DILMA É A PRIMEIRA LÍDER MUNDIAL A OUVIR AS RUAS
DILMA ACORDOU - ESTÁ DEIXANDO DE PISAR NA BOLA
São Paulo, 02/07/2013 (Revisada em 20-02-2024)
POR QUE O POVO FOI PARA AS RUAS?
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFe
Foi possível notar durante o Governo Dilma Russeff que o movimento reivindicatório dos funcionários públicos foi insignificante. Diziam que seus salários estavam defasados em mais de 20% e de fato ainda estavam em 2017 no dia em que os aliados de Michel Temer no Congresso Nacional o absolveram pelos crimes cometidos, muito mais graves do que aqueles que justificaram de deposição de Dilma Russeff.
Mas, os sindicalistas dos servidores públicos têm aceitado apenas 5% de reajuste salarial anual, percentual este bem menor do que o previsto na Constituição Federal de 1988 que garante como mínimo o índice da inflação anual.
Ainda no Governo Dilma, logo depois do insignificante reajuste salarial, o índice de inflação disparou. Foi uma espécie de confisco patronal dos salários reajustados de seus empregados. Essa prática era muito comum nas décadas perdidas de 1980 e 1990.
Os professores, nitidamente mal pagos, pouco reclamaram. Os médicos da saúde pública se manifestavam de vez em quando sem muito alarde. Muitos preferiam solicitar suas respectivas demissões do que lutar por um Brasil melhor.
Enfim, até parecia que os sindicatos de trabalhadores estavam se dando por satisfeitos. Total marasmo. Tudo parecia estar dentro de um barco à vela em pleno oceano, totalmente sem vento, tal como vez por outra acontecia nos longíquos tempos dos descobrimentos marítimos.
Foi assim que uma pequena parcela da população resolveu fazer uma corrente multiplicadora, tal como aquelas que muita gente já recebeu pela internet, dizendo que o internauta vai ser infeliz ou vai ficar mais pobre se não passar aquela notícia ou aquela corrente para seus amigos e parentes.
Desse modo surgiram os movimentos daqueles que mal sabiam o que reivindicar, porém, conseguiram sucesso imediato entre seus pares.
Na internet, os vídeos com besteirol são os mais visitados. Isto é, os internautas querem se manifestar, porém, não sabem por onde começar. Falta conhecimento, falta experiência, enfim, falha trabalho para todos eles.
O grande problema dos dias de hoje, apesar da facilidade de comunicação, é que grande parte da população não quer aprender ou é induzida a isto. Apenas vai na onda de um novo fato ou de uma nova notícia sem muita profundidade ou até mesmo vai na onda de um novo besteirol sobre os ricos e famosos, que ficam esnobando através dos meios de comunicação para que sejam alimentados e realimentados os sonhos de consumo dos coitados espectadores, leitores e ouvintes.
Diante daquelas manifestações programadas pelos pequenos partidos políticos de esquerda que fazem o mesmo discurso oposicionista ao governo federal que também fazem os partidos da extrema-direita, as associações das classes empresariais colocaram os patrões e seus mais diretos subalternos nas ruas, conforme foi comentado no texto A Esquerda Festiva Infantilmente Unida à Direita Discriminadora.
Eis que, menosprezados pelos radicais esquerdistas e direitistas, os sindicalistas que de fato representam a mais significativa parcela de trabalhadores, incluindo os servidores públicos federais, estaduais e municipais, programaram uma passeata conjunta para o dia 11 de julho de 2013.
Chegado o fatídico dia, poucos trabalhadores apareceram. Alguns sindicatos desistiram de participar da que seria a maior das passeatas.
Eis a questão: Que conclusão podemos tirar dessa ocorrência, ou melhor, desse fracasso dos sindicatos?
A primeira conclusão é a de que os verdadeiros trabalhadores não participaram das passeatas anteriores, tal como não participaram da passeata do dia 11 de julho de 2013 porque de fato estão pelo menos um pouco satisfeitos com os atos e ações do governo federal.
A segunda conclusão é a de que nas passeatas anteriores não estavam os trabalhadores sindicalizados. Isto podia ser notado nas caras, nas roupas e nos atos de vandalismo das pessoas que estiveram na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo - SP.
O mais importante nessas conclusões, foi ver numa das passeatas o presidente da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que também dirige outras entidades patronais.
Isto poderia significar que as pessoas que estavam na Avenida Paulista, excetuando-se os militantes da esquerda radical com suas bandeiras em punho, nitidamente eram trabalhadores que não se filiam a sindicatos. Portanto, eram trabalhadores estreitamente ligados aos interesses mesquinhos de seus patrões. Aquela foram as passeatas do topo da pirâmide hierárquica empresarial.
Em seguida surgiu o movimento dos caminhoneiros.
Repórteres da televisão entrevistaram uma pequena amostragem de participantes, tal como fazem as empresas especializadas em pesquisas, e conseguiram comprovar em suas filmagens que aqueles caminhoneiros não estariam participando das manifestações. Muitos dos caminhoneiros estavam acompanhados da esposa e de filho ou filha em férias escolares. Apenas, foram obrigados a parar na estrada. Na verdade, ao transportar a carga alguns caminhoneiros em viagem de férias com a sua família.
Foi assim que o coordenador do COSIFe lembrou do que aconteceu no Chile quando foi derrubado o Governo do socialista Salvador Allende em 1973. Os caminheiros foram pagos por seus patrões para que ficassem em casa até que o governo fosse derrubado. Foi assim que assumiu o governo o general Augusto PINOCHET na qualidade de ditador, que depois por seus atos extremistas foi condenado por crimes contra a humanidade tal como Adolf Hitler.
E dessa pesquisa junto aos caminhoneiros feita pelos repórteres, o governo federal concluiu que o movimento de julho de 2013 também era dos patrões e não dos caminhoneiros.
Isto explica porque perto de um milhão foram liberados por seus patrões para seguirem em passeata pelo Rio de Janeiro sem as bandeiras dos partidos políticos que as haviam convocado nos dias anteriores.
Do exposto podemos concluir que na verdade vinham ocorrendo movimentos patrocinados por pessoas que fazem severa oposição ao governo federal, independentemente de ser bom ou mau governo.
Muitos daqueles participantes se autodefiniram como anarquistas. Isto é, "se há governo sou contra!"