NOVA BANCARROTA NORTE-AMERICANA EM 2011
NA EUROPA A ESPANHA E A ITÁLIA TAMBÉM ESTÃO QUEBRADAS
São Paulo, 07/08/2011 (Revisada em 21/03/2024)
Estados Unidos da América e Países da União Europeia, PIGS - Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain), STUPID - Espanha, Turquia, Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales), Portugal, Itália e Dubai estão quebrados, falidos = Falência Econômica = Bancarrota. As Fraudes Contábeis e Financeiras das Multinacionais que se transferiram para sedes virtuais em Paraísos Fiscais e passaram a produzir em países asiáticos como China, Índia, Bangladesh, Malásia e outros em que é permitida a exploração da mão-de-obra em regime de semi-escravidão = Trabalho Escravo. Teoria Anarquista Neoliberal da Globalização dos Mercados, Especulação nas Bolsas de Valores, Mega-Investidores = Mega-Especuladores, Agências de Rating - de Classificação de Riscos, Risco Brasil versus Risco USA e Países Europeus.
Veja também:
Outras Notícias em Economia IG - Mercados - em 07/08/2011
Textos do site do COSIFe sobre A BANCARROTA NORTE-AMERICANA E DOS PAÍSES EUROPEUS:
1. MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO TENTAM EVITAR "SEGUNDA-FEIRA NEGATIVA"
Líderes de todo o mundo debateram medidas conjuntas para evitar onda de pessimismo global após rebaixamento da nota dos EUA.
Texto publicado por Economia IG - Mercados - oriundo da Agência de Notícias EFE (espanhola) em 07/08/2011, com anotações e comentários [em azul] por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
1.1. EM 2011 OS MEMBROS DO G-20 CONSEGUIRAM EVITAR O CALOTE IANQUE - ATÉ QUANDO?
Responsáveis de finanças das principais economias do mundo [que se encontram quebradas - em regime de bancarrota -] mantiveram neste fim de semana intensos contatos telefônicos para tentar evitar uma profunda crise nos mercados [em 08/08/2011], após o rebaixamento histórico da qualificação da dívida dos Estados Unidos e dos temores de uma recessão [grave principalmente nos Estados Unidos e nos mais importantes países europeus].
Os governos temem que a [verdadeira e inevitável] degradação da nota da dívida dos EUA anunciada [em 06/08/2011], após o fechamento dos mercados [financeiros globais], pela agência de classificação de risco [agência de rating] Standard & Poor's (S&P) atue como estopim para uma "segunda-feira negativa" nos mercados [financeiros altamente especulativos], cuja queda estaria motivada, segundo os especialistas, pela incerteza sobre a recuperação da economia mundial [em razão da falência dos Estados Unidos e dos principais países europeus].
A economia mundial a partir de 2011 só se recuperará com a estatização das grandes empresas que abandonaram seus países de origem e passaram a produzir em países asiáticos em que existe a possibilidade de exploração da mão-de-obra em regime de semi-escravidão, conforme já foi salientado em outros textos deste site do COSIFe.
Estatização foi o que o Presidente do Estados Unidos Barak Obama tentou fazer, mas foi impedido por enorme campanha publicitária de seus oposicionistas, os Neoliberais anarquistas.
Não conseguindo manter a artificial nota AAA dada à economia norte-americana, que de forma irresponsável dava aos credores daquele falido país a irreal segurança de que seus créditos seriam quitados, o que não é verdade, a S&P rebaixou a qualificação da economia dos EUA de AAA para AA+ e se trata da primeira e única vez que foi degradada a nota da dívida da primeira economia mundial (segundo os parciais economistas ortodoxos), enquanto os contatos telefônicos entre os líderes europeus e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começaram já na sexta-feira à noite, após uma semana péssima nos mercados financeiros meramente especulativos.
Na verdade, a nota dada em 2011 pela Agência de Rating mencionada ainda era enormemente otimista se considerássemos que as principais economias do mundo, excetuando-se a China, a Índia e o Brasil, estavam em situação calamitosa a exemplo daquela vivida pelo Brasil nas "Décadas Perdidas" de 1980 e 1990.
Por isso, é preciso que os países detentores de elevadas reservas monetárias em dólares façam o possível e o impossível para evitar que a moeda norte-americana venha a "VIRAR PÓ".
Isto significa que somente os países credores como Brasil podem evitar a total falência dos Estados Unidos tal como aconteceu com a Alemanha depois da primeira e da segunda Guerras Mundiais.
Em síntese, como já vinha alertando o site do COSIFe desde 2009, a situação do Estados Unidos, que já era muito ruim, ficou bem pior em 2011.
Razão: as principais empresas norte-americanas e europeias deserdaram de seus países de origem ao transferirem suas sedes virtuais para paraísos fiscais e ao passarem a produzir em países em que os trabalhadores não têm direitos trabalhistas e previdenciários.
Por isso tem-se afirmado que a única solução para esses países falidos seria a estatização das empresas chamadas de multinacionais.
Como providência complementar, seria necessário o fechamento dos mercados de derivativos das Bolsas de Valores entre outros como os de opções, de futuros e a termo que são meramente especulativos.
1.2. NOVA BANCARROTA DE PAÍSES EUROPEUS EM 2011
Na Europa os PIGS - Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain), que se incluem entre os STUPID - Espanha, Turquia, Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales), Portugal, Itália e Dubai, estão quebrados pelos mesmos motivos dos Estados Unidos = Excesso de Importações e Escassez de Exportações.
Esse desequilíbrio (negativo) entre exportações e importações provocou o elevado déficit no Balanço de Pagamentos que apresenta o resultado dos negócios de um país com o exterior.
Indiretamente, tal desequilíbrio externo também provocou déficit orçamentário interno que ocorre em razão da falta de arrecadação tributária vinda das grandes empresas (multinacionais) que se transferiram para paraísos fiscais e que passaram a produzir em países asiáticos.
Por sua vez, o conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) realizou neste domingo uma teleconferência de caráter extraordinário para discutir a compra de dívida soberana da Espanha e Itália, que sofreram ataques especulativos nas últimas semanas, disseram à EFE fontes financeiras em Frankfurt.
Enquanto isso, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, divulgaram um comunicado conjunto reforçando a importância de uma aplicação "rápida e completa" das medidas anunciadas pela Espanha e Itália para endireitar suas finanças e melhorar sua competitividade.
Sarkozy e Merkel defenderam também uma aplicação "rápida" dos acordos da cúpula europeia de 21 de julho de 2011 sobre o segundo resgate grego e a ampliação do fundo europeu de resgate.
O citado Fundo de Resgate é uma espécie de Fundo Garantidor de Débitos Estatais criado há pouco tempo pelo Banco Central Europeu.
No Brasil há décadas existe o Fundo Garantidor de Créditos junto aos bancos e demais instituições financeiras porque a partir de 1986 o Banco Central do Brasil deixou de assumir e resgatar os créditos dos investidores junto aos bancos e às demais instituições do sistema financeiro que foram liquidadas em razão de insolvência (pré-falência).
1.3. A ESPECULAÇÃO BURSÁTIL COM BASE NA BANCARROTA DE ESPANHA E ITÁLIA
Na sexta-feira passada [05/08/2011] o prêmio de risco da Espanha e Itália voltou a disparar acima dos 400 pontos básicos antes de fechar abaixo dos 375.
Esse citado índice do Risco Espanha é semelhante ao chamado Risco Brasil que no Governo FHC chegou a quase 3 mil pontos, o maior já acontecido no mundo inteiro até os dias atuais (neste caso, até 2018, quando foi feita esta revisão do texto original).
Em tese, o Risco Brasil atualmente é inferior ao dos Estados Unidos porque o Brasil tem o que exportar para o mercado internacional a preços competitivos e os Estados Unidos não tem, assim como não têm os países europeus.
1.4. O MAFIOSO BERLUSCONI E AS SUAS MEDIDAS IMPOPULARES (AUSTERIDADE SÓ PARA POBRES)
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, anunciou [em 05/08/2011] uma aceleração das medidas de austeridade e reformas econômicas no país, e disse que em sua conversa com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi acordado a realização de uma cúpula urgente do Grupo dos Sete (G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo) de Finanças, que a princípio estava prevista para 9 e 10 de setembro de 2011 em Marselha [França].
Tal como têm noticiado os meios de comunicação, as medidas de austeridade tomadas por governantes europeus têm retirado direitos sociais dos trabalhadores sem efetivamente combater as verdadeiras culpadas pelos desequilíbrios econômicos que são as classes mais endinheiradas com suas importações de supérfluos e as grandes empresas europeias que transferiram suas fábricas para países asiáticos em que podem explorar a semi-escravidão.
Ao contrário, o presidente Barak Obama dos Estados Unidos, depois de estatizar algumas empresas e bancos, propôs ao Congresso de seu país a aprovação de medidas para cobrança de impostos sobre as grandes fortunas e para manutenção de políticas assistencialistas às classes sociais menos favorecidas.
Por tais motivos, a política econômica adotada pelos Estados Unidos, de cunho socialista, tem mais possibilidade de surtir efeito positivo que a política de extrema-direita adotada pelos governantes europeus.
1.5. O GRUPO DOS 20 E A INSANA ESPECULAÇÃO NAS BOLSAS DE VALORES
O Ministério das Finanças da Coreia do Sul informou que no Grupo dos Vinte (G20, que reúne os ministros e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia que representa mais de 20 países) se buscava um consenso, enquanto um funcionário do mesmo explicou à agência local "Yonhap" que "se a declaração se emite de modo que aumente a confiança dos investidores em direção rumo aos bônus americanos, isso poderia contribuir para a estabilização do mercado".
Os telefonemas ocorrem após uma péssima semana nas principais bolsas europeias com quedas de 13,12% na de Milão; 12,89% na de Frankfurt, 10,73% na de Paris e 10% na de Madri, além de 7,75% do Dow Jones no mercado de Nova York, perante a crescente incerteza sobre a recuperação da economia global.
A tática dos mega-investidores, digo, mega-especuladores é a seguinte. Nas épocas de incertezas eles provocam artificialmente a queda das cotações nas Bolsas de Valores.
Assim, muitos dos pequenos e médios investidores passam a vender suas posições para que não tenham prejuízo ou para que não sofram mais prejuízos.
No momento seguinte, de baixas cotações, os mega-especuladores voltam a comprar para depois venderem suas posições aos investidores incautos quando as cotações estiverem novamente altas. Essas altas também são provocadas artificialmente.
Por tais motivos, defende-se o fechamento temporário das Bolsas de Valores em épocas de incertezas econômicas, para evitar a manipulação das cotações nos mercados financeiros pelos mega-especuladores, medida essa que foi sabiamente adotada em 07/08/2011 pelos dirigentes da Bolsa de Valores de Tel Aviv (em Israel).
1.6. A INCONSEQUENTE ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS
O representante na Europa da S&P, Jean-Michel Six, declarou à emissora "France Info" que a agência não prevê uma "reação ruidosa" a sua decisão, ao justificá-la alegando que "a fraqueza da recuperação econômica" e "fatores políticos" que põem em dúvida a eficácia da tomada de decisões nos EUA.
A fraqueza da recuperação econômica dos Estados Unidos está acontecendo em razão da ferrenha oposição dos neoliberais anarquistas às medidas socialistas em favor das populações menos favorecidas e de controle estatal das grandes empresas que Barak Obama queria implantar.
O chefe global de S&P, David Beers, em declarações à rede de televisão "Fox", tentou minimizar a importância do impacto nos mercados da degradação da nota dos EUA, e assegurou que o que mais preocupa os mercados é "a percepção global que a economia mundial poderia estar desacelerando".
Por sua parte, o diretor-geral de S&P, John Chambers, lembrou em declarações à emissora "ABC" que a agência de qualificação poderia anunciar uma segunda degradação da dívida dos EUA nos próximos seis a 24 meses se piorar a situação fiscal do país.
1.7. ISRAEL SUSPENDEU AS OPERAÇÕES DNA BOLSA DE VALORES DE TEL AVIV
Enquanto isso, a primeira reação ocorreu na sessão deste domingo, na Bolsa de Tel Aviv, que perdeu cerca de 7% e teve que suspender o pregão [equivale ao fechamento da Bolsa de Valores comentado acima] para amortecer a queda, antecipando a tensão que pode atingir os principais mercados do mundo naquela segunda-feira negativa de 2011.
Isto significou que a melhor medida saneadora seria a do fechamento de todas as Bolsas de Valores até que as demais medidas saneadoras governamentais estivessem consolidadas.
Na verdade, todos os países credores estavam preocupados em não deixar o dólar norte-americano virar pó.
Se isto acontecessem ou vier a acontecer, todos os países detentores de reservas monetárias em dólares, perderiam todo o resultado de suas exportações.
O dólar virando pó seria grave para o Brasil, assim como para Coeria do Sul, China, Rússia, Arábia Saudita, Taiwan, Japão e para outros países que têm suas exportação maiores que suas importações (= Superávit no Balanço de Pagamentos).
O dólar virando pó só interessa aos países como os Estados Unidos e os europeus que têm suas importações maiores que as exportações (= Défice no Balanço de Pagamentos)
2. STANDARD & POOR'S VÊ 1 EM 3 CHANCES DE NOVO REBAIXAMENTO DOS EUA
Texto publicado por Economia IG - Mercados - oriundo da Agência de Notícias Reuters em 07/08/2011
Reclassificação pode acontecer em um prazo de seis meses a dois anos, disse diretor-gerente da agênciaO diretor-gerente da agência de classificação de risco Standard & Poor's, John Chambers, afirmou neste domingo que existe uma em três chances de haver um novo rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos nos próximos seis meses a dois anos.
"Temos uma perspectiva negativa... de seis meses a 24 meses", disse ele a um programa do canal de TV ABC.
"E se a posição fiscal dos EUA se deteriorar mais ou se a contenção política se tornar mais arraigada, isso pode levar a um rebaixamento. A perspectiva indica pelo menos uma em três chances de rebaixamento nesse período".
Chambers disse que levará algum tempo para que os EUA recuperem a nota máxima de crédito "AAA".
"Exigiria uma estabilização da dívida como parte da economia e um eventual declínio. E exigiria, eu acho, maior habilidade para obter consenso em Washington do que vemos hoje", acrescentou.
A falta de consenso nos Estados Unidos existiu em 2011 porque os neoliberais anarquistas eram e ainda são contrários ao maior controle estatal sobre as empresas norte-americanas. Sem esse controle, mediante uma indireta estatização das principais empresas conhecidas como multinacionais, não há perspectiva de melhora para a economia estadunidense, nem dos países europeus.
Os Estados Unidos e a Europa precisam adotar um sistema de empresas estatais que, mesmo privatizadas, estejam sob o indireto controle estatal como vinha acontecendo no Brasil a partir de 2003.
Para possibilitar esse maior controle, foi sancionada no Brasil a Lei 12.380/2011 criando um "Fundo de Estatização" que será controlado (administrado) pelo Tesouro Nacional em substituição ao que vinha fazendo o BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento.
Ou seja, os governantes brasileiros a partir de 2003 vem pioneiramente tomando as medidas necessárias à manutenção da estabilidade econômica, deixando de lado as arcaicas teorias em que se baseavam os gestores de nossa política econômica de outrora.
Como disse Delfim Neto em novembro de 2009 no Programa Canal Livre da TV Bandeirantes, felizmente a "heresia" econômica de Lula no início de 2009 deu certo, quando disse que o povo devia comprar para que não perdesse o emprego.
Para facilitar as compras do povão, foram reduzidos impostos indiretos (incidentes sobre as mercadorias) e foi cedido crédito fácil e a longo prazo para produtos fabricados no Brasil.
Então, Temer e seus apoiadores resolveram transformar em inadimplentes todos aqueles que compraram a longo prazo durante os governos Lula e Dilma, mediante o desemprego em massa. E, assim, quebraram o Brasil, prejudicando a si próprios (mediante reprovação popular) por mero preconceito e segregação social contra os menos favorecidos.
Para nossa felicidade, naquela época em que o Brasil foi reconhecido como Potência Mundial, os gestores da nossa economia deixaram de lado os ditames das cartilhas econômicas ultrapassadas (escritas há vários séculos).
Ao contrário do que fizeram os incompetentes gestores do passado, a partir de 2003, especialmente Guido Mantega passou a usar a sua avançada capacidade de raciocínio lógico, sensato e inovador. Uma verdadeira heresia, se consideramos as teorias econômicas como dogmas, conforme assim admitiu Delfim Neto.
3. GOVERNO BRASILEIRO JÁ CONSIDERAVA REBAIXAMENTO DOS EUA
Possibilidade era cogitada em reuniões sobre medidas cambiais e incentivo à produção; novas intervenções podem ser feitas
Texto publicado por Economia IG - Mercados - oriundo de AE - Agência Estado em 06/08/2011, com comentários e anotações [em azul] por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
3.1. AS GRAVES CONSEQUÊNCIAS DO REBAIXAMENTO DA NOTA DE RISCO DE CRÉDITO IANQUE
Um eventual rebaixamento da nota de risco de crédito dos Estados Unidos e suas graves consequências para a economia global já vinham sendo considerados pela equipe econômica do governo do Brasil nas reuniões que deram formato final às medidas cambiais e de incentivo à produção nacional tomadas nas últimas duas semanas. Ainda assim, diante da concretização da revisão negativa pela agência Standard &Poor's, na última sexta-feira, novas intervenções poderão ser feitas.
De acordo com integrantes do Ministério da Fazenda, o impasse sobre a elevação do teto da dívida norte-americana pelo Congresso [empurrando o calote para gerações futuras], soluciona apenas o problema imediato que é o de evitar um calote [norte-americano]. Por isso, o ministro reforçou a necessidade de tomada de medidas mais pesadas e amplas para defender a economia brasileira diante de um cenário internacional que remete cada vez mais à crise na qual o mundo mergulhou no fim de 2008.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, só soube do anúncio da agência de rating no fim da noite de sexta-feira, após chegar a São Paulo, na noite do mesmo dia, procedente de Lima, no Peru, onde se reuniu com os demais ministros de finanças do continente sul-americano para discutir estratégias conjuntas para o enfrentamento da turbulência global. Diante da notícia, Mantega teria preferido se recolher durante o fim de semana para refletir sobre os próximos passos do ministério em relação ao retorno da crise financeira.
A avaliação na pasta ministerial é de que, com o rebaixamento de fato da nota dos EUA pela S&P, as incertezas nos mercados devem se agravar ainda mais nos próximos dias, com potencial de se espalharem rapidamente para outros países. Tanto que Mantega deve reunir sua equipe logo na segunda-feira para analisar a situação e planejar novas ações que possam blindar o País contra um novo aumento da especulação financeira, que tende a desaguar na entrada exagerada de dólares no Brasil.
Na realidade, exagerada entrada de dólares ocorrida já no governo Dilma Russeff, na prática se apresenta com menor Risco de ocorrência de turbulências econômicas e financeiras que as acontecidas nos Estados Unidos e nos Países Europeus que se encontravam em regime de bancarrota = insolvência = falência = moratória = calote da dívida externa e interna.
O verdadeiro problema era que as taxas de juros estipuladas pelos membros do COPOM - Comitê de Política Monetária eram muito elevadas e eles se negavam a reduzi-las rapidamente.
Essa exorbitante taxa de juros paga pelo Brasil sempre atraiu os especuladores internacionais desde as décadas perdidas de 1980 e 1990.
Muitos brasileiros transformaram suas riquezas em dólares, mediante a constituição de empresas em paraíso fiscais (Blindagem Fiscal e Patrimonial), para se garantirem de eventual calote brasileiro.
Porém, a partir de 2003 as expectativas inverteram. De país com mais alto risco para investimentos em 2002, já em 2006 o Risco Brasil era inferior ao Risco USA.
3.2. O PROBLEMA ENFRENTADO COM O ALTO "RISCO USA" MAIOR QUE O "RISCO BRASIL"
"Temos de tomar precauções para proteger a nossa economia, mas vamos ter de dar um jeito de não deixar o País parar", afirmou um assessor de Mantega.
Ele destacou que as últimas medidas de controle de derivativos criaram instrumentos importantes para conter a variação cambial, mas lembrou que tão importantes como as ações de defesa são as medidas de estímulo a setores cruciais da economia, incluídas no chamado Plano Brasil Maior.
Esse cordão de isolamento se faz necessário porque, como o próprio ministro estima, as crises fiscais que se arrastam nos EUA e principalmente na Europa ainda devem impedir o crescimento da economia mundial nos próximos dois ou três anos. Por isso, avalia a fonte, Mantega poderá ter que lançar mão de seu propalado "arsenal de medidas", inclusive repetindo parte das ações de estímulo adotadas na crise de crédito que estourou no fim de 2008, mas que já voltaram ao armário. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, citou publicamente essa possibilidade na última quinta-feira, antes mesmo do rebaixamento da nota americana.
De qualquer maneira, a Fazenda mantém sua avaliação de que o Tesouro norte-americano tem plenas condições de honrar seus compromissos, a despeito da reavaliação de rating pela S&P. O Brasil é um dos principais credores dos EUA, com a maior parte das nossas reservas internacionais investidas em papéis daquele país.
"Eles estão tomando a pílula amarga que outros países sempre tomaram, que nós também já tomamos" principalmente nas "décadas perdidas" de 1980 e 1990 em que governaram o Brasil os presidentes Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar Franco e FHC, este ultimo em dois mandatos. Agora, "a capacidade de financiamento da dívida não é o problema, mas sim os efeitos da crise da recuperação econômica", concluiu o assessor.
Na realidade aqueles países desenvolvidos não têm como pagar suas dívidas, porque a dívida dos países só pode ser paga com reservas monetárias. E, para que os países tenham essas reservas monetárias, é preciso que suas exportações sejam maiores que suas importações.
Como não têm reservas naturais, os países chamados de desenvolvidos precisam explorar o neocolonialismo para que possam ter as matérias-primas necessárias às suas exportações.