Ano XXV - 18 de abril de 2024

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AS VITÓRIAS CONTRA O PRECONCEITO - OS ANALFABETOS


AS VITÓRIAS CONTRA O PRECONCEITO

OS ANALFABETOS

Texto escrito no ano 2000 (Revisado de 11/08/2012)

Por Américo G Parada Fº - Contador CRC-RJ 19750 - Coordenador do site COSIFe

O MOBRAL PARA ACABAR COM O ANALFABETISMO

Os analfabetos, tal como os negros, vêm conseguindo grandes vitórias contra o preconceito e a discriminação social. Primeiramente, lá na década de 1960, ganharam como prêmio o MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização que, ao contrário do que se esperava, apenas ensinou algumas pessoas a desenhar o nome com linhas trêmulas.

APROVAÇÃO ESCOLAR SEM NADA APRENDER

Depois, seguindo o exemplo maranhense de Roseana Sarney, no Estado de São Paulo crianças das camadas mais pobres da população são guindadas para outra série em tese mais adiantada, sem que tenham demonstrado aprendizado para isso. Alguns, sem saber ler e escrever, na quarta série do ensino elementar estavam aprendendo inglês, idioma que faz parte de um grande esquema de doutrinação global.

NA DÉCADA DE 1950 O INDIVÍDUO CULTO ERA SOMENTE O POLIGLOTA

Desde aquela década no Brasil era considerado inteligente e culto o poliglota. E isso acontecia em detrimento daquele que realmente tinha cultura e algum conhecimento tecnológico.

Em razão de tal premissa, no currículo escolar de ginásio (1º grau ou básico) aprendia-se latim, inglês, francês, espanhol e português.

Em História somente aprendia-se a decorar datas e ninguém explicava claramente o porquê econômico e social dos fatos históricos.

Em Geografia, decorava-se aspectos físicos, as bacias hidrográficas e pontos culminantes, capitais de estados e países e também ninguém explicava o porquê daquilo. Qual seria a importância de tal ensinamento.

O português era ruim: aprendia-se a ler, mas não ensinavam nem incentivavam a escrita porque é muito trabalhoso para o professor corrigir as redações. As aulas eram as mais chatas possíveis, para não incentivar o aprendizado. Era privilegiados os livros escritos por padres.

No ensino de segundo grau, a matemática era puramente teórica, por isso ninguém conseguia entende-la. Nenhum professor explicava como a matemática podia ser aplicada na prática. Afinal, qual seria a razão do ensino da trigonometria?

Não havia ensino profissionalizante - apenas alguns trabalhos manuais, bem artesanais.

PRIVILEGIANDO A IGNORÂNCIA

Algum tempo depois, outras medidas governamentais passaram a privilegiar a ignorância, no sentido de falta de conhecimento cultural e tecnológico. Vejamos.

O VOTO DOS ANALFABETOS

Uma dessas medidas foi a grande conquista do voto pelos analfabetos, devido a significativo esforço de Ulisses Guimarães.

É importante salientar que o voto do analfabeto foi proibido durante o regime imperial para evitar o chamado "voto de cabresto" imposto pelos Coronéis fazendeiros do interior brasileiro.

Veja informações complementares do texto Queremos os Ricos no Governo.

A partir da Constituição Federal de 1988 os analfabetos passaram a ter direito de influenciar na escolha de nossos governantes. Esse dispositivo constitucional veio inegavelmente incentivar o analfabetismo, visto que o voto dos analfabetos é muito mais fácil de comprar e também é bem mais barato. Assim, nenhum prefeito tentava reduzir os índices de analfabetismo no município por ele administrado.

Com quaisquer R$ 15,00 (quinze reais) mensais de bolsas escola ou alimentação a facção com poder político e econômico pode comprar dois ou mais votos (do pai e da mãe da criança e talvez o da avó e do avô), e ainda pode utilizar-se de outras formas de compra de votos com a utilização máquina estatal e da propaganda governamental.

ESTATUTO DA MICROEMPRESA

Outro grande incentivo ao analfabetismo foi o Estatuto da Microempresa e a legislação tributária concernente a ela (microempresa). A pertinente legislação não permite que profissionais de nível superior e alguns equiparados se beneficiem dela. Por isso tornou-se um grande incentivo à perpetuação da falta de cultura do nosso empresariado.

Veja o texto A Incompetência de Chefes e Patrões Desmotiva o Trabalhador Qualificado.

O pior é que inicialmente foi estipulado como limite bruto de vendas (Receita Bruta) a importância de R$ 10.000,00 mensais. Com tal limite, o microempresário consegue ser no máximo um perseguido camelô ou perueiro, com renda líquida de no máximo R$ 3.000,00 por mês. Vejamos.

Só de imposto o microempresário (não sonegador) pagaria em média R$ 500,00 mensalmente, valor quase igual ao que pagavam de imposto em média todas as empresas legalmente registradas no Brasil (R$ 680,00), aí incluídos os bancos. Retirados os bancos, a média reduzia-se para pouco mais de R$ 400,00 mensais. E estes são dados oficiais do Ministério da Fazenda no final do Século XX (1999).

Por sua vez, as despesas com aluguéis, água, luz, telefone, empregados, encargos sociais trabalhistas e previdenciários, vale-alimentação, vale-transporte, cesta básica, manutenção das instalações, conservação de equipamentos e limpeza do recinto de trabalho, materiais de escritório atingiriam a pelo menos R$ 6.000,00.

EXTERMINANDO OS ANALFABETOS

Acabar com os analfabetos é fácil, basta matá-los de fome por intermédio do desemprego e da miséria, privando-os de saneamento básico e de saúde pública. Explorá-los também é fácil, justamente em razão de sua condição de analfabetos e miseráveis. O difícil é erradicar o analfabetismo.

Com tantos incentivos e vantagens explícitas, os donos do poder político e econômico nunca tentarão acabar com analfabetismo. Por isso em alguns Estados do Norte e Nordeste brasileiro o analfabetismo chega a 50% da população.

ANALFABETOS FUNCIONAIS

No Estado de São Paulo, por exemplo, embora com o certificado de conclusão do ensino básico, os mais pobres estudantes são aprovados automaticamente por decreto governamental sem que consigam entender o que está escrito num livro ou mesmo num jornal ou revista.

Assim, tais estudantes são transformados pelo próprio governo em analfabetos funcionais, aquelas pessoas que sabem ler mal e porcamente.

Veja também o texto intitulado A Vitória das Elites Burguesas.







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