OS MITOS DEFENDIDOS PELOS CAPITALISTAS SOBRE A UNIÃO EUROPEIA
AS FALSAS EVIDÊNCIAS DA ECONOMIA MUNDIAL
São Paulo, 17/11/2012 (Revisado em 20-02-2024)
Referências: Autorregulação dos Mercados, Especulação, Manipulação de Cotações, Crimes Contra Investidores, Fraudes das Multinacionais, Poderio Econômico x Menos Favorecidos, Austeridade Econômica dos Trabalhadores. Divida Interna e Externa, Déficits no Balanço de Pagamentos e no Orçamento Nacional.
No site da Zahar lê-se:
Falsa economia - Uma surpreendente história econômica do mundo
Um dos mais conceituados jornalistas econômicos da atualidade, Alan Beattie afirma que:
O mundo tem reproduzido uma falácia de pensamento – uma falsa economia – ao considerar que o estágio de desenvolvimento de um país é inevitável, a ponto de ele estar predestinado a ser pobre ou rico.
Para o autor,
“a história não é determinada pelo destino, pela religião, pela geologia, pela hidrologia ou pela cultura nacional. É determinada pelas pessoas”.
Para comprovar sua tese, apresenta nove variáveis relevantes para o desenvolvimento de uma nação, demonstrando-as em casos emblemáticos, como os de Argentina e Estados Unidos. No século XIX os dois países estavam entre as dez maiores economias do mundo, mas diferentes decisões fizeram com que trilhassem caminhos opostos. Uma tese ousada e que vai fazer você mudar a forma de ver a história econômica do mundo.
2. PREFÁCIO DO LIVRO FALSA ECONOMIA
"Falácias servem para disfarçar a incompetência"
Falsa Economia destrói nove mitos sempre ditos pelos profissionais do Mercado de Capitais.
Embora um economista em seu blog não aconselhe a leitura do livro, principalmente pelos não economistas, torna-se interessante prestar a devida atenção no que está em seu prefácio, publicado em 06/11/2012 pela Livraria da Folha (de São Paulo), em que se lê:
NOTA DO COSIFE:
Por meio do site da Folha de São Paulo, endereçado acima, o texto pode ser ouvido.
Os negritos e os dizeres [entre colchetes] no texto a seguir foram colocados por Américo G Parada Fº - Coordenador do site COSIFe.
Franklin Delano Roosevelt, talvez o maior dentre todos os presidentes dos EUA, adorava histórias sobre si mesmo. Uma de suas preferidas era a seguinte: durante a Grande Depressão dos anos 1930, um homem que trabalhava em Wall Street e morava no subúrbio tinha um ritual matinal diário. Comprava o jornal a caminho da estação de trem. Corria os olhos pela primeira página e, então, sem dar outra olhada, devolvia-o ao garoto na banca de jornais, embarcando no vagão. Um dia, o menino jornaleiro criou coragem para lhe perguntar por que ele sempre lia apenas a primeira página. O homem que tomava o trem religiosamente explicou que comprava o jornal somente para ler o obituário. O garoto então argumentou que os obituários ficavam na última página.
- Garoto - disse o homem - o filho da puta em que estou interessado estará na primeira página.
Na época, Roosevelt estava ocupado tentando salvar a economia dos EUA frente a um colapso global colossal. Estava trabalhando para preservar a mais poderosa máquina de geração de riquezas já criada na história do planeta. Para fazê-lo, expandiu radicalmente as fronteiras estatais dos EUA [estatização da economia]. E, uma década depois, ao final de seu governo e de sua vida, ajudaria a criar as instituições que liderariam uma economia global despedaçada pela guerra e pelo isolacionismo desencaminhado, retomando a via da abertura e da prosperidade [desestatização]. Ainda assim, foi tido como um vilão por alguns, como o passageiro de trem de Nova York, que posteriormente se beneficiaria do sucesso que o presidente ajudou a restaurar. Roosevelt estava tentando salvar o capitalismo de si mesmo, e alguns dos capitalistas resistiam. Saber qual é o caminho certo a seguir para enriquecer uma nação e o mundo já é bastante difícil. Convencer as pessoas ao redor a fazê-lo é ainda mais difícil. [Lula que o diga].
A crise financeira que começou em 2007 e explodiu em todo o mundo em 2008 é um lembrete ao mesmo tempo do quão frágil e do quão reversível é a história do progresso humano. Mas deveria também nos recordar que nosso futuro está em nossas próprias mãos. Nós criamos esta bagunça [nas décadas perdidas de 1980 e 1990, elegendo as pessoas erradas] e nós podemos sair dela.
Para fazê-lo, teremos que confrontar uma falsa economia de ideias - as noções de que nosso futuro econômico está predestinado e de que somos arrastados por forças impessoais gigantescas, incontroláveis e impessoais. Para explicar a vasta complexidade da história econômica do mundo temos uma grande variedade de mitos fatalistas: o de que algumas economias (os EUA e a Europa Ocidental) sempre enriquecerão e de que outras (África) sempre continuarão pobres, de que religiões específicas são intrinsecamente ruins para o crescimento, de que as forças do mercado são irrefreáveis, de que a orgulhosa vanguarda da globalização não pode ser derrotada nem obrigada a retroceder.
O objetivo deste livro é explicar como e por que os países, sociedades e economias chegaram ao ponto em que agora estão: o que fez com que as cidades fossem como são, por que a corrupção destruiu alguns países e não outros, por que a economia que alimentou o Império Romano se tornou atualmente a maior importadora de grãos do planeta. Mas este livro rejeitará a ideia de que o estado presente dessas economias estava predeterminado. Os países se defrontaram com escolhas, e essas escolhas determinaram substancialmente seu êxito ou fracasso.
A história econômica é algo difícil de se explicar e de se ler, por dois motivos. Em primeiro lugar, envolve a união forçada de disciplinas que caem naturalmente em direções distintas. A história, em sua forma mais tradicional, vive de pormenores e particularidades - aquilo que o historiador Arnold Toynbee (em tom de desaprovação) definiu como o estudo de "um maldito fato atrás do outro". A história enfatiza a importância da narrativa sobre o modo pelo qual os países se desenvolvem, o papel desempenhado pelo acaso e pelas circunstâncias na influência de personagens e eventos importantes. A economia, por outro lado, tenta definir leis universais a partir da confusão de dados que o mundo nos fornece - gerando previsões confiáveis e testáveis sobre o funcionamento particular das economias, ou começando em um ponto específico e seguindo por um caminho específico. Ambas as abordagens apresentam riscos. Enquanto a história pode se tornar um acúmulo indisciplinado de fatos aleatórios, a economia corre o risco de descender para a compressão pseudocientífica de uma realidade complexa em uma série simplista de moldes categóricos fixos.
Em segundo lugar, a história econômica está sujeita ao fatalismo. Qualquer estudo que tenha como ponto final o tempo presente sempre será vulnerável à argumentação retrógrada a partir da conclusão. A história tem um escopo e um detalhamento tão ricos que sempre será possível selecionar uma constelação particular dentre a galáxia de fatos para explicar clara e precisamente por que as coisas são como são. Ainda assim, a história em seguida frequentemente demonstra que tal raciocínio estava equivocado. Ou então fracassa completamente na tentativa de explicar por que outros países e economias semelhantes terminam em pontos distintos.
Se nosso objetivo for aprender com a história em vez de simplesmente registrá-la, temos que parar de transformar razões em desculpas. Se nos metermos fundo demais nas explicações sobre por que as coisas se deram do modo como se deram, correremos o risco de nos chocar contra um muro de determinismo. Os países cometem equívocos por diversas razões. Suas decisões frequentemente são movidas por um grupo de interesse em particular, ou por um conjunto deles, cujos ganhos de curto prazo vão de encontro aos interesses de longo prazo do país. Porém, tais interesses podem ser superados. Países semelhantes, frente a pressões semelhantes, podem tomar decisões diferentes.
A maior partes dos países que descobrem petróleo e diamantes em seu território sofre em consequência da descoberta, mas não todos. Alguns grupos de interesse capturaram países e os arrastaram para o fundo do poço; em outros lugares, tais grupos enfrentaram resistência. As crenças islâmicas provaram ser um empecilho para certas economias em certos momentos, mas nem sempre. Algumas economias conseguiram auferir grandes benefícios da globalização de mercados de produtos e serviços; outras ficaram de fora. [O tiro saiu pela culatra: ganharam justamente as economias as menos desenvolvidas, que os países hegemônicos queriam subjugar]. A história não é determinada pelo destino, pela religião, pela geologia, pela hidrologia ou pela cultura nacional. É determinada pelas pessoas. Este livro não é uma coleção caprichosa de histórias desconectadas. É uma explicação sobre o modo como os seres humanos moldaram seu próprio destino.
Também mostra como as decisões tomadas no presente estão determinando nosso futuro.
Nada pode fazer retroceder o passo da história, apagando nem sequer meia linha do que já foi escrito. Mas ainda podemos compor o roteiro para o resto de nossas vidas e para o futuro além delas.
O coordenador do site COSIFe não leu nem pretende ler o mencionado livro. A presente menção NÃO É merchandising. Foi apenas a transcrição de um texto achado interessante em razão do que se pretendia demonstrar em: