QUESTÕES QUE O EX-PRESIDENTE DO BACEN NÃO QUIS RESPONDER
DEPOIS DE TANTA BESTEIRA PUBLICADA, RESTOU O SILÊNCIO
São Paulo, 15/10/2014 (Revisado em 16-03-2024)
Referências: Segundo Turno da Eleição Presidencial de 2014, Tendenciosidade dos Economistas Monetaristas, sempre em benefício do Grande Capital, Reforma Trabalhista - Caminhando para o Trabalho Escravo.
DEZ PERGUNTAS QUE EU QUERIA FAZER PARA ARMÍNIO FRAGA (mas ele não quis responder)
Por Cynara Menezes, publicado em 14/10/2014 por Socialista Morena - Carta Capital.
Estou convencida de que nós, que não entendemos nada de economia, precisamos fazer um esforcinho extra, porque este é o principal assunto nesta eleição, ao lado das questões morais. Escolher entre dois modelos econômicos distintos, que definirão qual é o Brasil que queremos: é isto que vamos fazer no segundo turno. O problema, (...), é que falta transparência ao projeto do PSDB. O do PT a gente já conhece. Obviamente são necessários ajustes (o ex-ministro Bresser-Pereira falou muito bem aqui), mas, na pior das hipóteses, será mais do mesmo [que já foi feito]. Enfim, sabemos qual é o projeto econômico do PT, mas não sabemos qual é exatamente o projeto econômico do PSDB. A não ser pelo que os mais velhos já vivenciaram, o que não é nada animador.
Pensando nisso, resolvi colocar mãos à obra e decidi procurar a melhor pessoa para esclarecer minhas dúvidas: o principal assessor econômico de Aécio Neves, ex-presidente do Banco Central de Fernando Henrique Cardoso e cotado como futuro ministro da Fazenda se o tucano for eleito. O carioca Arminio Fraga, 57 anos, brasileiro com dupla nacionalidade [também é norte-americano], não possui assessor de imprensa. Sua assistente me disse que escrevesse um e-mail solicitando a entrevista, com os meus contatos. Foi o que fiz.
“Olá, Márcia, tudo bom? Acabei de falar contigo pelo telefone. Então, como te expliquei, fiz há poucos dias uma entrevista com o ex-ministro Bresser que repercutiu muito no meu blog. E gostaria muito de fazer algo semelhante com o dr. Arminio Fraga. Ou seja, uma entrevista para ‘leigos’ em economia, para tentar entender mais ou menos qual é o projeto econômico do PSDB.
Um abraço e obrigada, Cynara”
A resposta chegou em exatos 13 minutos:
“Prezada Cynara,
O Dr. Arminio Fraga lhe agradece, porém não poderá atender sua solicitação de entrevista.
Cordialmente, Márcia”
Claro que ele tem todo o direito de não querer me atender, só acho uma pena. Reforça a impressão de que o PSDB esconde alguma coisa. Nada me impede, porém, de divulgar aqui as perguntas “leigas” que gostaria de ter feito a Armínio. E que, tenho certeza, milhões de brasileiros gostariam de ver respondidas:
1. Quando o senhor assumiu o Banco Central no governo FHC, aumentou os juros para 45% (hoje os juros brasileiros ainda estão entre os mais altos do mundo, mas na casa dos 11%). Isso vai acontecer novamente?
NOTA DO COSIFE:
Considerando-se que se trata de um economista monetarista, obviamente fará o possível e também o impossível para melhor remunerar os capitalistas, principalmente se o capital for estrangeiro, vindo de paraísos fiscais. Naquela época em que foi presidente do Banco Central era livre a Lavagem de Dinheiro em Paraísos Fiscais, de conformidade com o escrito em Cartilha expedida pelos dirigentes daquela autarquia em novembro de 1993, o que deixou de acontecer somente a partir de 2005, quando entrou em vigor o novo RMCCI - Regulamento do Mercado de Câmbio e de Capitais Internacionais.
Torna-se importante relembrar o que foi escrito naquela época, durante o Governo FHC, sobre o Balanço de Pagamentos do Brasil. Também torna-se importante a leitura do texto sobre Blindagem Fiscal e Patrimonial na parte em que discorre sobre o desfalque no Tesouro Nacional.
Apesar de toda essa desgraça que vem acontecendo no Velho Continente desde 2011, os juros na Europa e também nos Estados Unidos continuam mais baixos que no Brasil. Afinal, nos somos ricos e eles são pobres. Por isso podemos pagar taxas de juros tão exorbitantes.
2. O senhor falou que acha que o salário mínimo “cresceu muito”. E, no entanto, alguns economistas apontam o aumento do salário mínimo nos anos que o PT governa como uma das principais razões para a diminuição da desigualdade social no Brasil, mais até que o bolsa-família. Qual será a política econômica do PSDB em relação ao salário mínimo? Vocês pretendem acabar com o reajuste automático?
Tal como foi feito na Europa, no Brasil provavelmente todos os salários serão congelados e será provocada uma artificial recessão, reduzindo as exportações e a arrecadação tributária de modo que o Brasil volte a ser um eterno devedor do FMI - Fundo Monetário Internacional e de outros órgãos internacionais. Para que isso aconteça, será fomentado o desemprego em massa com o consequente aumento da criminalidade.
Assim seriam as medidas impopulares para combater a inflação, tal como feito durante o Governo FHC.
3. Existe um áudio circulando nas redes sociais em que o senhor fala que está provado que os bancos públicos não são um “modelo que favorece o crescimento” e que iria reduzir as funções deles até que “não sobrasse muito”. O que o senhor quis dizer com isso? O que vai acontecer com a Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES em um virtual governo Aécio Neves?
NOTA DO COSIFE:
Obviamente serão privatizados o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa Econômica Federal, assim como, a Petrobras, a Amazônia e o Pantanal de Mato-grossense. Serão paralisadas as obras de transposição do Rio São Francisco, assim como a construção de hidrelétricas.
4. Volta e meia o PSDB acena também com mudanças nas leis trabalhistas. Quais seriam elas exatamente?
A Reforma Trabalhista que o PSDB colocaria em prática está na tese defendida pelos três laureados com o Prêmio Nobel de Economia em 2010. No texto publicado neste COSIFE, denominado Reforma Trabalhista - Caminhando para o Trabalho Escravo, está resumidamente explicada a "filosofia" de tais escravocratas. De acordo com a mencionada tese, as mudanças serão idênticas às impingidas aos trabalhadores da Zona do Euro pelo Banco Central Europeu.
Veja informações complementares no texto O Absolutismo Ditatorial do Banco Central Europeu.
5. O jornal Financial Times publicou um artigo recentemente dizendo que o senhor decepcionou no debate com Guido Mantega, ministro da Fazenda de Dilma, porque “precisa achar uma forma de desconstruir a crença que o que é bom para os mercados é ruim para as pessoas e vice-versa”. Mas o que é bom para os mercados pode de fato ser bom para as pessoas? Como, se em geral o que é bom para os mercados faz concentrar ainda mais a renda?
NOTA DO COSIFE:
Considerando o que foi dito pelo DR Armínio, no debate com Guido Mantega na Globo News, sob o testemunho da abismada Miriam Leitão, quando afirmou que os Estados Unidos e a Europa não mais estão enfrentando a malfalada Crise Mundial desde 2009, podemos perceber que é profundo desconhecedor do que está acontecendo no mundo.
Assim sendo, o DR Armínio deixa claro que pretende fazer no Brasil o que foi feito para salvar a Europa e os Estados Unidos da bancarrota. Isto é, empurrará goela abaixo do Povo brasileiro aquele mesmo remédio amargo suportado pelos trabalhadores europeus, que de nada adiantou porque a Europa continua falida. Pior que antes.
Agora vai uma Piada: A coisa lá pela Europa ficou tão ruim que antes os africanos fugiam para a Europa e agora os europeus é que estão fugindo para a África.
Aliás, a bem da verdade, pode ser dito que muitos daqueles europeus vieram para o Brasil, principalmente para nordeste, que tem sol o ano inteiro. Antigamente os europeus e seus descendentes diziam que os brasileiros são vagabundos, principalmente os aposentados, tal como disse FHC.
Porém, para convencer Povo, o trabalho é mais árduo. O DR Armínio precisaria dizer que a especulação financeira é mais importante que o trabalho e a produção de bens de consumo populares. Ou seja, para os neoliberais, é mais importante a jogatina com blefes e apostas de alto risco no grande Cassino Global que são as Bolsas de Valores. Foi justamente essa enorme pilantragem assessorada pelos profissionais do mercado de capitais que levou à falência os Estados Unidos da América em 2008.
Até 2002, idêntica política monetária e econômica deixou o Brasil falido. Portanto, é muito difícil que alguém em sã consciência aceite o retorno daquela suicida política econômica e monetária.
6. O modelo que vocês propõem é, de acordo com o candidato Aécio Neves, retomar o crescimento de “forma sustentável”. Para mim isso soa como “embromation”. O que significa crescer de forma sustentável?
NOTA DO COSIFE:
Essa questão vai ser respondida pela Marina.
É provável que o projeto seja "sustentado" com um grande sacrifício do Povo brasileiro, para que os custos não sejam absorvidos pelos grandes capitalistas.
Tal como acontece na reciclagem do Lixo, o empresariado sempre fica com os lucros (fica rico) e o catador do lixo reciclável (na qualidade de mais importante Agente de Saneamento Ambiental) continua na condição de miserável.
7. O senhor pode garantir que, com o modelo do PSDB em prática no governo, não haverá arrocho, recessão e desemprego no País?
NOTA DO COSIFE:
Com base na famosa Teoria Monetarista, todos os custos (dissabores) devem ser arcados pelo Povo. Como sempre acontece, será procedida a Privatização dos Lucros e a Socialização dos Prejuízos. Os ricos ficam com as Receitas e as Contas a Receber e o resto da população fica com os Custos , as Despesas e as Contas a Pagar.
8. Este crescimento “sustentável” irá continuar ajudando a diminuir a desigualdade social ou isto não é o foco?
NOTA DO COSIFE:
Na realidade, o crescimento sustentável somente encherá mais ainda os bolsos dos capitalistas, que ficarão cada vez mais ricos. O povo, obviamente ficará mais pobres.
9. A área social do governo sofrerá cortes? Seriam cortes na área social as medidas que o candidato Aécio diz que serão “decisões impopulares” de um provável governo seu?
NOTA DO COSIFE:
São impopulares, por exemplo:
1) - Uma Reforma Tributária que reduza os tributos pagos pelas empresas e principalmente que não aumente os tributos a serem pagos pelos especuladores que transformaram as Bolsas de Valores em verdadeiros cassinos;
2) - Uma Reforma Tributária que aumente os tributos pagos pelos trabalhadores e demais consumidores.
3) - Uma Reforma Trabalhista que tire os direitos sociais dos trabalhadores com a extinção do Vale Transporte, Vale Refeição, Fundo de Garantia, Férias, 13º salário, Aviso Prévio, entre outros semelhantes.
4) - Uma Reforma Previdenciária que retire direitos dos trabalhadores, com a redução das aposentadorias.
10. A experiência do PSDB no governo – fora a estabilização da moeda, que vem do governo Itamar Franco – é de triste memória para os brasileiros que a viveram. Desemprego alto, recessão e também inflação na casa dos 12%. O que vocês fariam diferente agora?
NOTA DO COSIFE:
Para os economistas monetaristas (conservadores, arcaicos), nada será diferente. Tudo será como antes.