A BANCARROTA ESPANHOLA PODE TER ORIGEM SEMELHANTE A DA ISLÂNDIA
O SISTEMA BANCÁRIO ESPANHOL TAMBÉM DEVE ESTAR FALIDO
São Paulo, 06/06/2012 (Revisado em 13-03-2024)
Recessão Europeia, Problemas Econômicos Enfrentados pelos Países Desenvolvidos, Zona do Euro, A Falência do Sistema Financeiro Especulativo, Occupy Wall Street, A Crise Financeira na Espanha, Investimentos Espanhóis no Exterior, Internacionalização do Capital Nacional, A Queda do Sistema Capitalista, Teoria Escravocrata dos Laureados com Prêmio Nobel de 2010, Exterminando os Consumidores, Planos de Austeridade Econômica Somente Contra os Trabalhadores e Servidores Públicos. Os Problemas Causados por Banqueiros, Especuladores e pelo Empresariado Exportador. Reservas Monetárias e Minerais. Produção Agropecuária e o Agronegócio, Estatização das Empresas Governamentais Privatizadas, A Lição Democrática da Islândia, Fraudes Contábeis e Financeiras das Multinacionais, Negociatas nas Bolsas de Valores - Cassino Global.
1. GEORGE SOROS: EUROPA TEM TRÊS MESES PARA SALVAR O EURO
Texto em preto publicado em 03/06/2012 por Exame.com com dados intermediados pela AE - Agência Estado. As informações são da Dow Jones. Com comentários e anotações [em azul] por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe.
NOTA DO COSIFE:
Soros dizia que os maiores problemas da crise europeia eram o sistema bancário falido e a falta de competitividade, principalmente das empresas exportadoras.
De fato o governo espanhol deu bilhões de euros para que os bancos espanhóis não quebrassem. vão gastar todo o dinheiro e problema de insolvência continuará. Melhor seria a estatização dos bancos, tal como fez a Islândia.
1.1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES
Nova York - O megainvestidor George Soros disse que a Europa tem três meses para salvar o euro. "Na minha opinião, as autoridades tem uma janela de três meses em que eles podem corrigir seus erros e reverter a atual tendência" [de falência econômica dos países e do padrão monetário europeu], disse ele durante um seminário de economia na Itália.
Segundo ele, durante uma crise, os credores ficam na direção [controle administrativo, financeiro e operacional] e nada pode ser feito sem o apoio da Alemanha, ressaltando que a oposição pública contra a austeridade na zona do euro [isto é, contra a penalização dos trabalhadores] deve crescer até que esta medida [completamente equivocada] seja revertida.
Foi o que aconteceu na Islândia depois de uma pacífica revolta popular por intermédio de escrutínio (voto direto, plebiscito). Mas, para que haja esse tipo de movimento pacífico é preciso que os governantes deixem o povo se manifestar por intermédio das urnas.
A Grécia [outro país que enfrenta gravíssima bancarrota] realiza, no dia 17 de junho [de 2012], eleições pela segunda vez em seis semanas após uma votação inconclusiva feita em 6 de maio [de 2012]. Com a esquerda radical do partido Syriza, principal opositor do acordo de resgate entre Europa e Fundo Monetário Internacional (FMI), liderando as pesquisas, a eleição poderá levar a Grécia a deixar a zona do euro.
1.2. OS GOVERNANTES DEFENDENDO OS INTERESSES MESQUINHOS DOS BANQUEIROS
O bilionário [George Soros] acredita que a crise deve chegar ao seu clímax durante o outono europeu, que começa no fim de setembro.
"Neste período, a economia alemã também estará se enfraquecendo e a chanceler Angela Merkel achará ainda mais dificuldade do que hoje para persuadir a sociedade alemã a aceitar qualquer responsabilidade adicional pela Europa", afirmou Soros.
Segundo ele, as autoridades [governamentais] não entendem [ou, em defesa dos interesses mesquinhos dos banqueiros, fingem não entender] a natureza da crise do euro. "Eles pensam que é um problema fiscal enquanto a crise é mais um problema do sistema bancário e um problema de competitividade", ressaltou.
Ele disse que o remédio que está sendo aplicado também está errado. "Você não pode reduzir a dívida através do encolhimento da economia, mas crescendo e desta forma criando uma saída para fora da crise", disse.
1.3. O ESCRITO NAS ENTRELINHAS
Na qualidade de megainvestidor plenamente interessado na perpetuação do sistema capitalista que o enriqueceu, é preciso que George Soros faça declarações de modo subjetivo, atribuindo caráter ideológico (de intenção e de modo de ação) à realidade, à verdade e aos valores dos fatos acontecidos, obrigando que o bom entendedor enxergue o "subjetivamente descrito nas entrelinhas" e, assim, perceba o que não foi dito claramente.
Com base nas palavras acima destacadas em negrito, obviamente George Soros quis dizer que o problema enfrentado pelo povo norte-americano e pelo europeu não pode ser atribuído aos trabalhadores e aos servidores públicos como destacam as autoridades europeias. O desajuste econômico agora existente nos países desenvolvidos foi causado pelos banqueiros e pelos demais especuladores, acompanhados pelo empresariado que deixou de investir na produção e na redução de seus elevados custos operacionais. Além disso, os capitalistas precisam reduzir seus gastos megalomaníacos, deixando também de investir somente na especulação financeira e imobiliária.
Estes também eram os problemas enfrentados pelo Brasil até 2002.
1.4. TEORIA ESCRAVOCRATA DOS LAUREADOS COM O PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA DE 2010
Se os governantes europeus, com base na teoria escravocrata defendida pelos três economistas laureados com o Prêmio Nobel de 2010, aplicarem os seus inconsequentes planos de austeridade econômica que unicamente penaliza os consumidores, o sistema capitalista em pouco tempo sucumbirá exatamente em razão da ausência desses consumidores.
1.5. O VANDALISMO ECONÔMICO E O FIM DO CAPITALISMO NEOLIBERAL
O encolhimento da economia mediante tais planos de austeridade que penalizam o consumidor, como disse Lula em 2009, significa menor consumo e consequentemente menor produção. Esses fatos gerarão menores lucros ou grandes prejuízos ao empresariado. O consequente desemprego em massa gerará maior pobreza e maior criminalidade. Portanto, o tal plano de austeridade significa o fim do sistema capitalista porque, como base nas teorias intervencionistas de Keynes, os governantes serão obrigados a estatizar toda a economia de seus respectivos países para evitar que se perpetue o atual vandalismo econômico praticado pelos neoliberais anarquistas.
2. A BANCARROTA ESPANHOLA E A CRISE NO SEU SISTEMA FINANCEIRO
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
2.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Os colaboradores do site Wikipédia na página relativa à Economia da Espanha colocaram dados importantes, citando as fontes, embora possam estar desatualizados, conforme adverte o próprio site. Porém, o ali contido não está muito longe da verdade.
Vejamos a parte inicial do referido texto, aqui transcrito em caracteres itálicos:
2.2. A FALÊNCIA ECONÔMICA DA ESPANHA ASSEMELHA-SE À DA ISLÂNDIA
A Economia da Espanha é a 5a maior economia da União Europeia e a [13ª] maior do mundo.
A economia espanhola viveu um intenso crescimento financeiro desde os anos 1990 até a explosão Crise Econômica [Mundial] de 2008 [provocada pela bancarrota dos Estados Unidos da América], que teve um enorme impacto sobre [os países europeus porque economicamente agiam da mesma forma anárquica desenhada pelos neoliberais ianques].
Desde a década de 1990 várias empresas espanholas obtiveram o status de multinacionais, muitas vezes, alargando as suas atividades na América Latina. A Espanha chegou a ser o segundo maior investidor estrangeiro na região, depois dos Estados Unidos, e as empresas espanholas também aumentaram seus investimentos na Ásia, especialmente China e Índia. Esta expansão global [,acreditavam os banqueiros e os executivos espanhóis, seria] uma vantagem competitiva sobre os seus primeiros concorrentes e vizinhos europeus.
As empresas espanholas destacavam-se em áreas como energias renováveis, como Iberdrola (o maior operador mundial de energia renovável) e Abengoa, telefonia (Telefônica, Movistar), novas tecnologias (Gamesa, Indra), telecomunicações (Hisdesat), fabricação de equipamento ferroviário (CAF, Talgo), petróleo e gás (Repsol), construção civil e infraestrutura (Ferrovial, Acciona, Grupo ACS, FCC e OHL).
3. CONSIDERAÇÕES DO COORDENADOR DO COSIFE
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
3.1. INTRODUÇÃO
Provavelmente deve estar acontecendo na Espanha o que aconteceu na Islândia. Os banqueiros espanhóis, tal como os islandeses, resolveram captar dinheiro no exterior para aplicá-lo em empreendimentos também no exterior, sendo que uma parcela desse dinheiro captado foi investida no território espanhol. Isto significa que as multinacionais espanholas vêm desenvolvendo um tipo de capitalismo sem capital, como normalmente fazem os banqueiros (emprestam para seus clientes os recursos financeiros captados dos investidores).
Como a rentabilidade do capital investido e a lucratividade das empresas nos Estados Unidos e na Zona do Euro é pequena, os investimentos no exterior atualmente são os preferidos daqueles que resolveram assumir maiores riscos para obtenção de maior remuneração para o seu capital.
Porém, ao contrário do que dizem as Agências de Classificação de Riscos, atualmente os grandes investidores internacionais acreditam que as aplicações de capital efetuadas nos Estados Unidos e na Europa são mais arriscadas. Por esse motivo os países chamados de desenvolvidos estão na bancarrota.
3.2. A INCONSEQUÊNCIA DOS INVESTIMENTOS EFETUADOS
Na Europa, por exemplo, muitos dos banqueiros, assim como, outros tipos de empresários, "investiram" (a fundo perdido) no time de futebol de sua preferência.
Foi escrito "a fundo perdido" porque no futebol só ganham os dirigentes dos clubes, os empresários de jogadores e os respectivos esportistas. Os verdadeiros investidores, que seriam os patrocinadores dos clubes e os seus associados (os torcedores), sempre perdem.
Esses prejuízos dos patrocinadores (por meio de valores despendidos em propaganda) são absorvidos pelos consumidores dos produtos anunciados. Para isso as empresas precisam aumentar os preços dos seus produtos vendidos ao consumidor final (o povo). É justamente assim que acontece a falta de competitividade mencionada por George Soros.
Como os custos são maiores em razão dos gastos inúteis em propaganda, o produto fica mais caro para o consumidor. Dessa forma, os exportadores ficam impedidos de competir com o produzido em outros países em que o empresariado não gasta tanto dinheiro inutilmente.
Esse gasto inútil, além de enriquecer as pessoas ligadas aos esportes, também enriquece os profissionais da propaganda e dos meios de comunicação (imprensa, rádio, televisão, cinema), consequentemente empobrecendo o povo (o trabalhador), a principal massa consumidora (mais de 95% da população mundial).
3.3. QUEREMOS A INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO MERCADO DE CAPITAIS
Nos Estados Unidos os primeiros segmentos operacionais a desabarem foram os dos mercados financeiros e de capitais e o do mercado imobiliário (altamente especulativos). Aliás, como sempre acontece de vez em quando. Todos sabem do elevado risco de investir nos Estados Unidos, assim como sabem que é arriscada a jogatina num cassino. Porém, todos querem arriscar.
Somente as Agências de Classificação de Risco (Agências de Rating) tendenciosamente ignoram os grandes riscos de se investir (jogar) no grande Cassino Global. Veja o texto intitulado Agências de Rating Novamente Acusadas.
Veja também o texto sobre o Movimento Occupy Wall Street (Traduzindo: Intervenha no Centro Financeiro de Nova Iorque) que reclama das fraudes contra os pequenos investidores que são cometidas pelos executivos e pelos acionistas controladores das grandes empresas que têm suas ações negociadas nas Bolsas de Valores (o Cassino Global).
Voltando aos esportes, nos Estados Unidos houve visível decadência dos investimentos no basquete, no beisebol e em outros tipos de esportes adorados pelos norte-americanos.
Com a concorrência dos países do Terceiro Mundo, desabou a industrialização ianque, principalmente no setor automobilístico e nos setores de eletrodomésticos e eletrônicos. Por esse motivo os esportistas norte-americanos ficaram sem patrocinadores.
Dessa forma, os banqueiros que resolveram patrocinar o futebol espanhol (estupidamente inflacionado em razão dos altos salários dos jogadores estrangeiros contratados) estão amargando enormes prejuízos, como também vem acontecendo com aqueles que resolveram apostar no verdadeiro Cassino Global que são as Bolsas de Valores. As apostas em derivativos de alto risco têm gerado grandes perdas para os investidores mais gananciosos.
Justamente em razão desse desajuste europeu, conforme mencionou George Soros, os bancos da zona do euro estão falidos. E o primeiro país europeu a mostrar essa realidade foi a Islândia.
Veja explicações complementares no texto A Lição Democrática da Islândia.
4. ORIGEM DO CAPITAL ESPANHOL E PORTUGUÊS INVESTIDO NA AMÉRICA LATINA
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe
4.1. A DERROCADA DO CAPITALISMO NEOLIBERAL
Segundo dados estimados relativos ao ano de 2011 publicados no site da CIA - Central Intelligence Agency, órgão do Governo dos Estados Unidos da América, a Espanha (com US$ 1.411 bilhões) é a 13ª potência mundial em PIB - Produto Interno Bruto e Portugal (com US$ 246,9 bilhões) é a 50ª potência em PIB.
Isto significa que a soma do PIB dos dois citados países é de US$ 1.657,9 bilhões. Os dois países estão muito longe de alcançarem o PIB do Brasil que é de US$ 2.282 bilhões (O IBGE diz que o PIB brasileiro é US$ 165 bilhões maior que o apontado pela CIA). A diferença entre o PIB do Brasil na lista da CIA e o da soma do PIB dos dois países em questão é de UB$ 624 bilhões. Tal diferença é equivalente ao PIB da Suíça e da Grécia somados, no valor de US$ 648 bilhões.
Assim, o PIB brasileiro corresponde à soma do PIB de Espanha, Portugal, Suíça e Grécia juntos. Isto porque o PIB brasileiro ainda é muito pequeno diante das potencialidades do nosso país. Ao contrário do Brasil, os citados países não têm elevadas reservas monetárias exatamente porque não têm reservas minerais exportáveis, nem terras cultiváveis para que possam viver da exportação de produtos do agronegócio.
Portanto, só resta àqueles países viverem do turismo histórico (relativo às suas antigas civilizações), da exploração do sistema financeiro e da venda de tecnologia produzida em centros de pesquisa científica e tecnológica. Porém, esta última forma de obtenção de reservas monetárias só está ao alcance da Suíça, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha, relacionados na ordem inversa de suas grandezas (os últimos são os com maiores possibilidades).
4.2. CAPITALISMO SEM CAPITAL - A LIÇÃO DEMOCRÁTICA DA ISLÂNDIA
Assim sendo, pergunta-se:
Como dois países inferiorizados economicamente podem ter altos investimentos no Brasil, nos demais países da América Latina e na Ásia? (Fonte: Wikipédia)
Parece óbvio que a Espanha e Portugal não estão investindo o dinheiro gerado em seu próprio território, tal como também acontece com a Suíça e estava acontecendo com a Islândia.
Na Islândia, os banqueiros privados captavam recursos financeiros exclusivamente no exterior, que eram quase exclusivamente aplicados também no exterior. A dívida externa dos banqueiros islandeses era correspondente a 10 vezes o PIB da Islândia.
À semelhança do que acontece nos demais paraísos fiscais, a Islândia não contabilizava a dívida externa dos banqueiros. O PIB e as parcas reservas monetárias daquele país insular (Iceland = Terra do Gelo) baseia-se em 70% de suas exportações que são oriundas da pesca de bacalhau nas águas geladas do norte do Oceano Atlântico próximas ao Oceano Glacial Ártico.
Por sua vez, as águas quentes de origem vulcânica no território islandês atraem turistas dos demais países escandinavos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia) e da Grã-Bretanha (Reino Unido = Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales).
Isto significa que a dívida externa dos banqueiros islandeses, assim como os investimentos destes no exterior não pertenciam a investidores daquele país, cuja população, muito pequena (cerca de 300 mil pessoas), é descendente dos viquingues (escandinavos).
O mesmo deve estar acontecendo com Portugal e com a Espanha, assim como também nitidamente acontece com a Suíça. Trata-se, portanto, de capitalismo sem capital. Nos seus investimentos (os dos banqueiros daqueles países), está em risco somente o capital alheio, dos incautos investidores estrangeiros.
4.3. INTERNACIONALIZAÇÃO DO CAPITAL NACIONAL
Diante do explicado podemos supor que os investimentos espanhóis no Brasil não pertencem a investidores daquele país, pertencendo, portanto, a estrangeiros que podem ser brasileiros que internacionalizaram seu capital.
Entre esses recursos financeiros internacionalizados obviamente está o oriundo da Lavagem de Dinheiro que largamente acontecia no Brasil até o primeiro trimestre de 2005, quando foi extinto o Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes que inegavelmente facilitava a Evasão Cambial ou de Divisas, contribuindo enormemente para a alta Sonegação Fiscal outrora existente no Brasil.
A sonegação fiscal ainda existe, porém, já foi muito maior. Pelo menos agora existem formas consideradas legais para combatê-la. Mas, os representantes legais dos sonegadores teimem em alegar a inconstitucionalidade da nova legislação vigente, por considerarem que a prática de crimes contra a ordem financeira e tributária é um direito constitucional dos endinheirados.
Veja o texto denominado Querem Impedir a Atuação do COAF Contra a Lavagem de Dinheiro.
Informações complementares sobre esse tema estão nos textos sobre a Internacionalização do Capital Nacional brasileiro e norte-americano.
Desse modo, procurou-se demonstrar que o agora explicado pelo megainvestidor George Soros já estava escrito no site do COSIFE há muito tempo.
4.4. A VISITA DO REI DA ESPANHA AO BRASIL
Provavelmente com o intuito de salvar da falência os banqueiros espanhóis intermediários dos investimentos no Brasil, o Rei da Espanha aqui desembarcou em 04/06/2012 para conversar com a Presidenta Dilma Russeff.
A verdadeira razão da repentina visita do monarca espanhol não foi revelada. Oficialmente a visita se deve à Conferência patrocinada ONU - Organização das Nações Unidas que se realizará no Rio de Janeiro (Rio+20). Porém, provavelmente o monarca chegou um pouco antes para que pudesse solicitar empréstimo de significativa parcela das Reservas Monetárias brasileiras (5º maior detentor mundial de reservas monetárias).
4.5. ESTATIZAÇÃO DA REPSOL NA ARGENTINA
A outra razão da vinda do Rei espanhol talvez seja para negociar a revenda das empresas estatais brasileiras privatizadas, evitando assim o que ocorreu com a REPSOL na Argentina, que unilateralmente renacionalizou a sua antiga estatal YPF, adquirida na década de 1990 por falsos "capitalistas espanhóis", na realidade estrangeiros que lavaram seu dinheiro obtido na ilegalidade por intermédio dos banqueiros espanhóis.
As regras da estatização unilateral da REPSOL foram fixadas pelo governo argentino, que promete pagar bem menos do que os ditos investidores espanhóis gostariam de receber. Sobre o que foi feito na Argentina, veja o texto intitulado O Perigo das Privatizações - Perda da Soberania Nacional.
Porém, se os bancos espanhóis forem os titulares dos investimentos espanhóis no exterior, obviamente terão de resgatar as cotas de capital pertencentes a estrangeiros que ficarão com os prejuízos. Foi o que aconteceu na Islândia. Os credores (investidores, especuladores, em suma os capitalistas e não os austeros trabalhadores) assumiram os prejuízos sofridos pelos bancos privados islandeses.
4.6. CRIMES CONTRA INVESTIDORES
Aliás, de forma semelhante ao modo operacional aplicado pelos banqueiros espanhóis e islandeses aconteceu no Brasil com os investidores que aplicaram suas respectivas poupanças em fundos de investimentos. Na prática, quando os fundos investimentos perdem seu valor patrimonial em razão de alguma crise como a ocorrida em 2008, os seus cotistas (os investidores) são os únicos perdedores de suas poupanças.
Para evitar tais fraudes e crimes contra investidores, o Banco Central do Brasil estabeleceu regras que estão explicadas no texto sobre o Gerenciamento de Ativos intitulado "Chinese Wall no Asset Management". O problema a ser enfrentado por aqueles que investiram nos bancos espanhóis e islandeses talvez seja o da inexistência de legislação semelhante à brasileira. O mesmo acontece nos Estados Unidos da América. Assim, como não existe legislação de combate os criminosos do "colarinho branco", em tese não existem tais criminosos. Por isso eles podem agir livremente, sem que seus crimes sejam divulgados nos meios de comunicação.
Veja os textos constantes do índice intitulado como Fraudes e Crimes Contra Investidores. entre eles está o intitulado "Chinese Wall no Asset Management".
4.7. GERENCIAMENTO DE ATIVOS = ADMINISTRAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS
Os administradores dos Fundos de Investimentos nunca perdem. Afinal, eles não são loucos de aplicar na especulação de alto risco o seu rico dinheirinho. Por esse motivo, mesmo depois de falidos, os banqueiros continuam ricos. A fortuna deles está devidamente escondida num paraíso fiscal. Eles arriscam apenas o dinheiro de seus clientes.
4.8. PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS
Depois do banco falido, ele quase sempre é saneado pelo governo federal com o dinheiro do povo (os impostos = socialização dos prejuízos). Depois de saneado como o dinheiro do povo, a parte aproveitável do antigo banco falido é privatizada (quando acontece a privatização dos lucros). Então, aquele mesmo banqueiro falido, por intermédio de um testa de ferro (um banco espanhol, por exemplo), o recompra num leilão de privatização, utilizando parte do seu dinheiro escondido no paraíso fiscal.
4.9. A ISLÂNDIA DECRETOU A PRIVATIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS
Foi para evitar tal picaretagem quase sempre praticada por banqueiros que o recém eleito governo socialista islandês resolveu não colocar nem um tostão nos bancos privados falidos daquele país.
Conforme disse George Soros no texto transcrito nesta página, os credores estrangeiros (unidos em associação ou consórcio) deveriam ser obrigados a assumir o controle dos falidos bancos espanhóis, tal como aconteceu com os falidos bancos islandeses.
Mas, o Rei da Espanha, naturalmente em defesa dos interesses mesquinhos da nobre oligarquia espanhola, provavelmente optará pela socialização dos prejuízos dos seus banqueiros. Ou seja, o povo espanhol arcará com os prejuízos impingidos pelos inescrupulosos.
4.10. A CAÓTICA SITUAÇÃO ECONÔMICA DA ESPANHA
Assim sendo, o Rei da Espanha deve ter vindo ao Brasil na tentativa de salvar a caótica situação econômica espanhola, cuja taxa de desemprego de 25% consegue ser um pouco superior a enfrentada pelo Governo FHC até 2002.
5. BANCOS INVIÁVEIS DEVERIAM SER FECHADOS, DIZ BC DA ESPANHA
Publicado em 17/07/2012 por G1.Globo.com/Reuters
Os bancos espanhóis que não são viáveis deveriam ser fechados gradualmente de maneira ordenada, afirmou o presidente do Banco Central da Espanha nesta terça-feira [17/07/2012], insistindo que os planos de recapitalização das instituições com problemas devem ser realistas e realizados rapidamente.
Essa é a primeira vez que uma autoridade espanhola admite a possibilidade de fechamento de um banco. Essa perspectiva foi levantada no mês passado pela autoridade de competição da União Europeia, Joaquin Almunia, depois da Espanha ter procurado em junho uma ajuda de até 100 bilhões de euros para seus bancos.
"Se uma entidade não é forte suficiente para garantir seu futuro, ela terá que enfrentar um processo ordenado de dissolução ou liquidação", disse Luis Maria Linde durante audiência no Parlamento.
"Os planos de recapitalização apresentados pelas entidades terão que ser realistas e realizados no curto prazo", completou ele.
Pouco depois, porém, o ministro da Economia, Luis de Guindos, afirmou que a Espanha não está planejando fechar nenhum de seus bancos.
Quatro bancos atualmente nacionalizados (Bankia, Catalunya Caixa, Nova Galicia e Banco de Valencia) podem enfrentar a perspectiva de serem fechados se a Comissão Europeia concluir que o custo de sua recapitalização é mais alto do que o custo de uma dissolução ordenada.