REFLEXOS DA FALÊNCIA ECONÔMICA DOS IANQUES EM 2011
PREJUÍZOS NOS MERCADOS CAPITANEADOS PELAS BOLSAS DE VALORES
São Paulo, 09/08/2011 (Revisado em 13/03/2024)
Pânico no Mercado de Capitais em razão da Nova Bancarrota Norte-Americana - Estados Unidos da América, Especulação e Mega-especuladores nas Bolsas de Valores, Ações e Derivativos Financeiros. Risco Sistêmico - Risco de Ocorrência de Falências Encadeadas, Operações de Hedge para Proteção da Rentabilidade e Lucratividade da Carteira de Ações. Gerenciamento de Riscos de Liquidez (Compliance). Privatização dos Lucros e Socialização dos Prejuízos. Inadimplência e Prejuízos no Especulativo Mercado Imobiliário, Derivativos de Crédito - Debêntures e Títulos de Crédito Imobiliário, Securitização de Créditos.
Veja também:
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
1. 2011: Pânico no Mercado de Capitais em razão da Nova Bancarrota IANQUE
Além de ter quebrado quase todos os países tidos como desenvolvidos do Velho Continente, a Europa, o total descontrole da Política Econômica e Monetária norte-americana tem provocado sérias tormentas especulativas nas Bolsas de Valores mundiais, cujos investidores achavam que a Globalização Neoliberal os levaria ao auge do Capitalismo Selvagem (Anárquico = com total descontrole do Estado, na qualidade de Nação politicamente organizada). Agora, os principais chefes de estados europeus defendem o maior controle das empresas privadas, tal como vem sendo feito no Brasil desde 2003 por intermédio da Contabilidade Digital. Para felicidade de alguns pilantras, as Agências Reguladoras ainda não estão cumprindo plenamente o seu verdadeiro e necessário papel de defender a integridade do Patrimônio Nacional que teve sua administração privatizada.
Veja o texto denominado Poços Sem Fundo ou Volta Keynes, Estás Perdoado (sobre as Fraudes Contábeis e Financeiras das Multinacionais = Contabilidade Criativa ou Fraudulenta) e o transcrito a seguir.
2. EMPRESAS PERDEM R$ 147 BILHÕES NA BOLSA DE VALORES
Texto em caracteres pretos de autoria de Renée Pereira, Fernando Scheller e Naiana Oscar, publicado por MSN.estadao.com.br, em 09/08/2011, com subtítulos, comentários e anotações em azul por Americo G Parada Fº - Coordenador do site do COSIFe.
3. O PÂNICO CAUSADO PELOS MEGA-ESPECULADORES
O pânico dos investidores [leia-se "especuladores" do mercado de capitais, em que se incluem os "profissionais do mercado"] no primeiro pregão depois do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Standard & Poor's castigou as empresas brasileiras [que têm suas ações] negociadas na bolsa de valores [BOVESPA e nas demais Bolsas em que estejam inscritas]. Só ontem, elas perderam R$ 146,98 bilhões, segundo levantamento da empresa de informação financeira Economática. Em valor de mercado, as maiores perdas foram da Petrobras (cerca de R$ 22 bilhões) e Vale (quase R$ 21 bilhões).
Na verdade a perda só existirá se as ações forem indiscriminadamente vendidas por seus proprietários. Portanto, ao investidor resta não vender sua carteira de ações e esperar que os especuladores e os acionistas controladores das empresas voltem a alavancar (manipular para cima) os preços de cotação das ações. Assim acontecendo, obviamente não haverá perda. O problema é que muitos pegam dinheiro emprestado para especular nas Bolsas de Valores e estes podem estar pagando juros sobre os empréstimos obtidos em valor superior ao do rendimento de suas aplicações em ações e em derivativos financeiros.
Veja o texto sobre a sustentação da Liquidez no Mercado de Ações efetuada pelos Acionistas Controladores das empresas de capital aberto (Companhias Abertas).
4. OS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELAS EMPRESAS PRIVADAS
Mas, em porcentual, outras empresas lideraram o ranking de queda no Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). A campeã foi a Marfrig, do setor frigorífico. No pior momento do pregão, as ações chegaram a despencar 28%, mas fecharam o dia em 25,75%. As empresas do empresário Eike Batista também sofreram com o caos no mercado. A OGX, de petróleo e gás, e a LLX, braço de logística do grupo EBX, recuaram 16,82% e 14,05%. Juntas, as três companhias perderam R$ 7,2 bilhões no dia, segundo o levantamento.
Na realidade, como foi dito acima, as empresas nada perderam. Apenas perderá aquele acionista que vender suas ações compradas por preço superior ao das cotações.
Veja os textos sobre as Operações de Hedge para proteger Carteiras de Ações participantes do Ibovespa, sobre as Operações com Derivativos Financeiros e sobre as normas relativas ao Gerenciamento de Riscos de Liquidez no SFN - Sistema Financeiro Nacional.
Veja também os textos denominados Compliance Office (Gerenciamento de Controles Internos) e Chinese Wall no Asset Management. Este último comenta as normas de combate às fraudes no Gerenciamento de Ativos (Carteiras e Fundos de Investimentos). Sobre as empresas de capital aberto e sobre as atitudes de seus dirigentes e acionistas controladores é importante a leitura do texto intitulado Governança Corporativa
Veja ainda o texto Como Quebrar uma Empresa
5. A AVERSÃO AO RISCO USA FOI GENERALIZADA
'A aversão ao risco foi generalizada. Mas, além do risco sistêmico que afetou todas as ações , há o risco individual das empresas, avaliado especialmente pelo fluxo de caixa', afirma o professor de finanças da BBS Business School, Ricardo Torres.
No caso da Marfrig, a empresa está bastante alavancada por causa de aquisições feitas nos últimos anos, como a Keystone e a O'Kane. Ontem, o valor de mercado da companhia representava metade de seu patrimônio líquido.
Em tese, quando o valor das ações é inferior ao seu valor patrimonial é o momento em que os mega-especuladores começam a comprar e também os acionistas controladores das empresas.
A denominação "Risco Sistêmico" pode ser definida como risco de perdas generalizadas, de quebradeira geral ou de ocorrência de falências em cadeia (encadeadas).
Além disso, parte do endividamento [das empresas em questão] está em moeda estrangeira, o que deixa o [mencionado] grupo [empresarial] mais exposto aos humores [especulativos] dos investidores. Junta-se a isso o fato de os custos [de produção] terem crescido bastante nos últimos meses e ameaçarem as margens da companhia [margem de lucratividade sobre as vendas do produto final e margem de rentabilidade do capital investido].
'Apesar disso, não acredito que a empresa vá ter problemas graves. O grupo tem sócios fortes, capazes de sustentar uma crise', diz Eduardo Miziara, gestor dos fundos de ações da Capitânia. Ele explica que boa parte do desempenho das ações da empresa deve-se ao movimento de um dos sócios da Marfrig [manipulação de preços pelo acionista controlador - crime contra investidores descrito na Lei .7.913/1989].
Trata-se do banco GWI, do coreano Mu Hak You, que apostou fortemente na empresa no início do ano, quando anunciou a compra de uma participação de 5,22%. O GWI, que chegou a encerrar temporariamente suas operações após a crise de 2008, depois de registrar fortes perdas em operações de risco muito alto [especulação com derivativos financeiros], foi ao mercado ontem para se desfazer dos papéis da Marfrig.
6. O PERIGO DOS AVENTUREIROS OU MEGALOMANÍACOS INVESTIMENTOS DE ALTÍSSIMO RISCO
No caso das empresas de Eike Batista, a situação é um pouco diferente. Na OGX, o desempenho costuma seguir a tendência do preço internacional do petróleo, que ontem caiu 6,41% e fechou no menor nível em quase nove meses. Mas há um outro fator que acaba influenciando as decisões dos investidores num momento de pânico. Tanto a OGX como a LLX são empresas que têm em sua carteira projetos que ainda não estão operando.
'São empresas pré-operacionais [pré-operatórias, ainda em implantação], que ainda vão começar a produzir. Essas empresas tendem a ser mais voláteis', afirma o analista chefe da corretora Socopa, Osmar Camilo. Ontem, enquanto a OGX caiu 16,82%, a Petrobrás recuou 9,01%. Ele explica que, no caos, ninguém se salva. 'Na hora do aperto [financeiro, que impossibilita a liquidação (quitação) dos passivos (contas a pagar) de curto prazo], os investidores precisam fazer caixa e vendem o que podem.'
Traduzindo o descrito, o controlador das empresas transferiu o alto risco de seus negócios para os investidores. Por isso, esses tipos de empresas são chamadas de "voláteis". Isto é, podem evaporar (sumir) a qualquer momento.
Em caso de grandes perdas, essas empresas, que ainda estão na fase pré-operatória, jamais iniciarão suas atividades. Logo, as principais perdas ficaram para os investidores incautos, ou seja, acontecerá a "socialização dos prejuízos". Os mais espertos investidores conseguirão salvar algum dinheiro.
Geralmente o controlador do negócio de alto risco nunca perde a ponto de ficar pobre, sempre continua rico como antes porque sempre pratica a "privatização dos lucros", que fica no seu bolso e a "socialização dos prejuízos", que é impingida aos investidores (aventureiros), sedentos de lucros especulativos.
7. O ESPECULATIVO Mercado imobiliário
Entre as empresas do mercado imobiliário listadas na bolsa, as que registraram as maiores quedas foram Even (11,42%), Brookfield (11,07%) e Tecnisa (10,23%). Na avaliação de executivos de construtoras e incorporadoras, o momento ainda não é dos mais dramáticos para o setor. 'Estamos numa situação diferente da de 2008. Desta vez, as empresas vêm de operações fortes, com um volume de vendas muito bom', diz Emílio Fugazza, diretor financeiro e de relações com investidores da Eztec.
8. PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS
No mercado imobiliário, tal como aconteceu nos Estados Unidos, os construtores abriram o capital de suas empresas e passaram a captar dinheiro dos investidores privados (sedentos de altos rendimentos). O dinheiro captado seria empregado na incorporação de imóveis que seriam vendidos por preços altamente especulativos. Na falta de compradores, as empresas construtoras não tiveram como honrar seus compromissos financeiros de curto prazo, relativos a emissão de Debêntures e de Títulos de Crédito Imobiliário, porque passaram a amargar prejuízos nas vendas efetuadas. Por tais motivos algumas já quebraram aqui no Brasil.
Por sua vez, nos Estados Unidos, aqueles trabalhadores que compraram os imóveis por valor inflacionado, não podendo honrar seus compromissos financeiros em razão da recessão (perda do emprego), deixaram de pagar suas prestações, gerando a quebra das empresas de financiamento imobiliário, que eram privadas.
No Brasil, as principais entidades financiadoras do mercado imobiliário são estatais (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), que na prática não chegam a falir pois o governo federal na qualidade de acionista controlador tem a competência legal para cobrar tributos e empregá-los na reposição do capital perdido por suas empresas. Trata-se portanto, de investimento social (socialista, nada capitalista, por isso são fixados limites de financiamentos).
Nessas operações de salvamento do mercado de capitais, tais empresas governamentais muitas vezes compram créditos de instituições financeiras privadas em dificuldade, mediante operação conhecida como de aquisição de Derivativos de Crédito (compra de títulos de crédito emitidos por devedores inadimplentes).
Tal sistema de securitização de créditos pode ser denominado como "socialização de prejuízos" quando os "títulos podres" (emitidos pelos inadimplentes) forem adquiridos por empresas estatais.
Por esses motivos os neoliberais não querem a privatização dos bancos públicos. Como as teorias neoliberais são radicalmente favoráveis à privatização dos lucros e à socialização (estatização) dos prejuízos, querem que o governo continue a absorver os prejuízos causados pela especulação financeira. Assim, eles embolsam os lucros e o governo (o povo) sempre fica com os prejuízos.
9. AS EXPECTATIVAS DOS NEOLIBERAIS ANARQUISTAS
As mais impactadas com o clima de tensão são as empresas com dívidas de curto prazo, que faziam planos de recorrer ao mercado em breve. Como a expectativa é de que o governo federal reduza juros para amenizar os impactos da crise no País, os empresários acreditam que, em princípio, o ritmo de crescimento não será afetado. 'Na pior das hipóteses, vamos deixar de crescer para executar o que já estava planejado e deixar o caixa voltar', diz outro executivo. (grifo nosso)
Na cabeça dos investidores, neste momento, um dos pontos que pesam contra as empresas do setor imobiliário é a incerteza em relação ao nível de crédito e de inadimplência [por considerarem o que aconteceu em 2008 nos Estados Unidos]. Ninguém sabe de que forma a crise mundial afetará o Brasil, se haverá escassez de crédito, a exemplo de 2008. 'Mas sabemos que, quando o risco aumenta, a tendência natural do mercado é recuar e reduzir o volume de crédito. Com o nível de desconfiança em alta, os bancos tendem a proteger seu caixa', diz Ricardo Torres.
Assim, como vem acontecendo desde 2008, os bancos privados em dificuldade passam a vender os débitos de inadimplentes para os bancos públicos, os quais, com tais medidas saneadoras gerenciadas pelo governo federal, passam a garantir a estabilidade do sistema financeiro.
Na verdade a bancarrota norte-americana acontecida em 2008, vinha sendo escondida desde a década de 1970, a partir de quando a emissão de dólares deixou de ser lastreada em ouro. Assim foi feito porque aquele país, símbolo do capitalismo selvagem, não mais possuía reservas monetárias em valor equivalente aos dólares em circulação pelo mundo.
Veja o texto sobre o Fundo de Estatização administrado pelo Tesouro Nacional que foi criado exatamente com a finalidade de evitar a descapitalização dos bancos públicos e das demais empresas estatais, entre os quais está o BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento.