OS ESTADOS UNIDOS E A CONVERSÃO DA SUA DÍVIDA
A EXTINÇÃO DO SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL
São Paulo, 28/03/2009 (Revisado em 20-02-2024)
Referências: Derrocada Financeira Norte-Americana, Crise Mundial, Estados Unidos como Emissor Mundial de Papel Moeda Sem Lastro, Cesta de Moedas, Moeda Padrão, Padrão-Ouro e Padrão Commodities, Planejamento Tributário, Contabilidade Criativa (Fraudulenta), Sonegação Fiscal, Fraudes Contábeis e Financeiras das Multinacionais, Internacionalização do Capital em Paraísos Fiscais, Lavagem de Dinheiro e Ocultações de Bens, Valores e Direitos, Estatização, Déficits Orçamentários e no Balanço de Pagamentos, Comércio Exterior - Importações Maiores que as Exportações.
1. INTRODUÇÃO - BREVE HISTÓRICO DA BANCARROTA DOS IANQUES
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
Originalmente esta introdução não existia. Porém, passados 8 anos desde a eclosão da Crise Mundial de 2008 provocada pela Falência Econômica dos Estados Unidos, ao persistirem os mesmos problemas econômico-financeiros já verificados na década de 1990, tornou-se importante a atualização do texto original com a inclusão de fatos anteriores e posteriores àquela lamentável crise provocada mais uma vez pelos inescrupulosos executivos e controladores das grandes empresas norte-americanas.
Mesmo depois de ter sido sancionado em 30/07/2002 o SOX - Sarbanes-Oxley Atc, que teve como finalidade principal o combate ao chamado de Capitalismo Bandido dos Barões Ladrões, as irresponsabilidades empresariais continuaram a acontecer. O termo Capitalismo Bandido é parte do título atribuído a um artigo publicado por um jornal que conta rapidamente as façanhas nada elogiosas dos principais capitalistas norte-americanos, que controlavam gigantesco conglomerado empresarial.
Esse grandioso problema enfrentado pelos governantes da maior economia mundial vem desde a Crise de 1929 que foi provocada pelos inconsequente especuladores de Wall Street. Depois de 2008 surgiu o movimento Occupy Wall Street em que os manifestantes, inclusive na Europa, pediam a intervenção governamental para combater os crimes contra investidores praticados pelas empresas de capital aberto e pelos profissionais do mercado de capitais.
Sobre as falência provocadas por executivos megalomaníacos, veja o texto intitulado Poços Sem Fundo - Volta Keynes, Estás Perdoado.
Como os políticos da ala ultra-liberal daquela época da Crise de 1929 não conseguiam solução os problemas econômico-financeiros existentes, para tirar os Estados Unidos de uma grande recessão, os eleitores sabiamente elegeram Franklin Roosevelt como Presidente da República e depois o reelegeram por mais três vezes.
Durante seu governo, de 1933 a 1945 (quando faleceu), implantou um sistema de total controle estatal da economia norte-americana, que levou aquele país a destacar-se como potência maior mundial durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos últimos momentos de Roosevelt já estava sendo praticada a privatização de tudo aquilo que foi possível transferir para o comando daqueles que novamente levariam ao auge os criminosos especuladores de Wall Street.
Vendendo ilusões ao Povão durante vinte e cinco anos, na década de 1970, depois de fomentadas algumas guerras para testar as novas armas de avançada tecnologia, os norte-americanos acordaram com mais um grandioso problema. A quantidade de papel moeda (dólar) emitido para financiar o armamentismo ultrapassava em muito o valor da quantidade de ouro estocado como lastro para os dólares impressos desordenadamente.
Diante da falta de lastro em ouro para grande parte do papel moeda em circulação, resolveram acabar com o Padrão-Ouro para o dólar.
Para agravar a situação, Ronald Reagan resolveu reduzir pela metade o imposto de renda sobre lucros no exterior.
Foi assim que os controladores das grandes empresas norte-americanas sentiram-se incentivados a aumentarem seus lucros no exterior. Para isso, bastava o subfaturamento das exportações de produtos industrializados e o superfaturamento das importações de matérias primas. Obviamente, os lucros dessas operações no exterior (diferenças de preços) eram contabilizados em paraísos fiscais, sem nenhuma tributação.
Diante de tal facilidade, no decorrer do tempo os controladores das empresas norte-americanas transferiram suas sedes para paraísos fiscais.
Como o custo operacional com a mão de obra em solo estadunidense era e ainda é muito alto (caro), assim como nos demais países desenvolvidos, os magnatas controladores das multinacionais (sediadas em paraísos fiscais)resolveram transferir suas fábricas para países em que o custo da mão de obra é bem menor, dando preferência àqueles países em que não existe legislação de proteção aos trabalhadores.
Foi mais ou menos assim que, depois da implantação das chamadas de globalização e de autorregulação dos mercados, aconteceu a bancarrota dos países desenvolvidos que ficou visível ao mundo somente em 2008.
Vejamos, a seguir, mais detalhes sobre esses fatos.
PRÓXIMO TEXTO: OS BRASILEIROS E O COMPLEXO DE VIRA-LATAS