Ano XXVI - 21 de novembro de 2024

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VERDADES SOBRE A CRISE MUNDIAL PROVOCADA PELOS NEOLIBERAIS



VERDADES SOBRE A CRISE MUNDIAL PROVOCADA PELOS NEOLIBERAIS

PARA AS MULTINACIONAIS, CAPITAL NÃO TEM PÁTRIA

São Paulo, 12/11/2011 (Revisado em 13-03-2024)

Comentário de Paul Krugman: Mitos sobre a Crise Mundial Provocada pelas Multinacionais Norte-Americanas e Europeias da Zona do Euro, Teoria Anárquica dos Neoliberais, Anarquismo, Especulação Financeira, Neocolonialismo, Empresas Apátridas, Teoria Escravocrata dos Agraciados com o Prêmio Nobel de Economia em 2010, Redução dos Direitos Sociais - Reforma Trabalhista e Previdenciária - Escravismo ou Semiescravidão, Trabalho Escravo, Planejamento Tributário, Sonegação Fiscal, Lavagem de Dinheiro, Blindagem Fiscal e Patrimonial, Ocultação de Bens Direitos e Valores em Paraísos Fiscais - as Ilhas do Inconfessável, Déficit Orçamentário e Déficit no Balanço de Pagamentos - Importações maiores que as Exportações. Dívida Externa - Bancarrota - Falência Econômica. Crise de Insolvência dos Países Europeus.

Índice para os textos desta página:

  1. PARA AS MULTINACIONAIS, CAPITAL NÃO TEM PÁTRIA
  2. A FUGA DAS MULTINACIONAIS PARA A ÁSIA
  3. MULTINACIONAIS EXPLORANDO A ESCRAVIDÃO
  4. COMENTÁRIO: MITOS SOBRE A CRISE (PROVOCADA PELOS NEOLIBERAIS)
  5. CONCLUSÃO
  6. OS PARAÍSOS FISCAIS SÃO A SOLUÇÃO

PARA AS MULTINACIONAIS, CAPITAL NÃO TEM PÁTRIA

Por Américo G Parada Fº - Contador CRC-RJ 19750

Segundo os neoliberais anarquistas, "capital não tem pátria". Com base nessa premissa os consultores econômicos das grandes empresas aconselham seus riquíssimos patrões (os acionistas controladores) a evitarem o pagamento de tributos mediante um planejamento tributário que se confunde com a sonegação fiscal.

Veja informações complementares em Contabilidade Criativa (Contabilidade Fraudulenta),

A principal alternativa para os que pretendem sonegar tributos é a transferência de seus bens para empresas de fachada ("empresas fantasmas"), constituídas em paraísos fiscais cartoriais, aqueles que apenas registram empresas offshore. Através destas "ilhas do inconfessável", é efetuada a blindagem fiscal e patrimonial que consiste na ocultação de bens, direitos e valores, que no Brasil foi chamada de "lavagem de dinheiro" obtido na informalidade, segundo a Lei 9.613/1998.

Os mencionados neoliberais anarquistas também são contrários a qualquer tipo de controle da economia pelos governantes das nações, razão pela qual são partidários da autorregulação do mercado pelos mesquinhos detentores do poderio econômico.

Em razão do descompassado mundial causado pelas multinacionais neste século XXI, alimentado pela especulação imobiliária (principalmente nos "States") e nas Bolsas de Valores e de Mercadorias (Veja o texto sobre o Occupy Wall Street), estão acontecendo as insolvências (bancarrota ou falência econômica) de vários países europeus.

A maior das falências econômicas aconteceu nos Estados Unidos da América, que gerou a Crise Mundial de 2008. Em 2011 os ianques quebraram novamente, agravando os problemas enfrentados pelos países europeus.

Veja o texto sobre os Reflexos da Falência Econômica dos Ianques em 2011.

A FUGA DAS MULTINACIONAIS PARA A ÁSIA

A fuga das empresas multinacionais para a Ásia provocou a redução na arrecadação de tributos nos Estados Unidos e na Europa, gerando déficit interno - no Orçamento Nacional nos países afetados.

Por sua vez, tal como aconteceu no Brasil durante o governo FHC, a falta de produção interna provocou o aumento das importações e a diminuição das exportações, gerando déficit no Balanço de Pagamentos.

Os citados déficits foram cobertos com a obtenção de empréstimos externos fornecidos pelo FMI e por outros órgãos internacionais.

Assim, o pagamento de juros, embora inferiores aos pagos pelo governo brasileiro, provocou a bancarrota norte-americana e a dos países europeus (Portugal, Espanha, Irlanda, Islândia, Grécia, Itália, entre outros que também vêm enfrentando graves problemas econômicos, como no Reino Unido, por exemplo, que afetou os seus países-membros: Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e Gales).

MULTINACIONAIS EXPLORANDO A ESCRAVIDÃO

Ainda com base nas teorias neoliberais, muitos dos acionistas controladores das grandes empresas defendem o retorno da escravidão. Como não há a possibilidade de exploração direta da escravidão, mediante a alteração da Constituição (Carta Magna) dos Países, querem uma reforma trabalhista e previdenciária que minimize os direitos sociais dos trabalhadores para que possam explorar algo que poderia ser definido como semiescravidão, tal como já acontece em países asiáticos e também nos africanos. Alguns empresários inescrupulosos fazem o mesmo no Brasil e em outros países da América Latina.

Veja explicações complementares nos textos:

  1. A Terceirização da Produção e Trabalho Escravo - 2011
  2. Desmatamento e Trabalho Escravo em Tailândia - 2008
  3. Queremos os Ricos no Governo - O Retorno do Feudalismo - 2008
  4. Os Empresários e a Reforma Trabalhista - 2007

Justamente para que não sejam obrigadas a pagar tais direitos aos trabalhadores, as empresas conhecidas como multinacionais transferiram suas fábricas para países asiáticos em que não existem rígidos direitos sociais (trabalhistas e previdenciários).

A quase extinção dos direitos sociais foi a tese defendida por economistas ortodoxos (de extrema-direita), que, para desespero do mundo civilizado, foram agraciados com Prêmio Nobel de Economia em 2010.

COMENTÁRIO: MITOS SOBRE A CRISE (PROVOCADA PELOS NEOLIBERAIS)

Por Paul Krugman, Professor de Princeton e colunista do New York Times desde 1999, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Economia em 2008. Texto original em inglês publicado pelo Jornal The New York Times, reproduzido em português (aqui em itálico) pelo noticias.uol.com.br em 12/11/2011. Destaques em negrito, com comentários, anotações e subtítulos em azul por Americo G Parada Fº - Contador CRC-RJ 19750.

A DERROCADA DA UNIDADE ECONÔMICA EUROPEIA

É desta forma que o euro chega ao fim. Sem estardalhaço. Não faz muito tempo que os líderes europeus estavam insistindo que a Grécia poderia e deveria permanecer na zona do euro e pagar integralmente as suas dívidas. Agora, quando a Itália cai de um despenhadeiro, é difícil enxergar como a moeda comum europeia poderá sobreviver.

Mas qual é o significado desta confusão em torno do euro?

Como sempre acontece quando há um desastre [econômico em escala mundial], os ideólogos [economistas ortodoxos] se apressam em dizer que a catástrofe demonstra que eles estavam certos. Portanto, é hora de começar a desmascarar tais indivíduos.

OS PROBLEMAS A ENFRENTAR NA ZONA DO EURO

Comecemos pelo princípio. A tentativa de criar uma moeda comum europeia era uma dessas ideias que transcendia as tradicionais fronteiras ideológicas. A ideia foi recebida com alegria pela direita norte-americana, que viu nela a melhor coisa após um [impossível] retorno do padrão ouro, e também pela esquerda britânica, que a considerou um passo rumo a uma Europa socialdemocrata. Mas ela foi questionada pelos liberais norte-americanos, que se preocupavam – corretamente, diria eu [Paul Krugman] – com o que ocorreria caso os países europeus [individualmente] não pudessem utilizar políticas monetárias e fiscais para combater recessões.

Como já foi mencionado neste COSIFe, se houvesse o retorno ao padrão ouro, dividindo-se o total de dólares em circulação pela quantidade de ouro existente, um grama de ouro custaria milhares de dólares. Ou seja, o ouro assumiria valores altíssimos, embora seja um mineral praticamente sem utilidade, salvo o seu uso como símbolo de riqueza (para ostentação, exibição aparatosa, vanglória - vaidade), mediante a fabricação de joias.

Em novembro de 2011 o grama estava cotado por volta de US$ 60.00. Então, como o preço do ouro está barato, o comércio de joias se avolumou. E, diante da crise mundial provocada pelos Estados Unidos, o ouro passou a ser mais procurado em razão da fragilidade do dólar como padrão monetário. Diante das crises norte-americana e europeia, ficou mais evidente que o dólar e o euro são moedas sem lastro (não são garantidas por reservas monetárias).

Sendo assim, agora que o projeto euro está indo a pique, que lição pode-se tirar disso?

Eu [Krugman] tenho ouvido duas alegações, ambas falsas. Que as aflições da Europa refletem o fracasso dos Estados de bem-estar social em geral [viver no muito elevado IDH - Índice de Desenvolvimento Humano], e que a crise europeia demonstra que a austeridade fiscal precisa ser aplicada imediatamente nos Estados Unidos.

Isto é, basicamente a tese defendida pelos neoliberais é a da necessidade de transformação dos trabalhadores em seres miseráveis, mediante a redução de salários e a extinção de parte ou da totalidade dos Direitos Sociais através de uma Reforma Trabalhista e Previdenciária contrária à satisfação das necessidades básicas da população.

A INSUSTENTÁVEL MANUTENÇÃO DO MUITO ELEVADO IDH - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

A afirmação de que a crise da Europa prova que o Estado de bem-estar social não funciona é feita por muitos republicanos [norte-americanos]. Por exemplo, Mitt Romney acusou o presidente Barack Obama de encontrar a sua inspiração nos “democratas socialistas” europeus e declarou que “a Europa não está funcionando na Europa”. O argumento, ao que parece, é que os países em crise encontram-se em apuros por estarem sendo esmagados pelo peso dos altos gastos governamentais [para manutenção do alto padrão de vida dos trabalhadores europeus]. Mas os fatos indicam outra coisa.

É verdade que todos os países europeus são caracterizados por benefícios sociais mais generosos – incluindo sistema de saúde universal – e gastos governamentais mais elevados do que os que são presenciados nos Estados Unidos. Mas as nações que neste momento se encontram em crise não possuem sistemas de previdência social maiores do que os países que estão indo bem. Na verdade, a correlação poderia ser até mesmo oposta. [Portanto, esqueçam a malfadada Reforma Trabalhista e Previdenciária].

A implantação de um regime de semiescravidão para os trabalhadores não seria bom para ninguém, por isso o feudalismo (sistema feudal) é coisa do passado longínquo. No regime feudal não existe mercado interno. Os senhores feudais produziam apenas para exportação para outras regiões em que não havia o regime feudal. Ou seja, no território em que se aplicava o regime feudal não havia consumidores, porque estes eram escravos. No regime feudal somente os nobres consomem e estes são minoria (atualmente seriam cerca de 1% da população), tal como acontecia no Brasil Colônia, passando pelo Império e pela Velha República (de 1822 a 1930), quando os senhores feudais brasileiros eram os "coronéis" (fazendeiros = proprietários de grandes extensões de terras).

NA SUÉCIA NÃO HÁ CRISE

A Suécia, com os seus benefícios sociais notoriamente elevados, apresenta um desempenho excelente, sendo um dos poucos países cujo produto interno bruto é atualmente maior do que era antes da crise. Além do mais, antes da crise, “os gastos sociais” com programas de bem-estar social como percentagem do produto interno bruto em todas as nações que atualmente enfrentam problemas eram menores do que não apenas na Suécia, mas até mesmo na Alemanha.

Sobre a Suécia e os Estados Unidos, comparados com outros países europeus, veja o texto intitulado A Crise de Insolvência dos Países Europeus - Excesso de Importações e Escassez de Exportações.

NO CANADÁ NÃO HÁ CRISE

E há também o caso do Canadá, que possui um sistema universal de saúde e que oferece auxílios aos pobres bem mais generosos do que os oferecidos pelos Estados Unidos, e que tem suportado a crise de uma maneira melhor do que nós [norte-americanos].

SUSTENTABILIDADE DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL

Portanto, a crise do euro não nos diz nada a respeito da  sustentabilidade do Estado de bem-estar social [ou contra a manutenção do muito elevado IDH de suas respectivas populações pelos países europeus].

Ou seja, o bem-estar dos trabalhadores não pode se colocado como "bode expiatório" do problema existente. O problema está no consumismo das classes sociais endinheiradas, que, como também acontecia no Brasil durante o Governo FHC, consomem somente produtos importados. Portanto, são essas classes sociais elitistas que devem pagar pela crise por elas gerada.

REFORMA TRABALHISTA - CAMINHANDO PARA O TRABALHO ESCRAVO

Mas será que ela [a sustentação do muito elevado IDH] comprova que é necessário apertar o cinto em uma economia deprimida?

É isso o que nós ouvimos a todo momento: que os Estados Unidos deveriam cortar os seus gastos imediatamente para não acabarem como a Grécia ou a Itália. Novamente, porém, os fatos contam uma história diferente.

Com tais argumentos, Paul Krugman está criticando a teste dos neoliberais agraciados com o Prêmio Nobel de Economia de 2010. Veja as explicações de um economista brasileiro no texto denominado Reforma Trabalhista - Caminhando para o Trabalho Escravo. Veja também o texto intitulado Queremos a Redução dos Gastos Públicos, escrito em 2008 pelo coordenador deste site do COSIFe, em que se comenta as razões pelas quais os Estados Unidos da América não podem reduzir seus Gastos Públicos, conforme agora deixa claro o economista laureado Paul Krugman.

AS ELEVADAS TAXAS DE JUROS

Primeiro, quem der uma olhada pelo mundo verá que o grande fator determinante das taxas de juros não é o nível de dívida governamental, mas o fato de o governo de um determinado país contrair empréstimos em sua própria moeda ou em moeda estrangeira.

O Japão encontra-se muito mais endividado do que a Itália [somente dívida interna; o Japão não tem dívida externa], mas a taxa de juros de longo prazo dos títulos japoneses é de apenas 1%, enquanto a da Itália é de 7%. As perspectivas fiscais do Reino Unido [Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e Gales] parecem ser piores do que as da Espanha, mas os britânicos podem tomar dinheiro emprestado a juros apenas um pouco acima de 2%, enquanto a Espanha está pagando quase 6% de juros.

Veja o texto intitulado A Contabilidade de Custos no Japão e seus Reflexos na Economia

OS ESTADOS UNIDOS E A EUROPA NÃO TÊM O QUE EXPORTAR

O mencionado pelo premiado economista Paul Krugman nos leva a crer que o Brasil pode ser considerado um país realmente rico, visto que sempre pagou altíssimas taxas de juros e, mesmo assim, a partir de 2003 passou a ser um dos dez maiores detentores de reservas monetárias.

Ou seja, o grande problema dos Estados Unidos e dos países da Zona do Euro é que, ao contrário do Brasil, eles não têm o que exportar. Por quê?

Porque as empresas multinacionais que antes produziam nesses países, expatriaram-se. Abandonaram seus país de origem e passaram a produzir na Ásia, explorando o trabalho dos nativos em regime de semiescravidão.

No Brasil, as empresas não fugiram do seu território porque as principais são estatais que, mesmo privatizadas, não podem transferir suas sedes e fábricas para o exterior. De outro lado, entre os principais produtos de exportação brasileiros estão os oriundos da agricultura e da pecuária. O Brasil é um país privilegiado em áreas para cultivo e exploração da pecuária, o que não acontece nos demais países do mundo.

Abrigando as multinacionais apátridas, a Índia e a China, que possuem grande quantidade de pessoas que se submetem ao regime de trabalho extenuante, também se tornaram grandes detoras de reservas monetárias em dólares.

No Brasil ainda existem pessoas com baixa ou nenhuma escolaridade que, iludidas por promessas vãs, se submetem ao trabalho escravo e nas eleições democráticas votam nos políticos recomendados por seus algozes.

ESTATIZAÇÃO DAS EMPRESAS APÁTRIDAS

Diante desses fatos, só resta ao governo norte-americano e aos governantes dos países da Zona do Euro a estatização de suas respectivas empresas multinacionais apátridas, que passaram a produzir no exterior e que, assim, fomentaram tal desequilíbrio no Balanço de Pagamentos dos Estados Unidos e de grande parte dos Países Europeus.

Sobre esse tema, veja o texto intitulado Estatização - A Derrota do Capitalismo Privado - A Teoria Anárquica da Autorregulação dos Mercados.

SEGUNDO PAUL KRUGMAN, A EUROPA AGORA É TERCEIRO MUNDO

Ou seja, o que aconteceu foi que, ao adotarem o euro, a Espanha e a Itália efetivamente reduziram-se à condição de países do Terceiro Mundo que precisam tomar dinheiro emprestado em moeda estrangeira, com toda a perda de flexibilidade provocada por isso. E um problema especial é que, como os países da zona do euro não podem imprimir dinheiro nem mesmo durante emergências, eles estão sujeitos a problemas de financiamento de uma maneira que as nações que mantiveram as suas próprias moedas não estão – e o resultado é isso que estamos vendo neste momento. Os Estados Unidos, que contraem empréstimos em dólares, não têm esse problema.

Mas, os Estados Unidos também não têm reservas monetárias porque elas também são contabilizadas em dólares. Ou seja, a Dívida Externa norte-americana e as suas Reservas Monetárias automaticamente se anulam, restando somente a Dívida Externa em Títulos Públicos somada à moeda norte-americana em circulação pelo mundo afora.

Assim, podemos dizer que maior parte da Dívida Externa norte-americana não está na emissão de títulos públicos e sim na emissão de papel moeda. Dessa forma, o dólar se tornou um título de crédito com vencimento imediato (à vista),  que circula em todo o mundo sem pagar juros.

Diante do exposto, podemos dizer ainda que a verdadeira dívida externa norte-americana é de aproximadamente 60 trilhões de dólares, como foi comentado no texto sobre o muito elevado IDH dos países desenvolvidos. Grande parte dessa dívida externa dos ianques tem como credores pessoas físicas e jurídicas escondidas em paraísos fiscais.

O FRACASSO DAS MEDIDAS DE AUSTERIDADE FINANCEIRA

A outra coisa que é necessário ter em vista é que, diante da atual crise, a austeridade financeira tem se revelado um fracasso em todos os lugares onde ela foi aplicada.

O Presidente Lula, durante seu governo, em 2009, para desespero dos economistas ortodoxos, provou que o escrito por Paul Krugman é verdadeiro. Naquela época, através dos bancos públicos, o governo brasileiro concedeu amplo financiamento para seu povo, conclamando-o a comprar (consumir) para evitar a perda de seu emprego.

De forma contrária, a tal "austeridade financeira" com grande massa de desempregados foi a principal razão do fracasso econômico durante o Governo FHC, embora tenha conseguido de fato combater a hiperinflação outrora reinante. O abandono dessa "austeridade financeira" com a redução das taxas de juros, fez a economia do Brasil prosperar durante o Governo Lula.

RISCO BRASIL VERSUS RISCO UNIÃO EUROPEIA

Nenhum país que tem dívidas significativas conseguiu recuperar a simpatia dos mercados financeiros. Por exemplo, a Irlanda é o “bom menino” da Europa, tendo respondido aos seus problemas de dívida com uma austeridade selvagem que jogou o índice de desemprego para 14%. Durante o governo FHC, até 2002, idêntica austeridade "selvagem" levou o índice de desemprego no Brasil a 20%. Mas a taxa de juros sobre os títulos irlandeses ainda continuam acima dos 8% - o que é pior do que o índice da Itália.

Naquela época do Governo FHC a taxa de juros no Brasil chegou a 42% ao ano. Por tal motivo o chamado Risco Brasil era o mais alto do mundo. Veja o texto intitulado Risco Brasil versus Risco União Europeia.

DEVEMOS TER CUIDADO COM AS BESTEIRAS DITAS PELOS IDEÓLOGOS

Sendo assim, a moral da história é que é preciso ter cuidado com os ideólogos [economistas ortodoxos - neoliberais anarquistas - extremistas de direita] que estão tentando usar a crise europeia para promover as suas próprias agendas e mitos [para implantação do Trabalho Escravo também nos países desenvolvidos]. Se dermos ouvidos a esses ideólogos, nós [ianques] só acabaremos fazendo com que os nossos próprios problemas – que são diferentes daqueles da Europa, mas igualmente graves – tornem-se ainda piores.

CONCLUSÃO

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador deste COSIFE

Embora Krugman não tenha escrito claramente, para não desmoralizar os economistas extremista de direita, nas entrelinhas de seu texto deixou transparecer aquilo que vem sendo escrito nas páginas deste site do COSIFe há muitos anos. Vejamos.

ESTATIZAÇÃO DA ECONOMIA

A grande verdade é que, sem as multinacionais apátridas que passaram a produzir na Ásia, o desemprego nos Estados Unidos e na Europa se perpetuará. Dessa forma, a única saída será a reabertura das empresas que deixaram de produzir no território norte-americano e europeu.

Como os investidores privados se desinteressaram de mantê-las funcionando, só resta ao governo estadunidense, assim como aos governantes dos países europeus, reabri-las mediante a estatização das mesmas.

DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA

Ao contrário do que aconteceu no Brasil durante o Governo FHC, no Governo Lula a  desvalorização de nossa moeda reativou as empresas exportadoras, que foram desativadas durante aquele desgoverno econômico de FHC.

A especulativa desvalorização do Real no segundo semestre de 2002,  possibilitou a partir de 2003 o aumento das exportações brasileiras com a sensível diminuição das importações de supérfluos pelas classes sociais mais endinheiradas.

MAXIDESVALORIZAÇÃO DO EURO E DO DÓLAR

Diante do exposto, como solução imediata, seria aconselhável uma maxidesvalorização do Euro e do Dólar, para desestimular as importações e estimular as exportações. É o que devia ser feito nos Estados Unidos e na Europa.

GOVERNANTES DE EXTREMA DIREITA

Felizmente para o Brasil, os governantes daqueles países não querem adotar o socialismo como forma de evitar a bancarrota. Assim, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (os BRICS) continuarão exportando. O que não acontecerá com os norte-americanos e europeus.

SOCIÓLOGO EXTREMISTA DE DIREITA VERSUS TORNEIRO MECÂNICO SOCIALISTA

Ao contrário do que acontecia no governo capitalista do sociólogo (FHC), que aumentou o assustadoramente índice de desemprego, gerando miséria e criminalidade no Brasil, durante o governo socialista do torneiro mecânico (LULA) houve progresso, pagamento da dívida externa e a acumulação de elevadas Reservas Monetárias.

OS BRICS COMO BANQUEIROS DO MUNDO CAPITALISTA

As reservas monetárias acumuladas pelos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul) agora podem ser emprestadas ao FMI - Fundo Monetário Internacional para que possa salvar da falência econômica os países desenvolvidos que vêm enfrentando sérias dificuldades financeiras.

Isto é, os países desenvolvidos, por adotarem políticas econômicas próprias do capitalismo extremista (contra os trabalhadores, gerando desemprego e miserabilidade), estão enfrentando as mesmas dificuldades econômicas que o Brasil enfrentava durante o Governo FHC e durante os governos de seus antecessores desde o Golpe Militar de 1964.

Para o bem do Brasil, esperemos que eles (os extremistas de direita) não leiam o escrito por Paul Krugman e que continuem insistindo na manutenção da atual política econômica desastrosa.

OS PARAÍSOS FISCAIS SÃO A SOLUÇÃO

PROIBIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DE PARAÍSOS FISCAIS E DAS EXPORTAÇÕES PARA ELES

A verdadeira solução para o problema norte-americano, que é quase o mesmo enfrentado pelos países europeus, seria mediante a proibição das importações de produtos comprados através de paraísos fiscais ou vendidos por intermédio desses mesmos paraísos fiscais.

Em complementação, seriam proibidas as importações vindas de países em que os trabalhadores não tenham salários dignos e os direitos sociais universais estabelecidos pela ONU.

CONFISCO DOS BENS, DIREITOS E VALORES DE PARAÍSOS FISCAIS

Outra medida saneadora importante seria a do confisco dos investimentos vindos de paraísos fiscais e dos investimentos efetuados por nativos em paraísos fiscais.

Porém, o sugerido confisco nunca acontecerá. Por quê?

Porque grande parte dos governantes desses países, assim como seus correligionários, têm suas fortunas, obtidas na ilegalidade, escondidas nesses mesmos paraísos fiscais (as Ilhas do Inconfessável). Esta é a verdade nua e crua.

Entre perder o seu rico dinheirinho ou deixar o povo na miséria, os governantes que têm seu dinheiro escuso escondido em paraísos fiscais preferirão esta segunda hipótese formulada.

EMPRÉSTIMOS SOMENTE POR INTERMÉDIO DO FMI

Por isso a Presidenta Dilma Russeff disse que só empresta dinheiro das reservas monetárias brasileiras se tiver plena garantia de recebimento. Isto é, o empréstimo deve ser efetuado através do FMI que tem o poder de fiscalizar sua aplicação. Assim sendo, os dirigentes do FMI devem ser indicados pelos novos credores: os BRICS.

É difícil acreditar que os dirigentes norte-americanos e europeus venham a cumprir qualquer promessa de pagamento de suas respectivas dívidas.

Sem exportações em montante superior às importações, os países desenvolvidos não têm a menor possibilidade de efetuar o pagamento de suas respectivas dívidas.

A IMPOSSÍVEL QUITAÇÃO DA DÍVIDA EXTERNA E INTERNA

Atualmente os países desenvolvidos não têm meios de aumentar suas exportações, porque suas empresas exportadoras fugiram para a Ásia e, assim, deixaram de pagar tributos em seus antigos países de origem.

De outro lado, as elites econômicas desses países não querem deixar de importar os produtos supérfluos causadores do descompasso econômico e também não querem pagar os tributos necessários ao equilíbrio dos respectivos orçamentos nacionais.

Por esses motivos, tais países não têm como efetuar o pagamento de suas respectivas dívidas externas e internas.







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