O BRASIL NÃO AUMENTA SUA PRODUTIVIDADE DESDE 1970
O DESPERDÍCIO, A PRODUTIVIDADE E O CUSTO BRASIL
São Paulo, 13/04/2015 (Revisado em 17-03-2024)
Números Mágicos dos Países Desenvolvidos, Manipulação das Estatísticas e do Balanço de Pagamentos, Produção Industrial, Coreia do Sul X Brasil, Primeiro Mundo Dependente do Terceiro Mundo, Colonialismo e Neocolonialismo, Bancarrota e Falência Econômica dos Países Desenvolvidos.
Coletânea por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
1. O DESPERDÍCIO, A PRODUTIVIDADE E O CUSTO BRASIL
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
1.1. O QUE SE VÊ NA MÍDIA
Segundo o site Brasil Econômico, a diretora de Estudos e Políticas Setoriais do IPEA, Fernanda De Negri, diz que nosso índice de produtividade é equivalente a 30% da economia da Coreia do Sul.
< p>1.2. OS NÚMEROS MÁGICOS DAS ESTATÍSTICASPodemos dizer que a diferença básica entre a Coreia do Sul e o Brasil é que aquele país está sendo mantido desde a década de 1950 pelos Estados Unidos com a finalidade de mostrar para o mundo que o capitalismo utilizado na Coreia do Sul é melhor que o comunismo praticado na Coreia do Norte.
Portanto, a economia sul coreana está sendo subsidiada pelos capitalistas (Estados Unidos), assim como a Rússia subsidiava o comunismo cubano. Por sua vez, a China subsidiava o comunismo norte-coreano e o norte-vietnamita.
1.3. OS PAÍSES COLONIZADOS DO TERCEIRO MUNDO
Já o Brasil, como os demais países do Terceiro Mundo (o politicamente colonizado pelos Europeus), depois de suas respectivas independências vêm sendo alvo do neocolonialismo (colonialismo econômico praticado pelos países desenvolvidos).
Nesse rol de países desenvolvidos também estão incluídos os Estados Unidos e o Japão, além dos velhos países europeus colonizadores que, desde 1492, estão sendo sustentados pelo Terceiro Mundo.
1.4. DISPUTA: CAPITALISMO VERSUS COMUNISMO
Percebe-se claramente que naqueles mencionados países asiáticos sempre esteve em jogo uma disputa entre a eficiência do Capitalismo norte-americano e a do Comunismo russo e chinês.
Agora, como não mais se pode dizer que existe um mundo comunista, a briga é contra os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para que não se tornem os controladores da produção e comercialização de matérias-primas, do fornecimento de produtos da agricultura e pecuária e para que não se tornem os grandes fornecedores de mão de obra pouco qualificada.
O que se observa nessa briga é que capitalismo sempre esteve interessado no fornecimento de bens materiais industrializados (geralmente supérfluos) e na obtenção de matérias-primas do Terceiro Mundo e na exploração da mão de obra barata (em regime de semiescravidão).
Por sua vez, indiscutivelmente o comunismo sempre esteve preocupado com o bem-estar físico e cultural da população. A mesma prática tem sido adota pelo socialismo. Essa verdade pode ser vista por ocasião da realização das Olimpíadas, quando os países comunistas e socialistas sempre se apresentam satisfatoriamente.
1.5. INVERSÃO DE VALORES: OS POBRES PAÍSES RICOS EM RESERVAS MINERAIS
Dos países ricos em matérias-primas, como são os do Terceiro Mundo (África, Oriente Médio, América Latina), os países desenvolvidos querem não somente os produtos básicos não existentes em seus respectivos territórios, como também querem explorar a mão de obra, a inexistência de grandes intempéries (ausência de neve, por exemplo) e os exorbitantes lucros não tributados, conseguidos com a ajuda de paraísos fiscais.
1.6. O TERCEIRO MUNDO SUSTENTANDO O PRIMEIRO MUNDO
Com a mencionada finalidade predatória, no Terceiro Mundo foi instalado o neocolonialismo que impede o crescimento dos países, impedindo também o crescimento dos chamados de emergentes, que são os mais ricos em reservas minerais, em terras cultiváveis, em biodiversidade e em desenvolvimento científico e tecnológico.
Assim acontece o que se convencionou chamar de "acumulação entravada" ou estagnação econômica, mediante a remessa de lucros para o exterior, que não são reinvestidos no País desfalcado. Assim restam nesses países apenas bens de produção obsoletos (desgastados) e o vazio territorial provocado pela perda dos minérios exportados abaixo do seu custo de produção (subfaturamento das exportações que geram lucros no exterior, em paraísos fiscais). É o entreguismo (elitista) contrapondo-se ao nacionalismo (popular), resultando no neocolonialismo (semiescravidão de uma Nação). De tudo isto decorre a Falta de Produtividade e o alto Custo Brasil.
1.7. RAZÕES DA FALTA DE PRODUTIVIDADE NO TERCEIRO MUNDO
Para esses países colonizados (como o Brasil) são remetidos pelas multinacionais bens de produção que se tornaram obsoletos nos paises desenvolvidos, razão pela qual predomina a ausência de produtividade nos países explorados.
Desde que foi declarada a sua independência de Portugal, o Brasil foi colonizado economicamente pela Inglaterra, razão pela qual não se desenvolveu, ao contrário do que aconteceu com os Estados Unidos. A nossa elite oligárquica (vira-lata), existente desde os tempos do coronelismo, preferiu a comodidade (pompa e circunstância) fornecida pelo novo colonizador.
A partir da falência da Inglaterra, depois da Segunda Guerra Mundial, a nossa acomodada elite vira-lata tentou transferir a batuta de comando para os Estados Unidos, que faliu na década de 1970, razão pela qual foi extinto o Padrão Ouro para o Dólar.
Então, os Milicos foram obrigados a promover o que foi chamado de "Milagre Econômico Brasileiro", que será comentado mais adiante.
1.8. AS RAZÕES DO ALTO CUSTO BRASIL = SUPERFATURAMENTO DA IMPORTAÇÕES
Como os bens de produção obsoletos remetidos ao Brasil pelas multinacionais são superfaturados com a intermediação de paraíso fiscais, também acontece o exorbitante CUSTO BRASIL (com o aumento artificial dos nossos custos fixos da produção, impedido a exportação).
Tais custos de produção são aumentados ainda mais pela corrupção imposta pelo empresariado privado, inclusive o multinacional, que sustenta os sinais exteriores de riqueza da nossa elite criminosamente corrompida.
Veja agora o texto que gerou o acima escrito.
2. O BRASIL NÃO AUMENTA SUA PRODUTIVIDADE DESDE 1970
Por Patricia Büll. Publicado em 09/04/2015, por Brasil Econômico. Com a colocação de subtítulos, comentários e anotações esclarecedoras e NOTAS DO COSIFE por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
2.1. O BRASIL E OS SEUS NÚMEROS MÁGICOS SEMPRE NEGATIVOS
São Paulo - As discussões sobre a baixa produtividade voltam à tona em momentos de crise, como agora, quando se especula quanto o PIB irá decrescer.
O tema foi debatido em 09/04/2015 no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP). Fernanda De Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), explica como o Brasil, que é a sétima economia mundial, tem uma produtividade que equivale a apenas 30% da coreana.
2.2. PAÍS RICO COM UM POVO POBRE - ESCRAVIZADO
A explicação, sem rodeios, já está no texto acima do coordenador deste COSIFE.
Em síntese, podemos dizer que a falta de produtividade resulta da incapacidade técnico-científica dos dirigentes do SISTEMA S para gerarem a qualificação profissional necessária ao aumento dessa PRODUTIVIDADE.
Isto também resultaria em aumento dos salários dos trabalhadores. Com isto o empresariado escravocrata não concorda. Por isso prefere o uso da mão de obra elementar (desqualificada).
Veja também:
2.3. DE QUEM É A CULPA PELA BAIXA PRODUTIVIDADE NO SETOR INDUSTRIAL?
Em tempos de crise, como agora, discussões sobre a baixa produtividade brasileira voltam à tona. Isso é algo recente?
Não. Estudos apresentados no livro do Ipea, lançando no final de 2014, apontam para um índice de produtividade brasileiro baixo, lento e pouco sustentável desde o final da década de 1970.
E qual a responsabilidade do trabalhador brasileiro?
[O ganho de produtividade não é um atributo do trabalhador. Esse é um atributo da empresa].
Claro que se fala de produtividade do trabalho, mas porque esse é um comparativo internacional. Não há dúvida de que [o trabalhador é mais produtivo com equipamentos mais modernos]. Mas propiciar esse ganho de produtividade é responsabilidade da empresa e da economia como um todo.
Esse é o tema do debate?
O que vamos examinar é a evolução da produtividade no Brasil nos últimos anos, comparativamente a outros países, que é um fator crucial para o crescimento econômico dos próximos anos.
E como estamos?
Estamos mal. A produtividade não cresceu nos últimos anos. O último grande ciclo de crescimento de produtividade que o Brasil teve foi nos anos 70. Desde então, tem crescido muito pouco.
Mesmo nos anos 2000, até 2008 (quando eclodiu a crise econômica mundial), período em que houve um relativo crescimento econômico, os indicadores de produtividade não avançaram de forma significativa.
2.4. COMO ACONTECEU O MILAGRE ECONÔMICO BRASILEIRO?
A década de 1970 foi aquela em que se festejou o Milagre Econômico Brasileiro conseguido pelos Governantes Militares mediante a constituição de muitas empresas estatais que foram consideradas "as molas mestres do desenvolvimento brasileiro" sem o uso do capital estrangeiro que sempre se apresenta como explorador do neocolonialismo.
A PRODUÇÃO NÃO COMPUTADA GERA A BAIXA PRODUTIVIDADE
O grande problema enfrentado pelo Brasil sempre foi o da existência de enorme economia informal (praticada mediante a Omissão de Receitas), razão pela qual o produzido por aqui não é computado nos dados estatísticos dos economistas.
Essa economia informal gera o CAIXA DOIS utilizado na corrupção dos megalomaníacos.
Isto significa que importante parcela da produção brasileira era e ainda é vendida sem a emissão de notas fiscais, conforme vinha mostrando esporadicamente o deputado Celso Russomano na TV Record.
Para combater tal irregularidade (sonegação fiscal), foi criada a NF-e - Nota Fiscal Eletrônica e o SPED - Sistema Público de Escrituração Digital, durante o Governo Lula. Por isso ele é tão odiado pelos Patrões escravocratas, primeiramente porque era sindicalista.
2.5. EM QUE GERA A INCOMPETÊNCIA DO GRANDE EMPRESARIADO DO SETOR INDUSTRIAL?
Por que isso acontece? O que proporcionou o ganho de produtividade nos anos 70 que nos impede de evoluir?
Nos anos 70 houve uma mudança de estrutura produtiva, era o período final da industrialização. A estrutura produtiva estava mudando e houve ganho de produtividade.
No período recente, há vários fatores estruturais que impedem um crescimento mais acelerado: escassez de mão de obra qualificada [Função do Sistema S administrado pelos Líderes Empresariais], insuficiência da escala de produção [falta de consumidores em razão dos baixos salários], má performance dos fornecedores e precariedade da infraestrutura de produção.
As empresas [industriais] brasileiras incorporam pouca tecnologia e inovam pouco.
[Os fornecedores estrangeiros geralmente não têm a venda a tecnologia de ponta. Só a transferem para os países periféricos quando se tornam obsoletas em seus países de origem. Logo, a nossa tecnologia de ponta precisa ser criada aqui, pelas universidades públicas, já que na esfera privada, a universidade e a escola técnica não é destinada a verdadeiros operários].
E, no longo prazo, [a incorporação de tecnologia e a inovação] é a que determina o ganho de produtividade.
Além disso, o ambiente de negócio é muito pouco propício para o desenvolvimento de inovação e para ganhar produtividade.
2.6. A CULPA É DO EMPRESARIADO DO SETOR INDUSTRIAL
Observe que a representante do IPEA está falando apenas dos grandes e incompetentes empresários do ramo industrial, cujos principais líderes estão muito bem instalados nos portentosos edifícios em que estão estabelecidas as Federações e as Confederações das Indústrias.
Essa incompetência cultural, técnica e administrativa demonstrada pelo grande empresariado do setor industrial não vem acontecendo em outros setores produtivos brasileiros.
O SISTEMA S administrado pelos líderes empresariais deveria ser o fornecedor de MÃO DE OBRA QUALIFICADA.
Porém, eles mão têm demonstrado competência na realização dessa tarefa, que tem sido transferida para entidades governamentais.
Logo, a privatização ou terceirização dessa tarefa se tornou fantasiosa e inconsequente em razão da nítida incompetência de seus gestores privados.
SETORES RESPONSÁVEIS PELO NOSSO CRESCIMENTO NO SÉCULO XXI
Na área dos Serviços o Brasil vem crescendo vertiginosamente. O mesmo vem acontecendo na Produção Rural, com a Construção Civil e ainda com o Comércio.
Por sua vez, os Transportes Coletivos, indiscutivelmente melhores que os de outrora, continuam abarrotados de trabalhadores.
Apesar de não atingirem os índices calculados pelos economistas, o Brasil desde 2003 vem caminhando para o Pleno Emprego, atingido durante o Governo Dilma Russef, o que não se verificou nos países desenvolvidos.
Aqui no Brasil, até os hospitais privados estão com sua capacidade de atendimento quase esgotada pela grande quantidade de trabalhadores filiados aos planos de saúde até 2015. A incompetência do empresariado é patente, diante do desperdício e da falta de entrosamento enxergados até pelos cidadãos comuns.
Tudo isto significa que de fato no Brasil existe crescimento, do qual os acomodados empresários do setor industrial não querem participar por mero preconceito e discriminação social.
Note que os comerciantes estão sendo obrigados a vender produtos importados justamente em razão da nítida incompetência ou má vontade do grande empresariado do setor industrial, que se nega a produzir o que o Povão quer comprar.
COMBATENDO A CLANDESTINIDADE E A CRIMINALIDADE
Para que haja maior ganho em produtividade é preciso que haja maior número de consumidores, para que seja fomentada a produção em larga escala.
E, para que haja maior consumo é preciso que o paulatino ganho de produtividade seja acompanhado do aumento de salários e que também estejam empregados aqueles que não mais participam das estatísticas de desemprego porque definitivamente optaram pela clandestinidade ou pela criminalidade.
AS RAZÕES DA FALTA DE CRESCIMENTO
A partir da década de 1970, aconteceu o contrário (não houve crescimento da produtividade) porque os salários foram artificialmente diminuídos pela grande inflação reinante, que se prolongou até a década de 1990.
Não houve produtividade, porém, o grande empresariado ficou podre de rico.
EXPORTANDO MATÉRIAS-PRIMAS E IMPORTANDO PRODUTOS ACABADOS
É nítido que o grande empresariado brasileiro prefere exportar matérias-primas e importar produtos acabado, gerando empregos no exterior. Resta-nos saber a razão dessa preferência nacional, tão cultuada pela nossa elite financeira e intelectual.
Provavelmente essa elite oligárquica assim age para que não sejam gerados empregos para os descendentes dos ex-escravos de seus antepassados.
Isto significa que no âmago do grande empresariado ainda prevalece a antiga mentalidade segregacionista que impede a evolução do consumo por significativa parcela da população brasileira.
2.7. O QUE GERA A INCOMPETÊNCIA DOS LÍDERES DO SETOR INDUSTRIAL?
O que pode ser feito pelas empresas e pelo governo para mudar essa equação? É possível conquistar ganho de produtividade em momentos como este, de crise?
É mais difícil, mas é possível.
Do lado do governo é possível adotar políticas públicas que melhorem o ambiente de negócios, melhorem e ampliem a infraestrutura e que aumente a capacidade de inovação da economia para aumentar a produtividade.
Dentro das empresas, é preciso intensificar o treinamento dos funcionários, inovar e comprar equipamentos novos e modernos. Embora investir seja mais difícil de acontecer, dado o cenário de baixo crescimento.
2.8. A INCOMPETÊNCIA DOS LÍDERES DO SETOR INDUSTRIAL
Sobre a intensificação do treinamento de funcionários, veja as explicações contidas no texto denominado Os Culpados pela Falta de Mão de Obra Qualificada.
OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NOS DEMAIS SETORES PRODUTIVOS
Nas áreas dos Serviços, da Construção Civil e da Produção Rural o que mais está acontecendo é a inovação e a compra de equipamentos novos e modernos. Por isso o Brasil vem progredindo somente nessas área de atuação empresarial.
O crescimento industrial só acontece na produção de bens que somente os ricos podem comprar.
A MEGALOMANÍACA PREFERÊNCIA PELO SUPÉRFLUO
Porém, grande parcela dos empresários dos setores comercial e industrial estão apenas interessados nos bens supérfluos que demonstrem os seus megalomaníacos sinais exteriores de riqueza.
A AUSTERIDADE TAMBÉM DEVE SER ACATADA PELOS PATRÕES
Estudando-se o Método 5S - Programa de Gerenciamento Participativo desenvolvido pelos japoneses, podemos perceber que austeridade não deve ser imposta somente aos trabalhadores, como fizeram os países desenvolvidos falidos.
Essa austeridade deve ser cobrada também dos megalomaníacos executivos e dos controladores das empresas.
2.9. TORCENDO CONTRA O BRASIL: A VELHACA ATUAÇÃO DOS OPOSICIONISTAS
Quando fala em políticas públicas você quer dizer ampliar incentivos?
Não.
Por políticas públicas quero dizer melhorar o ambiente de negócio, diminuir a burocracia, incentivar o empreendedorismo facilitando a criação e o fechamento de empresas, o acesso ao crédito, e melhorar o funcionamento das instituições, especialmente das instituições públicas.
Não tem nada a ver com aumento de subsídios.
2.10. A VELHACA ATUAÇÃO DOS OPOSICIONISTAS
Como resposta à questão imediatamente acima, a representante do IPEA narra os procedimentos que os oposicionistas não querem que sejam efetuados pelo Governo Federal.
Se o atual governo fizer o indicado pela representante do IPEA, os oposicionistas não conseguirão os votos necessários para que sejam eleitos em 2016 e em 2018.
QUANTO PIOR, MELHOR
Portanto, quando pior estiver o Brasil, melhor será para os ditos oposicionistas. Por tal motivo o Grande Empresariado brasileiro prefere a inércia que causa a ausência de produtividade. Prefere investir seu capital de giro em Títulos Públicos que pagam altas taxas de juros (as maiores do mundo).
OS DÉFICES ORÇAMENTÁRIOS CAUSADOS PELA FALTA DE PRODUÇÃO
É certo que não houve produtividade nas décadas de 1980 e 1990, razão pela qual foram consideradas como décadas perdidas em que os mais ricos queriam apenas investir em títulos públicos emitidos para financiamento dos déficits orçamentários causados exatamente pela falta de produção, que diminui a arrecadação de tributos, o que também aconteceu em 2015, durante o Governo Dilma.
2.11. REFORMA TRABALHISTA - O EMPRESARIADO EM BUSCA DO TRABALHO ESCRAVO
Como estamos em relação a outros países?
Falando especificamente da produtividade do trabalho, é possível dizer que o Brasil está muito distante dos países que ocupam o topo.
O estudo do Ipea aponta, por exemplo, que enquanto por aqui a produtividade é de US$ 17 mil por trabalhador ao ano (dados de 2011, os mais recentes), nos países mais produtivos [que não são os países desenvolvidos; são os paises em que é permitida a exploração do trabalho em regime de semiescravidão] essa relação chega a US$ 70 mil por trabalhador/ano.
E mesmo quando se compara países com nível de desenvolvimento semelhante ao do Brasil, fica evidente a falta de dinamismo [do empresariado industrial brasileiro].
A Coreia do Sul, por exemplo, tinha em 1980 níveis de produtividade semelhantes ao do Brasil, perto de US$ 11.104 por trabalhador/ano. Desde então, o país asiático teve um crescimento de produtividade muito acelerado, alcançando US$ 55.484 por trabalhador/ano.
Ou seja, em 2011, um trabalhador brasileiro produzia, em média, apenas 30% do que produzia um trabalhador coreano.
A própria China, que era muito menos produtiva do que o Brasil nas décadas passadas, já está nos alcançando. Ainda estamos à frente da China, mas vamos perder essa corrida rapidamente se nada mudar.
2.12. A INÉRCIA DO SETOR INDUSTRIAL DESDE A DÉCADA DE 1970
Observe que a representante do IPEA continuou falando apenas do setor industrial, mostrando que os empresários brasileiros desse setor são totalmente incompetentes.
Muitos produtos são fabricados no Brasil clandestinamente, mas os respectivos empresários dizem que foram produzidos na Ásia para que possam remeter seus lucros informais (CAIXA DOIS) para o exterior (para paraísos fiscais).
O MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior já descobriu muitas dessas ocorrências, que também são feitas por meio de drawback (importação para industrialização e reexportação).
Veja especialmente o texto Drawback - Planejamento Tributário Internacional.
A FUGA DAS GRANDES EMPRESAS PARA PARAÍSO FISCAIS
Torna-se importante destacar que os paises desenvolvidos chegaram à falência econômica porque as grandes empresas que operavam nos seus respectivos territórios fugiram para paraísos fiscais cartoriais e industriais.
Os paraísos fiscais cartoriais registram as sedes virtuais de empresas offshore (clandestinas = fantasmas).
Nos paraísos fiscais industriais ficam estabelecidas as fábricas para exploração da mão de obra em regime de semiescravidão.
MANIPULAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS ECONÔMICAS
Diante deste fato, aqueles países estão vivendo um verdadeiro "faz de conta" (com a vergonhosa manipulação das estatísticas econômicas). É nítido que estão amargando elevados défices internos por falta de arrecadação tributária (grande diminuição da produção, com significativo aumento da sonegação fiscal) e ainda estão amargando elevados défices em conta corrente (no Balanço de Pagamentos) porque suas exportações são bem menores que as importações.
A FALÊNCIA DE DETROIT E DE MUITAS CIDADES PELO MUNDO AFORA
Para se ter certeza dessa verdade (manipulação das estatísticas), basta ver que a Cidade de Detroit (a capital da indústria automobilística norte-americana) transformou-se num imenso cemitério de empresas desativadas.
De outro lado, a falência de pelo menos a metade dos estados norte-americanos é demonstrada pelos seus respectivos Fundos de Pensão que quebraram em razão da Crise Mundial de 2008, provocada pelos insanos profissionais de Wall Street, sede do meramente especulativo mercado financeiro e de capitais estadunidense.
O mesmo está acontecendo com os centros financeiros europeus e consequentemente com os paises da Europa.
A TAXA DE JUROS NA COREIA DO SUL É BEM MENOR QUE NO BRASIL
Quanto ao avanço da Coreia do Sul, destacado no parágrafo em negrito imediatamente acima, além de ser um país subsidiado pelos Estados Unidos, há outra diferença a ser destacada em relação ao Brasil.
Na Coreia do Sul a taxa de juros na década de 1980 era e continua sendo muito baixa, enquanto que no Brasil as taxas de juros fixadas pelo nosso COPOM - Comitê de Política Monetária eram e ainda são altíssimas.
Essas altas de juros estabelecidas pelo nosso COPOM acabam impedindo o aumento da produtividade porque os juros pagos no financiamento da compra de bens de produção (equipamentos modernos) elevam os custos fixos de produção. Esse custo torna-se maior por de produção em larga escala. Esta é impedida pela falta de consumidores com significativo poder aquisitivo.
Assim sendo, os grandes empresários brasileiros preferiam e ainda preferem investir seu capital de giro na ciranda financeira, porque a lucratividade é bem maior que investindo na produção.
OS PROBLEMAS PROVOCADOS PELOS ECONOMISTAS DE PLANTÃO
No Brasil o investimento na produção nas décadas perdidas de 1980 e 1990 era de alto risco porque o produzido estava sujeito a encalhar nos almoxarifados, visto que o poder aquisitivo da moeda foi reduzido pela inflação.
Em suma, os salários dos trabalhadores foram artificialmente reduzidos (corroídos) pela inflação reinante. Naquela época, como principal Política Econômica de combate à inflação, o Povo foi impedido de consumir pelos chamados de "economistas de plantão". Assim aconteceu a nossa estagnação econômica.