OS EXTREMOS DA DESIGUALDADE SOCIAL
PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA
São Paulo, 08/06/2011 (Revisado em 19-02-2024)
Qualidade, Produtividade, Lucratividade e Rentabilidade. Contabilidade de Custos da Produção Industrial e Agropecuária, Tecnologia de Ponta. Vigilância Sanitária. Desperdício, Propaganda Enganosa, Preconceito e Discriminação = Segregação Social, IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, Déficit no Balanço de Pagamentos - Dívida Externa, Importações Maiores que Exportações. Altos Salários nos Países Desenvolvidos. Slogan Publicitário do Governo Brasileiro. Sonegação Fiscal - Dívida Interna, Orçamento Público - Falta de Arrecadação Tributária.
Por AMERICO G PARADA Fº - Contador CRC -RJ 19750
OS PAÍSES RICOS E SEU MUITO ELEVADO IDH
Existem países pobres em que a população desfruta de IDH - Índice de Desenvolvimento Humano de país rico.
Qual o segredo para se conseguir tal proeza?
O segredo foi mostrado pelos Estados Unidos, pelos países Europeus e especialmente pela Islândia e Dubai.
Nos citados países o muito elevado IDH é mantido por intermédio da importação de produtos fabricados no exterior por empresários estabelecidos nos países em que é explorada a mão de obra em regime de semiescravidão. Essa forma de exploração do trabalhador permite que os empresários tenham menores custos de produção e maiores lucros, principalmente porque estão estabelecidos em paraísos fiscais industriais. Estes, estão especialmente no continente asiático.
Como tais produtos de consumo popular passaram a ser importados e, em razão do altos salários de seus trabalhadores, os países importadores deixaram de exportar o suficiente para o pagamento de suas importações. Assim, aconteceram os déficits no Balanço de Pagamentos que geraram a altíssima dívida externa dos países desenvolvidos considerados como ricos e também de alguns não desenvolvidos, como a Islândia e Dubai.
A Islândia vive essencialmente da produção pesqueira (80% de suas exportações) e do turismo no seu gêiser, enquanto Dubai do turismo e da venda de imóveis construídos em seu pequeno território mediante a obtenção de empréstimos fornecidos por investidores externos.
Por estes motivos, as respectivas dívidas externas dos citados países com o muito elevado IDH é enorme em relação ao PIB - Produto Interno Bruto de cada um deles.
São considerados desenvolvidos somente os países que têm tecnologia própria e grande parque industrial, o que não acontece com os dois últimos citados.
O VERDADEIRO PAÍS RICO
Diante da atual conjuntura mundial, com base nas dificuldades agora enfrentadas pelos países desenvolvidos, podemos afirmar que o verdadeiro PAÍS RICO é aquele que não depende somente de produtos importados para manutenção do seu muito elevado IDH.
Assim sendo, podemos definir como PAÍS RICO aquele que possui significativa quantidade de matérias-primas necessárias ao atendimento das necessidades dos demais.
Dessa forma, o Brasil se apresenta como um dos principais países ricos, que não se apresenta com o muito elevado IDH, nem como país extremamente rico, por culpa da má administração de seus governantes passados e por culpa da mentalidade tacanha de grande parte de sua elite econômica, política e cultural.
PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA
O título deste tópico é o slogan do governo brasileiro com vistas na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016.
Esse slogan era perfeitamente usado pela Islândia, porque lá não existia pobreza, pelo menos até o final de 2008, quando eclodiu a Crise Mundial provocada pela bancarrota norte-americana. Porém, aquele país estava e ainda está muito longe de ser país rico. Na verdade, considerando-se o seu PIB em relação ao dos demais países, deve ser, proporcionalmente, o país mais endividado do mundo, acompanhado pelos demais citados nesta página.
DEFINIÇÕES
Tendo como fonte o Dicionário Aurélio, a palavra slogan, de origem inglesa (“slowgan”), é usada com frequência para definir uma frase com no máximo oito palavras geralmente associada à propaganda ou à publicidade comercial ou política. A palavra slogan pode ser definida ainda como uma espécie de estratégia mercadológica, de breve leitura pelos cidadãos comuns, que tem a intenção de fixar na memória popular um produto ou uma intenção de empresa ou instituição (entidade jurídica) pública ou privada.
Mercadologia é palavra derivada da inglesa Marketing, que se relaciona à propaganda e publicidade, podendo ser definida como o conjunto de estratégias e ações com a finalidade de prover o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. Por extensão, Mercadologia é o conjunto de estratégias e ações que visam a aumentar a aceitação e fortalecer a imagem de pessoa, ideia, empresa, produto, serviço, entre outros temas, pelo público em geral ou por determinado segmento desse público.
Na Propaganda, merchandising é designação corrente da propaganda não declarada feita através da menção ou aparição de um produto, serviço ou marca durante um programa de televisão ou de rádio, filme, espetáculo teatral, etc. Em Marketing (Mercadologia), merchandising é o conjunto de atividades direcionadas para colocação, em condições ideais, no mercado, de determinado produto ou serviço com relação a lugar, momento, quantidade e preço. É ainda o esforço promocional, feito nos pontos de venda, em que se utilizam displays, cartazes, amostras grátis, etc.
REVIRAVOLTA SOBRE O CONCEITO DE PAÍS RICO
Em três textos publicados neste sítio do COSIFe foi discutido o conceito de país rico, em que se pretendeu justificar um novo conceito que vem se difundindo diante da atual conjuntura mundial.
Com essa intenção, com dados fornecidos pela ONU, podemos concluir que os antigos países ricos estão ficando pobres e que todos os países com o muito elevado IDH - Índice de Desenvolvimento Humano são os mais endividados.
Os três textos mencionados são:
Quais os motivos dessa reviravolta no cenário mundial?
Na realidade atual, a quase totalidade dos países desenvolvidos, em que o IDH é muito elevado, depende de matérias-primas importadas para abastecimento de suas indústrias e para a manutenção do alto padrão de vida exigido por seu povo. Foi exatamente essa dependência dos produtos vindos do exterior que os colocou entre os maiores devedores mundiais em razão dos constantes déficits orçamentários anuais (dívida interna por falta de arrecadação de tributos) e do déficit acumulado no balanço de pagamentos (dívida externa por falta de exportações).
POR QUE OS PAÍSES COM O MUITO ELEVADO IHD ESTÃO ENDIVIDADOS?
IMPORTAÇÕES MAIORES QUE AS EXPORTAÇÕES
Porque, como foi mencionado, a manutenção do alto padrão de vida nesses países depende das importações em alta escala.
DÍVIDA EXTERNA
Como esses países não têm o que exportar a preços competitivos, não existem reservas monetárias para que possam pagar pelas suas importações. Como resultado desse desequilíbrio na Balança Comercial (exportações menores que as importações), houve significativo aumento da dívida externa.
DÍVIDA INTERNA
Em muitos desses países também houve o aumento da dívida interna motivada pela falta de arrecadação tributária. São países em que as empresas pagam poucos tributos. A maior parte da arrecadação tributária é tirada do povo, como também ainda acontece no Brasil.
DIVIDA INTERNA SOMADA À DIVIDA EXTERNA
O somatório dos dois déficits foi especialmente provocado pelas empresas chamadas de multinacionais porque estas abandonaram seus países de origem ao transferirem suas sedes, agora virtuais, para paraísos fiscais cartoriais (aqueles que registram empresas de gaveta, que não existem de fato e que são conhecidas como offshore).
Essas mesmas multinacionais transferiram suas fabricadas para paraísos fiscais industriais em que é permitida a exploração da mão de obra nativa em regime de semiescravidão.
Desse duplo ato resultou o aumento das importações nos países desenvolvidos e o violento declínio das suas exportações, provocando a bancarrota (falência econômica) de todos eles.
FALTA DE COMBATE À SONEGAÇÃO FISCAL E À LAVAGEM DE DINHEIRO
No Brasil, a partir de 2003 o combate à sonegação fiscal e à evasão cambial para paraísos fiscais tem aumentado a arrecadação vinda das empresas, possibilitando a redução de impostos indiretos cobrados do povo, como se verificou mais facilmente no ano de 2009.
POR QUE ESSES PAÍSES “RICOS” NÃO TÊM O QUE EXPORTAR A PREÇO COMPETITIVO?
EMPRESAS APÁTRIDAS
Primeiramente porque as grandes empresas desses países se tornaram apátridas ao transferirem suas fábricas para países asiáticos pelos motivos já expostos. Assim, passaram a contabilizar seus lucros em paraísos fiscais, deixando seus países de origem sem arrecadação tributária.
FUGA DAS EMPRESAS PARA PARAÍSOS FISCAIS
O segundo motivo que levou as empresas a procurarem os paraísos fiscais, foi que o salário médio pago ao trabalhador nos países desenvolvidos é muito elevado, onerando enormemente os seus custos da produção.
FALTA DE MATÉRIAS-PRIMAS
Por sua vez, as principais matérias-primas necessárias à produção dos exportáveis são também importadas, não havendo algo em seus territórios de origem que as possam substituir.
Diante do contido nos três parágrafos da resposta, o leitor perguntaria:
Isto significa que os trabalhadores devem ganhar salários baixos?
VIDA DIGNA E SALÁRIOS JUSTOS
Os trabalhadores devem ganhar o suficiente para que toda população mundial possa viver no muito elevado IDH. Este é o princípio básico que deve nortear os administradores das empresas e os governantes de seus países de origem.
O problema é que nos países periféricos (subdesenvolvidos e em desenvolvimento) o trabalhador ganha mal. Isto é, ganha salário baixo. Isto significa que aquele Povo trabalha em regime de semiescravidão, sem os direitos sociais defendidos pela ONU - Organização das Nações Unidas. Aqueles trabalhadores não têm esses direitos trabalhistas e previdenciários que deveriam ser semelhantes aos pagos no Brasil. Porém, o salário médio pago no Brasil não é tão baixo como o pago naqueles países. Esse pleno direito à sobrevivência digna é fornecido somente aos trabalhadores dos países com o Muito Elevado IDH.
Novamente o leitor questionaria: Então, o Brasil deve fazer uma Reforma Trabalhista e Previdenciária para que os trabalhadores também sejam escravos como nos países africanos e asiáticos e no norte e nordeste brasileiro?
Não. É justamente esse sistema de semiescravidão existentes nos países periféricos que tem prejudicado a economia dos países desenvolvidos.
Em razão desse salário baixo pago no exterior, os países desenvolvidos não conseguem exportar.
Embora, preconceituosamente queiram manter a escravidão, a solução lógica para os países desenvolvidos não será a diminuição do salário de seu povo. Essa diminuição dos salários e dos diretos trabalhistas é a teoria defendida por muitos governantes, que querem adotar políticas econômicas que provoquem o desemprego em massa. Segundo a teoria econômica, a grande oferta de mão de obra desempregada provoca a automática redução dos salários.
Então, a verdadeira solução para os problemas enfrentados pelos chamados de “países ricos” será a de aumentar o padrão de vida nos países periféricos para que os custos de produção em todos os países sejam equivalentes.
CAPITAL NÃO TEM PÁTRIA
Porém, a teoria econômica defendida pelos neoliberais nos diz que "capital não tem pátria", razão pela qual os acionistas controladores das grandes empresas aceitaram como indiscutível esse ditame, que agora é religiosamente seguido pelos executivos das multinacionais.
POR QUE OS PAÍSES PERIFÉRICOS TÊM O QUE EXPORTAR A PREÇO COMPETITIVO?
EXPLORAÇÃO DA MÃO DE OBRA BARATA
O problema é que nos países periféricos (subdesenvolvidos e em desenvolvimento) o trabalhador ganha mal. Isto é, ganha salário baixo e ainda trabalha em regime de semiescravidão, sem os direitos sociais e humanos estabelecidos como ideais pela ONU - Organização das Nações Unidas. Isto significa dizer que aqueles trabalhadores não têm direitos trabalhistas e previdenciários e, assim, estão exercendo o Trabalho Escravo.
Esses direitos à sobrevivência digna são ou eram fornecidos de forma plena somente aos trabalhadores dos países com o muito elevado IDH.
REFORMA TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA = SEMIESCRAVIDÃO
Então, pergunta-se: o Brasil deve fazer uma Reforma Trabalhista e Previdenciária para que os trabalhadores também sejam escravos como nos países africanos e asiáticos e no norte e nordeste brasileiro?
Não. É justamente esse sistema de semi-escravidão nos países periféricos que tem prejudicado a economia dos países desenvolvidos. Em razão desse salário baixo pago no exterior, os países desenvolvidos não conseguem exportar. a tendência é que dentro de alguns anos suas populações também se tornem pobres e até miseráveis.
Então, resta a questão: Nesse futuro nada promissor, onde as grandes empresas encontrarão compradores para seus produtos?
RECESSÃO = FORÇAR O DESEMPREGO PARA REDUZIR SALÁRIOS
Embora, preconceituosamente queiram manter a escravidão fora de seus territórios, a solução lógica para os países desenvolvidos não será a diminuição do salário de seu povo, tornando-os pobres ou miseráveis.
A diminuição dos salários e dos diretos trabalhistas é a teoria defendida por muitos governantes, que querem adotar políticas econômicas que provoquem o desemprego em massa. Segundo a teoria econômica, a grande procura de emprego pela mão-de-obra desempregada provoca a automática redução dos salários.
FALTA DE DIREITOS IGUAIS PARA TODOS = SALÁRIOS JUSTOS PARA TODOS
Então, a verdadeira solução para os problemas enfrentados pelos chamados de “países ricos” será a de aumentar o padrão de vida nos países periféricos para que os custos de produção em todos os países sejam equivalentes.
COMO PODERIA OCORRER A REDUÇÃO DE CUSTOS DA PRODUÇÃO MUNDIAL?
Como poderia acontecer a redução de custos da produção muncdial?
Alguns custos poderiam ser reduzidos porque, para aproveitar o baixo salário pagos na China e na Índia, por exemplo, as matérias-primas ficam passeando de navio de um lado para outro de nosso planeta. Então, o custo do frete terrestre, marítimo e aéreo passa a ser o grande vilão.
MATÉRIAS-PRIMAS PASSEANDO PELOS OCEANOS
Como exemplo poderíamos citar o minério de ferro que sai do Brasil, da Austrália e da Rússia, os três maiores produtores mundiais desse minério, para chegar às siderúrgicas em países distantes. Depois do minério transformado em aço ou transformado em bens de consumo popular, viaja para outros países consumidores, novamente percorrendo milhares de milhas pelos mares e oceanos. Ou seja, sairia mais barato para todos se os produtos fossem fabricados nos países produtores das matérias-primas. Assim não é feito porque nada mais restaria aos países desenvolvidos, que passariam a ser meros importadores de produtos fabricados pelos subdesenvolvidos, únicos possuidores das matérias-primas que o mundo desenvolvido necessita.
REDUÇÃO DOS SALÁRIOS DE EXECUTIVOS E DE SUAS MORDOMIAS
Outra forma de redução de custos foi adotada nos Estados Unidos depois da bancarrota de 2008, que gerou a Crise Mundial. Como as empresas norte-americanas foram as culpadas do CRASH (quebra das empresas e do sistema financeiro), o governo norte-americano passou a perseguir os executivos causadores do problema, exigindo a redução e o confisco de seus salários e principalmente das mordomias que desfrutavam. O mesmo seria necessário fazer com outros segmentos em que os salários são excessivamente elevados, como os dos esportistas, atores, apresentadores de televisão, profissionais de propaganda, cinema, especuladores e profissionais que atuam no sistema financeiro e nas bolsas de valores, entre outros com elevadas remunerações.
AUMENTO DA TRIBUTAÇÃO
Deviam ser altamente tributados os ganhos dos mencionados e especialmente os ganhos especulativos obtidos nas bolsas de valores.
OS EXTREMOS DA DESIGUALDADE SOCIAL
A QUALIDADE DO CHOCOLATE SUÍÇO
O acima descrito relativamente ao minério de ferro também acontece com o chocolate brasileiro que vai para a Europa e volta para o Brasil como chocolate suíço ou belga, entre outros. Depois dessa grande viagem, o chocolate suíço chega ao seu destino (o consumidor) com preço exorbitante porque o salário médio dos suíços é muito alto e porque o preço do frete para transportar o produto daqui para lá e de lá para cá também é muito elevado, pois o produto precisa de condições especiais para ser transportado.
Mas, esse tipo de chocolate com a embalagem suíça é consumido porque as classes sociais mais ricas não são loucas de saborearem chocolates produzidos na China ou na Índia, por exemplo.
A QUALIDADE DO CHÁ DA ÍNDIA
Só os ingleses tomam o chá de Bangladesh ou o verdadeiro chá da Índia, produzido em regime de semi-escravidão, conforme mostrou a TV Record em uma de suas reportagens especiais (documentários) sobre o continente asiático.
A MÁ QUALIDADE ASSOCIADA AO BAIXO IDH
Sem rodeios, é importante mencionar que não se pode acreditar que determinados países possam fabricar produtos alimentícios de qualidade com o baixo nível de vida de seus trabalhadores e sem a devida fiscalização governamental.
De outro lado, nada poderá ser produzido com qualidade se o governo não consegue cuidar do bem-estar de seu povo. Por esse motivo, vários países desconfiam da qualidade dos produtos brasileiros.
A FALTA DE CONFIANÇA NO PRODUZIDO PELOS PAÍSES PERIFÉRICOS
Pergunta-se: Como se pode confiar nos produtos alimentícios de um país em que as indústrias e outras empresas são ilhas de grande avanço arquitetônico e tecnológico cercadas de favelas por todos lados?
Se isto acontece no Brasil em quase todas as capitais estaduais brasileiras, que estão apinhadas de favelas, pior deve acontecer noutros países em que o IDH é menor que o brasileiro.
DESIGUALDADE SOCIAL = SEGREGAÇÃO SOCIAL
OS EXTREMOS DO DESNÍVEL SOCIAL
O grande problema brasileiro está no elevado desnível social existente. Todos dizem, inclusive nos meios de comunicação.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, significativa parcela da população desfruta do muito elevado IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. No entanto, no bairro ao lado está uma favela em que o povo sobrevive no mais baixo IDH.
A ESTREITA RELAÇÃO ENTRE MORADORES DO MORUMBI E DE PARAISÓPOLIS
Então, qual seria a estreita relação entre esses dois extremos padrões de vida numa mesma região geoeconômica, cidade ou bairro?
Segundo documentário feito pela TV Record, mostrando as duas faces dessa realidade, grande parte dos moradores da favela é serviçal dos ricos moradores do bairro ao lado.
Esta é a estreita relação entre o bairro do Morumbi e a vizinha favela de Paraisópolis, na cidade de São Paulo.
Parece óbvio que os selecionados moradores do bairro do Morumbi poderiam pagar salários que proporcionassem digno padrão de vida a seus serviçais. Porém, assim não fazem para que seja mantida a extrema e secular distância social entre patrões e empregados (escravos).
COMO SE OBSERVA A "MÁ QUALIDADE" NOS PRODUTOS DITOS DE "ALTA QUALIDADE"?
EXEMPLOS DA FALTA DE QUALIDADE
Vejamos alguns exemplos da falta de qualidade, comuns no Brasil.
O paulistano segue por uma rodovia que é considerada de primeiro mundo com 7 faixas de rolamento para se chegar ao litoral e mais sete faixas para voltar (Sistema Rodoviário Anchieta - Imigrantes). Porém, pode acontecer um imprevisto acidente ou a simples ocorrência de densa neblina ou ainda um congestionamento no Pedágio. Se o tráfego parar, logo aparecem pessoas vendendo comidinhas e bebidas, inclusive nas proximidades dos pedágios quando o fluxo de veículos é intenso, principalmente na volta para São Paulo. Enquanto espera, o motorista e seus passageiros, resolvem comer cocadas oferecidas por um ambulante.
Então, um dos passageiros do veículo automotor pergunta ao ambulante: - Onde são feitas essas cocadas?
- É cocada caseira. Minha mãe é quem faz. Receita da minha avó.
Passageiro: - Onde você mora?
- Moro naquela comunidade (favela) ali adiante.
Detalhes: A favela não tem saneamento básico, fica na beira de um mangue contaminado por metais pesados, perto da poluição das fábricas da cidade de Cubatão - SP, que provoca o nascimento de crianças anencéfalas (sem cérebro). Porém, já foi pior. Agora a referida cidade de Cubatão - SP está bem melhor em razão de investimentos dos Governos Federal e Estadual. Como sempre acontece, os empresários neoliberais ficaram com os lucros e transferiram os prejuízos ambientais e as mazelas dos trabalhadores para o Governo.
Passageiro: - Toma lá 5 reais.
- Esse dinheiro só dá para duas cocadas. Vocês são quatro.
Passageiro: - Não quero a cocada. Só estou pagando pelas informações que você me deu.
Passageiro aos demais: - Então, vamos comprar alguns sacos de salgadinhos. Esses já vêm embalados e são fabricados por empresas fiscalizadas pelo governo.
Detalhe: Recebidos os saquinhos, lê-se na embalagem: “mantenha em lugar fresco e arejado ao abrigo da luz solar”.
Pergunta do Passageiro ao ambulante: - Quanto tempo você está neste sol escaldante?
- Faz umas quatro horas.
Motorista: - Dá o dinheiro pro indivíduo e guarda os salgadinhos para jogá-los no lixo quando chegarmos em casa.
Passageiro: - Desse jeito você não come nada, nem na Suíça.
Motorista: Pelo menos lá na Suíça não tem favela e a geladeira está em todo lugar, ao ar livre.
A QUALIDADE DO CHOCOLATE SUÍÇO
Portanto, trata-se de propaganda enganosa dizer que o chocolate suíço é melhor que o brasileiro, principalmente porque o chocolate suíço é feito com cacau brasileiro ou africano.
É importante observar que a segregação social e o saneamento básico na África são bem piores que no Brasil. Logo, se o chocolate suíço for feito com cacau africano, será de qualidade inferior ao do chocolate brasileiro.
A QUALIDADE DO CHOCOLATE BELGA
No final de do ano de 2011 uma empresa multinacional em sua propaganda televisiva afirmativa que seu sorvete era fabricado com chocolate belga, sem dar maiores explicações.
No Programa "Giro Business", capitaneado pelo Sérgio Weib, levado ao ar nos intervalos entre as notícias da Band News, foi entrevistado (merchandising - inserção de informe publicitário) o diretor de uma empresa que explora a franquia de lojas para venda de chocolates. Então, mediante perguntas e respostas previamente acordadas, o entrevistado (anunciante) informou o porquê do chocolate ser apresentado como belga.
Segundo informou o anunciante entrevistado, a empresa que ele dirige tem grandes plantações de chocolate belga no Brasil, especialmente no Estado da Bahia, na sua região sudeste, tradicional produtora de cacau.
Então, por que é propagado como chocolate belga e não como sendo brasileiro?
Na verdade, "belga" é a bactéria utilizada para a fermentação do cacau, necessária para transformá-lo em chocolate. E o cientista que clonou a bactéria nem é belga de nacionalidade. Apenas, estabeleceu-se na Bélgica, obviamente porque aquele país é um paraíso fiscal. Está-se beneficiando dos incentivos fiscais oferecidos. Ou seja, até pode ser um brasileiro que lá registrou sua descoberta.
O anunciante entrevistado informou ainda que a bactéria produzida em laboratório proporciona certa uniformidade na fermentação de toda a produção cacaueira, assim uniformizando também a qualidade do produto final.
PESQUISAS FEITAS POR BRASILEIROS
No site da Revista Pesquisa Online da FAPESP há um artigo de setembro de 2008 intitulado Mais Sabor no Chocolate em que está descrito que o cacau apresenta elevado grau de acidez, quando a fermentação ocorre de forma espontânea, como também explicou o entrevistado de Sérgio Weib na Band News. Então, segundo a Revista da Fapesp, para melhorar a qualidade final da massa de cacau obtida, os pesquisadores da USP - Universidade de São Paulo, em Piracicaba - SP, criaram um kit de fermentação do qual faz parte uma levedura híbrida (na microbiologia, originária do cruzamento de espécies diferentes) da espécie Kluyveromyces marxianus. Dessa forma obtiveram um maior controle dessa etapa produtiva e diminuíram em cerca de 25% a acidez da massa de cacau. Para proteger seu método de fermentação, os pesquisadores pediram uma patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Diante do exposto, mais uma vez vem a tona a "Falta de Autoestima" e o "Complexo de Vira-Latas" incutido (mediante lavagem cerebral ou doutrinação) nas elites brasileiras desde os tempos em que se falava na High Society (Alta Sociedade).
A QUALIDADE DOS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO CASEIRA
Aliás, voltando à qualidade dos produtos de fabricação caseira, no verão de 2011 aquela mesma empresa multinacional dizia em sua propaganda na televisão que o seu sorvete era tão bom como o sorvete caseiro.
Pergunta-se: Será que o sorvete caseiro da multinacional é feito como a cocada caseira do favelado?
Moral da história:
1) - De nada serve a dita qualidade do produto se ele é vendido ou transportado por quem não sabe preservar a sua qualidade.
2) - O produto final não terá qualidade se for fabricado por empregados que moram em favelas em que o IDH é praticamente nulo.
Detalhe: O empregado pode ter seu corpo contaminado pela falta de saneamento básico. O simples falar na proximidade do produto que está sendo fabricado pode contaminá-lo por bactérias ou produtos químicos nocivos. Por isso, nasciam crianças anencéfalas (sem cérebro) nas favelas das cidade de Cubatão - SP.
Ou seja: A qualidade do queijo suíço vendido no Brasil só será verdadeiramente de boa qualidade se for vendido ao consumidor respeitadas as condições de armazenamento, transporte e exposição. Em suma, deve ser conservado de conformidade com as regras impostas pelo fabricante e em temperatura semelhante a reinante na Suíça (um país com temperaturas frias e temperadas o ano todo).
FALTA DE CULTURA TÉCNICA E TECNOLÓGICA DOS EMPRESÁRIOS
Porém, como a maioria dos empresários do comércio no Brasil são pessoas de pouca cultura e sem nenhum conhecimento sobre as regras elementares de manutenção dos alimentos, inclusive nos mais luxuosos restaurantes e supermercados, é possível que os nossos ricos ou elitistas estejam comendo queijo suíço impróprio para consumo.
Por esse motivo é importante que restaurantes, supermercados e demais empresas do comércio de alimentos tenham trabalhadores de nível superior como responsáveis legais pela manutenção da boa qualidade dos produtos vendidos aos intermediários e ao consumidor final.
Nos restaurantes, por exemplo, é indispensável o nutricionista, que teria a obrigação legal e ética de informar aos usuários dos serviços e dos produtos alimentícios sobre as propriedades saudáveis e danosas do que é servido.
DOCUMENTÁRIO DO PROGRAMA CÂMERA RECORD SOBRE A FALTA DE QUALIDADE
Na noite de 01/07/2011, o programa "Câmera Record" apresentou documentário em que o repórter acompanhou a atuação de agentes sanitários governamentais em restaurantes de determinada cidade do Estado de São Paulo.
Como sempre tem noticiado aquela emissora de televisão, os problemas encontrados foram os mesmos de outrora:
Esses foram alguns exemplos de como os empresários, de modo geral sem cultura ou desonestos, cuidam da saúde pública.
Por tais motivos torna-se necessária a obrigatoriedade de manutenção de funcionário especializado em nutrição para que faça diuturnamente uma verdadeira auditoria (supervisão) do que será servido ao consumidor.
Tal como os auditores (contadores), os nutricionistas teriam a obrigação de denunciar às autoridades competentes as irregularidades cometidas pelos empresários que vendem produtos alimentícios.
A PERDA É COMPENSADA PELOS BAIXOS SALÁRIOS PAGOS
Muitas empresas não estão preocupadas com o desperdício porque ele é compensado pelos baixos salários pagos a seus operários ou funcionários.
Vejamos como isto acontecia e ainda pode acontecer.
Tendo como exemplo a construção civil, num seminário sobre qualidade e produtividade foi citado que o desperdício na área da construção civil era muito grande. Um dos participantes chegou a dizer que o desperdício era da ordem de 30% de todo o material empregado na obra. Isto acontecia na época em que não eram utilizados os pré-fabricados, que agora chegam a obra prontos para serem instalados por operários especializados.
Suponhamos que determinada obra tenha mil empregados com salário médio de US$ 1.000,00. Isto geraria uma despesa mensal de US$ 1 milhão. Entretanto, nos Estados Unidos da América, o mesmo trabalhador em idêntica construção teria um salário médio de US$ 3.000,00, em ambos casos sem computarmos os encargos sociais. Aos contrário do que dizem, lá nos "States" os encargos sociais são maiores que no Brasil.
O DESPERDÍCIO É EVITADO COM BONS SALÁRIOS E MÃO DE OBRA BEM TREINADA
Então, no exemplo, podemos observar que, para fazer o mesmo tipo de obra, nos Estados Unidos seriam gastos US$ 3 milhões com a mão de obra por mês contra US$ 1 milhão no Brasil.
A diferença entre os dois valores apresentados é quanto empresário brasileiro está economizando. Assim sendo, qualquer desperdício até US 2 milhões mensais será compensado com o menor salário pago ao trabalhador.
Ou seja, o trabalhador brasileiro é quem está pagando pelo desperdício existente e não o empregador. Por esse motivo, os empregadores brasileiros não perdem tempo e dinheiro com o treinamento de seus funcionários.
PAÍS RICO NÃO É EXATAMENTE UM PAÍS SEM POBREZA
Diante do que se tentou demonstrar e (a partir de 2011) do descompasso econômico (bancarrota) que se observa nos países desenvolvidos, país rico não é exatamente aquele país sem pobreza.
OS ANTIGOS PAÍSES RICOS FICARAM POBRES (ENDIVIDADOS)
Os antigos países ricos (chamados de desenvolvidos) agora estão endividados e não têm o que exportar. Dependem das matérias-primas fornecidas pelos países em desenvolvimento (do Terceiro Mundo), que se tornaram caras (a procura está maior que a oferta).
PAÍS RICO É O QUE TEM RESERVAS MINERAIS E PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA
Alguns países têm seu povo vivendo com o mais alto IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, como a Islândia, mas aquele é um país sem riquezas minerais e sem terras que possam ser cultivadas em grande escala. O país tem alta dívida externa, que não tem condições de pagar porque 80% de suas exportações são oriundas da pesca. Por falta de produtos exportáveis, tenta incrementar o turismo em suas águas termais (dos gêiseres).
IMPORTAÇÕES MAIORES QUE AS EXPORTAÇÕES
Na Islândia e em Dubai, assim como na Europa e nos Estado Unidos, a dívida externa é crescente porque, para manutenção do bem-estar do povo, suas importações são sempre maiores que as exportações.
Portanto, sempre existe déficit na Balança Comercial, o que também pode acontecer no Brasil se deixarmos de produzir aqui porque o importado da China ou da Índia é mais barato.
PAÍS RICO COM POVO POBRE
Por sua vez, com IDH - Índice de Desenvolvimento Humano médio bem inferior ao da Islândia, o Brasil é um país rico em recursos minerais, tem vastas áreas cultiváveis, tem enorme biodiversidade, grande áreas para exploração do turismo tanto no litoral como no interior, mas não é considerado País Rico porque os endinheirados (a elite oligárquica e a elite cultural a serviço desta) desprezam o povo e fazem questão de mantê-lo em condições sub-humanas nas favelas (comunidades ou guetos) das periferias ou dos subúrbios.
DIANTE DA SEGREGAÇÃO SOCIAL A MISÉRIA GRASSA
Qual seria o motivo desse descompasso brasileiro?
Provavelmente esteja na falta de qualidade dos nossos administradores públicos do passado, especialmente os aconselhados pelos nossos economistas ortodoxos (arcaicos, ultrapassados), que preferem aumentar as taxas de juros paga ao capitalistas e especuladores para que os empresários também tirem seus investimentos da produção para colocá-los na "Ciranda Financeira", provocando, assim, o desemprego em massa.
Por isso a "miséria grassa".