A ELITE BRASILEIRA VIVE NA PRAIA, DE COSTAS PARA O BRASIL
São Paulo, 6 de novembro de 2003 (Revisado em 14-03-2024)
Incentivos Fiscais, Blindagem Fiscal e Patrimonial, Zona Franca de Manaus - Mapa da Fome no Amazonas, Sonegação Fiscal e Lavagem de Dinheiro, Carga Tributária e Reforma Trabalhista. Incentivo à Cultura. Fome e Miséria em Manaus, Preconceito e Discriminação, Trabalho Escravo e em Regime de Semi-Escravidão, Segregação ou Desigualdade Social, Crise do Desemprego - Estrutural e Conjuntural. Altas Taxas de Juros. Substituição da Mão de obra por Máquinas e a Robótica. MAPA DA FOME NO AMAZONAS. Miséria posiciona Manaus em segundo lugar entre as capitais do Brasil (em 2008)
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
1. DESIGUALDADE OU SEGREGAÇÃO SOCIAL
Segundo dados veiculados pelas emissoras de televisão [em 2003], o Brasil continuava sendo o campeão da desigualdade social e da concentração de renda na América Latina, aí incluída as pequenas ilhas do Mar do Caribe em são falados outros idiomas não latinos. Na realidade, o preconceito e a discriminação, ainda em 2011, são cultuados pelos descendentes diretos e indiretos do coronelato, que se esforçam para perpetuar a segregação social que é imposta aos descendentes dos antigos escravos libertados pela Princesa Isabel em 1888.
Dados apurados até 2002 nos davam conta que os 10% de brasileiros mais ricos tinham 47,6% da Renda Nacional enquanto que os 10% mais pobres tinham menos de 1% da mesma. Ou seja, sobram menos de 52% da renda nacional para os 80% restantes.
2. MISERÁVEIS BRASILEIROS VERSUS NORTE-AMERICANOS
Na verdade temos 3% de endinheirados (Classes A e B), quase 30% de miseráveis e os 67% restantes não chegam à categoria de remediados. E nossos miseráveis são em maior quantidade, se comparamos o nível de renda da população brasileira com a da norte-americana.
Nos Estados Unidos era considerado miserável quem ganhava menos de US$ 800 por mês. Até o final de 2002 o salário-mínimo brasileiro não atingia a US$ 100. Na Classe C ninguém ganhava mais que 10 salários-mínimos.
Isto significa que, pelos padrões norte-americanos, o Brasil tinha mais de 95% da sua população como miserável. Naquela época os norte-americanos estavam preocupados porque o número de miseráveis naquele país tinha ultrapassado a marca de 5% da população.
3. A MESQUINHEZ DOS ENDINHEIRADOS
De seu lado, os nossos ricos, não satisfeitos, queriam e ainda querem mais. Notícias nos advertiam que reivindicavam a isenção de IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.
Para que? Eis a questão.
Durante o período em que eram feitos estudos para a tão propalada Reforma Tributária que tramitava no Congresso Nacional no final de 2002, os endinheirados queriam a isenção do IPVA para suas aeronaves, helicópteros e embarcações, incluindo os seus iates.
Enquanto isso acontecia, aquele trabalhador que chega a comer mal para pagar a prestação do seu carro popular devia pagar elevadas taxas anuais de IPVA e nenhum representante do povo no Congresso Nacional lutava por seus direitos.
Tal reivindicação era vergonha para a elite brasileira, que, apesar da miséria e do desemprego reinantes, tinha e ainda tem a segunda maior frota de aeronaves particulares do mundo.
Vergonhosa também era a reivindicação de um certo empresário paulistano que reclamava do aumento do IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano para os mais ricos proposto pela Prefeita Luíza Erundina, na cidade de São Paulo.
Pois é, o tal empresário tinha um andar inteiro de um de seus prédios em bairro que tem o mais caro metro quadrado da América Latina como local para somente guardar antiguidades e obras de arte.
4. RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS PELOS INVESTIDORES EM TÍTULOS PÚBLICOS
Onde os capitalistas brasileiros conseguiam tanto dinheiro, se a nossa economia não crescia satisfatoriamente desde a década de 1980?
A resposta é simples. Aplicando em títulos do governo brasileiro, que pagava e ainda paga as altas taxas de juros, o que não acontece em nenhum outro país.
A manutenção das altas taxas de juros foi a forma encontrada pelos nossos políticos de extrema-direita para devolver o impostos pagos pelos capitalistas que, assim, tornam-se isentos de tributação.
5. OS EMPRESÁRIOS E A REFORMA TRIBUTÁRIA
Durante a tramitação da mencionada Reforma Tributária, nossos grandes empresários, que obviamente são membros efetivos dessa casta mesquinha, reivindicavam menos impostos para que pudessem gerar mais empregos. Sempre repetem tal refrão.
Sobre o tema veja o texto sobre a Municipalização dos Impostos - A Verdadeira Reforma Tributária, tese apresentada pelo coordenador do site do COSIFE no Congresso Brasileiro de Contabilidade de 1996, realizado em Fortaleza - CE.
Pergunta-se: E quantos empregos foram gerados desde a implantação da Sudene, da Sudam e da Zona Franca de Manaus?
As populações nordestinas e amazonenses de Manaus por acaso vivem como europeus?
Claro que não, continuam na mesma miséria de sempre, desde os tempos da exploração da borracha quando o trabalho escravo dos paroaras era a mão-de-obra explorada.
Segundo o Dicionário Aurélio, conforme aprendi no curso ginasial quase no final da década de 1950, PAROARA era a denominação dada aos paraenses e nordestinos que vivem na Amazônia, mais precisamente no Estado do Amazonas. No nordeste era a denominação dada ao agenciador de trabalhadores para os seringais da Amazônia.
Ao contrário do que diziam os empresários para justificar a instalação da Sudene e da Sudam, segundo dados veiculados pela televisão, nos últimos dez anos até o final de 2002, o Brasil perdeu milhões de postos de trabalho. E os motivos são vários.
Dois desses motivos foram explicados no texto sobre a Crise do Desemprego - Estrutural e Conjuntural.
Os altos custos trabalhistas e previdenciários e os altos salários não foram os principais motivos. Simplesmente os empresários resolveram substituir a mão-de-obra humana por máquinas e pela robótica. Por sua vez, o governo federal e os governos estaduais resolveram privatizar as empresas estatais. Com as estatais privatizadas não seria mais necessária a contratação funcionários por concursos públicos. Assim, ficava mais fácil dar emprego aos apadrinhados, os cabos eleitorais e demais simpatizantes dos partidos de extrema-direita.
Sobre esse tema, veja o texto A Geração Perdida - A Síndrome do Primeiro Emprego.
Por que substituir o trabalhador por máquinas e gerar o desemprego e caos social?
É sobre esse tema que algumas ONGs deviam se preocupar. Isso faz tanto mal como deixar o governo federal construir usinas nucleares, construir hidrelétricas em regiões de proteção florestal, explorar minérios no seio da floresta ou de reservas indígenas, quanto o desmatamento da Amazônia e a exploração do trabalho escravo por empresários inescrupulosos.
7. AS ALTAS TAXAS DE JUROS E O DESEMPREGO
Enquanto esses problemas sociais ocorrem, o governo, contribuindo com a manutenção do nível de renda dos endinheirados, mantém as altas taxas de juros, assim contribuindo para o aumento da miséria do povo porque vem mantendo o salário-mínimo em nível insuficiente à sobrevivência.
A desculpa é sempre a mesma: De onde vamos tirar o dinheiro para aumentar o salário mínimo?
Então, perguntamos: De onde estão tirando o dinheiro para manutenção das altas taxas de juros?
É claro que as duas verbas saem do mesmo lugar. Donde podemos concluir que reduzindo as taxas de juros, sobrará dinheiro para aumentar as verbas destinadas ao povo.
Contrariando o disposto no artigo 145 da Constituição Federal de 1988, entre outros, a endinheirada elite brasileira continua sendo privilegiada com diversos benefícios fiscais que só deviam ser dados aos mais pobres.
8. O GOVERNO DO TORNEIRO MECÂNICO SINDICALISTA
O primeiro governo de esquerda brasileiro, juntamente com algumas prefeituras administradas por seus partidários (coligados), está oferecendo renda mínima mensal aos desempregados que mantêm seus filhos na escola. Este é o primeiro caso de incentivo fiscal para que os pobres brasileiros tenham melhor base educacional e consigam sair da miséria.
Mas, desde os governos anteriores, falta incentivo salarial aos professores e, por isso, ninguém quer se submeter ao magistério elementar. Por esta razão, os alunos não conseguiam fazer as provas oficialmente elaboradas e assim os governos passados resolveram aprová-los mesmo sem os conhecimentos mínimos necessários, o que tem criado uma legião de semianalfabetos diplomados.
Esse incentivo à manutenção das crianças nas escolas seria mais justo se fosse oferecido àqueles que conseguissem um emprego somente com baixo salário, porque assim o governo combateria dois pontos negativos, a miséria e o desemprego. É claro que isso também incentivaria os empresários a pagarem menos. Mas, para consertar essa distorção, bastaria aumentar o salário-mínimo.
O fato de ser oferecido pelo governo o salário suplementar, aos desempregados e às famílias de baixa renda, tem feito com que determinadas pessoas prefiram ficar sem trabalho, deixando de procurar emprego, o que pode se tornar num círculo vicioso.
Por isso, o incentivo deveria ser dado somente àqueles que de fato estivessem sem trabalho, como acontece com o salário desemprego. Assim, muitos preferem vez por outra perder o emprego para receber salário sem trabalhar, além de ter à sua disposição o FGTS, o aviso prévio, entre outros benefícios trabalhistas. É por isso que querem mudar a legislação trabalhista, reduzindo esses direitos, com a finalidade de evitar o golpe dado pelos trabalhadores, devidamente orientados por seus advogados e sindicalistas.
Veja os textos intitulados O Fim dos Direitos Trabalhistas e Os Empresários e a Reforma Trabalhista.
Os cientistas que receberam o Prêmio Nobel de Economia de 2010 também defenderam essa tese de que os direitos sociais dos trabalhadores incentivam a inatividade dos mesmos.
Veja o texto denominado Reforma Trabalhista - Caminhando para o Trabalho Escravo.
10. OS ANALFABETOS FUNDAMENTAIS
Talvez seja esse o motivo pelo qual os empresários brasileiros não oferecem emprego, preferindo substituir a mão-de-obra por máquinas. E talvez também seja esse o motivo pelo qual as pessoas não conseguem trabalhar mesmo que seja por um salário-mínimo. De outro lado, os empresários evitam as contratações porque o ensino fundamental vem formando analfabetos fundamentais, aqueles que sabem ler e escrever porcamente e por isso não conseguem entender o que está escrito nos livros ou nos jornais e revistas.
É por isso que alguns filmes brasileiros são recordes de público em território brasileiro. A maioria da população não consegue ler a legenda dos filmes estrangeiros. Essa também foi a razão do sucesso dos filmes dublados na televisão.
É preciso que a elite empresarial brasileira entenda que sem emprego e salários justos também não existem consumidores para os produtos que fabricam ou comercializam.
11. EXPORTANDO MATÉRIAS-PRIMAS E IMPORTANDO PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
Na verdade os grandes empresários brasileiros não pretendem vender para o nosso povo. Apenas estão interessados no mercado externo. Eles só querem exportar as custas do sacrifício do trabalhador, porque assim enriquecem, enquanto a população fica mais pobre e acaba aceitando trabalhar por qualquer dinheiro ou vai trabalhar no narcotráfico, vendendo tóxico para eles (os mais endinheirados) e para os bandidos que os atacam para roubar ou sequestrar.
Com a falta de emprego formal, os trabalhadores correm para a informalidade, para contravenção e para industrialização de artigos piratas e para comercialização destes e de artigos contrabandeados. Os que tentam algo formal, quebram, vão à falência, porque não conseguem enfrentar a alta concorrência ou porque não têm competência para administrar seus pequenos empreendimentos.
Veja o texto A Economia Informal e a Autorregulação dos Mercados.
Com a informalidade, as carteiras de trabalho estão sendo aposentadas. O INSS tem em seus arquivos de achados e perdidos centenas de milhares delas, que nunca mais foram procuradas por seus proprietários. Bom para as contas públicas, porque no futuro não existirão aposentadorias a pagar. Mas, fatalmente serão criadas novas verbas como “Bolsa Escola”, “Fome Zero”, “Leve Leite”, que servirão como forma de conquistar votos. E os partidos de esquerda também já estão aprendendo a artimanha.
12. A NULIDADE DOS INCENTIVOS FISCAIS AOS MAIS RICOS EMPRESÁRIOS
Diante da infinidade de incentivos fiscais que já foram fornecidos, o Brasil devia ser o paraíso dos empregos, porém, na prática não é isso que vem ocorrendo. O dinheiro dos incentivos sempre foi desviado para interesses particulares e nunca para tirar o povo da miséria. Esta interessa aos políticos, porque dando esmolas conseguem votos. E essa esmola é uma forma indireta de comprar votos, o que é proibido pela legislação eleitoral.
Veja o texto Queremos os Ricos no Governo.
Vejamos o que aconteceu com os incentivos fiscais diretos e indiretos:
Um dos nossos famosos ministros (Delfim Neto) dizia que primeiro é preciso fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo. Afinal, quando vão começar a distribuir o Bolo? Nunca?
O bolo não será distribuído, porque: - Este é o Brasil que a gente quer! Este era slogan de Roseana Sarney, mostrando cenas da capital do Estado do Maranhão, o mais pobre da Federação, quando foi candidata à Presidência da República em 2002 pelo ex-PFL).
Em 25/07/2008, discordando do escrito, um dos sete mil visitantes diários do Cosife escreveu:
Li seu artigo, de 2003. É evidente que o senhor NÃO CONHECE MANAUS. Caso contrário não teria escrito inverdades sobre o meu povo. Consulte o site do Ministério do Interior e verá que suas palavras são viesadas e desconexas. CONVIDO-O A CONHECER MANAUS. SE LHE FALTAR DINHEIRO HOSPEDO-O EM MINHA CASA. Será um prazer fazê-lo queimar a língua mentirosa.
JOSÉ RODRIGUES CARDOSO FILHO
Professor da Universidade Federal do Amazonas
14. CONSIDERAÇÕES DO COSIFE SOBRE QUEM NÃO CONHEÇA MANAUS
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do site do COSIFE
O texto constante desta página, assim como outros publicados pelo site do COSIFE, está baseado em fatos descritos por autores cujos textos foram publicados na Internet, sendo que alguns foram premiados em concursos dos quais participaram milhares de ensaístas.
Aliás, a bem da verdade, a partir de 2009 a filha mais nova do coordenador deste COSIFE, que é biomédica, Mestre em biotecnologia e doutora em biorremediação pela USP - Universidade de São Paulo, foi quem fez o Projeto de Catalogação da Biodiversidade Amazônica, que foi aprovado pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o qual destinou verba especial para implantação do mesmo pela Universidade Federal do Amazonas, sob a orientação dos doutores e doutorandos do Instituto de Biomedicina da USP.
Pergunta-se: Por que os professores daquela Universidade não tomaram tal iniciativa?
Talvez parte deles esteja satisfeita e acomodada com a vidinha que leva a serviço dos detentores do poder econômico regional, que enriquecem mediante a exploração dos menos favorecidos.
Como cantou Milton Nascimento em sua canção Notícias do Meu Brasil (os Pássaros Trazem), em parceria com Fernando Brant, ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil, não vai fazer desse lugar um bom país!
Vejamos algumas das notícias que os pássaros nos trazem sobre o Amazonas e especialmente sobre a sua capital, Manaus.
Pergunta-se, novamente: Por que somente os pássaros (os viajantes) nos trazem as notícias?
Porque são raras as pessoas que de fato querem informar algo sobre aquilo que realmente está acontecendo naquela região, principalmente no que se refere às ONGs fantasmas, sobre a exploração do trabalho escravo pelos madeireiros, sobre o contrabando e sobre a exploração clandestina das reservas de ouro e de outros minerais.
Eis algumas das notícias que os detentores do poder econômico deixaram que fossem publicadas.
15. O FESTIVAL DA FOME E DA MISÉRIA
Por Karen Leão estudante de jornalismo do Centro Universitário Nilton Lins / Manaus - Publicado em: 13/12/2004 pelo Portal da Imprensa
Assistindo aos noticiários estava vendo como o Brasil está investindo na cultura, inclusive esse investimento já chegou até em Manaus.
Na mesma semana estavam acontecendo dois festivais simultaneamente, o de Manaus e o de Brasília - ambos de cinema.
O de Brasília eu não posso falar muito, pois não estava lá, porém o daqui apesar de não ter participado de nenhuma programação soube que estava repleto de celebridades.
Todos os dias os jornais publicavam em suas colunas, fotos e matérias sobre atores globais e personalidades da terra prestigiando todos os eventos cinematográficos, um luxo.
Agora, com esse festival, acho que Manaus já está fazendo um pouco mais parte lá do Brasil. Afirmo isso porque como uma boa amazonense, já percebi como nossa terra é discriminada, não só pela distância geográfica, mas pela herança forte dos índios que nos foi deixada. (Não pretendo entrar no mérito da questão).
Até agora, você leitor, não deve ter ligado o título ao texto, mas já estou chegando lá.
Na mesma semana fiz uma pesquisa na internet e encontrei dados surpreendentes.
Você sabia que num país rico como o Brasil, que tem uma produção agrícola e industrial de ponta em alguns setores, 50% da população está vivendo abaixo da linha da pobreza? E pior os analfabetos já somam 13,63% e 32 milhões de pessoas passam fome no Brasil.
Não pára por aí, o que mais me chocou foi saber que todos os dias, ou seja, diariamente morrem 280 crianças brasileiras por doenças causadas pela desnutrição antes de completarem 1 ano (números da Organização das Nações Unidas - ONU).
É importante destacar que, nos números apurados, a média brasileira é alta principalmente em razão dos alarmantes índices apurados nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Esse festival de números mostra o retrato social deste país "elitizado" e que investe em cultura, esporte, e que socorre banqueiros quando estes precisam. De maneira nenhuma sou contra os festivais de cinema, ópera ou qualquer outro tipo de ajuda, mas o que penso é: por que não fazer um Festival Contra a Fome?
Sobre o "elitizado", veja os textos de Ariano Suassuna ("as universidades brasileiras pensam e ensinam de costas para o nosso país") e Paulo Nogueira Batista Jr ("o brasileiro não se interessa realmente pelo Brasil" e "vive, eternamente, de costas para o próprio país", desconhecendo "seus valores e potencialidades"), cujo conjunto foi intitulado como "A Elite Brasileira Vive na Praia, de Costas para o Brasil".
É importante salientar também que o Incentivo à Cultura é utilizado pelas empresas apenas para financiar espetáculos que serão assistidos por seus consumidores elitistas. Para o povo, os trabalhadores, realmente nada é patrocinado, por esse motivo nada é feito.
Sim, algumas campanhas surgem em algumas épocas do ano. No dia das crianças, natal e poucas outras datas. Então eu pergunto será que só nessa época as pessoas tem fome?
Ainda não vi a mídia massificar uma campanha contra a fome e a desnutrição como vi agora no festival de cinema de Manaus. Dar cultura ao povo é bom? Sim claro que é, mas ninguém recebe cultura com a barriga roncando de fome.
Sei que é uma luta árdua conscientizar não só os governos, mas também a sociedade. É necessário que todos nós participemos unidos por essa causa. Se cada um der um pouco, será muito para o que nada tem.
Lembremos que não é só em outubro, em dezembro - nas festas de fim de ano, que os miseráveis sentem fome, pois apesar de serem pobres a fome deles é igualzinha a nossa.
Meu desejo é sim, que ainda surjam muitos festivais de ópera, música, cinema e outros, mas principalmente que existam festivais contra a fome, a pobreza e a violência pois só dessa maneira a nossa sociedade [elitista também] poderá viver melhor.
A grande verdade é que a Zona Franca de Manaus foi criada para exploração da mão de obra em regime de semiescravidão dos menos favorecidos que ali sobrevivem. O mesmo acontece em todo o Brasil e no resto do mundo, principalmente nos países chamados de subdesenvolvidos.
Para melhorar seu conceito, grande parte das indústrias está de mudança para outras localidades porque, onde estava estabelecida tornou-se esplendorosa ILHA cercada de miseráveis favelas por todos os lados.
Então, para melhorar sua imagem exploradora da escravidão dos menos favorecidos e também para evitar os constantes assaltos foi preciso transferir-se para outros lugares, desde que lhe sejam oferecidos incentivos fiscais. Isto é, a empresa recebe incentivos fiscais para que deixe de pagar os tributos que passarão a ser pagos pelo povo.
A semiescravidão na região Amazônica acontece desde a época do Ciclo da Borracha até os dias de hoje. A escravidão é principalmente explorada pelos madeireiros, que quase sempre extraem a madeira de forma ilegal, dizimando a Floresta Amazônica e ceifando vidas mediante o trabalho escravo.
Ano 5, N. 206 - São Paulo, Brasil - 28 de fevereiro de 2003
CONHEÇA OS FINALISTAS DO GP AYRTON SENNA DE JORNALISMO
O Instituto Ayrton Senna divulgou a relação dos finalistas da sexta edição do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, que será entregue em São Paulo, no dia 21 de março de 2003.
Confira quem são os finalistas:
Categoria TV - Luzimar M. S. Collares, Fernando Parracho, Fábio Menegatti, Marcos Anelo, Eunice Ramos e equipe pela matéria: "Desafios do Novo Governo" (TV Centro América, Cuiabá – MT); Sérgio Gabriel Lopes, Eduardo Prestes, Maria Eugênia e Anísio Barros pela matéria: "A criança que eu fui" (Rede Bandeirantes de TV, São Paulo – SP); Márcia Regina Bongiovanni pela matéria: "Meninos de rua – DST/AIDS" (TV Cultura, São Paulo - SP); Sonia Bridi, Teresa Cavalleiro e Maria Thereza Pinheiro pela matéria: "Educação e emprego" (TV Globo, São Paulo - SP); Hermes de Luna e Silva e Marcelo Xavier peça matéria: "Seca e Cidadania" (TV Correio da Paraíba, João Pessoa - PB).
Categoria Rádio - Geraldo de Oliveira Costa pela matéria: "Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente" (Rio Vermelho AM, Silvânia - GO); Alexandra Fiori e Felipe Chemale pela matéria: "Escola e família. Atitudes para manter o vínculo social e familiar resgatam jovens em situação de rua" (Rádio Bandeirantes, Porto Alegre - RS); Giovanni Faria, Adalberto Flaviano Piotto, Catira Toffoletto Montebelo, Marcel Correia Naves de Oliveira e Flavia Salme pela matéria: "Série Empresa Voluntária" (CBN, Rio de Janeiro - RJ); Marcos Guiotti Jr. Pela matéria: "Infância Doméstica" (CBN, Belo Horizonte - MG).
Categoria Revista - Eugênio Esber e Sheila Meyer pela matéria: "Brasileirinho – não reprovarás" (Amanhã e Negócios, Porto Alegre - RS); Camilo Vannuchi, Eliane Lobato e Rita Moraes pela matéria: "Viva a diferença" (ISTOÉ, São Paulo - SP); Ricardo Góes Mendonça pela matéria: "O paradoxo da miséria" (Veja, São Paulo - SP); Alexandre Teodoro Mansur pela matéria: "Somos índios" (Época, São Paulo - SP); Roberta Bencini e Cristiane Marangon pela matéria: "Elas não são mais leigas" (Nova Escola, São Paulo - SP).
Categoria Jornal - Wilsa Carla Freire da Silva pela série: "O mapa da fome no Amazonas" (A Crítica, Manaus - AM); Chico Otávio, Bernardo de Lã Pena, Flávia Oliveira e Letícia Lins pela matéria: "Retratos do Brasil – Saneamento no século 21, quase meio país sem esgoto" (O Globo, Rio de Janeiro - RJ); Cristiane Guilherme Bonfim, Valdélio de Sousa Muniz, Déborah Lima, Emerson Maranhão, Erick Guimarães, Rodrigo de Almeida e Roberto Maciel pela matéria: "Série Saia do Muro" (O Povo, Fortaleza - CE); Tacyana Arce, Marlyana Tavares, Luiz Ribeiro, Fernanda Odilla, Terezinha Moreira, Plínio Teodoro, Marcelo Santos e Lourival Werneck pela matéria: "Crianças descobrem a dignidade" (Estado de Minas, Belo Horizonte - MG); Ana Beatriz Magno da Silva e Érica Montenegro pela matéria: "Órfãos do Brasil" (Correio Braziliense, Brasília - DF).
Categoria Mídia Jovem e Infantil - Fernanda Mena e Guilherme Werneck pela matéria: "Vítimas do Silêncio" (Folhateen (Folha de S.Paulo), São Paulo - SP); Nadja Vladi C. Gumes, Iansã Negrão, Carla Bittencourt, Luzia Luna, Cinthia Sento Sé pela matéria: "Pare o Crime" (Caderno 10 (A Tarde), Salvador - BA); Lilian Tahan C. Teixeira de Resende pela matéria: "Série Escola em xeque" (Gabarito (Correio Braziliense), Brasília - DF); Cristiano Luiz Freitas, Andréa Gonçalves Santos, Patrícia Pinheiro; Angela Smaniotto Chiochetta e Lilian Santos pela atéria: "Série de reportagens do projeto repórter-mirim" (Suplemento Gazetinha (Gazeta do Povo), Curitiba - PR). Elaine Freitas Gonçalves pela matéria: "Conjunto da obra" (Um buraco na barriga; Ganhei uma família; Rua com saída) (Almanaque (O Popular), Goiânia - GO).
Categoria Fotojornalismo - Ricardo Teles de Freitas pela matéria: "Os dois Brasis" (Carta Capital, São Paulo - SP); Wilton de Sousa Júnior pela matéria: "Caçada Urbana" (Agência Estado, Rio de Janeiro - RJ); Paulo Roberto Franken da Silva pela matéria: "A pintura de um mundo sem preconceitos" (Zero Hora, Porto Alegre - RS); Patrícia Santos pela matéria: "Infância na Lona" (Folha de S. Paulo, São Paulo - SP); Sérgio Amaral pela matéria: "Órfãos do Brasil" (Correio Braziliense, Brasília - DF).