fácil, de preferência de forma escusa, do que trabalhar em prol da nação brasileira.
A falta de cultura do empresariado brasileiro automaticamente ativa aquele "complexo de vira-latas" tão propalado pelo escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, que em 2012 completaria cem anos de idade. Por isso, o empresariado brasileiro nada cria de novo, procurando apenas adquirir franquias do que foi desenvolvido no exterior.
2.1.14. O EMPRESARIADO COMEMORA O RETORNO DO LUCRO FÁCIL E RÁPIDO
Sobre o futuro do Brasil, o articulista da BBC escreveu:
A decisão do governo brasileiro de convocar o empresariado foi comemorada, porém ainda há um longo caminho a percorrer.
Confira os cinco principais vilões do crescimento da economia brasileira, que, segundo as últimas previsões [dos eternos pessimistas - oposicionistas ao governo federal], não deve crescer acima de 1,75% neste ano.
Aliás, é importante destacar que os oposicionistas ao governo federal vêm fazendo o possível e até o quase impossível para impedir a governabilidade e o desenvolvimento no nosso país. Revelam-se verdadeiros inimigos do povo brasileiro.
2.2. VILÕES DO CRESCIMENTO BRASILEIRO
2.2.1. Infraestrutura precária
2.2.1.1. FALTA DE INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA
Entrevistando palpiteiros, o articulista da BBC escreveu:
Segundo um estudo do Departamento de Competitividade de Tecnologia (Decomtec), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as empresas têm uma despesa anual extra de R$ 17 bilhões devido à precariedade da infraestrutura do país, incluindo péssimas condições das rodovias e sucateamento dos portos.
Pergunta-se:
Onde conseguiram tal valor, sabendo-se que grande parte do empresariado opera na economia informal? Sem contabilizar significativa parte de suas operações.
2.2.1.2. A MÁ ADMINISTRAÇÃO JUSTIFICANDO AS PRIVATIZAÇÕES
Toda essa deficiência aconteceu depois que nossos governantes do passado deixaram de investir na infraestrutura das telecomunicações, da produção e transmissão de energia elétrica, das ferrovias, das rodovias e dos portos para que a inoperância administrativa justificasse as privatizações.
Adivinhando o que seria escrito neste texto, o articulista da BBC escreveu:
Como resultado [do escrito em letras azuis], os custos logísticos acabam encarecendo o produto final. De acordo com um levantamento do instituto ILOS, cerca de 30% do preço da tonelada soja produzida em Mato Grosso e exportada do porto de Santos, por exemplo, referem-se apenas aos gastos com transporte do grão.
2.2.1.3. A DESATIVAÇÃO DA FERROVIA DE CORUMBÁ ATÉ SANTOS
É importante salientar que a ferrovia que vinha de Corumbá - MS, ligando a Bolívia (Santa Cruz da Serra) ao Porto de Santos, foi desativada logo depois das privatizações. Atualmente funciona em caráter emergencial de Bauru ao Porto de Santos.
A Vetria Mineradora, criada em 2011, diz que fará fortes investimentos na ferrovia Corumbá - Santos para exportação de minério de ferro extraído nas proximidades de Corumbá - MS (Maciço de Urucum). Tal como as ferrovias dos ingleses, será reativada para transporte de matérias-primas "in natura" até o Porto para ser industrializada no exterior, sem qualquer beneficiamento no Brasil. Isto é, sem gerar significativos empregos aqui.
2.2.1.4. ELEVAÇÃO DOS CUSTOS COM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS
Por sua vez, os governantes do Estado de São Paulo, mentores das privatizações que aconteceram durante o Governo FHC, também privatizaram as rodovias paulistas e agora seus correligionários cobram elevadas tarifas de pedágio porque monopolizam os corredores para o transporte de carga, produtos e mercadorias para exportação através do Porto de Santos.
2.2.1.5. RAZÕES DA OPÇÃO PELO TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Sobre a opção pelo transporte rodoviário, que preliminarmente aconteceu no Governo Washington Luís, passando por Getúlio Vargas, que construiu 150 mil km de estradas até 1939, o articulista da BBC escreveu:
'O Brasil também fez uma opção pelo transporte rodoviário, mais caro do que outros meios, como ferrovias ou hidrovias', afirmou o coordenador de um curso de Economia.
2.2.1.6. PERDEMOS A NOSSA SOBERANIA
A opção dos referidos governantes brasileiros pelo transporte rodoviário aconteceu em razão do monopólio que o empresariado inglês tinha no Brasil nos setores ferroviário, de eletricidade e de telecomunicações, incluindo os correios e telégrafos até o início da década de 1960.
Embora os ingleses não tivessem lucros em seus investimentos, porque suas empresas estavam sucatadas e mal administradas (que os levou à bancarrota na 2ª guerra mundial), o monopólio detido era importante para que não fossem vítimas da eventual concorrência brasileira no mercado internacional. Ou seja, para os ingleses e demais países desenvolvidos era mais importante manter o Brasil no subdesenvolvimento.
Como, por questões diplomáticas os contratos de concessão não podiam ser rescindidos unilateralmente, não era possível a expulsão dos ingleses e a encampação de seus bens totalmente depreciados. Então, o governo brasileiro foi obrigado a optar pelo transporte rodoviário, visto que não podia usar as ferrovias nem outros segmentos produtivos que estavam sob o domínio estrangeiro.
Depois de terminado o prazo de concessão foi efetuada a encampação das empresas inglesas. A partir daí houve significativa melhora, em razão dos investimentos feitos pelo governo brasileiro.
Depois que as empresas tornaram-se satisfatoriamente operantes e potencialmente lucrativas, aconteceram as privatizações promovidas pelo Governo FHC.
Como já foi escrito acima, tudo desandou a partir do momento em que os gestores da política econômica do Governo FHC decidiram mal administrar o patrimônio brasileiro para justificar as privatizações sob o pretexto anarquista de que o governo é mau administrador. Na realidade, eles eram maus administradores. Isto ficou comprovado a partir de 2003.
De 15ª potência em PIB (Produto Interno Bruto) em 2002, o Brasil chegou à posição de 6ª potência em PIB em 2011. No mesmo ano era o 5º país em montante de Reservas Monetárias. Em 2002 o Brasil não tinha Reservas Monetárias, por isso necessitava das ajudas monetárias do FMI - Fundo Monetário Internacional.
2.2.1.7. OS CULPADOS PELAS ALTAS TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA
Sobre a energia elétrica, o articulista da BBC escreveu:
Além da infraestrutura, o país também sofre com as altas tarifas de energia elétrica, apesar de cerca de 70% de sua matriz energética ser proveniente de hidrelétricas, consideradas mais limpas e baratas.
O elevado custo da energia elétrica e de outros serviços públicos como os da telefonia também é antigo e foi gerado pela sonegação fiscal tão comum ao empresariado brasileiro e multinacional. Isto ficou comprovado pelos militares golpistas de 1964.
Então, como o Brasil não conseguia acabar com a sonegação fiscal do empresariado nacional e estrangeiro, os militares constituíram diversas empresas estatais para captação do investimento popular, as quais também ficaram incumbidas da arrecadação dos tributos necessários ao desenvolvimento brasileiro.
Assim, até hoje são cobrados 25% sobre o valor das tarifas a título de ICMS que é da alçada dos governos estaduais. Logo, a redução dessa carga tributária só depende da complacência dos governadores dos 27 entes federativos. Portanto, independe do governo federal.
2.2.1.8. O CUSTO MÉDIO DA ENERGIA NO BRASIL
Sobre o custo da energia, o articulista da BBC escreveu:
Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Fierj), publicada no ano passado [2011], mostrou que o custo médio de energia no Brasil é 50% superior à média global e mais do que o dobro de outras economias emergentes.
O problema é o mesmo descrito imediatamente acima.
A tributação estadual criada pelo governo militar iniciado em 1964 é a principal causadora desse elevado custo das tarifas. A segunda causa é a distância que existe entre as hidrelétricas e os grandes centros consumidores.
A transmissão da energia depende de grandes investimentos que se traduzem em maiores custos fixos. Estes existirão mesmo que não se esteja consumindo a energia elétrica gerada.
Nos demais países as distâncias são menores. São poucos os países com as dimensões do território brasileiro (entre eles: China, Estados Unidos, Rússia). Excetuando-se os Estados Unidos, os demais países, incluindo o Japão, a Austrália e o Canadá, concentram sua população e suas empresas em pequeno espaço de seus respectivos territórios. Por isso seus custos com a transmissão de energia elétrica são menores.
Seria mais barato o fornecimento de energia se a produção mais significativa estivesse em cada umas das capitais dos estados brasileiros e principalmente no litoral, o que não é estrategicamente aconselhável em caso de guerra, tal como diziam os militares.
2.2.2 Déficit de mão de obra especializada
2.2.2.1. OS CULPADOS PELA FALTA DE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA
Sobre a falta de treinamento dos funcionários e operários pelo empresariado brasileiro, o articulista da BBC escreveu:
Em alguns setores da indústria, o Brasil já vive 'um apagão de mão de obra', com falta de profissionais qualificados capazes de executar tarefas essenciais ao crescimento do país.
Sobre o apagão de mão de obra, veja o texto denominado Os Culpados pela Falta de Mão de Obra Qualificada.
2.2.2.2. A BAIXA QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA CHINESA
A China nos ensina o contrário do afirmado pelos entrevistados pelo repórter da BBC Brasil.
De país comunista arcaico, cuja população produzia somente para subsistência familiar, a China passou em pouco espaço de tempo a ter a liderança mundial na exportação de produtos industrializados. E os empregados especializados não caíram do céu. Foram treinados pelo empresariado que lá se instalou.
Logo, o empresariado brasileiro precisa se acostumar a fazer o mesmo. Justamente em razão dessa histórica preguiça institucionalizada, o empresariado brasileiro sempre preferiu exportar matérias-primas ao invés de produtos acabados.
2.2.2.3. O EMPRESARIADO BRASILEIRO É O QUE MENOS TREINA SEUS EMPREGADOS
Sobre a inércia do empresariado brasileiro, o articulista da BBC escreveu:
Segundo o mais recente levantamento feito por uma consultoria com 41 países ao redor do mundo, o Brasil ocupa a 2ª posição entre as nações com maior dificuldade em encontrar profissionais qualificados, atrás apenas do Japão.
Entre os empresários brasileiros entrevistados para a pesquisa, 71% afirmaram não ter conseguido achar no mercado pessoas adequadas para o trabalho.
Para efeitos de comparação, na Argentina o índice é de 45%, no México, de 43% e na China, de apenas 23%.
'Se no Japão o maior entrave é o envelhecimento da população, o problema no Brasil é a falta de qualificação profissional', afirmou à BBC Brasil a diretora de Recursos Humanos da empresa que efetua pesquisa.
Ou seja, o empresariado dos citados países está mais preocupado com o seu futuro que o empresariado brasileiro, que fica esperando que alguém (o governo) faça por ele.
2.2.2.4. OS INVESTIMENTOS DO GOVERNO BRASILEIRO NA PROFISSIONALIZAÇÃO
Sobre o aumento dos investimentos do governo brasileiro em universidades e em escolas técnicas a partir de 2003, o articulista da BBC escreveu:
De acordo com uma pesquisa divulgada neste ano pelo Ipea, o governo direcionou apenas 5% do PIB em 2010 para a educação, contra 7% do padrão internacional.
O percentual aplicado em 2010 pelo governo brasileiro é enorme se comparado com o que foi investido de 1964 até 2002.
Como todos sabem, tivemos pelo menos duas décadas perdidas: as de 1980 e 1990 (desde o governo do General Figueiredo até o governo de FHC). Antes, até a década de 1960, o nosso vexaminoso atraso acontecia porque as principais empresas instaladas no Brasil eram inglesas. Elas faziam questão de perpetuar esse atraso, o que justificou as estatizações acontecidas a partir do Governo Getúlio Vargas.
2.2.2.5. A PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR
Sobre a privatização do ensino médio e superior a partir do golpe militar de 1964, o articulista da BBC escreveu:
'Sofremos com a falta de profissionais de nível técnico, de operações manuais e de engenheiros'.
Atualmente, segundo uma consultoria, apenas 7% dos trabalhadores brasileiros têm diploma universitário, atrás da África do Sul (9%) e da Rússia (23%).
De fato, com a privatização do ensino médio e superior durante o Governo Militar e mediante a artificial redução dos salários, que eram corroídos ou comidos pela inflação, as populações menos favorecidas das classes sociais C e D não tiveram condições de colocar seus filhos nas escolas privadas. Dessa forma, considerando-se que as elites mandavam seus filhos estudar no exterior, ficamos pelo menos 40 anos sem a plena formação de trabalhadores nas classes C e D.
Mas, se considerarmos o que acontece nos Estados Unidos e no mundo, o nosso problema não é tão grave. Pelo menos 10 dos presidentes dos Estados Unidos não tinham diploma universitário. A quase totalidade do empresariado brasileiro e mundial (99%) não possui curso superior.
Veja o texto intitulado A Incompetência de Chefes e Patrões Desmotiva o Trabalhador Qualificado.
No Brasil não faltam profissionais qualificados. Faltam empresários qualificados no mundo inteiro.
Veja os textos denominados A Geração Perdida e A Difícil Volta para o Futuro.
2.2.3. Sistema tributário complexo
DESCOMPLICANDO O SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO
Sobre o sistema tributário brasileiro, o articulista da BBC Brasil escreveu:
Segundo o relatório 'Doing Business' do Banco Mundial, são necessárias 2.600 horas por ano para empresas de médio porte brasileiras somente para pagar impostos, contra 415 na Argentina, 398 na China e 254 na Índia.
'Já passou da hora para que o Brasil simplifique seu sistema tributário', disse um economista.
Um dos exemplos da alta complexidade tributária no Brasil pode ser verificado no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Como está presente em todos as etapas da cadeia produtiva, seu recolhimento ocorre diversas vezes e leva à cobrança de imposto sobre imposto, também conhecido de 'imposto em cascata'.
'São 27 legislações, uma para cada estado, além de alíquotas diferentes para cada produto. Isso sem falar na alíquota interestadual', afirmou um economista. 'Isso dificulta a vida do empresariado brasileiro', acrescentou.
O resultado são produtos menos competitivos, que chegam mais caros às gôndolas e sofrem maior concorrência dos estrangeiros.
O principal problema de competitividade enfrentado pelo empresariado brasileiro, europeu e norte-americano é o da exploração do trabalho em regime de semiescravidão nos países asiáticos.
A maior complexidade na tributação brasileira está justamente nas esferas Estadual e Municipal. Por isso, o coordenador deste COSIFE, em 1996, no Congresso Brasileiro de Contabilidade, sugeriu A Municipalização dos Impostos. Dessa forma, somente os municípios arrecadariam e aqueles que não arrecadassem seriam extintos e os que não repassassem as verbas destinadas aos governo estadual sofreriam intervenção, o mesmo aconteceria com os estados da federação que não repassassem a verba destinada ao governo federal.
MAIS UMA VEZ O VERDADEIRO CUSTO BRASIL
Outro problema, certamente o principal, é a incompetência técnica e administrativa do empresariado que leva à insolvência grande parte das microempresas e das empresas de pequeno e médio portes.
Algo semelhante também acontece com os grandes empresários, principalmente com aqueles que são viciados na realização de operações fraudulentas.
Através dos meios de comunicação escrita, falada e televisada diuturnamente tem-se notícias sobre empresários desonestos (trambiqueiros, trapaceiros, vigaristas, corruptores, sonegadores de tributos, fraudadores em licitações públicas).
Aí estão, mais uma vez, os verdadeiros culpados pelo nosso elevado CUSTO BRASIL. Os maiores culpados talvez sejam dos grandes empresários que praticam as fraudes em Licitações Públicas nas esferas municipal, estadual, federal e no Distrito Federal.
2.2.4. Baixa capacidade de investimentos público e privado
O ESTADO EMPREENDEDOR E A FALTA DE INICIATIVA PRIVADA
Sobre a falta de investimentos públicos e privados, o articulista da BBC escreveu:
Historicamente, a taxa de investimentos tanto pública quanto privada é baixa no Brasil, em torno de 18% do PIB.
Contradizendo o que foi escrito pelo articulista da BBC, no Brasil quase todos os grandes investimento foram feitos pelo governo federal. O Governo Militar indicado em 1964 mostrou essa realidade. Foi obrigado a criar diversas empresas estatais porque ninguém queria investir no Brasil, nem a elite empresarial brasileira. Veja em O Estado Empreendedor e a Falta de Iniciativa Privada.
Poucos anos depois de iniciadas as privatizações, o Brasil passou a apresentar enorme falta de investimentos porque os governantes de 1990 a 2002 os deixaram por conta da iniciativa privada que pouco ou quase na fez, salvo quando o governo oferecia o dinheiro necessário com juros subsidiados, o que não era fornecido aos mutuários do sistema financeiro da habitação.
A FALTA DE INVESTIMENTOS PRIVADOS
Ainda, quanto à falta dos investimentos privados, como foi mencionado em letras azuis, o empresariado brasileiro sempre preferiu a ciranda financeira. Sempre preferiu aplicar seus recursos financeiros em títulos públicos. Em suma, o empresariado brasileiro optou por transferir essa função de empreendedor para o governo federal.
Como a taxa de juros sempre foi muito elevada, significativa parcela da arrecadação tributária era utilizada para remunerar os grandes capitalistas, que viviam de forma nababesca sem nada produzir.
Isto significa que o empresariado brasileiro mostrou-se incapaz de gerir o desenvolvimento brasileiro ou simplesmente, diante de seu insano "complexo de vira-lata", preferiu deixar essa função para o capital estrangeiro que também não acreditava nos governantes brasileiros até 2002.
De outro lado, os capitalistas brasileiros em seus investimentos nas Bolsas de Valores também preferiam investir em empresas estatais. Não acreditavam nas empresas privadas, quase sempre administradas por inescrupulosos e megalomaníacos.
ESTÁ SOBRANDO INVESTIMENTO PÚBLICO
Pela primeira vez desde proclamação da independência o Brasil tem significativas reservas monetárias acumuladas. Logo, capacidade de investimento o Brasil tem. Por intermédio das estatais ainda existentes, estão sendo compradas empresas no exterior.
O maior problema enfrentado pelo governo brasileiro é o de encontrar empresários que honestamente queiram participar da implantação da infraestrutura que o nosso país necessita.
De outro lado, a elevação do patamar de investimentos é fácil de conseguir. Basta que seja reduzida a taxa de juros paga pelo governo brasileiro para níveis inferiores a 4% ao ano.
No texto intitulado Queda de Juro Muda Composição da Dívida Pública Federal foi explicado que agora vai sobrar dinheiro para ser investido em benefício do povo e do desenvolvimento brasileiro.
O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DE NOSSA ECONOMIA
Sobre o crescimento sustentável, o articulista da BBC Brasil escreveu:
Especialistas consideram que seria necessário elevar esse patamar de investimentos para, pelo menos, 25% do PIB, de forma a permitir um crescimento sustentável da economia.
Isso porque, sem investimentos, para a compra de novos maquinários ou para a construção de novas rotas de escoamento, por exemplo, há uma menor eficiência produtiva, o que encarece e diminui a competitividade dos produtos brasileiros.
'É preciso que o governo faça os ajustes necessários para aumentar a confiança do empresariado e, assim, incentivar o investimento', acrescentou um economista.
INFELIZMENTE O GOVERNO BRASILEIRO NÃO PODE CONFIAR NO EMPRESARIADO
Diante do explicado, principalmente em razão das infinitas práticas fraudulentas promovidas pela iniciativa privada brasileira e multinacional, fica difícil promover o crescimento nacional sem a participação das empresas estatais que foram a mola mesma do MILAGRE BRASILEIRO durante os Governos Militares.
Caso o empresariado brasileiro e multinacional continue a fazer o que fizeram os ingleses até o início da década de 1960, só restará ao governo brasileiro fazer o que fizeram os militares golpistas de 1964: Constituir empresas estatais para que produzam o que a iniciativa privada se nega a produzir honestamente. Veja em O Estado Empreendedor e a Falta de Iniciativa Privada.
Veja ainda o texto intitulado Importações Versus Exportações em que se comenta o descompasso existente, que é derivado do oportunismo antinacional enraizado no empresariado brasileiro descendente de estrangeiros.
Veja o texto A Elite Brasileira Vive na Praia de Costas para o Brasil.
2.2.5.1. OS EMPRESÁRIOS INESCRUPULOSOS SÃO OS CULPADOS PELA BUROCRACIA
A burocracia existente no Brasil, o articulista da BBC escreveu:
Segundo o Banco Mundial, entre 183 países o Brasil ocupa o 126º lugar quando se analisa a facilidade de se fazer negócios, abaixo da média da América Latina (95º) e atrás de países como Argentina (115º), México (53º), Chile (39º) e Japão (22º).
Até obter retorno sobre seus investimentos, cabe aos empresários brasileiros vencer uma via-crúcis, que, inclui, entre outras etapas, 13 procedimentos apenas para abrir um negócio, ou 119 dias.
Na Argentina, são necessários 26 dias, no Chile, 7 e na China, 14.
Entre tais procedimentos estão, por exemplo, a homologação da empresa em diferentes órgãos de supervisão, o registro dos funcionários e licenças ambientais.
'Ao fim e ao cabo, o custo das empresas é extremamente alto, antes mesmo que elas produzam qualquer centavo', afirmou.
2.2.5.2. A BUROCRACIA PARA COMBATER AS FRAUDES EMPRESARIAIS
A burocracia existente no Brasil veio evoluindo através do tempo em razão da mencionada sonegação fiscal tão peculiar ao empresariado brasileiro e multinacional.
Desde os tempos do coronelato e do Brasil colônia, o empresariado descendente de estrangeiros acostumou-se a fraudar as normas governamentais brasileiras e portuguesas. Assim, muitos desses estrangeiros enriqueceram mediante o desvio de verbas públicas, o que gerou a burocracia necessária à extrema fiscalização no sentido de evitar as constantes irregularidades praticadas.
Todas as CPI - Comissões Parlamentares de Inquérito versam sobre os atos de corrupção em que os corruptores são sempre os grandes empresários que se utilizam de lobistas (corruptores) e de doleiros para que seja efetuada a lavagem do dinheiro clandestino em Paraísos Fiscais, onde estão escondidos os maiores pilantras transnacionais.