Ano XXVI - 21 de novembro de 2024

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A HISTÓRIA DA FIBRA ÓPTICA NO BRASIL



A HISTÓRIA DA FIBRA ÓPTICA NO BRASIL

A INCOMPETÊNCIA DOS CONTROLADORES DAS EMPRESAS PRIVATIZADAS

São Paulo, 21/04/2012 (Revisado em 17-03-2024)

Rede Brasileira de Fibra Óptica, As Pesquisas da UNICAMP, A Falência da ELETRONET controlada pela AES Eletropaulo, agora controlada pela Eletrobras, A Telebrás como Controladora da Banda Larga no Brasil, As empresas privatizadas desperdiçando a tecnologia brasileira. Por causa das privatizações a Unicamp perdeu o monopólio da fibra óptica desenvolvida em seus laboratórios. Estatização das Privatizadas Falidas.

  1. HISTÓRIA DA FIBRA ÓPTICA NO BRASIL
  2. ONDE ESTÃO OS 16.000 KM DE FIBRA ÓTICA (AINDA) NÃO UTILIZADOS NO BRASIL?
  3. MAPA DA REDE DE FIBRA ÓPTICA NO BRASIL
  4. A FALÊNCIA DA ELETRONET CONTROLADA PELA AES ELETROPAULO
  5. CONCLUSÃO

Veja também:

1. HISTÓRIA DA FIBRA ÓPTICA NO BRASIL

Publicado por Curso Fibra Óptica.com.br, com anotações, comentários e subtítulos por Américo G Parada Fº - Contador- Coordenador do COSIFE.

O NASCIMENTO DA FIBRA ÓTICA

Na década de 1960, a transmissão de dados por sinais luminosos em fibras ópticas se tornou uma forte candidata a substituir, gradativamente, os sistemas baseados em fios de cobre nos sistemas de telefonia. Duas limitações, no entanto, impediam o desenvolvimento da tecnologia: as grandes perdas de luz durante a transmissão e o excessivo calor que os lasers geravam.

Enquanto o professor Zeferino Vaz fundava, em 1966, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisadores de diversos países reunidos em empresas e universidades norte-americanas estavam em busca de soluções para o uso da tecnologia, que só foram vencidas em 1970.

Foi quando a empresa norte-americana Corning fabricou a primeira fibra óptica com baixa perda de luz e, nos Laboratórios Bell, da AT&T, foi desenvolvido um tipo de laser capaz de operar à temperatura ambiente.

Três pesquisadores brasileiros que estavam nos Estados Unidos e acompanharam de perto as descobertas (Rogério Cerqueira Leite, Sérgio Porto e José Ripper Filho) aceitaram o convite de Vaz e retornaram ao Brasil para liderar, na Unicamp, pesquisas na área.

A CRIAÇÃO DA TELEBRÁS

Em 1972, o governo militar brasileiro criou a Telebrás e investiu nos grupos acadêmicos existentes para o desenvolvimento da tecnologia de fabricação das fibras. O principal resultado desses investimentos foi obtido em abril de 1977, quando a primeira fibra óptica brasileira foi puxada em uma torre de dois metros de altura do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.

"A fibra óptica não foi inventada no Brasil, mas revolucionou os serviços de comunicação no país por ter sido capaz de modificar o mercado ao substituir as tecnologias até então existentes", disse José Ripper Filho, que em 1971 era chefe do Departamento de Física Aplicada do IFGW, à Agência FAPESP.

"Percebemos na hora certa a possibilidade de uma mudança radical nos conceitos das comunicações ópticas no país. Ficamos na fronteira do conhecimento em fibras ópticas até o fim da década de 1980", disse Ripper Filho.

A transferência da tecnologia para a indústria nacional ocorreu por meio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o então centro de pesquisa e desenvolvimento da Telebrás, no qual foi montada a planta piloto de fabricação das fibras.

Estabelecida em Campinas, a empresa nacional ABC X-Tal contratou pessoal do Grupo de Fibras Ópticas da Unicamp e assinou contrato de US$ 6 milhões com a Telebrás para produzir 2 mil quilômetros de fibra óptica. O primeiro lote de 500 quilômetros foi entregue em agosto de 1984.

AS PRIVATIZAÇÕES ESTRAGARAM TUDO

"Na década de 1990, no entanto, eventos como o processo de abertura comercial  [privatização das estatais],mudanças na política industrial e a globalização limitaram o projeto nacional de comunicações ópticas e a maior parte das empresas nacionais perdeu força de mercado", lembrou Ripper Filho, atual presidente da AsGA, empresa nacional de equipamentos de comunicações ópticas.

Atualmente, o CPqD continua transferindo tecnologia à indústria, não mais para a produção da fibra, mas para a fabricação de equipamentos de comunicações ópticas por empresas nacionais como AsGA, Padtec e Digitel.

"O problema é que as principais concorrentes dessas empresas são oriundas da China, dos Estados Unidos e da Europa, que faturam, em média, 20 vezes mais", disse o presidente do CPqD, Helio Machado Graciosa.

Para ele, como o Brasil ainda domina a tecnologia de fabricação e transmissão de dados por fibras ópticas, o maior desafio na área para os próximos anos é fomentar a criação de uma grande indústria brasileira "que tenha poder comercial e logístico no mercado internacional".

Se ficarmos esperando pela iniciativa privada, nunca teremos.

"A definição de sucesso em comunicações ópticas é ter as tecnologias nacionais aplicadas no mercado. E isso hoje deve ser perseguido pela indústria, pois a capacitação tecnológica está instalada em várias universidades, indústrias e operadores de comunicação. A Unicamp não tem mais o monopólio tecnológico. A semente plantada há 30 anos frutificou", conclui Graciosa.

Em suma, o monopólio brasileiro da tecnologia da fibra óptica foi jogado pelo esgoto em razão da incompetência administrativa dos controladores das empresas privatizadas.

2. ONDE ESTÃO OS 16.000KM DE FIBRA ÓTICA (AINDA) NÃO UTILIZADOS NO BRASIL?

Por Felipe Ventura, publicado em 01/03/2010 pelo site GIZMODO.com.br, com anotações, comentários e subtítulos por Américo G Parada Fº - Contador- Coordenador do COSIFE.

O Brasil tem uma rede de fibra ótica ociosa com mais de 16 mil quilômetros de extensão, que poderá ser reativada em breve como parte do Plano Nacional de Banda Larga. Disso você já sabia. Mas onde está toda essa rede?

O backbone ótico da Eletronet conecta grandes capitais brasileiras, ligando extremos como Fortaleza a Porto Alegre, e cobre as regiões Nordeste, Sul e Sudeste, além dos Estados de Tocantins e Goiás.

A história por trás dessa rede você já conhece: ela foi construída pela empresa privada Eletronet, que teve sua falência decreta há anos - por isso a rede foi embargada pela Justiça e permanece inutilizada até hoje (01/03/2010).

Mas, no começo deste ano de 2010, a Justiça autorizou o governo federal a utilizar esses 16.000 km de fibra ótica para serviços de banda larga e inclusão digital.

A ideia do governo, segundo a Info, é juntar a rede da Eletronet com mais 5.000 km de fibra ótica utilizados por estatais como a Petrobras. E esses 21.000 km de rede devem receber investimentos públicos por intermédio da Embratel, que está sendo financiada pelo governo federal porque a iniciativa privada não tem dinheiro para investir. A intenção do governo brasileiro é a de fornecer banda larga a cidades fora do trajeto da fibra ótica, utilizando redes sem fio.

3. MAPA DA REDE DE FIBRA ÓPTICA NO BRASIL

Fonte: Eletronet (agora controlada pela Eletrobras)

4. A FALÊNCIA DA ELETRONET CONTROLADA PELA AES ELETROPAULO

Por Felipe Zmoginski, de INFO Online publicado em 26/02/2010, com anotações, comentários e subtítulos por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.

SÃO PAULO - O mapa acima mostra por onde passam os 16 mil quilômetros de fibra óptica que a Eletronet construiu mas não utiliza. A empresa privada falida está sendo reorganizada pela Eletrobrás.

O cabeamento liga extremos como as cidades de Fortaleza, no Ceará, à capital gaúcha, Porto Alegre, passando por municípios do interior do Nordeste, como Imperatriz, próximo da divisa do Maranhão com o Tocantins e o Pará. Regiões do Centro-Oeste como Brasília e Goiânia são atendidas pela rede.

Construída pela Eletronet, a rede nunca chegou a funcionar plenamente, já que a companhia controlada pela AES Eletropaulo e outros sócios, decretou falência.

A empresa foi reativada e agora é controlada pela Eletrobrás. O serviço de Banda Larga está sendo controlado pela Telebrás, recriada no último ano do Governo Lula.

Nos últimos anos, a rede esteve embargada pela Justiça para servir de garantia aos credores da Eletronet. A empresa falida deve aproximadamente R$ 800 milhões a credores.

Esse foi mais um dos resultados negativos das privatizações, que resultou nesse atraso, com elevado prejuízo para o desenvolvimento brasileiro.

A privatização das ferrovias também se revelou ineficaz. Atualmente a rede brasileira de trilhos é bem menor e nada foi investido no que restou.Dos 38 mil km privatizados, restam menos de 10% em operação.

No início do ano de 2010, uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Governo Federal pode utilizar esse cabeamento para criar serviços de banda larga e inclusão digital. Neste caso, os credores vão resolver seus problemas com a Eletronet sem envolver a rede de fibra óptica, que neste momento está ociosa.

É importante prestar muita atenção no que foi escrito no parágrafo acima. As empresas privadas preferiam perder o dinheiro investido do que permitir o uso da rede pelo governo federal para depois receberem os lucros do empreendimento. E tem gente criticando essa ação governamental. Veja adiante.

A rede de fibras da Eletronet é cobiçada por teles privadas. Em 2008, a Oi tentou comprar esta infraestrutura, sem sucesso. Obviamente queria assumir o patrimônio sem quase nada pagar.

As empresas de telefonia estão todas quebradas porque seus custos operacionais são muito elevados. Por burrice de seus dirigentes, cada um delas resolveu implantar a sua própria rede de cabos quando, associadas, deveriam ter criado uma holding para implantar somente uma rede que seria utilizada por todas. É o que está fazendo o governo brasileiro. O custo de implantação e depois o custo operacional de uma única rede será 80% menor.

Essa falta de visão dos custos operacionais para manutenção de várias redes demonstra a incapacidade administrativa dos controladores das empresas de telecomunicações. O mesmo aconteceu com as empresas de televisão a cabo.

Hoje, nas ruas e avenidas existem pelo menos três cabos esticados, quando poderia existir somente um. O mesmo acontece com as torres de transmissão da telefonia celular. Tem 6 torres, uma de cada empresa, no lugar em que poderia ter apenas uma para uso de todas as empresas.

O plano do Governo Federal é unir estes 16 mil quilômetros de banda larga a outros 5 mil quilômetros atualmente sob uso de estatais como a Petrobras. Toda essa rede seria usada no Plano Nacional de Banda Larga, cujo modelo apresentado no início de março de 2010.

Observe mais uma vez o escrito. Como os administradores das empresas privatizadas não cumpriram o seu papel, as empresas estatais e o governo foram obrigados a implantar a sua própria rede.

O cenário mais provável é que os 21 mil quilômetros de fibra óptica recebam mais investimentos públicos, que já estão sendo feitos através da Embratel, afim de levar conexões a pequenos municípios do Brasil e regiões onde não há este tipo de tecnologia. Redes sem fio seriam construídas ligando os limites dos cabos de fibra óptica até pequenas cidades do interior.

O projeto, no entanto, é alvo de críticas dos oposicionistas ao governo popular porque previa a criação de uma nova estatal de telecomunicações, a Telebrás (que foi recriada pelo Decreto 7.175/2010)e já está gerenciando toda essa rede. Para os mencionados os críticos, seria melhor o governo entregar esta rede a iniciativa privada que foi incapaz de concluir o trabalho iniciado pela Telebrás em 1972,durante o Governo Militar.

5. CONCLUSÃO

Por Américo G Parada Fº - Contador- Coordenador do COSIFE.

Parece óbvio que as críticas contrárias à Estatização da Economia são feitas por Idiotas ou por mal intencionados. Veja o que fez Franklin Roosevelt nos estados Unidos depois da Crise de 1929 em falsa Economia.

Se, passados 40 anos, a iniciativa privada não teve capacidade técnica e financeira para fazer, parece óbvio que nunca fará. E ainda existem idiotas criticando a constituição de empresas estatais.

Para que existem os Governos em todos os países?

Os Governos, especialmente os brasileiros, não podem deixar que o nosso país fique eternamente no subdesenvolvimento por culpa do empresariado privado.Justamente por verem que a nossa elite empresarial nada queria fazer, os militares criaram as estatais. Naquela época ninguém queria investir no Brasil,nem os estrangeiros. Os ingleses abandonaram suas empresas no Brasil. Por isso estávamos num imenso atraso. Nossa elite tentou entregar a batuta aos norte-americanos, que criaram a Aliança para o Progresso deles. Percebendo o engodo, em 1970 o milicos desistiram da dita aliança que em nada nos favorecia.

As grandes empresas privadas, tanto as brasileiras como as estrangeiras, são sempre administradas por oportunistas e, devido ao nepotismo (apadrinhamento),por incompetentes dirigentes, que são os maiores ladrões no Brasil. Isto também acontece nos Estados Unidos. Veja no texto O Capitalismo Bandido dos barões Ladrões.

Para se ter a certeza do afirmado, basta prestar a atenção na quantidade de licitações públicas fraudadas e nos imensos desvios de recursos governamentais praticados por tais desajustados.







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