A IMPORTÂNCIA DAS RESERVAS EM OURO FRENTE AO DÓLAR FRACO
BANCOS CENTRAIS NÃO CONFIAM MAIS UNS NOS OUTROS
São Paulo, 06/02/2013 (Revisada em 19/03/2024)
1. A FRAQUEZA DO DÓLAR COMO PADRÃO MONETÁRIO
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
AS APLICAÇÕES DO OURO NA ANTIGUIDADE
Segundo os colaboradores do site Wikipédia, o ouro é conhecido desde a Antiguidade, sendo certamente um dos primeiros metais trabalhados pelo Homem. O ouro era conhecido na Suméria (Mesopotâmia - Golfo Pérsico, atual Iraque, ao lado do Kuwait). No Egito existem hieróglifos de 2600 a.C. que descrevem o metal, referido em várias passagens no Antigo Testamento.
Isto significa que desde a antiguidade o ouro tem sido empregado como símbolo de riqueza principalmente pelos monarcas e imperadores e pela nobreza a eles ligada.
AS APLICAÇÕES DO OURO NA ATUALIDADE
Atualmente o ouro é um dos sonhos de consumo da elite econômica e intelectual, dos emergentes e até dos bandidos (narcotraficantes, entre outros), principalmente quando está sendo utilizado na forma de joias (ostentação). Neste caso o ouro é transformado num dos mais significativos sinais exteriores de riqueza, demonstrando poder ou importância econômico-financeira, além do seu uso como enfeite.
Nas fases turbulentas da economia mundial, principalmente em tempos de inflação galopante, o ouro sempre foi adquirido por aqueles que queriam preservar o poder aquisitivo de seu dinheiro, visto que o valor dos títulos de crédito também era corroído pela inflação mesmo nos períodos em que existia a correção monetária.
O OURO COMO LASTRO DO PADRÃO MONETÁRIO
O ouro foi empregado como lastro da emissão de papel moeda ao longo da história da humanidade, exceto quando o papel moeda era emitido por bancos privados com autorização governamental.
Até o início da década de 1970 o dólar norte-americano tinha como lastro o ouro. Mas, devido às maciças emissões de dólares para financiamento das guerras neocolonialistas, aquele país símbolo do capitalismo estatal foi obrigado a abandonar o lastro em ouro.
Foi escrito capitalismo estatal porque este foi o regime econômico utilizado pelo Presidente Roosevelt para transformar os Estados Unidos em grande potência mundial no período de tempo desde 1930 até a segunda guerra mundial.
A INSTITUIÇÃO DO SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL
A partir da segunda guerra mundial, com a fundação do FMI - Fundo Monetário Internacional, foi introduzido o sistema monetário internacional justamente para evitar a falência (bancarrota) de países e as consequentes perdas dos investimentos capitalistas pelo mundo afora, em resultado da inflação.
A partir da fundação do FMI o dólar tornou-se o padrão monetário internacional, transformando os Estados Unidos num banco emissor de papel moeda que seria aceito mundialmente. Assim os "States" passaram a comprar ouro em troca daquela papelzinho carimbado com letras pretas e fundo verde.
Por que comprar?
Porque se apenas recebessem o ouro em custódia, atualmente os ianques não teriam ouro, pois este seria de propriedade dos países credores do ouro custodiado.
A INTRODUÇÃO DA POLÍTICA ECONÔMICA NEOCOLONIALISTA
A política econômica ortodoxa adotada pelo FMI surtiu efeito indesejado principalmente nos países do chamado Terceiro Mundo.
Estes, explorados na forma de colônias econômicas (neocolonialismo), tornaram-se meros fornecedores de matérias-primas por baixos preços. Assim, em vez de credores pelo fornecimento das matérias-primas, tornaram-se crônicos devedores devido aos altos preços de suas importações vindas dos países desenvolvidos.
Então, os governantes de diversos países do Terceiro Mundo (não corrompidos pelos neocolonialistas) optaram pela industrialização para substituição das importações. Dessa forma conseguiram transformar seus países em credores, como aconteceu com o Brasil a partir de 2005.
A BANCARROTA DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
Por fim, para desespero dos países desenvolvidos, as teorias econômicas defendidas pelos neoliberais quebraram suas respectivas hegemonias e a crença de que os países considerados como desenvolvidos seriam eternamente únicos países com economias estáveis.
O ABANDONO DO OURO COMO LASTRO NO CAPITALISMO NEOLIBERAL
Diante dessa nova concepção de capitalismo neoliberal (anárquico), que redundou na globalização iniciada na década de 1970, acelerada pela tecnologia da informação (avanços nas telecomunicações e na informática a partir da década de 1980) e com a consequente autorregulação dos mercados financeiros e de mercadorias (commodities), o dólar passou a ser uma moeda sem lastro altamente utilizada como padrão monetário internacional.
Em razão desse sistema monetário internacional gerenciado pelo FMI - Fundo Monetário Internacional os países foram deixando o antigo sistema de trocas entre si. O Brasil continuou com esse mesmo sistema de trocas com Cuba e com a Hungria (Veja no RMCCI - Manual Alternativo sobre Câmbio e Capitais Internacionais).
Depois da falência econômica dos Estados Unidos em 2008, com o consequente enfraquecimento do dólar, vários países passaram a novamente adotar o sistema de trocas entre si.
AS MUDANÇAS OCORRIDAS EM RAZÃO DA FRAQUEZA DO DÓLAR
Em razão da patente fraqueza do dólar, anunciada em diversos textos publicados pelo COSIFE desde o início deste Século XXI, os países e os capitalistas de modo geral, respectivamente resolveram aplicar suas reservas monetárias e suas economias novamente em ouro.
Em razão do aumento da procura, o ouro dobrou seu preço a partir desde 2006. Em 20/01/2006 o grama do ouro custava R$ 40,50. Em 21/01/2009 estava a R$ 63,50. Em 24/01/2013 era cotado a R$ 109,00. Mais de 160% de aumento desde 2006.
Veja explicações complementares no texto O Dólar Furado - Falta de Liquidez, Instabilidade e Crise Mundial.
Assim, foram automaticamente reduzidas as aplicações em títulos públicos, principalmente em títulos do governo norte-americano, que passou a captar as elevadas reservas monetárias em dólares diretamente dos países emergentes, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que, além de elevadas reservas monetárias, são países altamente detentores de reservas minerais e que têm mão de obra bem mais barata que nos países desenvolvidos.
Por tais motivos o ouro passou por sensível valorização a partir da bancarrota norte-americana de 2008. Identicamente, aconteceu a valorização do petróleo e de outros minérios. Essa valorização dos minérios possibilitou o rápido crescimento dos países chamados de emergentes, provavelmente porque tinham governantes menos corruptos que os dos demais países possuidores de elevadas reservas minerais que ainda continuam na condição de subdesenvolvidos.
Para evitar esse problema de corrupção, principalmente na África, os BRICS passaram a fazer altos investimentos naqueles países. Contudo, sem saber qual seria a real intenção dos governantes dos BRICS, muitos brasileiros passaram a criticar as visitas do Presidente Lula àqueles países africanos.
Veja o texto A Ajuda do Brasil aos Países Pobres Pode Chegar a 4 Bilhões - As Intenções Megalomaníacas do Governo Lula, escrito em 16/07/2010.
Em razão da valorização dos minérios, os tradicionais países desenvolvidos, totalmente dependentes das jazidas existentes em suas antigas colônias, desde 1500, afinal chegaram à inevitável bancarrota.
Veja no texto denominado Os Países e suas Reservas Minerais Estratégicas.
É importante notar que o enfraquecimento dos países desenvolvidos somente aconteceu porque suas principais empresas transferiram suas sedes (agora virtuais) para paraísos fiscais e suas fábricas principalmente para o continente asiático em que a mão de obra é muitas vezes mais barata que nos Estados Unidos e na Europa.
AS FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO OURO NOS DIAS DE HOJE
Segundo os colaboradores do site Wikipédia, o ouro em pequena escala tem as seguintes aplicações:
2. ELEVAÇÃO DAS RESERVAS MONETÁRIAS BRASILEIRAS EM OURO
"RESERVAS DE OURO DO BRASIL DOBRAM EM 2012"
Por Eduardo Campos e Assis Moreira - De Brasília e Genebra. Publicado pelo Jornal Valor Econômico e 18/01/2013. Trechos do texto original, a seguir transcritos, foram extraídos da Resenha Eletrônica do Ministério da Fazenda em 24/01/2013. Com subtítulos e comentários em azul por Américo G Parada Fº - contador - Coordenador do COSIFE.
DOBRAM AS RESERVAS MONETÁRIAS DO BRASIL EM OURO
As reservas [monetárias] físicas de ouro do Brasil dobraram em 2012, fechando o ano em pouco mais de 67 toneladas. O valor de mercado, em dezembro, equivalia a cerca de US$ 3,5 bilhões pelos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acompanha a composição das reservas de diversos países. ...
Mesmo ampliando a compra, a participação do metal precioso nas reservas internacionais brasileiras ainda é pouco expressiva, representando pouco menos de 1% dos US$ 373,147 bilhões que o país exibia em reservas no fim de 2012 pela métrica do FMI. No fim de 2011, as reservas de ouro não chegavam a 0,5% do total. ...
De acordo com o ranking divulgado em janeiro pelo World Gold Council (WGC), o Brasil possui a 41ª maior reserva de ouro do mundo. No fim de 2011, o país estava na 53ª posição. Embora o Brasil estivesse entre os seis países detentores de maiores reservas monetárias.
Isto significa que o Brasil está assumindo um elevado risco de perder suas reservas monetárias em razão da fraqueza do dólar. Claro, se o dólar continuar desvalorizando, em razão de sua falta de lastro em ouro, o Brasil sofrerá um grande desfalque.
Quanto maiores forem essas reservas monetárias em ouro, menors será o risco de se perder as reservas monetárias.
AS RESERVAS EM OURO DA CHINA
Entre os seus pares emergentes, a maior reserva de ouro está com a China, que é a sexta colocada no ranking da WGC, com um total de 1.054 toneladas, que equivalem a 1,7% das reservas internacionais que o país computa. Considerando os outros países que formam o conglomerado de países emergentes chamado de BRICS, a Rússia aparece em oitavo lugar, com 937,8 toneladas (9,9% das reservas); a Índia fica com a 11ª colocação, com 557,7 toneladas de ouro, que respondem por 10,3% de suas reservas. E a África do Sul ocupa a 28ª colocação, com estoque de 125,1 toneladas (13,1% das reservas).
AS RESERVAS EM OURO DA VENEZUELA
Entre os vizinhos da América Latina, a maior quantidade de ouro físico é apresentada pela Venezuela, que exibe 363,9 toneladas, que colocam o país na 15ª colocação mundial e respondem por 75,3% das reservas internacionais do país.
Logo, acompanha da Alemanha, a Venezuela é um dos países que correm o menor risco de perda de suas reservas monetárias.
Tal fato não é anunciado com entusiasmo pela imprensa mundial. A impressa não exalta a esperteza de Hugo Chavez. Pelo contrário, ele é severamente criticado por sua campanha contra o capitalismo extremista de direita (aquele contrário ao bem-estar social do povo). Depois que Hugo Chavez foi empossado como presidente da OPEP - Organização dos Países Produtores de Petróleo, o barril ultrapassou a cotação de US$ 100.00 (cem dólares) no mercado mundial de commodities. Antes de Hugo Chavez o valor do barril de petróleo tinha cotação artificialmente baixa. Essa ação de Hugo Chavez ajudou a enfraquecer a economia e a hegemonia dos países desenvolvidos, que são completamente dependentes da importação de petróleo.
INVESTIMENTOS EM FUNDOS DE COMMODITIES
Um levantamento realizado pelo banco Barclays [aquele que manipulou a taxa Libor equivalente à Taxa Selic] mostra que, no ano passado, o ouro atraiu 97% do total do que foi investido em fundos de commodities pelo mundo, representando US$ 19,8 bilhões. O ouro foi justamente uma das duas commodities, ao lado do barril de petróleo Brent, a registrar valorização de preço durante o ano passado. O desempenho de outras commodities foi mais fraco.
Sobre a transformação do petróleo e de outras commodities em reservas monetárias, veja o textos denominados A Reviravolta na Globalização dos Mercados, escrito em 02/10/2010. Veja também Os Estados Unidos e a Conversão de sua Dívida, especialmente quando se discorre sobre o Padrão Commodities = Reservas Monetárias em Commodities.
INVESTIMENTOS EM COMMODITIES AGRÍCOLAS
O pouco apetite sentido pelo segmento de agricultura foi particularmente marcante nesse período, com apenas US$ 800 milhões realizados durante o ano. Além disso, houve saída líquida de US$ 500 milhões dos investimentos em energia.
3. BANCOS CENTRAIS NÃO CONFIAM MAIS UNS NOS OUTROS?
Por Eduardo Campos - De Brasília. Publicado em 18/01/2013 pelo Jornal Valor Econômico. Extraído da Resenha Eletrônica do Ministério da Fazenda em 24/01/2013. Com negritos, subtítulos, comentários e anotações em azul por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
ALEMANHA NÃO CONFIA NOS STATES COMO AGENTE FIDUCIÁRIO
No início de seu texto o articulista do Jornal Valor Econômico escreveu:
Uma notícia envolvendo a Alemanha movimentou a mídia econômica internacional nos últimos dias, com especialistas questionando o grau de confiança que une os Bancos Centrais do mundo. A existência dessa confiança, da qual supostamente ninguém duvidava, foi colocada em xeque pela decisão do Bundesbank, o BC alemão, de repatriar suas reservas de ouro que mantém no Federal Reserve de Nova York e no BC de Paris.
Como os bandidos do "colarinho branco" quebraram os Estados Unidos com seus golpes e trapaças especulativas ligadas à Contabilidade Criativa (fraudulenta), enganando os investidores de todo o mundo, obviamente os alemãs estão ressabiados (assustadiços, espantadiços, desconfiados), isto é, com medo de também serem roubados, digo, enganados.
A AÇÃO DOS BANDIDOS DO COLARINHO BRANCO NO BRASIL
Torna-se importante relembrar que grande quantidade de instituições do sistema financeiro brasileiro foram liquidadas pelo Banco Central do Brasil porque seus proprietários venderam os valores mobiliários custodiados por seus clientes.
OCCUPY WALL STREET - ELES NÃO SÃO SANTOS
Pode ser que os governantes norte-americanos resolvam fazer o mesmo que os delinquentes de Wall Street, vendendo o ouro alheio. Mas, primeiramente eles vão pressionar o mercado global para que o ouro chegue ao preço de pelo menos R$ 1 mil o grama.
Parece que os assaltantes brasileiros já foram informados dessa intenção dos norte-americanos. Por isso, os nossos patrícios passaram a assaltar joalheiras.
A FORMA DE AGIR DOS BANQUEIROS QUEBRADOS
Por que os bandidos de colarinho branco assim agiram no Brasil?
Porque, tal como os Estados Unidos da América, estavam quebrados e não tinham como pagar a seus credores.
Então, os inescrupulosos empresários do mercado financeiro e de capitais vendiam os direitos e valores (custodiados) de alguns clientes, para usar o dinheiro para pagamento de outros credores e também para aplicar significativa parcela do dinheiro obtido em seus respectivos "status" pessoais (sinais exteriores de riqueza).
É por isso que os alemãs querem guardar seu precioso ouro em casa.
OS PARAÍSOS FISCAIS COMO AGENTES FIDUCIÁRIOS
O pior é que os paraísos fiscais, entre eles as Ilhas Cayman, uma das chamadas Ilhas do Inconfessável, querem provar que gozam de ilibada reputação para se habilitarem como Agentes Fiduciários.
Será que alguém vai acreditar nessa balela da ilibada reputação dos paraísos fiscais? Só os bandidos como eles acreditam.
Sobre as Ilhas Cayman, veja o texto Nova Ofensiva dos Pilantras Escondidos em Paraísos Fiscais em que está a definição básica de Agente Fiduciário.
REDUÇÃO DOS CUSTOS DE CUSTÓDIA
Sobre o repatriamento do ouro alemão, o articulista do jornal Valor Econômico continuou escrevendo:
Em outubro passado, documentos confidenciais obtidos pelo britânico “Teleghaph”, revelaram que o Buba, codinome do Bundesbank, começava a transferir ouro dos cofres do Banco da Inglaterra. Sem explicações oficiais na época, os “saques”do metal precioso eram justificados pelo mercado como um atalho para “redução de custos de custódia”.
De fato o custo para manutenção do ouro alemão custodiado nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França deve ser muito alto. Como são toneladas de ouro, é quase impossível roubá-las.
Porém, como foi explicado acima, pelo menos no Brasil muitos títulos e valores custodiados em instituições financeiras foram irregularmente vendidos pelos dirigentes dessas mesmas instituições incumbidas da guarda ou custódia dos valores mobiliários.
É possível que os anarquistas neoliberais norte-americanos façam o mesmo quando o ouro estiver mais caro.
A HISTÓRIA SE REPETE
No passado a cunhagem de moedas era prerrogativa dos monarcas. Eles recebiam determinado valor pela prestação dos serviços de cunhagem.
As moedas cunhadas passaram a ter estampada a cara (face) do monarca (cara e corou).
Assim aconteceu até que um dia surgiu um banqueiro que convenceu o povo de que as moedas em ouro, prata e outros metais sofriam acentuado desgaste pelo seu uso durante muito tempo.
Então, o banqueiro passou a comprar as moedas metálicas para guardá-lo em seu cofre e dava aos vendedores o correspondente valor em papel moeda por ele emitido.
No Brasil, Rui Barbosa, quando Ministro da Fazenda no início da República, também delegou aos banqueiros privados a emissão de papel moeda, o que gerou enorme inflação, tal como já havia ocorrido durante o Regime Imperial.
Para evitar as emissões desenfreadas, foi estabelecido um padrão monetário internacional depois da Segunda Guerra Mundial.
Diante de tal premissa, por exemplo, cada um grama de ouro passou a valer um dólar.
Mais de vinte anos depois, na década de 1970, eles acabaram com o Padrão Ouro para o dólar.
Mas, os norte-americanos continuaram a emitir desenfreadamente os dólares necessários para pagamento de suas compras no exterior (emissões sem lastro ou emissões a descoberto). As importações estadunidenses sempre foram superiores às exportações. Por isso existe o enorme déficit no Balanço de Pagamentos do ianques. Em suma, é um país totalmente falido.
Depois de muitos anos de paulatina desvalorização, o dólar finalmente chegou ao fundo do poço.
A partir daí quem quisesse ter de volta o seu preciso metal deveria pagar mil dólares por um grama de ouro.
Espertinhos!!! A Alemanha está de olho Neles!!!
VENDAS A DESCOBERTO = VENDENDO O QUE NÃO TEM
Cabe uma outra informação importante. Os pilantras brasileiros vendem o que não têm. E os pilantras de todo o mundo também, incluindo os estelionatários. São as chamadas vendas a descoberto.
Preocupada com a grande onda de manipulações dos preços de ações em seus respectivos lançamentos (underwriting), mediante vendas a descoberto (antes do efetivo lançamento das ações novas), em novembro de 2012 a CVM - Comissão de Valores Mobiliários expediu a Instrução CVM 530/2012, estabelecendo como infração grave as vendas a descoberto. Veja informações complementares anexadas ao respectivo normativo publicado no COSIFE.
Depois dessa pausa para as explicações alarmistas do coordenador do COSIFE, o articulista do jornal Valor Econômico continuou escrevendo:
O assunto, adormecido, despertou com força nesta semana após o jornal alemão “Handeslblatt” noticiar a intenção do Buba de repatriar reservas.
A notícia recebeu atenção do blog Zero Hedge, que avaliou o movimento e colocou em dúvida a relação de confiança existente entre os BCs do mundo.
Na mesma linha, veio um comentário feito via Twitter pelo gestor da Pimco, Bill Gross: “Os BCs não confiam mais uns nos outros?”.
E os jornalistas do Market Watch, site ligado ao “The Wall Street Journal”, também entraram na história, tentando descobrir o que leva um BC a repatriar reservas.
OS ALEMÃS DISFARÇANDO A PRESUNÇÃO
Na quarta-feira [16/01/2013], o Buba surgiu com sua explicação oficial. O BC está sim trazendo o ouro de volta para casa em operação que será encerrada até 2020. Mas as razões apresentadas não são lá muito convincentes para os especialistas. O BC alemão diz estar focado nas duas funções primárias das reservas de ouro: construir confiança e segurança doméstica e a possibilidade de trocá-lo por moedas estrangeiras em curto espaço de tempo.
Em 31 de dezembro [de 2012], a instituição empilhava 3.396 toneladas de ouro, mostram dados oficiais. O metal precioso perfaz cerca de 73% das reservas internacionais do país [Alemanha]. Desse total de ouro, 31% já estavam nos cofres do BC alemão, 45% depositados no Fed de Nova York e 11% no Banco da França. Outros 13% dormiam no Banco da Inglaterra.
Pelo plano apresentado pelo Bundesbank, até 2020 50% do ouro estará “em casa”, 37% em Nova York, 13% permanecerão em Londres e nada mais ficará em Paris. Como a França está no mesmo sistema monetário, não há necessidade de usar Paris como centro de troca de ouro por outras moedas. Fica a dúvida de por que razão o BC alemão levou 10 anos para descobrir que não precisa mais dos franceses para esse tipo de operação.
OS ALEMÃS TÊM A SEGUNDA MAIOR RESERVA EM OURO
O World Gold Council (WGC) informa que a Alemanha detém a segunda maior reserva de ouro do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, que possuem pouco mais de 8.113 toneladas, o que representa cerca de 75% de suas reservas internacionais.
Em tempo: 8.113 toneladas de ouro são 8,113 bilhões de gramas de ouro, que vendidas a US$ 1 mil o grama geraria US$ 8 trilhões de dólares, que deve ser o montante de dólares circulando pelo mundo afora. Somente dessa forma os norte-americanos conseguiriam enxugar o meio circulante em dólares (papel moeda em circulação).
AS RESERVAS MONETÁRIAS EM OURO DO BRASIL
No Brasil, onde o Banco Central vem ampliando compras de ouro e agregando às reservas cambiais, a participação do ouro nas reservas totais é de pouco menos de 1%. Mas o BC tem se esforçado e ampliou a aquisição do metal no ano passado. As razões para tal movimentação só serão conhecidas em meados de 2013 quando sair o relatório de gestão das reservas brasileiras.
AS RAZÕES DAS BAIXAS RESERVAS BRASILEIRAS EM OURO
Apesar de grande produtor de ouro, o minério extraído em solo brasileiro sempre foi remetido para o exterior desde o período colonial. Ciclo do ouro
Durante os 8 anos do Governo FHC, por exemplo, todo o ouro produzido no Brasil e especialmente de Serra Pelada foi vendido para obtenção de dólares. Por que?
Porque em razão da paridade do Real ao Dólar, as importações brasileiras foram automaticamente incentivadas e assim houve elevados déficits em nosso Balanço de Pagamentos, tal como aconteceu nos Estados Unidos da Américo pelos mesmos motivos (importações maiores que as exportações).
Mas, como os nossos déficits no Balanço de Pagamentos eram antigos, vinham desde os governos militares, que chegaram a incentivar a exaustão das reservas minerais brasileiras (como aconteceu principalmente com o manganês), os sábios dirigentes do Banco Central do Brasil daquela época criaram as Arbitragens de Ouro por Dólares.
4; BANCO CENTRAL DO BRASIL DOBRA ESTOQUE DE OURO NAS RESERVAS
Por Agência Estado (Jornal O Estado de S. Paulo.), Publicado pelo site da Revista Isto É Dinheiro em 01/01/2013. Com negritos, subtítulos, comentários e anotações em azul por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE.
OS INVESTIDORES EM OURO NÃO ACREDITAM NO DÓLAR COMO PADRÃO MONETÁRIO
Auric Goldfinger, um dos maiores vilões dos filmes e livros sobre o agente 007 na década de 1960, mantinha todo seu dinheiro aplicado em barras de ouro. Não confiava em moedas ou títulos públicos.
Desde a crise financeira de 2008, muitos bancos centrais fizeram como ele - reduziram a aplicação de seus dólares na dívida de outros países e aumentaram as compras de ouro, que teve forte valorização desde então.
UM DOS MAIORES EXPORTADORES DE OURO AGORA RECOMPRA SEU PRECIOSO MINÉRIO POR PREÇO ELEVADO
O governo brasileiro, no entanto, só recentemente voltou a usar os dólares das suas reservas internacionais para comprar o metal precioso. Entre setembro e novembro de 2012, o Banco Central do Brasil (BC) adquiriu o equivalente a 33,6 toneladas de ouro, o que dobrou seu estoque em relação ao que havia até agosto. Desde 2002, a quantidade de ouro que faz parte das reservas em moeda estrangeira se mantinha estável, em 33,6 toneladas.
Alguns bancos centrais mantêm parte significativa de suas reservas externas aplicada em ouro. Em torno de 10%, no caso de Rússia, Suíça e Índia. O metal também representa quase um terço das reservas do Banco Central Europeu.
No caso brasileiro, apesar do aumento recente, a participação do ouro nas reservas está hoje em apenas 1,1%, o que também ocorre, por exemplo, na Coreia do Sul, que tem praticamente o mesmo estoque que o Brasil. Os dados do BC mostram que as barras, que ficam depositadas fora do País, valiam US$ 3,7 bilhões no fim de novembro. O total de reservas administradas pelo BC é de US$ 379 bilhões, sendo que a maior parte desses recursos está aplicada em títulos públicos, principalmente do governo dos Estados Unidos.
O Brasil já manteve aplicações maiores em ouro. A quantidade de barras hoje representa 23% das 287 toneladas que o País detinha em dezembro de 1998. Na época, no entanto, isso representava US$ 2,7 bilhões ou 6% das reservas totais.
Mas, como o Brasil se encontrava na bancarrota, a partir de 1999 as nossas reservas monetárias em ouro foram vendidas por intermédio de Arbitragens internacionais regulamentas pelo CMN - Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil.
Agora as reservas em ouro estão sendo repostas, porém, tardiamente visto que o preço é pelo menos duas vezes maior (mais elevado).
Veja explicações no texto sobre as Arbitragens de Ouro por Dólares
Em 2012, o ouro teve alta de 15,26% no Brasil, liderando o ranking das aplicações mais lucrativas pelo terceiro ano seguido. Parte dessa alta, porém, se deve à perda de valor da moeda brasileira. No mercado internacional, a alta é de 6,6%, e os preços são recordes, praticamente o dobro do verificado antes de 2008.
Eduardo Velho, economista-chefe da Planner Investimentos, diz que a perda de valor do dólar e o aumento da instabilidade na economia global estão entre as razões que levam a uma procura maior pelo ouro. "As reservas são muito concentradas em treasuries (títulos do Tesouro americano), mas a economia dos EUA perdeu participação no PIB mundial. Então, é natural que os bancos centrais diversifiquem suas reservas, não só em moedas emergentes, mas em ouro e outros ativos", disse. "E ao longo do tempo esse metal acumula maior demanda e menor oferta".
Em relação ao Brasil, o economista afirmou que há um cenário por trás dessa decisão. "Isso não pode ser visto como uma atitude especulativa, só porque o preço subiu. O BC está diversificando e sinalizando que a concentração da aplicação em dólar pode ter uma rentabilidade menor".