A ESQUERDA FESTIVA INFANTILMENTE UNIDA À DIREITA DISCRIMINADORA
DESSA BRIGA CONTRA O GOVERNO FEDERAL, SOFREM OS TRABALHADORES
São Paulo, 18/06/2013 (Revisado em 22-03-2024)
Referências: O Surto Inflacionário Pré-Eleitoral, A Atuação do Cartel dos Supermercados = Racionamento e Inflação, Preconceito e Discriminação = Segregação Social, Fraudes em Licitações Publicas, A Corrupção e a Ação dos Lobistas do Grande Capital, Os Problemas Causados pelas Privatizações = Aumento do Custo de Vida só para os Mais Pobres.
DILMA NOVAMENTE PISANDO NA BOLA - DEMOROU A ACORDAR
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe
O título acima refere-se a um texto, abaixo transcrito, que foi obtido em 18/06/2013 no site do PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado. Trata-se de um partido político formado por dissidentes do PT - Partido do Trabalhadores. Do mesmo jeito foi criado o PSOL - Partido Socialismo e Liberdade.
Segundo o Site do jornal Folha de São Paulo, em 16/06/2013, o serviço secreto da Polícia Militar disse que o PSOL recruta punks para os protestos e que eles são os responsáveis pelo quebra-quebra que se verificou. A ação dos punks do PSOL seria uma forma de desgastar o PT do prefeito Haddad e o PSDB do governador Alkimin. No site lê-se que os fatos narrados estão "de acordo com documentos sigilosos aos quais a Folha teve acesso". Como os documentos são sigilosos, a Polícia Militar obviamente não os publicou.
O interessante é que os dois partidos acima citados, somados ao PCO - Partido da Causa Operária, ao PPS - Partido Popular Socialista e ao PV - Partido Verde, vinham fazendo discursos políticos semelhantes aos dos partidos oposicionistas ao governo federal desde 2003, a exemplo do que fazem o PSDB, o DEM e seus aliados. Até parece que aqueles partidos ditos esquerdistas estão sendo financiados pela extrema-direita fundadora do movimento CANSEI.
Outra dissidente do PT, a ex-Senadora Marina Silva, ingressou no PV - Partido Verde, disputou a presidência da República em 2010, mas, não gostando das restrições impingidas, demitiu-se. Passou a pensar na possibilidade de fundar seu próprio partido (Rede da Sustentabilidade). Como Marina Silva é acreana e defensora dos ideais de Chico Mendes, para o bem da biodiversidade amazônica, talvez seja mais eficiente que o PV.
Aliás, é importante lembrar que o PPS e o PV, em São Paulo, são os tradicionais aliados do PSDB e do DEM, partidos que defendem os interesses do empresariado que se beneficiou com as privatizações das estatais e que disseminou a terceirização da mão de obra trabalhadora, que assim passou a dar parte do seu salário aos privilegiados intermediários, donos das empresas terceirizadas. O restante da população brasileira arcou com os exorbitantes aumentos de preços dos serviços públicos agora sob administração dos PRIVATAS (corsários das privatizações).
Além desses mencionados infortúnios causados aos trabalhadores, nascidos ou iniciados durante o Governo Color de Melo (PRN - atual PTC) e expandidos no Governo FHC (PSDB e DEM), o grande empresariado brasileiro, principalmente os empreiteiros de obras públicas, cinicamente elevam seus preços (superfaturam) por ocasião das licitações, com a inegável participação de empresas fantasmas por eles constituídas em nome de testas de ferro ou "laranjas".
Algumas dessas empresas fantasmas chegam à falência e assim as obras públicas ficam paralisadas por determinação do Poder Judiciário, até que sejam apuradas as causas da insolvência e que seja rateada com os credores a parcela do patrimônio que não foi desviada para pessoas incógnitas, geralmente escondidas em paraísos fiscais.
Desse modo o governo federal fica no "mato sem cachorro". Se denunciar as fraudes cometidas pelo empresariado, as obras são paralisadas pelo Poder Judiciário. Assim, o prejuízo para o governo e para o povo fica ainda maior. É dinheiro gasto que está sendo sucatado em decorrência do longo tempo de tramitação de um processo judicial. E ninguém se interessa em agilizar esse tradicional e arcaico procedimento.
Foi o que aconteceu com as obras da Transposição do Rio São Francisco. As obras feitas pelo Exército Brasileiro terminaram antes do prazo fixado e tiveram custo menor. Das empresas incumbidas das obras, várias faliram e o Poder Judiciário determinou a paralização das correspondentes obras que estariam concluídas no ano de 2012. Provavelmente o processo judicial se arrastará por pelo menos 10 anos. Desse modo, ficou indiretamente impedida a conclusão da grandiosa obra colocada em prática pelo torneiro mecânico sindicalista.
Veja o texto denominado "O Que a Mídia Mercenária Não Publica" em que se comenta a importante atuação do Exército Brasileiro como empreiteiro de obras públicas.
O mesmo aconteceu com os 16 mil km de cabos de fibras ópticas instalados por uma empresa falida, subsidiária da Eletropaulo. O governo federal reativou a Telebrás que encapou a empresa falida e solicitou a liberação do imobilizado (as fibras ópticas instaladas) que se encontravam abandonadas (vinculadas à falência) por determinação do Poder Judiciário.
Veja o texto de nominado A História da Fibra Óptica no Brasil.
O site Perspectiva Crítica também escreve sobre o descaso dos governantes estaduais e municipais na contratação de profissionais habilitados necessários à ativação de hospitais e escolas que foram construídos, têm todos os equipamentos necessários, porém, não funcionam porque o Poder Legislativo não aprovou a contratação de servidores públicos.
Foi o que aconteceu na cidade São Paulo durante o governo da Prefeita Luíza Erundina (eleita pelo PT, atualmente no PSB). A Câmara Municipal não aprovou a contratação de funcionários e, por isso, os 6 (seis) hospitais construídos durante seu governo não podiam operar. Por Decreto emergencial, Erundina contratou os funcionários e por esse motivo foi obrigada a responder a processo judicial, acusada de improbidade administrativa pela contratação de funcionários sem a aprovação dos vereadores dos partidos oposicionistas ao seu governo. Ou seja, os vereadores oposicionistas cometeram crime contra o bem-estar da coletividade (crime contra os direitos humanos) e a prefeita foi por eles processada judicialmente, porque o mandato terminou e assim não puderam destituí-la do governo.
Sobre Luíza Erundina, o site "O Nordeste.com" destaca:
Em 1988, [Erundina] é eleita prefeita de São Paulo. Realiza uma administração popular e democrática, invertendo prioridades e investindo na periferia. Os 52 prefeitos que a antecederam em São Paulo, por exemplo, construíram um total de nove hospitais. No governo Luíza Erundina, a cidade ganha seis novos hospitais, sendo dois, o de Ermelino Matarazzo e o de Campo Limpo, hospitais de grande porte.
No entanto, a Mídia Mercenária fez o povo acreditar que seu governo foi o pior que a cidade de São Paulo já teve, porque ela aumentou o IPTU dos mais ricos e só realizou obras públicas para os mais pobres, como a urbanização de quase mil ruas e avenidas que não possuíam asfalto. Reformou mais de 600 ônibus dos quase mil abandonados nos pátios da CMTC - Companhia Municipal de Transportes Coletivos pelo ex-prefeito Jânio Quadros. A CMTC, depois de bem organizada por assessores da Erundina, foi privatizada por Paulo Maluf, o prefeito que a sucedeu.
Agora, os manifestantes liderados pelo PSTU querem a estatização do transporte coletivo por ônibus. Os trens e o metrô já são estatais na região metropolitana da cidade de São Paulo e também existe a EMTU - Empresa Metropolitana de Transporte Urbanos pertencente ao Governo Estadual com a participação de vários municípios da região metropolitana.
Isto é, quando o PSDB estava no governo federal, seus partidários só privatizaram as empresas federais e as dos demais estados da federação.
Por sua vez, o empresariado inescrupuloso que superfatura seus serviços em licitações públicas, apoiados pelos partidos oposicionistas ao governo federal, não se abstém das mordomias que são facilmente observadas pelo povão que em contrapartida vive na miséria. Talvez isto contribua para o grande índice de criminalidade agora existente. É uma espécie de revolta dos menos favorecidos que também querem desfrutar daqueles nababescos e megalomaníacos sonhos de consumo.
Esse é o desconforto causado pelo chamado de capitalismo selvagem, preconceituoso e discriminador, que de forma alguma pretende que o povo brasileiro chegue a ter o muito elevado IDH - Índice de Desenvolvimento Humano que era a principal bandeira do capitalismo no mundo desenvolvido.
Somente os governantes dos países socialistas da Europa estão preocupados com o bem-estar de seu povo. O interessante é que esses países socialistas europeus estão sob regime monárquico parlamentarista.
Mas, quando tentaram implantar a monarquia e o parlamentarismo no Brasil, era com intenção inversa. Seria um modo de impedir que os sindicalistas chegassem ao governo.
Por que foi colocada a palavra "ERA" em negrito?
Porque mesmo naqueles países em que, por enquanto, o povo goza do muito elevado IDH, seus governantes, com base em tese defendida pelos laureados com o Prêmio Nobel de Economia em 2010, pretendem que todos os trabalhadores, incluindo os do mundo desenvolvido, passem a ter o tão desprezado status de miseráveis que detêm os trabalhadores asiáticos e africanos e também grande parte dos brasileiros que há mais de um século têm em suas famílias um elevado número de analfabetos ou analfabetos funcionais, sem qualquer qualificação profissional que os tirem do perpétuo regime de semiescravidão que são obrigados a suportar.
Por que "a culpa é da Dilma" e também do Lula?
Porque não basta o País progredir economicamente sem que seu povo também progrida. E o progresso do povo é medido pelo seu IDH - Índice de Desenvolvimento Humano.
Embora, a partir de 2003 tenha havido grande empenho do governo federal para realização do sonho de progresso e melhoria das condições de sobrevivência do povo brasileiro, infelizmente nossos governantes não conseguem encontrar empresários que de fato queiram trabalhar em benefício dessa sofrida população. Trata-se de secular preconceito enraizado na mente tacanha dos descendentes da oligarquia escravocrata brasileira.
Por isso Lula passou a procurar a ajuda dos militares na construção do necessário para desenvolvimento brasileiro. As forças armadas brasileiras têm importantes escolas superiores, colégios militares e, consequentemente, importantes profissionais nas diversas áreas de atuação do exército, da marinha e aeronáutica.
Também em razão do enraizado preconceito oligárquico, o PSTU conseguiu reunir tanta gente nas ruas de várias capitais estaduais. Muitos desses participantes são os servidores públicos abandonados pela presidenta Dilma.
Graças às pisadas na bola, aquele pequeno partido político conseguiu açambarcar os adeptos dos partidos que fazem oposição ao governo federal, os quais inicialmente acreditavam que silenciosamente estava sendo criado um novo CANSEI, dos "cansados de derrotas".
Afinal, essa é a única forma dos partidos de extrema-direita conseguirem os votos dos iludidos e indecisos nas próximas eleições.
Durante as passeatas, nas transmissões televisivas, principalmente na Rede Record de Televisão, foram efusivamente veiculadas imagens da Avenida Paulista, na cidade de São Paulo.
Parecia uma mensagem subliminar. Nenhum dos locutores tentava induzir o telespectador a um raciocínio lógico. Mas, eram mostrados detalhes dos participantes das passeatas que nos levavam a raciocinar sobre os motivos de tão farta amostragem estatística.
Nas cenas apresentadas era possível observar que a grande maioria das pessoas, que lá estava, reside nas imediações da Avenida Paulista. Isto é, as pessoas não precisaram dos meios de transportes para chegar até o local da principal passeata. Afinal, a cidade estava parada. As ruas e avenidas estavam totalmente engarrafadas, apinhadas de automóveis e outros veículos, impedidos seguirem em frente.
Torna-se importante destacar que os moradores daquela região cortada pela Avenida Paulista estão entre os 5% de brasileiros mais bem remunerados. E grande parte dos trabalhadores que entram diariamente naqueles prédios também são bem remunerados. Assim sendo, observava-se nas imagens veiculadas pela TV que grande parte das pessoas estava bem vestida e que por ali transitavam muitos homens de terno e gravata.
Sobre esse fato, o site Estadão-MSN, em 17/06/2013, às 22h15 apresentava a seguinte informação:
22h15 - O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, participou do protesto do Movimento Passe Livre. Ele estava passando a pé na frente do Masp com um assessor. Skaf elogiou o clima tranquilo do ato. "Está muito positiva a manifestação", disse ao Estadão. Enquanto estava na frente do Masp, um manifestante subiu numa pedra e começou a cantar o Hino Nacional. Skaf aplaudiu.
A sede da FIESP presidida por Paulo Skaf (ex-PSB, atualmente no PMDB) fica na Avenida Paulista, assim como ali estão as principais empresas brasileiras, que liberaram seus funcionários para ficarem gesticulando pelas janelas, conforme mostrou o Jornal da Record de 18/06/2013.
Todos esses fatos dão mais credibilidade ao que foi escrito no início deste texto. De fato os mencionados partidos políticos e também os organizadores do Movimento Passe Livre estão agindo em defesa do empresariado, representado por Paulo Skaf e pelas organizações patronais que ele preside (CNI - Confederação Nacional das Indústrias, FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, SESI - Serviço Social da Indústria, SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Sobre a forma de agir de tais entidades do empresariado, veja o texto intitulado Os Culpados pela Falta de Mão de Obra Qualificada.
Há outro fato importante que os Mercenários da Mídia não divulgaram. Mas, está na Internet. No site Brasil.Gov.Br lê-se:
Direitos do Trabalhador - Vale-Transporte - Lei 7.418/1985
O vale-transporte, benefício criado em 1985 pelo Estado brasileiro [Governo José Sarney], prevê o pagamento antecipado do valor gasto pelo trabalhador no percurso de ida e volta de sua casa até o local de trabalho. O auxílio deve ser pago pelo empregador e é calculado com base na tarifa integral do serviço de transporte que melhor se adequar à necessidade do funcionário.
O benefício pode ser usado no sistema de transporte coletivo público urbano, intermunicipal ou interestadual. O vale-transporte não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração do funcionário. Também não faz parte da contribuição previdenciária ou do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Têm direito ao vale-transporte os trabalhadores sob o regime CLT e aqueles ligados a empresas de trabalho temporário, além de empregados domésticos. Prestadores de serviço a domicílio, empregados de subempreiteiras, atletas profissionais e servidores públicos também devem receber o benefício.
Considerando o descrito, principalmente quando deixa claro que as passagens de ônibus são pagas pelos patrões e não pelos seus empregados, podemos concluir que o Movimento Passe Livre está agindo em defesa do empresariado, por isso conta com o irrestrito apoio de Paulo Skaf, presidente da FIESP.
Tudo isto também significa que os partidos políticos envolvidos nessas manifestações estão sendo infantilmente iludidos pelos detentores do poderio econômico ou de fato estão aliados a estes.
Portanto, o PSTU como um dos grandes líderes das manifestações, juntamente com o desconhecido Movimento Passe Livre, estão conseguindo fazer melhor do que pretendiam fazer os idealizadores no Movimento CANSEI, que pretendia tirar o Presidente Lula do seu posto de Presidente da República.
Embora o PSTU diga que sua intenção não é a de derrubar a Presidenta Dilma, nas imagens veiculadas pela TV é possível ver partidários da extrema-direita infiltrados nas passeatas a empunhar cartazes com o fatídico "FORA DILMA". Só faltou o "Queremos os Ricos no Governo".
EM TEMPO (23/06/2013):
Em entrevista à GloboNews, um dos integrantes do MPL - Movimento do Passe Livre notadamente o definiu como socialista, como inclinação política, conforme se havia imaginado. Inclusive disse que os líderes do movimento resolveram pela não continuidade do apoio às manifestações porque já haviam conseguido a redução dos preços das passagens.
Em contrapartida, muitos blogueiros denunciaram que os conservadores de extrema-direita, em seu próprio benefício, apoderaram-se da mobilização iniciada pelos esquerdistas mencionados nesta página do COSIFe.
Na mencionada entrevista, o referido ativista do Passe Livre, deixou claro que ingenuamente tenham aguçado a ira da extrema-direita contra o Poder Constituído. Isto é, os ativistas do MPL não tinham a menor noção do que estavam fazendo. E, diante do que foi dito ao repórter da Globo News, continuam sem saber.
Durante a reportagem, o interlocutor deixou claro que os organizadores do movimento não conhecem as teorias contábeis que na prática explicam como ocorre a formação dos preços dos produtos e serviços oferecidos pelo empresariado. Essa mencionada teoria, e a sua explicação prática, estão descritas nesta página do COSIFe.
Portanto, por falta de conhecimentos técnicos e científicos na área das Ciências Contábeis (Contabilidade de Custos), os ativistas do MPL acabaram agindo em favor do empresariado de modo geral. Isto é, estão agindo em prol da desoneração dos custos operacionais do empresariado das demais atividades com ou sem fins lucrativos. Dessa forma, o MPL não seria uma entidade com cunho socialista e sim capitalista, porque está lutando pelo aumento dos lucros do empresariado. A Desoneração dos Custos significa, na prática, o Aumento dos Lucros. Assim, a grande falha do MPL foi a de seus organizadores não terem pensado de forma macroeconômica.
Mediante estudos, mesmo que superficiais, eles poderiam ter previsto ou imaginado o que poderia acontecer com todo esse contexto da obtenção do Passe Livre, incluindo as dificultadas que teria o Estado ou Município para que pudesse arcar com esse novo gasto público, que legalmente deve ser arcado pelo empresariado, em benefício dos seus empregados.
Segundo o site Viomundo.com.br, o MPL expediu o seguinte Comunicado no dia 21/06/2013:
O Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas contra o aumento da tarifa. A manifestação de hoje faz parte dessa luta: além da comemoração da vitória popular da revogação, reafirmamos que lutar não é crime e demonstramos apoio às mobilizações de outras cidades. Contudo, no ato de hoje presenciamos episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos.
O MPL luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários. Assim, nos colocamos ao lado de todos que lutam por um mundo para os debaixo e não para o lucro dos poucos que estão em cima. Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto.
O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos.
Toda força para quem luta por uma vida sem catracas.
MPL-SP
Esse comunicado demonstra que os ativistas do MPL de fato desconhecem como são formados os preços dos produtos e serviços, não só os fornecidos pelo empresariado como também os fornecidos pelo próprio governo.
É certo, porém, que os custos governamentais são sempre inferiores aos custos conseguidos pela iniciativa privada. O grande exemplo disto é que as obras públicas feitas pelo exército brasileiro têm tido custo inferior ao das obras realizadas pela iniciativa privada.
Entretanto, parece que os ativistas não sabem que, para que o governo possa fazer alguma coisa, precisa cobrar tributos. E os detentores do Poderio Econômico são os que pagam menos tributos. Logo, esse custo do Vale-Transporte, que é legalmente da alçada do empresariado, passaria a ser do governo. Na realidade passaria a ser do povo, justamente porque as estatísticas brasileiras e estrangeiras nos mostram que é sempre o povo quem paga a maior parte dos tributos.
Leia a seguir, o texto publicado em 18/06/2013 pelo site do PSTU.
O POVO NA RUA, DILMA A CULPA É SUA
17/06/2013 JÁ ENTROU PARA A HISTÓRIA
Da redação do PSTU
100 mil no Rio de Janeiro (RJ), 65 mil em São Paulo, 50 mil em Belo Horizonte (MG), 20 mil em Porto Alegre (RS), 15 mil em Belém (PA), 10mil em Curitiba (PR), 10 mil em Brasília (DF) e muitas outras dezenas de milhares país a fora. Ao todo, doze capitais assistiram protestos e muitas outras cidades tiveram manifestações. Algumas delas foram até os palácios dos governos e do Congresso Nacional, tentaram “tomar as bastilhas” do poder corrupto da burguesia brasileira.
17 de junho de 2013 já entrou para a história. Não se via no Brasil uma manifestação com essa dimensão há 21 anos, ou seja, desde as grandes manifestações do Fora Collor. Mas por que o Brasil foi às ruas neste dia 17?
Sem dúvida nenhuma, o aumento da passagem em São Paulo, realizado por Haddad (PT) e Alckmin (PSDB), ao lado da brutal repressão do dia 13 de junho, foi a faísca que incendiou os protestos. No entanto, as manifestações expressam um profundo descontentamento que vai desde os primeiros sinais da desaceleração da economia – na qual o repique inflacionário é sem dúvida o elemento mais sentido – até a revolta da população contra o abandono e o descaso dos serviços públicos diante da bilionária roubalheira das megas obras da Copa do Mundo. E, em todos estes assuntos, a culpa é do governo Dilma, do PT.
NOTA DO COSIFE: Observe que, tal como os partidos oposicionistas ao governo federal, o PSTU está mais preocupado em atingir o PT do que propriamente a presidenta Dilma Russeff, que tem agraciado o empresariado com muitas benesses.
A desaceleração da economia que se manifesta, entre outras coisas com a inflação, tem minado a sensação de “bem-estar” provocada pela estabilidade econômica e ampliação do consumo através do crédito. A inflação vem corroendo o poder de compra dos salários, que já são baixos. Além disso, os salários se tornam mais reduzidos pelas dívidas crescentes acumuladas pelas famílias.
NOTA COSIFE: Torna-se importe observar que somente os produtos consumidos pela população mais pobre estão sendo inflacionados. A premeditada intenção do grande empresariado inescrupuloso é a de tirar dos bolsos do povão aquele algo mais que vêm ganhando nos últimos anos. Essa é uma demonstração de mero preconceito e discriminação social contra os menos favorecidos, que também foi praticada pelos controladores do cartel de supermercados principalmente na década de 1980 até o meado da década de 1990.
O governo Dilma, por sua vez, responde jogando no lixo o seu suposto “desenvolvimentismo” (que na verdade, sempre foi o velho neoliberalismo, associado às políticas sociais compensatórias) para aplicar o velho receituário tucano pautado no superávit primário, juros altos e câmbio flutuante. Em outras palavras, isso significa mais cortes no orçamento da saúde e educação. Significa mais arrocho salarial e endividamento.
NOTA DO COSIFE: O endividamento interno brasileiro é semelhante ao muitas vezes maior endividamento interno do Japão. Não traz grandes riscos porque se processa de conformidade com o exigido pela teoria econômica. Isto é, como a partir do Governo Lula o Brasil passou a exportar mais, houve elevado ingresso de moedas estrangeiras (reservas monetárias), com a consequente emissão de moeda brasileira para ser entregue aos exportadores. Logo, para enxugar o meio circulante (tirar o excesso de dinheiro de circulação) governo emite títulos públicos que podem ser adquiridos pelos exportadores e também pelos capitalistas. Por esse motivo, torna-se importante que a Taxa SELIC seja extremamente baixa. Na verdade, o governo não precisa desse dinheiro. Só se justifica o pagamento de altas taxas de juros quando o dinheiro está escasso. Hoje em dia esse dinheiro é capitado, digamos, inutilmente. Só seria útil se o governo desejasse estatizar a economia, aplicando o arrecadado na compra, por exemplo, de empresas estrangeiras estabelecidas no Brasil, cujos acionistas estrangeiros seriam pagos com os dólares de nossas Reservas Monetárias. Assim, os detentores de títulos públicos, poderiam trocá-los pelas ações das empresas estrangeiras estatizadas, que assim seriam privatizadas.
Esses [o arrocho salarial e o endividamento] são elementos de instabilidade, porém não significam que o país esteja à beira de uma recessão. Mas significam que a há uma percepção diferente sobre a economia. Não há mais um “mar de rosas” que o governo supunha existir. Uma das expressões desse processo foi a primeira queda da popularidade da Dilma de 8% e as vaias contra a presidenta durante a abertura da Copa das Confederações em Brasília.
NOTA DO COSIFE: A queda de popularidade aconteceu porque a presidenta Dilma Russeff não cumpriu o disposto na Constituição Federal de 1988, que garante o reajuste dos proventos de servidores públicos (Brasília é a cidade com maior índice populacional de servidores públicos). Assim, grande parte dos presentes ao estádio de futebol eram servidores públicos insatisfeitos. Outo fato que levou às vaias, é a falta de pagamento de dívidas a esses funcionários já transitadas em julgado. Lembre-se que tais servidores públicos foram taxados de "Servidores Públicos de Sangue Azul", o que ofendeu os cumpridores dos seus deveres cívico e profissional. Não se esqueça que em Brasília também existem trabalhadores.
Tem dinheiro pra Copa, mas não tem pra saúde, educação...
Os governos da direita privatizaram a saúde e sucatearam os hospitais públicos. Os governos petistas fizeram a mesma coisa. A maioria da população (70%) sofre para marcar consultas e fazer exames pelo SUS.
NOTA DO COSIFE: Mero engodo. Na verdade, são os ambulatórios e hospitais municipais, estaduais e privados os agentes que prestam serviços para o SUS. Logo, a responsabilidade administrativa pelos maus serviços prestados deve ser atribuída aos prefeitos, governadores e empresários.
Outra parte da população é refém dos mandos e desmandos dos planos [de saúde] privados.
NOTA DO COSIFE: Sobre os planos de saúde privados, veja o texto Planos de Saúde - Ressarcimento ao SUS por Serviços Prestados. Isto é, os empresários administradores de planos de saúde recebiam o dinheiro de seus associados, porém, mediante suborno, combinavam com as clínicas, ambulatórios e hospitais privados que o atendimento seria cobrado do SUS, o que se constitui num crime de desfalque cometido contra os cofres públicos.
A educação do país se encontra em pedaços. A burguesia condena milhões de crianças e jovens a não terem acesso à educação. O Brasil está em 88º lugar no ranking da educação, entre 126 países, ficando atrás de Honduras, Equador e Bolívia. O salário dos professores é uma vergonha, e quando se mobilizam são tratados com repressão pelos governos.
NOTA DO COSIFE: A partir de sua criação em 2005, o CNJ - Conselho Nacional de Justiça passou a fiscalizar a atuação do Poder Judiciário. Disto resultou vários processos administrativos e judiciais contra juízes não cumpridores de seu dever cívico e profissional, alguns taxados de criminosos. Porém, o CNJ apurou também que na esfera estadual transitavam morosamente mais de 20 mil processos contra prefeitos acusados de desvios de verbas públicas, quase sempre tiradas da educação e da saúde. Portanto, os grandes culpados desse caos sofrido pelos menos favorecidos são os prefeitos e governadores. Os governadores também são culpados porque nada fazem para evitar os desmandos dos prefeitos. Veja o texto intitulado Corrupção é Pouco Punida no Brasil em que se destaca a atuação do CNJ no combate aos desmandos.
Toda essa situação contrasta com os bilhões dados às empreiteiras nas negociatas que levantaram os estádios para a Copa. Hoje, os gastos com os doze estádios superam R$ 10 bilhões. O pior de tudo é que o governo Dilma vai fazer com os estádios o que já faz com o petróleo: vai privatizar tudo a preço de banana como já fez com o Maracanã.
Uma Copa corrupta que também foi marcada pelas covardes remoções de moradores pobres em função das obras de infraestrutura. Está prevista a remoção de 250 mil pessoas das suas casas, segundo o Comitê Popular da Copa - 2014. Uma Copa que colocou a soberania do país nas mãos da FIFA e de suas empresas patrocinadoras, chegando ao absurdo de aprovar uma lei – a Lei Geral da Copa – que suprime a legislação do país e impõe até a censura. Inclusive, a Lei da Copa foi a justificativa para a Tropa de Choque reprimir a manifestação de Belo Horizonte que seguia para o Mineirão. “Aqui só entra com a autorização da FIFA”, disse um coronel da PM.
Quem não lembra da famosa frase de Jerome Valcke, da FIFA, que chegou a dizer que precisaria “chutar o traseiro” do Brasil pra agilizar a dita lei? As manifestações do dia 17 foram a resposta. Foi o “chute no traseiro” da FIFA dada pelo povo brasileiro.
NOTA DO COSIFE: Um dos grandes problemas enfrentados, principalmente pelo governo federal, é o de não encontrar empresários que queiram trabalhar honestamente para o desenvolvimento da Nação brasileira. Quase todos são apátridas, porque a teoria econômica neoliberal enfatiza que "Capital Não Tem Pátria".
Tarifa Zero já
PT e PSDB são totalmente reféns da máfia das empresas de ônibus [e também do cartel dos supermercados]. Suas campanhas eleitorais são financiadas por estas empresas. Segundo dados da própria prefeitura, publicados na página de internet da Revista Exame, o município de São Paulo, em 2013, deve gastar R$ 1,25 bilhão para subsidiar empresas privadas de ônibus.
NOTA DO COSIFE: O orçamento do primeiro ano de governo federal, estadual e municipal é sempre feito e aprovado no governo anterior. Logo, os valores a serem gastos em 2013 pelos prefeitos de modo geral foram estipulados pelo seu antecessor, exceto nos casos em que o prefeito foi reeleito. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o ex-prefeito Gilberto Kassab contratou e iniciou em 2012 todas as obras a serem realizadas durante toda a nova gestão de Fernando Haddad. Por isso, Haddad mencionou que iria reexaminar todas as concessões e contratações feitas pelo ex-prefeito. Porém, será difícil conseguir algum sucesso nessa empreitada. Se desaprovar algumas das obras contratadas por Gilberto Kassab, automaticamente gerará um processo judicial, cujo juiz determinará a paralisação das obras por uns dez anos pelo menos. Logo, o prejuízo para o Governo de Haddad e para o povo paulistano será bem maior com a paralisação. É preferível deixar do jeito que o ex-prefeito resolveu fazer, mesmo que se tenha corrompido. Pelo menos Haddad poderá inaugurar as obras, isto se as empresas empreiteiros não solicitarem as suas autofalências. Dessa forma, as obras também serão interrompidas por tempo indeterminado (teoria da conspiração). Foi assim que agiram algumas das empreiteiras encarregadas das obras de transposição do Rio São Francisco.
O reajuste de R$ 3,20 foi uma retribuição a essa máfia. O PSTU defende o fim do reajuste já! Também defendemos a Tarifa Zero que não é nenhuma utopia, como tenta nos fazer crer a burguesia. Nos velhos tempos do PT, na época da administração de Erundina (1989-1992), se discutiu um projeto de Tarifa Zero, pago através do aumento progressivo dos impostos dos mais ricos.
NOTA DO COSIFE: Na verdade, essa luta do PSTU, e de seus aliados, incluindo a luta do Movimento Passe Livre, pela redução dos preços das passagens de ônibus ou pela sua isenção de pagamento pelos patrões, está sendo feita em prol do empresariado da indústria e do comércio e dos serviços. É a luta de todos os demais empresários contra os empresários dos transportes coletivos. Por quê? Por que, como já foi mencionado nesta página, o vale-transporte deve ser fornecido antecipadamente pelos patrões a todos os seus empregados. Logo, o PSTU e seus aliados estão defendendo os interesses desses patrões contra os donos das empresas de transporte coletivo. Isto é, o empresariado defendido por Paulo Skaf da CNI, FIESP, SENAI e SESI está querendo que a prefeitura arque com os custos do Vale-Transporte, o que significa instituir o "Passe Livre". Mas, como foi dito, o grande beneficiado não será o trabalhador; o grande beneficiado será o patrão desse trabalhador.
Repressão aumenta em todo o país
Há uma visível ofensiva da burguesia e dos governos contra o direito à manifestação e protestos.
NOTA DO COSIFE: O término da repressão contra os manifestantes só aconteceu porque os detentores do poderio econômico perceberam que os partidos políticos da extrema-esquerda estavam defendendo os reais interesses do empresariado que briga pela redução de seus custos com tributos diretos ou indiretos. O Vale-Transporte é um desses tributos indiretos que o empresariado quer extinguir.
O governo Dilma e os governos estaduais reprimem greves de trabalhadores (como a dos operários de Belo Monte), manifestações indígenas (Terenas, no Mato Grosso do Sul) e, agora, qualquer tipo de manifestação contra os gastos da Copa e contra o aumento do transporte. Como foi feito na África do Sul, sede da Copa anterior, o governo Dilma tenta impor um retrocesso aos direitos fundamentais da população.
NOTA DO COSIFE: Parece óbvio que todos os atos de repressão aos trabalhadores são direta ou indiretamente engendrados e financiados pelos detentores do Poderio Econômico (os patrões), não somente no Brasil como em todo o Mundo. Portanto, alguns partidos políticos em sua santa ingenuidade estão servindo aos interesses escusos dos seus algozes.
Dilma assim não dá! O povo vai continuar na rua!
O povo vai seguir na rua. Novas manifestações já estão sendo marcadas por todo o país. O PSTU estará em todas elas exigindo: