CONTABILIDADE DE CUSTO HOSPITALAR
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPLANTAÇÃO E NECESSIDADES (Revisado em 21-02-2024)
Por Carlos Alberto Serra Negra (Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis do Unileste MG Membro da Academia Mineira de Ciências Contábeis) e por Elizabete Marinho Serra Negra (Bacharel em Ciências Contábeis pelo Unileste MG, Pós-Graduação em Perícia Contábil pelo Unileste MG, Pesquisadora do Núcleo de Assessoramento a Pesquisa de Contabilidade do Unileste MG). Publicado por: Contabilidade Vista & Revista. Belo Horizonte: UFMG, v. 12, n.1, abril de 2001 e pelo site da ENAP - Escola Nacional de Administração Pública. Com anotações, comentários e informações complementares, enfim, atualização, com a colocação de fatos ocorridos a partir de 2001 até o dia em que o texto foi revisado e ainda com NOTAS DO COSIFE e endereçamentos (liks) em vermelho forte por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
RESUMO
A proposição deste trabalho se deve ao fato de sermos de opinião que devemos antecipar e apresentarmos resultados parciais de uma pesquisa mais abrangente sobre a Contabilidade Hospitalar. Neste universo, o custo representa o aspecto mais importante para a tomada de decisões na concepção dos administradores hospitalares. Urgência e necessidade de sua implantação para a sobrevivência dos hospitais é um desafio técnico para os contabilistas destas instituições. Procuramos estruturá-lo numa seqüência de informações que contemple as informações mais básicas até as mais complexas sobre custos hospitalares. Partimos da exposição dos conceitos básicos da Contabilidade de Custos. Informamos quais foram os recursos metodológicos que nortearam a pesquisa. Fizemos um breve comentário sobre os antecedentes históricos das tentativas de implantação de custo hospitalar no Brasil . Mostramos as metodologias de rateio para o custo hospitalar. Evidenciamos a viabilização de um sistema de custo aplicado às instituições hospitalares e, finalmente, é relatado o resultado de nossa pesquisa.
NOTA DO COSIFE:
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
Em 2001, quando foi publicado o texto ora revisado e comentado, assim como também acontecia em 2016 em hospitais privados e públicos, os sócios ou administradores desses hospitais achavam que tais instituições deviam ser administradas somente por médicos.
Esse grandioso erro que também aconteceu em muitos outros tipos de atividades empresariais, que tinham como administradores os seus sócios, controladores ou fundadores, sem que tenham buscado a orientação de profissionais especializados na apuração de custos operacionais. Todos sabem que os contadores, auditores e peritos contábeis são verdadeiros profissionais devidamente habilitados a processar a contabilidade de todos os tipos de entidades juridicamente constituídas, podendo legalmente analisar, auditar, periciar e dos registro contábeis extrair os dados necessários ao processamento da Contabilidade de Custos de conformidade com a característica operacional de cada entidade, seja ela pública ou privada, com ou sem fins lucrativos.
Na realidade, o grande problema enfrentado pelos autores do texto foi o de não encontrar na entidades jurídicas os profissionais (como contadores, auditores ou peritos contábeis) com os necessários conhecimentos práticos e teóricos para controlar o custo operacional das empresas de modo geral. O pior e que muitas vezes o elevado Custo Operacional não está ligado à produção ou ao serviço prestado e, sim, está ligado aos gastos nababescos de controladores e administradores (executivos) dessas entidades juridicamente constituídas.
Certos da existência desse problema relatado, que se refere à falta de pessoas certas em determinados lugares em a contabilidade de custos é indispensável, os japoneses criaram o Método 5S - Programa de Gerenciamento Participativo, em que não somente os funcionários devem zelar pela austeridade empresarial, como também devem zelar os seus controladores (empresários) e administradores (executivos). Estes, devem reduzir significativamente os seus gastos megalomaníacos, também tidos como exuberantes Sinais Exteriores de Riqueza, que muitas vezes não são verdadeiros porque (por tais motivos) a empresa já está insolvente, em regime pré-falimentar.
Nos hospitais públicos todos esses problemas existem, talvez em maior proporção, porque a escolha de administradores geralmente não obedece a critérios técnicos ou científicos, tal como também acontece nas empresas privadas. Por isso, geralmente são nomeados apadrinhados que pouco ou nenhum conhecimento têm sobre as científicas regras adotadas na mais perfeita contabilidade.
Comentando essa mesma falha empresarial e dos políticos, foi publicado no COSIFE o texto denominado A Teoria de Fayol Aplicada à Contabilidade de Custos.