OS MITOS DEFENDIDOS PELOS CAPITALISTAS SOBRE A UNIÃO EUROPEIA
AS FALSAS EVIDÊNCIAS DA ECONOMIA MUNDIAL
São Paulo, 17/11/2012 (Revisado em 20-03-2024)
Mercados Financeiros e de Capitais Especulativos, Derivativos Financeiros, Especulação, Ciranda Financeira, Manipulação de Cotações, Crimes Contra Investidores, Fraudes no Orçamento Nacional em Benefício do Grande Capital, Poderio Econômico Contra os Menos Favorecidos, Incautos, Austeridade Econômica dos Trabalhadores. Divida Interna e Externa, Déficits, Balanço de Pagamentos, Importações e Exportações.
Veja também:
1. OS MITOS DEFENDIDOS PELOS CAPITALISTAS SOBRE A UNIÃO EUROPEIA
No "Blog do Emir" no site CartaMaior, postado por Emir Sader em 10/11/2012, encontra-se o seguinte título:
2. AS FALSAS EVIDÊNCIAS DA ECONOMIA MUNDIAL
Na foto que retrata um movimento popular, em destaque há uma faixa em que se lê:
O CAPITALISMO NÃO ESTÁ TRABALHANDO
Com essa frase, originalmente em inglês, os economistas progressistas estão afirmando que os capitalistas querem ganhar dinheiro na especulação financeira (ciranda financeira) sem nada produzir. Na mesma faixa da foto, em seguida há a retratação gráfica (artística) de uma enorme e sinuosa fila de desempregados e a frase:
"Outro mundo é possível".
Obviamente há um outro mundo possível sem esse modelo de capitalismo neoliberal que destruiu os países desenvolvidos.
Alguém afirmou: os Capitalistas estão matando o Capitalismo.
3. O CAPITALISMO NÃO ESTÁ TRABALHANDO
Na página do mencionado blog, em que está a referida foto, em seguida vem o texto:
O Manifesto de economistas franceses preocupados com a atual ordem econômica mundial lista uma série de falsas evidências sobre a economia internacional (Manifeste d’economistes aterrés, Les liens qui liberent, Paris, 2010). As frases têm as seguintes afirmativas:
Agora veja a reprodução das mentiras acima relacionadas acompanhadas das respectivas verdades, colocadas por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE, para que fiquem mais claras as intenções dos economistas progressistas franceses contrários aos meramente especulativos mercados financeiros e de capitais:
3.1. Os mercados financeiros são eficientes (MENTIRA)
3.1.1. MANIPULANDO A OPINIÃO PÚBLICA
Na verdade, com o apoio dos meios de comunicação (mídia) os profissionais dos mercados financeiros são eficientes manipuladores da opinião pública somente com a finalidade de iludir os incautos investidores, geralmente os menos favorecidos, que são chamados de pequenos investidores.
3.1.2. A FUNÇÃO DOS PARAÍSOS FISCAIS
Nas crises, como a que se arrasta desde 2008, os ganhadores se escondem em paraísos fiscais e os perdedores vagam por aí chorando suas perdas.
Nos States o movimento Occupy Wall Street clamava pela intervenção governamental nos mercados financeiros de Nova Iorque exatamente porque seus agentes (os profissionais do mercado) agiam como delinquentes (criminosos), prejudicando principalmente os pequenos investidores.
Veja o texto Wall Street e os Crimes Contra Investidores. Semelhante movimento foi instituído na Europa.
3.1.3. OS MEGA-ESPECULADORES SEMPRE GANHAM
As notícias divulgadas pelos meios de comunicação (pelos mercenários da mídia) levam os pequenos investidores a crerem que todos perderam, o que não é verdade. Os mega-especuladores sempre ganham. Vendem na alta, quando o povão está entrando no mercado, e compram na baixa, quando o povão está saindo em razão de suas acentuadas perdas.
Para que poucos sempre ganhem, é preciso que muitos incautos sempre percam. É semelhante a compra de um gasparinho (a menor fração de um bilhete de loteria). Como em cada cinco bilhetes um é premiado, o apostador pode ir acumulando gasparinhos até ter um bilhete inteiro. De repente, não mais está entre os ganhadores e, assim, perde o acumulando.
3.1.4. PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS
Na verdade os mercados financeiros são conduzidos por pessoas que nunca perdem. Mesmo as instituições do sistema financeiro falidas, já desviaram e esconderam seus respectivos patrimônios em paraísos fiscais. Seus ganhos patrimoniais são transferidos para empresas fantasmas lá constituídas. Os prejuízos ficam com seus clientes (investidores) e fornecedores. É o que chamam de privatização dos lucros e socialização dos prejuízos.
3.1.5. NOVAMENTE OS PARAÍSOS FISCAIS
Sobre o dinheiro escondido em paraísos fiscais, veja o texto sobre A Crise de Insolvência dos Países Europeus em que se comenta a impossibilidade desses países manterem o "muito elevado" IDH - Índice de Desenvolvimento Humano de seu Povo, visto que pouco têm a exportar para pagamento de suas elevadas importações.
3.2. Os mercados financeiros são favoráveis ao crescimento econômico (MENTIRA)
3.2.1. INVESTIR NA PRODUÇÃO VERSUS APOSTAR NA ESPECULAÇÃO
Se fosse verdade essa afirmativa em negrito, os agentes do mercado financeiro investiriam na produção e não na especulação. Viver de blefes e apostas é o que mais fazem, da mesma forma como faz todo aventureiro que arrisca seu dinheiro num cassino.
É sabido que a quase totalidade dos negócios realizados nas Bolsas de Valores e de Mercadorias e Futuros é meramente especulativa. Muitos usam o mercado de capitais para fazer suas apostas como se estivessem num jogo de pôquer.
3.2.2. AS EMPRESAS E SEUS CUSTOS MEGALOMANÍACOS
Os banqueiros e as grandes empresas (seus executivos e acionistas controladores) preferem gastar na ostentação dos seus megalomaníacos sonhos de consumo, exibindo seus sinais exterior de riqueza. Ninguém quer investir na produção para ser vendida em lojas populares. Esse investimento na produção é necessário à criação de empregos para que seja reduzida a pobreza e a criminalidade. Mas, os inescrupulosos empresários preferem a perpetuação da segregação social causadora do enorme abismo (ou da intransponível muralha) existente entre pobres e ricos.
3.2.3. OS EXECUTIVOS E OS SEUS CRIMES FINANCEIROS
Sobre os crimes cometidos pelos mais importantes executivos dos países desenvolvidos, veja o texto A Crise dos Banqueiros e Demais Empresários do Primeiro Mundo em que se destaca a manipulação das taxas de juros pelos executivos do banco Barclays, na Inglaterra.
3.3. Os mercados são bons juízes sobre a solvência dos Estados (MENTIRA)
3.3.1. DÍVIDA EXTERNA (BALAÇO DE PAGAMENTOS)
A solvência dos Estados Nacionais, ou seja, a liquidez dos Países só acontece quando possuem reservas monetárias superiores às suas respectivas dívidas externas. A iliquidez (o déficit) geralmente acontece porque as importações de supérfluos feitas pelas classes sociais mais ricas é maior que as exportações do País.
Assim ocorrendo, haverá déficit no Balanço de Pagamentos (falta de reservas monetárias). A falta dessas reservas monetárias obriga que o governo contraia empréstimos externos, tal como acontecia no Brasil desde os governos militares e principalmente durante o Governo FHC.
O mesmo vem acontecendo na Europa e nos Estados Unidos desde a década de 1970, culminando com a bancarrota em 2008, a partir de quando ficou mais evidente o fracasso do capitalismo neoliberal, que preconiza a globalização da produção e a autorregulação dos mercados sem qualquer controle governamental. Na verdade, o neoliberalismo prega o anarquismo, prega o antinacionalismo e o antipatriotismo.
Portanto, como os mercados de derivativos financeiros e de commodities são meramente especulativos, assim como são as movimentações dos capitais internacionais abrigados em paraísos fiscais, nenhum benefício trazem à solvência dos Estados Nacionais. São apenas paliativos porque tais capitais são extremamente voláteis. Desaparecem rapidamente durante as crises, sem deixar vestígios, deixando as nações completamente insolventes, na bancarrota.
3.3.2. DÍVIDA INTERNA (ORÇAMENTO NACIONAL)
Por sua vez, a dívida interna geralmente existe em razão da insuficiência de arrecadação tributária ou pela fuga de capitais do setor produtivo para paraísos fiscais. Isto é, a divida interna existe quando os ganhos dos capitalistas e das empresas não estão sendo suficientemente tributados, quando o total dos tributos arrecadados não é suficiente para a manutenção do Estado e para a implementação de seu desenvolvimento econômico e social.
Nos momentos em que a taxa de juros paga pelo governo é elevada e o montante dos juros pagos é bem maior que a metade do arrecadado com tributos, pouco dinheiro sobrará para ser investido no desenvolvimento nacional. Assim, grande parte do arrecadado é usado para pagamento aos capitalistas na forma de juros sobre o seus investimentos em títulos públicos.
3.3.3. A ATUAÇÃO DOS GESTORES DA POLÍTICA ECONÔMICA E MONETÁRIA
As dívidas interna e externa são essencialmente aumentadas pelo excessivo pagamento de juros aos capitalistas, muitas vezes sob o falso pretexto de que se está combatendo a inflação.
Veja o texto sobre A Ilegal Atuação do COPOM - Comitê de Política Monetária que no Brasil sempre defendeu os interesses mesquinhos dos detentores do Grande Capital.
Em nosso passado é fácil observar que a inflação era galopante somente nos períodos em que as empresas não estivam produzindo o suficiente para abastecimento das necessidades mínimas ou as ganâncias dos consumidores, especialmente do trabalhadores, que sempre são acusados de causadores das crises porque recusam a trabalhar em regime de semiescravidão.
Havendo escassez, o consumidor passa a pagar ágio para obter o que precisa ou o que almeja. Assim, passa a pagar mais caro pelo que necessita comprar e também pelos seus supérfluos sonhos de consumo.
Outra razão da existência da dívida interna está na teoria econômica de que o governo deve emitir títulos públicos para enxugar o meio circulante, fazendo a chamada política monetária. Segundo a teoria econômica, repetindo o escrito de outro modo, o governo deve emitir títulos para tirar dinheiro de circulação, o que, em tese, evitaria a inflação.
A pertinente teoria econômica diz que o excesso de dinheiro em circulação gera inflação, o que não uma verdade absoluta. O excesso de dinheiro em circulação gerará inflação se não houver o que consumir.
Havendo bens de consumo a serem comprados, a arrecadação dos impostos incidentes e o depósito compulsório recolhido pelos bancos aos cofres do Banco Central, automaticamente enxugam o excesso de dinheiro em circulação. Assim, não será necessário o pagamento de elevados juros aos capitalistas. O problema é que os economistas sempre preferem agradar os seus patrões.
Só não haverá produção suficiente quando os empresários estiverem desviando seu capital de giro (ou capital de movimento, de produção) para a especulativa ciranda financeira.
Então, tal como está acontecendo nos Estados Unidos e na Europa a partir de 2011, para alimentar a ciranda financeira, além de aumentar os juros, o governo gera desemprego para que os trabalhadores deixem de consumir. Esta foi a teoria aplicada no Brasil durante o Governo FHC até 2002. Essa sempre foi a fórmula utilizada no combate à inflação. Os penalizados são sempre os trabalhadores.
Os governantes europeus não querem que a população consuma porque os grandes empresários daqueles países fecharam suas empresas e foram produzir na Ásia. Desse modo, não tendo o necessário no seu dia a dia, os trabalhadores passaram a comprar produtos importados, piorando a Dívida Externa.
Mas, os endinheirados europeus continuam importando os supérfluos que bem quiserem, sem quaisquer restrições governamentais, da mesma forma como também acontecia no Brasil durante o Governo FHC.
3.4. A crise das dívidas públicas é resultado de um excesso de despesas (MENTIRA)
PRECISAMOS REDUZIR OS GASTOS PÚBLICOS
Repetem constantemente a frase intitulada todos aqueles que pelas ruas acintosamente exibem os seus sinais exteriores de riqueza. São os principais sonegadores de tributos.
As despesas governamentais (gastos públicos) geralmente são as mínimas necessárias a manutenção de um País. Os orçamentos públicos não podem prever despesas superiores às receitas previstas. Então, os déficits acontecerão quando houver sonegação fiscal pela classe social mais endinheirada.
Por isso, diz-se que o grande problema está na sonegação fiscal, na evasão de divisas, na lavagem de dinheiro, que são crimes correlacionados.
Os maiores sonegadores são sempre os empresários e os demais capitalistas que apenas vivem do rendimento das aplicações de capital. Estas são menos tributadas que as atividades produtivas e proporcionam lucros certos com menores riscos.
Os produtores correm maiores riscos e, no caminho percorrido desde a produção até o consumidor, sempre estão os endinheirados intermediários. Estes são os que mais lucram sem que se empenhem em produzir.
No Brasil os déficits internos aconteciam principalmente por causa das altíssimas taxas de juros pagas como rendimentos aos investidores em títulos públicos.
Durante o Governo FHC as taxas de juros chegaram a 46% ao ano, enquanto que em 2012 eram inferiores a 8% ao ano. Ao povo a caderneta de poupança sempre pagou apenas 6% ao ano.
Logo, naquela época das altas taxas de juros, as pertinentes despesas eram muitas vezes superiores as de agora. Por esse motivo em 2012 sobrava dinheiro para ser investido no desenvolvimento nacional.
Veja o texto denominado Queremos a Redução dos Gastos Públicos.
3.5. É preciso reduzir as despesas para reduzir a dívida pública (MENTIRA)
3.5.1. A DÍVIDA PÚBLICA INTERNA
A Dívida Pública Interna só pode ser reduzida mediante o combate à sonegação fiscal e aos demais crimes financeiros, com o consequente aumento da arrecadação tributária. Foi o que fez o Governo Lula a partir de 2003.
Se o combate à sonegação fiscal não for suficiente, devem ser aumentados os tributos incidentes sobre os mais ricos, tal como quer fazer depois de reeleito Barack Obama nos Estados Unidos.
Veja o texto: Rico é Menos Taxado no Brasil do Que na Maioria do G-20.
3.5.2. A DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA
A Dívida Pública Externa só pode ser reduzida com o aumento das exportações de forma que sejam sempre maiores que as importações.
O Balanço de Pagamentos precisa ser suficientemente positivo durante todo período em que a dívida externa exista, para que sejam acumuladas as reservas monetárias necessárias à liquidação da dívida.
O aumento dos investimentos externos não resolve o problema dos países devedores porque também se torna dívida. É apenas um paliativo que alonga o prazo de pagamento da dívida existente. Paga-se uma dívida atual (vencida), mas assume-se outra de mesmo valor para pagamento futuro. Vai-se empurrando com a barriga, como diz o dito popular.
3.5.3. O CAPITAL VOLÁTIL
Por sua vez, os investimentos de curto prazo a qualquer momento podem ser resgatados pelos investidores estrangeiros. Por esse motivo diz-se que são capitais voláteis. Desaparecem com rapidez, criando uma nova bancarrota (insolvência, iliquidez).
A globalização dos mercados financeiros e autorregulamentação destes pelos seus profissionais permite que essa movimentação do capital volátil aconteça mais rapidamente.
3.5.4. A FUNÇÃO DOS CORRETORES DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
Quando mais vezes girar esse dinheiro especulativo, mais comissões e corretagens receberão as empresas corretoras de títulos e valores mobiliários.
Para a busca desse dinheiro momentaneamente salvador da bancarrota, os dirigentes dos bancos centrais aumentam as taxas de juros que cada vez mais beneficiam exclusivamente os especuladores e os magnatas escondidos em paraísos fiscais.
3.5.5. JUROS: O ÚNICO GASTO PÚBLICO QUE DEVE SER REDUZIDO
Portanto, o único gasto público que deve ser drasticamente reduzido é o do pagamento dos juros da dívida pública, para que essa redução desestimule a especulação financeira.
Não tendo como ganhar com a especulação, os corretores do mercado financeiro passam a buscar dinheiro para ser investido na produção. Por isso é importante a redução das taxas de juros.
De outro lado, o rendimento do capital sendo menor, os capitalistas deixam de gastar de forma nababesca na megalomaníaca ostentação de suas respectivas riquezas. Sem esses gastos megalomaníacos dos capitalistas, ficam automaticamente reduzidos os custos de produção dos bens e alimentos consumidos pela população de modo geral.
3.6. A dívida pública remete o preço dos nossos excessos sobre os nossos netos (MENTIRA)
3.6.1. OS ENCARGOS ATRIBUÍDOS AOS NOSSO NETOS
Será verdadeira essa afirmativa se os governantes de agora nada fizerem para reduzir a dívida interna e externa de seus países. É o que está acontecendo na Europa. Estão empurrando os déficits com a barriga, para que o problema seja resolvido no futuro.
3.6.2. DEVEM SER COMBATIDOS OS VERDADEIROS CAUSADORES DAS CRISES
Na Europa não está acontecendo o verdadeiro combate aos causadores da crise, que são os empresários, os capitalistas, os especuladores e os profissionais do mercado financeiro. Em suma, as culpadas pela crise são as classes sociais mais ricas.
Os governantes dos países desenvolvidos, subornados por essas classes sociais detentoras do grande capital, estão colocando a culpa nos trabalhadores quando a culpa é dos lobistas corruptores, contratados pelos endinheirados. Os trabalhadores não têm dinheiro suficiente para contratação de lobistas, nem para pagamento de propina aos corruptos.
3.6.3. COMBATE À SONEGAÇÃO FISCAL DOS ENDINHEIRADOS
Como foi mencionado, a dívida interna só pode ser reduzida mediante o combate à sonegação fiscal ou com o aumento de tributos das classes sociais superiores. O aumento dos tributos pagos pelos seus patrões é o que os bem remunerados lobistas tentam impedir. Também brigam pelo aumento das taxas de juros que apenas favorecem seus patrões.
3.6.4. A SAÍDA É PRODUZIR PARA EXPORTAR
Por sua vez, como também já foi mencionado, a divida externa será paga exclusivamente com o aumento das exportações e a diminuição das importações de produtos supérfluos que são vendidos nas lojas frequentadas somente pela elite econômica e intelectual.
Porém, exportar para quem?
Nos países desenvolvidos as populações, diante da chamada de POLÍCIA DE AUSTERIDADE que somente os menos favorecidos estão obrigados a obedecer, estes já não estão ganhando o suficiente para consumir como antes. Assim sendo, aliado ao grande índice de desemprego provocado no Brasil pelos inimigos dos trabalhadores que apoiaram o Golpe Institucional de Michel Temer, nos países do tido como grupo G-20 (que na verdade tem mais de 40 países) não mais haverá para quem vender.
3.7. É preciso garantir os mercados financeiros para poder financiar a dívida pública (MENTIRA)
3.7.1. ESSA A MAIOR DAS MENTIRAS
Os aplicadores nos mercados financeiros e de capitais apenas de beneficiam dos juros da dívida pública assumida para tirar dinheiro de circulação.
Logo, o pagamento de juros sobre essa falsa dívida interna pode ser um gasto inútil, se considerarmos que os Estados Unidos não têm condições de saber quantos dólares estão em circulação em seu território. Grande parte dos dólares norte-americanos estão circulando no estrangeiro. Eles não têm condições de saber quanto é o montante que circula dentro e fora dos Estados Unidos.
3.7.2. FINANCIAMENTO DO DÉFICIT INTERNO
A dívida interna só deve ser gerada para o eventual financiamento de déficits no orçamento nacional, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
Com a falta de arrecadação tributária em razão do alto índice de Desemprego, obviamente o endividamento para cobrir os déficit orçamentários será imenso, para felicidade dos rentistas adeptos da chamada de FINANCEIRIZAÇÃO.
3.7.3. O GOVERNO COMO PRINCIPAL CAPITALISTA
A dívida pública só seria benéfica ao desenvolvimento nacional se o governo captasse o excesso de dinheiro em circulação para investir em empresas públicas (conhecidas como estatais) ou para controlar empresas privadas quebradas (mal administradas), que se tornariam empresas de economia mista.
Isto é, o governo deveria operar como um verdadeiro capitalista, que teria a obrigação de investir no desenvolvimento nacional e nunca na especulação financeira.
3.7.4. AS MOLAS MESTRAS DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL
Essas empresas governamentais seriam as molas mestras do desenvolvimento nacional tal como foram durante os governos brasileiros anteriores a 1990. O maior controle da economia por intermédio de empresas estatais é o que novamente passou a ser feito a partir de 2003. Por isso o Brasil progrediu e se tornou a 6ª potência mundial. Em 2002 o Brasil estava na 15ª posição.
Tal sistema de controle da economia por intermédio de empresas estatais foi utilizado na Itália desde o fim da segunda guerra mundial até quando os mafiosos tomaram o poder (com Sílvio Berlusconi em 1994). A partir dali foram privatizadas as empresas controladas pelo governo por intermédio do IRI - Instituto para Reconstrução Industrial (órgão estatal).
O mesmo tipo de privatização destruidora do patrimônio nacional aconteceu nos demais países europeus. Por esse motivo, agora estão falidos.
Veja o texto sobre a constituição no Brasil do Fundo de Investimento do Tesouro Nacional, que permitirá o perfeito controle da economia brasileira mediante a compra de ações de empresas em dificuldade, o que também permitirá ao governo a perfeita administração das empresas sem os excessos megalomaníacos de seus dirigentes privados (os PRIVATAS - piratas ou corsários das privatizações).
3.8. A União Europeia defende o modelo social europeu (MENTIRA)
O modelo social europeu continua sendo perseguido pelos países que têm governos socialistas, monárquicos, parlamentaristas ou presidencialistas.
Os países que adotaram o capitalismo neoliberal são os que estão enfrentando a bancarrota e a elevada margem de desemprego, com a consequente criação de miséria e criminalidade.
Parece mentira, mas, existem regimes monárquicos socialistas na Europa. Essa foi a forma que os monarcas encontraram para se manterem no poder.
A monarquia inglesa abandonou o socialismo quando resolveu privatizar as suas empresas estatais. O mesmo aconteceu com os demais países europeus que enfrentam a bancarrota.
Veja o texto do Prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, publicado em 2010 nos Estados Unidos e reproduzido no Brasil, em que comenta o fato de os países socialistas escandinavos não estarem enfrentando dificuldades econômicas. Leia em Verdades Sobre a Crise Mundial Provocada pelos Neoliberais.
Veja também o texto A Lição Democrática da Islândia, que optou pela não ajuda aos banqueiros, o que resultou na falência de todos os bancos daquele País, ficando em atividade apenas um banco estatal.
3.9. O euro é um escudo contra a crise (MENTIRA)
O euro em parte foi o causador da crise europeia porque, embora a soma dos territórios dos países da União Europeia seja semelhante ao tamanho territorial do Brasil, as culturas e os idiomas na Europa são divergentes. E os problemas regionais também são diferentes, como no Brasil.
A principal diferença entre o Brasil e a União Europeia é que o governo federal brasileiro subsidia os déficits dos mais pobres estados da federação e dos municípios (principalmente os do norte e nordeste).
Os países europeus não querem subsidiar os países vizinhos que estão enfrentando problemas econômicos, mesmo porque poucos são os que não têm problemas financeiros.
Na União Europeia os países ainda não se consideram como Estados participantes de uma única federação, em que os mais ricos têm a obrigação de subsidiar os mais pobres. Na verdade os países mais ricos querem transformar os mais pobres em colônias econômicas (neocolonialismo).
De modo contrário à Unificação Europeia, algumas repúblicas federativas se desmantelaram, como aconteceu com a antiga Iugoslávia e com o país tcheco-eslovaco. Suas populações não se entendiam em razão do racismo e do extremismo religioso.
Na Europa sempre aconteceram as guerras entre vizinhos, tal como acontece na África. A união das repúblicas socialistas soviéticas (URSS ou CCCP) também se desmantelou, criando o caos econômico e social naquela região de influência russa.
Até os paraísos fiscais europeus estão enfrentando dificuldades econômicas porque em todos eles as importações são superiores às exportações e os seus investimentos no exterior, em razão da crime econômica, não estão rendendo o suficiente para o equilíbrio monetário em seus respectivos Balanços de Pagamentos que não são publicados para que não sejam revelados os seus credores privados, os quais obtiveram suas riquezas na ilegalidade, mediante a realização dos chamados de Negócios Escusos da mais variada ordem.
3.10. A crise grega finalmente permitiu avançar para um governo econômico e uma verdadeira solidariedade europeia (MENTIRA)
Assim como os governantes de outros países europeus que enfrentam a bancarrota, o governo grego está cedendo às imposições dos detentores do poderio econômico que querem equiparar os trabalhadores europeus aos chineses que não têm direitos sociais (trabalhistas e previdenciários).
Agindo dessa forma, os gregos e os demais governantes europeus estão cedendo à tese defendida pelos economistas ortodoxos (extremistas de direita) laureados com o Prêmio Nobel de 2010 que defendem a tese da extinção dos diretos sociais dos trabalhadores, porque seriam estes os causadores das crises em razão do excesso de consumo popular.
Sobre esse proposto retorno à escravidão, leia os comentários de um economista brasileiro, funcionário do Banco Central do Brasil, no texto intitulado Reforma Trabalhista - Caminhando para o Trabalho Escravo.
4. CONCLUSÃO
Por Américo G Parada Fº - Coordenador do site COSIFe.
Na verdade os governantes europeus estão mais interessados em manter o "status" das classes sociais economicamente dominantes do que propriamente interessados em resolver os problemas conjunturais e estruturais enfrentados pelo Povo.
Estão querendo voltar aos tempos do Feudalismo em que todos os trabalhadores eram escravos do Senhor Feudal, como também acontecia durante o Coronelismo no Brasil.
Tanto o governo norte-americano quanto os governantes europeus devem colocar em funcionamento as empresas que fecharam suas portas e passaram a produzir nos países em que é permitida a exploração dos trabalhadores em regime de semiescravidão.
Para que essa nova ordem econômica, rigidamente controlada por governos populares, seja coroada de êxito, torna-se necessária a proibição da importação de bens de consumo produzidos pelas empresas evadidas, aquelas que foram desativadas nos Estados Unidos e na Europa.
Na realidade, as próprias empresas evadidas dos países desenvolvidos já devem ter percebido que deram um tiro em si mesmas, cometendo o suicídio. É o capitalista matando o capitalismo.
Obviamente, essas empresas evadidas não mais conseguirão exportar para os seus países de origem porque em breve não mais terão consumidores em razão da grande massa de desempregados e da consequente transferência dos empobrecidos para a economia informal e para a criminalidade, tal como aconteceu no Brasil durante o Governo FHC.
Depois de acostumados com a nova forma de vida, torna-se difícil trazê-los de volta à economia formal, porque a falta de aperfeiçoamento técnico ou científico, por terem sido abandonados pelo governo, não lhes permitirá conseguir novos empregos.
Por fim, ao optarem pelos paraísos fiscais, tais empresas evadidas dos países desenvolvidos estão matando as galinhas dos ovos de ouro do capitalismo, que são os consumidores.