ISLÂNDIA - UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA
Publicado na Internet em 30/06/2013 (Revisado em 20-05-2015)
Falado em Francês com legendas em Português
NOTA DO COSIFE:
O vídeo, além de contar uma breve história do que aconteceu na Islândia em razão da Crise Mundial de 2008 provocada pelos Estados Unidos, critica principalmente a omissão da mercenária mídia mundial, financiada pelos detentores do poderio econômico.
Veja explicações complementares no texto A Lição Democrática da Islândia.
Comentário de um internauta:
Perfeito, vídeo sensacional! A crise realmente é o resultado da nossa economia que abre espaço para PSICOPATAS. É isso mesmo, psicopatas que estão disfarçados de investidores das bolsas de valores ao redor do mundo, de banqueiros e empresários inescrupulosos, que servem a apenas uma ética, A ÉTICA DO LUCRO ACIMA DE TUDO E DE TODOS. Nada mais justo do que uma nação se recusar a pagar a dívida criada pela especulação doentia e pela corrupção sistêmica.
NOTA DO TRADUTOR E EXIBIDOR DO VÍDEO COM LEGENDA EM PORTUGUÊS
No final de 2008, os efeitos da crise na economia islandesa são devastadores. Em Outubro nacionaliza-se Landsbanki, principal banco do país. O governo britânico congela todos os ativos da sua subsidiaria IceSave, com 300.000 clientes britânicos e 910 milhões de euros investidos por administrações locais e entidades públicas do Reino Unido. A Landsbanki seguir-lhe-ão os outros dois bancos principais, o Kaupthing e o Glitnir. Seus principais clientes estão nesse país e na Holanda, clientes aos que seus estados têm que reembolsar suas poupanças com 3.700 milhões de euros de dinheiro público. Por então, o conjunto das dívidas bancárias de Islândia equivale a várias vezes seu PIB. Por outro lado, a moeda desaba-se e a carteira suspende sua atividade depois de um afundamento de 76%. O país está em bancarrota.
O governo solicita oficialmente ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que aprova um empréstimo de 2.100 milhões de dólares, completado por outros 2.500 milhões de alguns países nórdicos.
Protestantes em frente ao parlamento em Reykjavik sempre a aumentar. Em 23 de Janeiro de 2009 convocam-se eleições antecipadas e três dias depois, as caçaroladas já são multitudinárias e provocam a demissão do primeiro-ministro, o conservador Geir H. Haarden, e de todo seu governo em bloco. É o primeiro governo que cai vítima da crise mundial.
25 de Abril celebram-se eleições gerais das que sai um governo de coalizão formado pela Aliança Social-democrata e o Movimento de Esquerda Verde, encabeçado pela nova Primeira Ministra Jóhanna Sigurðardóttir.
Ao longo de 2009 continua a péssima situação econômica do país e no ano fecha com uma queda do PIB de 7%.
Mediante uma lei amplamente discutida no parlamento propõe-se a devolução da dívida a Grã-Bretanha e Holanda mediante o pagamento de 3.500 milhões de euros, soma que pagarão todas as famílias islandesas mensalmente durante os próximos 15 anos ao 5,5% de interesse. Os cidadãos voltam à rua e solicitam submeter à lei a referendo. Em Janeiro de 2010 o Presidente, Ólafur Ragnar Grímsson, nega-se a ratificá-la e anuncia que terá consulta popular.
Em Março celebra-se o referendo e o NÃO ao pagamento da dívida arrasa com um 93% dos votos. A revolução islandesa consegue uma nova vitória de forma pacífica.
O FMI congela as ajudas econômicas à Islândia, à espera de que se resolva a devolução da sua dívida.
A tudo isto, o governo iniciou uma investigação para dirimir juridicamente as responsabilidades da crise. Começam as detenções de vários banqueiros e altos executivos. A Interpol dita uma ordem internacional de detenção contra o ex-Presidente do Kaupthing, Sigurdur Einarsson.
Neste contexto de crise, elege-se uma assembleia constituinte no passado mês de Novembro para redigir uma nova constituição que recolha as lições aprendidas da crise e que substitua a atual, uma cópia da constituição dinamarquesa. Para isso, recorre-se diretamente ao povo soberano. Elegem-se 25 cidadãos sem filiação política dos 522 que se apresentaram às candidaturas, para o qual só era necessário ser maior de idade e ter o apoio de 30 pessoas. A assembleia constitucional começa o trabalho este mês de Fevereiro de 2011 e apresentará um projeto de carta magna a partir das recomendações acordadas em diferentes assembleias, que celebrar-se-ão por todo o país. Deverá ser aprovada pelo atual Parlamento e pelo que se constitua depois das próximas eleições legislativas.
E para terminar, outra medida "revolucionária" do parlamento islandês: a Iniciativa Islandesa Moderna para Meios de Comunicação (Icelandic Modern Média Initiative), um projeto de lei que pretende criar um marco jurídico destinado à protecção da liberdade de informação e de expressão. Pretende-se fazer do país, um refúgio seguro para o jornalismo de investigação e a liberdade de informação onde se protejam fontes, jornalistas e provedores de Internet que hospedem informação jornalística; o inferno para EEUU e o paraíso para Wikileaks..