Ano XXVI - 4 de dezembro de 2024

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VOLTANDO AO COMPLEXO DE VIRA-LATAS DAS ELITES BRASILEIRAS


A AVALIAÇÃO PATRIMONIAL E O FUNDO DE COMÉRCIO

ESTATIZAÇÃO DE EMPRESAS E PRIVATIZAÇÃO DAS ESTATAIS

São Paulo, 01/07/2013 (Revisado em 20-02-2024)

15. VOLTANDO AO COMPLEXO DE VIRA-LATAS DAS ELITES BRASILEIRAS

  1. UMA OLIGARQUIA DE VIRA-LATAS
  2. MAIS UMA VEZ PENSANDO NO FUTURO
  3. ECONOMIZANDO DESPESAS COM FRETE MARÍTIMO
  4. O VALOR DO FUNDO DE COMÉRCIO DA REFINARIA DE PASADENA

Veja também:

  • Erro do TCU identificou prejuízo em transação da Petrobras em Pasadena - Carta Capital - 18/02/2019
  • Nota do TCU sobre o publicado por Carta Capital em 18/02/2019 - Em síntese, entende-se que o TCU, julgando-se incompetente para analisar os fatos, tomou por base avaliações de consultoria externa contratada pela própria Petrobras, adotando cenário que considerava a situação do ativo no estado em que estava (“as is”) no momento da negociação. Assim, abdicou do direito e da necessidade de procurar a assessoria de auditores independentes ou de peritos contábeis especializados na avaliação do Fundo de Comércio mencionado nestas páginas do COSIFE. E, ainda, o TCU deixou de consultar os engenheiros da Petrobrás especializados refinarias. Na sua Nota o TCU ainda afirma que depois de decorridos mais de 10 anos, o processo se encontra atualmente [18/02/2019] em tramitação no Tribunal e o seu mérito será apreciado pelo Plenário da Corte após pronunciamento conclusivo da área técnica e do parecer do Ministério Público junto ao TCU.

A AVALIAÇÃO PATRIMONIAL DEVE SER FEITA POR CONTADORES

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

15.1. UMA OLIGARQUIA DE VIRA-LATAS

Muitos oligarcas brasileiros, que realimentam o contagioso "complexo de vira-latas" de seus antepassados, diziam e ainda dizem que era um absurdo extrair petróleo no Brasil porque o produto importado do Oriente Médio era muito mais barato.

Esqueciam-se de que o pagamento das importações deve ser feito mediante a exportação de outros produtos. Porém, a nossa elite oligárquica teimava em somente consumir produtos estrangeiros, fabricados com as matérias-primas exportadas pelo Brasil. Ou seja, os descendentes dos nossos "coronéis" (senhores feudais) de outrora não querem gerar emprego para os descendentes dos escravos de seus antepassados.

Pois é. Depois que Hugo Chávez foi nomeado pelos árabes como presidente da OPEP, o preço do petróleo subiu vertiginosamente e também o preço do frete. Afinal, os navios petroleiros também usam derivados do petróleo como combustível e lubrificante.

Assim, fazendo, Hugo Chávez obrigou os países desenvolvidos a buscarem combustíveis alternativos para substituição do petróleo. O Brasil optou pelo etanol cuja produção estacionou durante o Governo FHC porque não mais eram produzidos carros a álcool.

15.2. MAIS UMA VEZ PENSANDO NO FUTURO

O leitor exclamaria, indagando:

O informado ainda não explica por que a Petrobras deveria pagar mais por uma refinaria no território norte-americano que está nas proximidades do Golfo do México?

Indiretamente explica.

Suponhamos que a Petrobras não encontre em território norte-americano quem se disponha a refinar o seu petróleo obtido no Golfo do México como pagamento pela venda de sua tecnologia exclusiva.

15.3. ECONOMIZANDO DESPESAS COM FRETE MARÍTIMO

Eis que se apresenta outra questão:

O que a Petrobras seria obrigada a fazer para que conseguisse refinar o petróleo obtido como pagamento pelos seus serviços prestados?

Caso a PETROBRAS não conseguisse comprar ou alugar uma refinaria nos Estados Unidos, principalmente no Estado do Texas, para que fosse refinado seria obrigada a trazer o petróleo até a região sudeste do Brasil, onde estão as principais refinarias brasileiras.

15.4. O VALOR DO FUNDO DE COMÉRCIO DA REFINARIA DE PASADENA

Considerando-se que a vida útil da refinaria adquirida nos Estados Unidos seja de 10 anos, pergunta-se:

Quanto a Petrobras gastaria de frete para trazer o petróleo ao Brasil para ser refinado e em seguida levar de volta o produto final até o território norte-americano?

Provavelmente o valor que seria gasto com o frete nesses mencionados 10 anos seja bem maior que o preço pago pelo Fundo de Comércio, adicionado ao valor patrimonial físico da refinaria em Pasadena adquirida.

Assim sendo, o custo do investimento na refinaria seria praticamente zero (nulo), porque sem a aquisição da mesma, todo esse dinheiro investido no Fundo de Comércio seria totalmente perdido com o pagamento das despesas de frete, incluindo seguro e as eventuais perdas imprevisíveis, não cobertas por seguros.

A PETROBRAS no lugar de comprar a refinaria, seria obrigada a comprar ou alugar navios para transportar petróleo do Golfo do México até o Brasil.

Portanto, o valor que foi efetivamente pago pela refinaria, seria totalmente perdido com o pagamento dos fretes marítimos. Desse modo, o valor que deixará de ser gasto com o frete, é o valor do ágio correspondente ao Fundo de Comércio que pode ser usado para pagamento da compra da refinaria.

É claro que os leigos em Contabilidade de Custos não teriam condições técnicas e científicas para um rápido desenvolvimento desse raciocínio lógico. Também é lógico que os leigos não tenham entendido tais explicações.

As próprias pessoas que redigiram as respostas publicadas pela Petrobras (aqui transcritas), provavelmente não conseguiriam desenvolver essa lógica para justificar o pagamento do ágio na aquisição das participações societárias. Por isso foram tão simplórias nas respostas.

PRÓXIMO TEXTO: CONCLUSÃO SOBRE A AVALIAÇÃO PATRIMONIAL DA PETROBRAS



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