Ano XXV - 29 de março de 2024

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CUSTO HOSPITALAR - CONCLUSÕES & REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONTABILIDADE DE CUSTO HOSPITALAR

UMA REFLEXÃO SOBRE IMPLANTAÇÃO E NECESSIDADES

 CONCLUSÕES & REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Revisado em 21-02-2024)

O Sistema de Apuração de Custos Hospitalares - SACH possibilita determinar custos dos serviços oferecidos pelos hospitais e acompanhá-los com valores pagos pelo INAMPS (atual SUS - Sistema Único de Saúde) e seguros privados (Empresas Operadoras de Planos de Saúde e de Seguro Saúde). Fornece a base para o planejamento de gastos operacionais. Oferece a base para comparar o custo de um hospital com os demais. Permite conhecer a eficácia em termos de custo das intervenções nas diversas áreas do hospital.

O SACH [evidentemente é um programa de processamento de dados sem a direta participação de contadores], que responde ou alerta a alta administração quanto ao fato da unidade estar ou não operando eficientemente, qual o custo mais elevado ou se os preços de vendas são realistas em relação ao custo. Fornece as informações necessárias para o planejamento futuro, indicando o comportamento do custo histórico sempre que possível, separando o custo fixo do variável. Identifica as atividades que não adicionam valor, mas que consomem recursos sem adicionar valor de serviços prestados aos pacientes.

É através das informações fornecidas pelo SACH que a alta administração terá a certeza de que está investindo corretamente os recursos para atender as contínuas necessidades de modernização das instalações e equipamentos de sua unidade. Padroniza as informações utilizadas como critério de pagamento de serviço de saúde. É responsável pela tradução dos serviços produzidos no Sistemas através de valores monetários.

Sabemos que muitas são as dificuldades de implantar um sistema de custos gerenciais ou uma contabilidade de custos [principalmente se a implantação for feita por leigos em contabilidade]. As principais dificuldades encontradas na implantação e manutenção de um sistema de custos hospitalares são evidenciados por Fernandes (1993) da seguinte maneira:

  1. Falta de literatura especializada [escrita por contadores especializados na Contabilidade de Custos]. A maior farte da literatura existente sobre custos diz respeito às empresas manufatureiras [estrangeiras], que tem sido o foco principal de interesse de acadêmicos e profissionais por vários anos.
  2. Falta de pessoal técnico e/ou especializado que conheça a dinâmica e, consequentemente, a implantação e manutenção do sistema [porque os usuários da contabilidade custos preferem utilizar modelos estrangeiros que foram elaborados em função das industrialização de matérias-primas vindas de suas antigas colônias dos atuais países desenvolvidos, cujo processo produtivo envolve apenas o fornecimento de mão de obra especializada na administração de linhas de produção para exportação para as antigas colônias, qua passaram a vítimas do neocolonialismo depois de declaradas as suas respectivas falsas independências]
  3. Desinteresse por parte dos responsáveis (médicos) pelos hospitais (não são contratados contadores para administração dos custos), propiciado talvez, por desconhecimento do assunto (pelos médicos) e pela falta de condições de aproveitarem as informações na gestão administrativa [que obviamente não é a área de atuação almejada pelos médicos, embora muitos aceitem sua nomeação para tal função].
  4. Dificuldade na obtenção das informações contábeis e estatísticas para implantação de sistemas de custos, devido ao custo e ao maior tempo despendidos [por pessoas que não têm formação em ciências contábeis, auditoria, perícia contábil, nem em ciências atuariais].
  5. Falta de supervisão, treinamento e conscientização do pessoal ligado ao sistema de custos. É possível notar que em grande parte das instituições de saúde a preocupação está apenas com corpo clínico e de enfermagem, e esquece-se um pouco da qualificação e treinamento de pessoal administrativo.

NOTA DO COSIFE:

Os programas (softwares) são "enlatados" feitos por estranhos que apenas adaptam esses programas à administração hospitalar brasileira, cuja estrutura se baseia no atendimento a pacientes do SUS - Sistema Único de Saúde e de empresas Operadoras de Planos de Saúde cujos proprietários não são médicos nem contadores, geralmente são oportunistas ou aventureiros.

A contabilidade de custos constitui-se em ferramenta básica para o conhecimento, acompanhamento e avaliação sistemática da despesa e do custo das diversas atividades desenvolvidas pelas unidades de saúde. Integra e complementa o subsistema de Informação Gerencial.

NOTA DO COSIFE:

Na verdade a contabilidade de custos deveria ser a base de toda a Informação Gerencial, porém, é desprezada pelos leigos administradores das instituições hospitalares.

[É indiscutível que a Contabilidade de Custos] constitui-se numa ferramenta extremamente potente para ação gerencial; não só para monitorar o custeio intraestabelecimento, como também para definir linhas de ação gerencial mais amplas, na medida em que possibilita identificar caminhos estratégicos [mais curtos e efetivos para as organizações de modo geral e também para organizações hospitalares]. Oferece aos administradores [sendo o contador o mais indicado administrador nestes casos] a oportunidade de identificar os procedimentos ou atividades mais rentáveis àquelas cujo custo precisa ser analisado e controlado com mais cuidado, ou que não são viáveis economicamente.

Por fim, entendemos que a contabilidade hospitalar ainda se apresenta como um vasto campo para a pesquisa e aplicações práticas da contabilidade, praticamente ainda inexplorado e altamente promissor.

NOTA DO COSIFE:

Desde o início da década de 2010, depois que o COSIFE passou a publicar textos sobre a Contabilidade de Custos Hospitalares, verifica-se que em muitos hospitais vêm sendo empregado sistemas computadorizados para controle do atendimento a pacientes, com o estabelecimento também de centros de custeamento subdivididos em custos de atendimento ambulatorial, custo dos exames processados por biomédicos, custo de centro cirúrgico, custo de pronto socorro, entre outros, incluindo nesse rol até a lucratividade obtida com a exploração de estacionamento para os usuários do sistema ambulatorial e hospitalar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. ATKINSON, Anthony A. et alii. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
  2. ESTEVES, Maria Josefa Vilar. A utilização dos custos hospitalares em hospitais paulistas. Um estudo preliminar. São Paulo: USP, 1992. Dissertação de Mestrado
  3. FERNANDES, Luiz Oswaldo. Contabilidade hospitalar: o plano de contas. São Paulo: LN, 1980.
  4. GERSDORFF, Ralph C. J. Contabilidade Hospitalar e Custos no Brasil. Revista Brasileira de Contabilidade. Rio de Janeiro: CFC, n.30, jul/set 1979; A contabilidade de custos hospitalares no Brasil. Revista Brasileira de Contabilidade. Rio de janeiro: CFC, n.33, abr/jun. 1980; Fases possíveis de estabelecer uma contabilidade de custos numa empresa hospitalar. Revista Brasileira de Contabilidade. Rio de janeiro: CFC, n.46, jul/set. 1983.
  5. HORNGREN, Charles T. Introdução à contabilidade gerencial. 5.ed. Rio de Janeiro. Prentice-Hall,1985.
  6. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 2.ed. São Paulo: Atlas,1978.
  7. KAPLAN, Robert S. & JOHNSON, H. Thomas. Contabilidade gerencial. Rio de Janeiro;Campus,1993.
  8. LEONE, George S. G. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997.
  9. LIMA, Carlos Rogério Montenegro. Activy-based costing para hospitais. São Paulo: FGV, 1997. Dissertação de Mestrado.
  10. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1990.
  11. NAKAGAWA, Masayuki. Custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1994.
  12. ROCHI, Carlos Antônio De. Apuração de custos nos estabelecimentos hospitalares. Revista Brasileira de Contabilidade. Rio de Janeiro: CFC, n. 41, 1982.
  13. SÁ, Antônio Lopes de. Dicionário de contabilidade. 8.ed. São Paulo: Atlas, 1990.
  14. SAKURAI, Michilaru. Gerenciamento integrado de custos. São Paulo: Atlas, 1997.
  15. SMITH, Mark Easterby et alii. Pesquisa Gerencial em administração: um guia para monografias, dissertações, pesquisas interna e trabalhos de consultoria. São Paulo: Pioneira, 1999.


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