Ano XXV - 29 de março de 2024

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AS ELEIÇÕES, OS JORNALISTAS E SEUS PATRÕES


AS ELEIÇÕES, OS JORNALISTAS E SEUS PATRÕES

CONSELHO FEDERAL DE JORNALISMO OU DE JORNALISTAS

São Paulo, 19 de agosto de 2004 (Revisado em 14-03-2024)

Ditadura e Censura dos Jornaleiros - os Patrões - Donos das Empresas Jornalísticas, Manipulação da Opinião Pública,  A Influência da Imprensa falada escrita e televisada na hora do voto, a Influência dos Anunciantes no que vai ser escrito e publicado, Publicidade e Propaganda Enganosa. Movimentos da Sociedade Civil contra o Poder Constituído - Oposicionismo do Poder Econômico, Oposição dos Falsos Representantes do Povo. Falsa de Liberdade de Imprensa.

Por Americo G Parada Filho - Contador CRC-RJ 19750 - Coordenador do COSIFe

AS ELEIÇÕES E OS GASTOS COM A CAMPANHA ELETIVA

Mais uma vez, discute-se sobre os gastos dos políticos com suas campanhas eleitorais e com a divulgação do que têm feito em suas respectivas administrações. Quando no exercício de cargos públicos de prefeito, governador ou presidente da república, os administradores públicos gastam muito dinheiro em propaganda, o que não deixa de ser um gasto em promoção pessoal, embora seus nomes não possam aparecer na campanha publicitária.

MARTA SUPLICY GASTOU MUITO COM PROPAGANDA

Durante a campanha eleitoral para prefeito da cidade de São Paulo em 2004, o candidato Ciro Moura disse em várias apresentações durante o seu horário gratuito que a prefeita Marta Suplicy, candidata à reeleição, gastou muito dinheiro público em publicidade e que o montante dos gastos daria para construir seis hospitais com um total de 600 leitos.

Se aquele candidato afirmou é porque de fato tinha razão. Caso contrário, o tribunal eleitoral teria tirado a sua propaganda do ar ou teria dado direito de resposta à prefeita.

LUÍZA ERUNDINA NÃO GASTOU COM PROPAGANDA

Por sua vez, Luíza Erundina, que também era candidata, quando foi prefeita de São Paulo deixou de usar as verbas para propaganda e talvez por esse motivo tenha sido tão atacada pelos meios de comunicação naquela época.

Houve jornal que publicou editorial em primeira página fazendo severas críticas à administração da prefeita, que havia aumentado o IPTU dos mais ricos e fazia obras somente para os pobres.

Outros oposicionistas chegaram a fazer propaganda em cartazes de rua, que eram vulgarmente chamados de “outdoor”. E, como esses opositores gastaram muito dinheiro em propaganda contra a prefeita, tiveram as portas dos meios de comunicação totalmente abertas para eles e hermeticamente fechadas à Erundina.

AS CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO

Se o governante gasta é criticado por seus opositores, sendo que estes fazem o mesmo, quando estão no governo: gastam o máximo que podem.

Se o governante não gasta, os meios de comunicação atacam a sua administração, tal como fizeram com Erundina.

Então, para calar a boca dos empresários da comunicação, os administradores públicos são obrigados a gastar verbas que seriam bem mais úteis em outros setores, dos quais à coletividade reclama melhores serviços.

UM BANDO DE COVARDES

Agora Lula diz que os jornalistas são um bando de covardes e toda a impressa esbravejou de forma orquestrada.

Mino Carta, da Revista Carta Capital, no dia 17/08/2004, quando entrevistado pelo Jornal da Cultura, da TV Cultura de São Paulo, comentou a acusação de Lula e disse que em parte ele tinha razão, mas que disparou contra o alvo errado.

AS OVELHAS NEGRAS DO JORNALISMO: OS JORNALEIROS

Segundo o jornalista entrevistado, as ovelhas negras nos meios de comunicação não são os jornalistas, mas, sim, os seus patrões (Veja, como exemplo, o "Estadão" que fez campanha contra a prefeita de São Paulo, Luíza Erundina, em editorial na primeira página).

A verdade é que, se o jornalista não fizer o que o patrão manda está demitido (e isso também acontece em qualquer outra profissão). Por isso, os jornalistas não conseguem exercer a sua função ou profissão com isenção.

Os contadores vivem o mesmo problema. Em defesa do sustento de suas famílias, são obrigados a contribuir para a sonegação de tributos por intermédio de algum planejamento tributário espúrio recomendado por outros profissionais a seu patrão.

Assim, conclui-se que acima da ética e do dever profissional do cidadão estão as suas necessidades de sobrevivência e os interesses lucrativos do seu patrão.

Essa é a realidade que principalmente os patrões do jornalismo, e os demais, tentam esconder e que os empregados não podem dizer ao público.

É importante salientar que Mino Carta, por fazer questão de sua independência profissional, para sobreviver foi obrigado a constituir a sua própria empresa jornalística, porque seus patrões nunca lhe deixavam escrever o que realmente queria ou devia.

O problema é que, se disser aquilo que desagrade aos anunciantes, chegará à falência.

A DITADURA E A CENSURA DOS JORNALEIROS

Em razão dessa ditadura e censura impostas pelos patrões dos meios de comunicação (os JORNALEIROS) e pelos anunciantes, uma grande parte dos jornalistas é profissional autônomo (chamado de “free-lance”). Nessa forma de relacionamento trabalhista, quem não escrever o que o patrão quiser, não publica absolutamente nada, não ganha dinheiro. Aquele jornalista que estiver empregado, ficará sem emprego se não fizer o mesmo que fazem os autônomos, pois sempre haverá um desempregado para imediatamente ocupar seu lugar. Foi por esse motivo que muitos passaram a ter seus sites ou blogs na Internet e assim conseguiram dizer as verdades para que todos pudessem saber.

FALTA DE LIDERANÇA SINDICAL

Diante daquelas observações de Mino Carta é permitido supor que Lula ao taxar os jornalistas de bando de covardes, talvez tenha tentado dizer que eles não têm coragem de se organizarem dentro de um sindicato e de um conselho profissional, como todos os demais profissionais de nível superior têm ou sonham ter para que possam lutar contra as imposições patronais que os tiram do caminho da ética e das principais finalidades cívicas e éticas de sua profissão.

EMBARGOS À CRIAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE JORNALISTAS

No meio dessa discussão, o Congresso Nacional tentou votar um projeto de lei elaborado pelo Poder Executivo (Casa Civil da Presidência da República) para criar o Conselho Federal de Jornalismo. Alguns "idiotas da objetividade", como dizia Nelson Rodrigues, querem um Conselho Federal de Jornalistas e não de Jornalismo.

Afinal, nesse jogo de palavras o que poderia mudar?

O texto da Lei e o Regimento Interno da entidade são instrumentos que devem definir as regras a serem obedecidas e não a denominação social do órgão máximo da categoria profissional.

Aliás, devo salientar que a criação de seu Conselho Profissional sempre foi o almejado por todas as classes de profissionais de nível superior.

O interessante dessa questão é que grande parte dos jornalistas, ou melhor, dos que militam no jornalismo, não quer um conselho, não quer um código de ética nem normas que regulamentem a profissão.

OS ANARQUISTAS

Pergunta-se: Seriam anarquistas?

Alguns dos defensores dessa “anarquia” alegam que as regras tirariam a liberdade dos jornalistas de bem informar. Como tiraria a Liberdade? Mesmo que de fato quisessem ter liberdade de expressão, seus patrões não os deixam escrever o que bem quiserem.

Outros dizem que a criação do Conselho Federal de Jornalismo é uma represália do governo em razão das acusações que a imprensa vinha formulando contra o torneiro mecânico sindicalista e seus aliados.

Provavelmente a lei seria sancionada em represália aos patrões dos meios de comunicação, se consideramos que os chamados de "JORNALÕES" e de "REVISTONAS" sempre publicam e seus dirigentes, em editoriais, escrevem somente aquilo que a extrema-direita quer e sempre em prejuízo da maioria assalariada. Os mais perseguidos pelos meios de comunicação são sempre os políticos de esquerda, que são os únicos a defenderem os direitos sociais dos trabalhadores.

A DITADURA E A CENSURA IMPOSTA PELOS JORNALEIROS

Pergunta-se, novamente: Qual a liberdade dos jornalistas?

Na realidade, se existe uma censura que tira a liberdade dos jornalistas, esta é exercida pelos seus patrões e não por regulamentos ou órgãos de fiscalização. Todos sabem que os empresários da MÍDIA só publicam o que lhes interessa e que também interessa à classe social elitista para quem preferem escrever, defendendo seus mesquinhos interesses.

Então, pergunta-se outra vez: Esses que não querem a regulamentação da profissão dos jornalistas, estariam defendendo os seus patrões?

Talvez estejam defendendo a si próprios, porque fatalmente não conseguiriam passar nas provas que seriam ministradas pelo seu conselho profissional ou não teriam o diploma necessário para se registrarem como profissionais do jornalismo.

"A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO É RELATIVA"

Sobre a ditadura dos patrões dos meios de comunicação, corroborando com o escrito acima, veja o que escreveu o jornalista Myltom Severiano em texto publicado pela Revista Caros Amigos.


LEI DA RELATIVIDADE APLICADA (NO JORNALISMO)

A VERDADEIRA LIBERDADE DE IMPRENSA, NUNCA

Por Mylton Severiano - Jornalista - Revista Caros Amigos - Correio Eletrônico - Edição 168 - 03/09/2004 com anotações em vermelho por Americo G Parada Fº - coordenador do COSIFe.

O pessoal do contra está assanhado, os interessados no próprio bolso, desanimados do Brasil, derrotistas, nihilistas [os extremistas de direita, cansados de derrotas nas eleições a partir de 2002]. De tudo quanto disseram e escreveram nas últimas semanas, é bem curiosa a reação a certa afirmação do ministro Luiz Gushiken. Caíram de pau em cima dele por dizer que nada é absoluto numa sociedade, portanto a liberdade de informação é relativa.

Chiaram, mas que é relativa, é.

Exemplos:

Por volta de 1966, a Rádio Eldorado, que pertence ao grupo d’O Estado de S. Paulo, mantinha programa de música erudita, Concertos do Meio-Dia. Encontrei um locutor da rádio certo dia e reclamei que não tocavam contemporâneos, como Igor Stravinsky. Ele disse que o “doutor Julinho” havia proibido música de compositores do século 20: todos comunistas, segundo Júlio Mesquita Filho. Os ouvintes só tinham “liberdade” de pedir para ouvir eruditos até a época do romantismo.

Recentemente, um colega contou que mandou colaboração para a revista Bundas, em que pedia a renúncia do então ministro da Fazenda Pedro Malan. Esse colega disse que não sabia que Malan é sobrinho da mulher do editor da revista. “Você vai me complicar em casa”, explicou o editor ao autor do texto, pedindo desculpas por não publicar. “Censura” caseira.

Na Rede Globo, em 1987, chegaram a mexer na letra de velha marcha de carnaval, de Luiz Antônio, Oldemar Magalhães e Zé Mário, Sassaricando, que deu nome à novela; mudaram o verso “na porta da Colombo”, porque Colombo é nome de tradicional confeitaria carioca que fabrica ou fabricava famosa geléia de mocotó. E por quê? Porque, segundo nos explicaram nos corredores da emissora, Roberto Marinho seria dono de outra geléia de Mocotó, a Inbasa.

Como se vê, há muitas formas de “censura”, muitas maneiras de exercer a “liberdade de imprensa”. Quase não vemos articulistas defendendo o atual governo federal nos jornalões e revistonas. A esmagadora maioria ataca, e na maior parte das vezes simplesmente ataca por atacar, como numa campanha, quase sempre à base de adjetivos. Dia 27 passado, última sexta-feira de agosto [de 2004], o colunista de um grande jornal paulistano publicou o texto “Até Tu, Bastus”, em que desancou o ministro da Justiça a propósito da Lei de Crimes Hediondos. Cometeu três impropriedades e desinformações, segundo a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça. Mas as correções enviadas pela assessora Ligia Kosin foram publicadas na seção dos leitores, no meio de outras cartas, ou seja, ficaram valendo as incorreções do articulista. Eis mais uma dentre incontáveis manifestações de relatividade da “liberdade de imprensa”.

Ainda não temos neste país uma só grande publicação feita e comandada por jornalistas, mas sim grandes publicações feitas por jornalistas comandados por EMPRESÁRIOS, com seus interesses. Interesses políticos, pecuniários, de classe social e outros, mais do que o interesse em prestar um serviço público.

A propósito, vamos lembrar o jornalista atípico Mahatma Gandhi, líder de massas, pacifista, libertador da Índia do jugo inglês. Para sua pregação, Gandhi criou vários jornais. Entendia o poder multiplicador de mensagens que tem o jornalista. Foi vítima de jornalistas também, por causa de exageros, erros e mentiras assacados contra ele. Em 1945, escreveu que o objetivo principal do jornalismo é servir; e comentou:

“A imprensa é uma grande força. Mas como uma torrente em fúria submerge o campo e devasta as colheitas, assim uma pena sem controle não serve senão para destruir. Se o controle vem do exterior, seu efeito é ainda mais venenoso que a falta dele. Não pode assim esse controle ser proveitoso se não for exercido do íntimo.”

Quem controla as mãos que escrevem para os jornalões e revistonas?

Os Patrões e as empresas Anunciantes - detentores do Poder Econômico.

O que têm a ver com o Conselho Federal de Jornalismo os patrões?

Os Patrões querem impedir que os jornalistas se organizem como qualquer profissional de nível superior para que NUNCA TENHAM a verdadeira liberdade de expressão.

Quem tem medo de um CFJ criado e administrado pelos próprios jornalistas?

Os Patrões.

Quem está com medo de sequer discutir a questão?

Os Patrões e os puxa-sacos não formados em jornalismo que vêm exercendo a profissão sem qualquer qualificação.

Veja também OS ANARQUISTAS







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