PIC-NIC NA AVENIDA PAULISTA
A LINHA EDITORIAL DO COSIFE
São Paulo, 16/03/2015 (Revisado em 22-03-2024)
Referências: Golpe de Estado, Mercenários da Mídia, Empresários, Executivos e Lobistas Corruptores, Servidores Públicos e Políticos Corruptos.
SUMÁRIO:
Veja também:
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
Nos textos publicados neste COSIFE não se pretende fazer propaganda política nem a defesa de qualquer partido político, até porque o segmento editorial escolhido pelo Coordenador do COSIFE tem acima de tudo razões técnicas e científicas especialmente ligadas à teoria contábil e à sua aplicação prática, sempre contrária à sonegação fiscal defendida por anarquistas em prejuízo dos mais pobres.
Por tal motivo, o segmento editorial do COSIFE está sempre embasado em informações obtidas nesse campo de trabalho, em estatísticas e em fatos históricos, a maior parte deles agora de pleno conhecimento público, graças à Internet.
Essa regra básica está imutável desde 1984 quando o Coordenador do COSIFE começou a ministrar cursos na ESAF - Escola de Administração Fazendária no sentido de transmitir aos agentes fiscais da Receita Federal toda a rotina operacional do sistema financeiro, principalmente apresentando as irregularidades que vinham acontecendo no segmento empresarial, visto que os meios de comunicação quase nada falavam ou escreviam para que fosse propagada a verdade dos fatos.
OS CORRUPTOS ESCONDENDO AS FALCATRUAS EMPRESARIAIS
De outro lado, os corruptos eram os guardiões das irregularidades existentes no sistema financeiro e não as denunciavam porque estavam impedidos pelos sigilos bancário e fiscal, cuja legislação só foi alterada em 2001
Assimiladas as rotineiras irregularidades apresentadas, os agentes governamentais passaram a envidar esforços no sentido de mudar a legislação vigente. Essas alterações, feitas também nas normas regulamentares, com o passar do tempo vêm sendo aperfeiçoadas, porque os bandidos de "Colarinho Branco" sempre engendram novas artimanhas para enganar os inexperientes.
Assim sendo, a dialética partidária (muitas vezes em busca duma verdade antagônica aos anseios do Povão, sempre gera discussão e debate) é essencial para o pleno funcionamento da democracia.
COMBATENDO OS MERCENÁRIOS DA MÍDIA
Desde 1984 durante os cursos ministrados na ESAF, o coordenador deste COSIFE já usava o termo Mercenários da Mídia, porque estes eram e ainda são os principais manipuladores da verdadeira vontade do eleitor.
A partir de 1999 aquelas apostilas usadas nos cursos ministrados foram publicadas na Internet. O intento era e ainda é o de mostrar pormenorizadamente tudo aquilo que a Mídia Oligárquica se recusava a propagar. E, quando propaga, está sempre a favor de seus anunciantes (os patrões) em detrimento dos trabalhadores e dos seus sindicatos.
Aliás, para os agentes dos meios de comunicação, os vilões da alta inflação reinante no Brasil sempre foram os trabalhadores porque queriam consumir demais, embora recebessem salários insatisfatórios para uma sobrevivência digna.
Pelo menos todos os trabalhadores de hoje em dia sabem que os grandes vilões sempre foram os empresários da produção e da distribuição. Na qualidade de varejistas, os supermercados com suas máquinas mecânicas (agora eletrônicas) processavam o aumento dos preços, que nunca afetavam os mais ricos, porque eram remarcados somente os artigos consumidos nos lares dos 80% menos aquinhoados.
A GRANDE ONDA QUE QUASE ACABOU COM A MÍDIA OLIGÁRQUICA
Esse ataque do COSIFE à Grande Mídia desde 1999 foi plenamente compreendido pelos blogueiros que apareceram alguns anos depois. Assim, hoje em dia, existe uma infinidade de pessoas trocando informações, experiências e conhecimentos por meio da Internet, escrevendo o que realmente interessa ao público.
Em razão desse ato patriótico dos blogueiros, a cada dia que passa, os periódicos são menos procurados nas bancas de jornais e revistas. Algum tempo depois as próprias bancas de jornais foram sumindo das esquinas das grandes cidades e das praças das pequenas.
Todos têm observado que sempre foi a grande mídia quem tem desviado a discussão dos problemas e vícios políticos, provocando a famigerada polarização entre o partido dos pobres e o partido dos ricos, entre o PT e o PSDB, tal como faziam quando polarizavam Carlos Lacerda e Getúlio Vargas.
Desse modo, a Mídia tenta livrar o grande empresariado de sua máxima culpa, porque estes são os reais responsáveis pela crise sistêmica que está prestes a acontecer.
Idêntica crise, por culpa também do empresariado, já aconteceu com os países desenvolvidos.
Os grandes capitalistas que financiaram os desgastes políticos acontecidos no passado, agora corrompem alguns doentes mentais, que exigem um reembolso por sua contrapartida política.
Em razão da parcialidade da Grande Mídia, hoje em dia o Povo vê todos os políticos como vilões, assim como os corruptos.
Mas, as verdadeiras ervas daninhas em todo esse processo criminoso são os empresários corruptores e seus lobistas, cujos executivos agora estão sendo quase santificados como delatores (arrependidos).
Esses executivos querem ser transformados em vítimas desse sistema de corrupção engendrado pelos seus patrões, os grandes empresários controladores das empreiteiras de obras públicas. Mas, os mercenários da mídia querem colocar a culpa no Governo.
Os patrões não dizem, por exemplo, que vêm fazendo o mesmo desde quando as suas empresas foram constituídas, e já nasceram grandes, há muitas décadas, conforme denunciou Ricardo Semler, ligado ao PSDB, um dos prejudicados pelo CARTEL das empreiteiras.
Veja em A Corrupção Não É Problema Público, É Um Problema Privado Enorme (Revista Fórum - 27/02/2015)
A Grande Mídia, por sua vez, é a operadora dessa enorme estratégia e faz uma "guerra psicológica" enfatizando até as frases infelizes, vindas de várias partes.
Pela televisão é possível notar a raiva estampada na face de Geraldo Alkimin e Aloysio Nunes quando se manifestam em público. Só faltam ranger os dentes quando se referem ao PT.
Contudo, a Mídia usa isso como mote principal para jogar lenha na fogueira, o que agita as massas e propicia movimentos sociais com objetivos ilegítimos como quase todos os observados pela televisão.
Na passeada de Domingo (15/03/2015), digo, no pic-nic acontecido na Avenida Paulista via-se apenas os representantes da nossa elite endinheirada, solicitando a aplicação de um novo Golpe de Estado com placas em que se lia "Fora Dilma".
O interessante é que nos primeiros dias da semana seguinte, nos hospitais privados e nos consultórios ou clínicas particulares era grande a quantidade de médicos dizendo que tinham ido ao Pic-Nic para gritar o Fora Dilma. Estavam desapontados com a Presidenta porque ela resolveu contratar os médicos cubanos para atendimento da população menos favorecida, que está exatamente concentrada em lugares em que os elitistas (médicos brasileiros que foram ao Pic-Nic) não querem trabalhar.
Na realidade, quase todos tentavam repetir aquela velha Marcha com Deus pela Liberdade, em que eram empunhadas as placas do "Fora Jango", que resultou no Golpe Militar de 1964.
RECORTES DO JORNAL O GLOBO EM 1964 E EM 2015
Pois é. Implantada a dita DEMOCRACIA, os eleitores brasileiros ficaram 24 anos sem a oportunidade de votar para eleição direta de seu Presidente da República.
Pergunta-se: Que DEMOCRACIA é essa em que a maioria (o Povo) não pode opinar?
Só a dita ELITE tem direito de se manifestar.
E quando o Povo opina, os seus eternos adversários não querem acatar o desejado pela maior parcela dos ELEITORES.
A CORRUPÇÃO É MAIOR NAS EMPRESAS PRIVADAS
Por Redação - Revista Fórum 27/02/2015. Edição do texto original por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE para adaptação ao padrão de publicação pelo site.
Entrevistado em 26/02/2015, pela Globo News, empresário tucano reafirma sua percepção de que “nunca se roubou tão pouco” no Brasil e estende a responsabilidade do problema para o setor privado. “Eu quero ver alguém vender pra uma grande montadora no Brasil sem dar propina para um diretor de compras”, questionou
“A corrupção é muito mais endêmica do que parece, não é um problema ‘só’ brasileiro. E não é um problema público, é um problema privado enorme”.
A declaração é de Ricardo Semler, empresário filiado ao PSDB, em entrevista concedida ao programa Diálogos com Mário Sérgio Conti, exibida na noite desta quinta-feira (26/02/2015) na Globo News.
Em novembro de 2014, Semler já havia ido na contramão da cobertura noticiosa da mídia tradicional quando, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, afirmou que “nunca se roubou tão pouco no Brasil”, fazendo alusão a uma “santa hipocrisia” da elite em relação às denúncias na Petrobras. Agora, voltou à carga analisando a questão da corrupção no país e no mundo.
Na entrevista, Semler falou a respeito da percepção que as pessoas em geral têm, de que a corrupção no Brasil alcança índices escandalosos, fazendo um paralelo com a visão sobre a violência.
“Nunca se matou tão pouco. Se voltar pra Guerra Civil espanhola, [com] Franco são 21 milhões de pessoas; Segunda Guerra Mundial, Primeira Guerra Mundial, Guerra dos 30 Anos, Guerra dos Cem Anos… Nunca morreu tão pouca gente. No entanto, esse ‘atacado’ das grandes guerras está no ‘varejo’”, explica.
“E a internet, a facilidade de comunicação, faz com que tudo fique óbvio e conhecido por todo o mundo”, pontua, fazendo a comparação:
“Com a corrupção é a mesma coisa, ela era no ‘atacado’. Quando eu listasse pra você o xá do Irã, Idi Amin Dada, estou falando de 10, 15, 20 bilhões de dólares pra cada pessoa. Não estou defendendo, mas o que quero dizer é que agora estamos em um momento em que aparece muito [a corrupção] e que veio pro varejo, o que é um grande problema.”
O empresário tenta dimensionar o problema da corrupção, afirmando não só que não se trata de um problema tipicamente brasileiro, como também não é novo.
“Há 20 anos roubava-se um percentual sobre todos os barris de petróleo que vinham para o Brasil. Se fizesse uma investigação hoje, queria saber com as empreiteiras como foi a construção de Itaipu, Transamazônica, Brasília… Os números hoje são pequenos, mas não são defensáveis”, afirma, criticando a postura do PT no governo em seguida.
“O PT enfiou os pés pelas mãos ao achar que precisava jogar o jogo do Brasil do jeito que se joga porque senão não tinha chance. É uma pena, porque o PT era a última esperança de vir alguém e dizer ‘não vou jogar desse jeito’. Mas não quer dizer que o roubo está aumentando, ele está no varejo, está na internet e então aparece ‘pra burro’.”
Embora o foco da mídia de uma forma geral seja a ação de agentes públicos, Semler afirma que a corrupção é algo comum também no âmbito privado.
“Quem olhar a iniciativa privada, porque se diz ‘isso é uma coisa pública, esses políticos, Brasília…’. Eu quero ver alguém vender pra uma grande montadora no Brasil sem dar propina para um diretor de compras, que é de uma empresa multinacional alemã, americana…. Não vende pra muitas delas. Propina pro comprador, negócio privado. Pra grandes redes de supermercado, vai lá e pede pra botar seu produto na gôndola mais perto. Vender prótese para hospital particular, os grandes nomes do Brasil, não vende sem corrupção”, diz.
NOTA DO COSIFE:
De fato, o problema apontado por Semler sobre a corrupção nas empresas privadas pôde ser observada pelo coordenador do COSIFE desde 1961 até a sua aposentadoria em 1995.
Esses atos de subornar compradores nas grandes empresas são facilmente observados. A empresa, quando não sabe que o seu comprador está recebendo propina, acaba descobrindo ao atentar para os sinais exteriores de riqueza que o comprador está exibindo e que seu salário não poderia comprar. O mesmo pode ser observado nos servidores públicos (Enriquecimento Ilícito).
De outro lado, o próprio funcionário responsável pelas compras efetuadas pela empresa, coloca os valores recebidos num Caixa Dois que é utilizado para subornar outras pessoas ou para ser gasto com as mordomias da elite empresarial. Muitos cedem tais importâncias a partidos políticos, o que também podia ser observado desde a década de 1960.
Geralmente o gerenciador do Caixa Dois é um apadrinhado da alta cúpula empresarial, que coloca a pessoa certa no lugar (ou lugares) em que a propina pode ser arrecadada. Isto significa que são os fornecedores os geradores do Caixa Dois desse tipo de empresa.
Em outras empresas, o Caixa Dois é gerado pela contabilização de Notas Fiscais Frias e pela realização de transações fictícias (simuladas ou dissimuladas) levadas a efeito por intermédio das instituições do sistema financeiro e do mercado de capitais (por exemplo: Operações Day-Trade).
Nas empresas exportadoras era utilizado o subfaturamento das exportações. As multinacionais utilizavam-se do superfaturamento das importações. Nestas, o dinheiro oriundo da diferença entre o preço real e o fictício (da importação ou da exportação) já ficava num Caixa Dois em paraíso fiscal.
A circunscrição do problema também estaria equivocada já que, segundo o empresário, trata-se de um fenômeno global que atinge países como China, Rússia e Estados Unidos, ainda que de formas distintas.
“No tempo Bush, Dick Cheney, Halliburton, 800 bilhões de dólares em armamentos comprados dos amigos… Agora, eles [EUA] estão no atacado, então você vai pra Miami, dirige, e o guarda de trânsito não te pede nada. Porque [a corrupção] é lá em cima, na hora que o cara vende armamento pra um país inteiro pra destruir o Afeganistão.”
NOTA DO COSIFE:
Esqueceu de dizer que as grandes indústrias de armamentos dão armas potentes para os bandidos para depois vendê-las às forças policiais e militares (vendê-las aos Governos).
De acordo com Semler, a corrupção estaria relacionada com a desigualdade e a submissão das pessoas em relação ao poder do dinheiro.
“Quando se pensa um pouco, de onde vem a corrupção? Do desejo de ter o dinheiro que é necessário para a pirâmide social. Hoje, se eu conseguisse convidar as 85 pessoas certas para um coquetel lá em casa, os 85 mais ricos do mundo, eu teria gente que tem mais patrimônio que 2,2 bilhões de pessoas no planeta. Há uma coisa profundamente errada nisso”, pondera.
“Achamos que moramos em um mundo cada vez democrático, mas a verdade é que a gente vive em uma monarquia e somos todos súditos do ‘King Cash’, o ‘Rei Grana’. Agora, dinheiro é tudo, e se dinheiro é tudo, a corrupção tende a aumentar de forma capilar, no varejo. Por isso que digo que o valor que se rouba tenho certeza que é menor, mas tem muito mais gente interessada no seu quinhão desta corrupção.”
Para Semler, este cenário só teria chance de ser alterado caso haja uma mudança na educação, que ainda é baseada em um modelo fordista segundo sua avaliação.
“A resposta, pra mim, está no jardim de infância, infelizmente demora um pouco. O fato é que nós estamos em um sistema educacional – que estamos tentando melhorar, mas ele é ruim em qualquer lugar do mundo – baseado numa linha de montagem do Henry Ford em 1908 que diz ‘preciso passar um milhão de pessoas pela escola e fornecer para a indústria’”, argumenta. “Mas aquele emprego já acabou. Nós só tínhamos a cabeça pra manter a informação, hoje toda a informação está disponível em trinta segundos no Google, o que estamos fazendo treinando a cabeça das pessoas? Está na hora de, no jardim de infância, a gente parar pra pensar no que está certo, no que está errado, quais são as questões fundamentais de vida em sociedade, cidadania etc. É isso que vai resolver o problema da corrupção logo, logo, em trinta, quarenta, cinquenta anos. Não vai ser em dois meses.”