QUEM ABRIU A PORTA À LAVAGEM DE DINHEIRO?
OS BANCOS COMO AGENTES DA LAVAGEM DE DINHEIRO E DA BLINDAGEM FISCAL E PATRIMONIAL
OPERAÇÕES "PASSA FICHA" NAS BOLSAS DE VALORES (Revisado em 20-02-2024)
Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE
No final do ano de 1994 e início de 1995 os desvios de recursos financeiros de fundações de previdência privada fechadas (Fundos de Pensão) foram efetuados por intermédio das operações chamadas de “passa ficha” realizadas principalmente na Bolsa de Valores de São Paulo e também na Bolsa Mercantil e de Futuros. Os fatos foram amplamente noticiados pelos jornais da época.
A denominação usada foi a de "passa ficha" porque no mercado de compra e venda de ações negociadas nas Bolsas de Valores as corretoras de títulos e valores mobiliários intervenientes são obrigadas a cadastrar numa FICHA (cartão) com número, data e hora as ordens de compra e venda recebidas de cada cliente da corretora.
Essas ordem de compra e venda devem ser atendidas em ordem cronológica de chegada à empresa corretora de valores. Então, os funcionários de várias dessas corretoras de valores formaram uma rede de informações privilegiadas ("insider trading") de forma que antes mesmo das ofertas de compra e venda serem apregoadas no recinto (pregão) da Bolsa de Valores, todos já sabiam a que preços os Fundos de Previdência queriam comprar ou vender determinadas ações, estando entre elas principalmente as de empresas estatais, que sempre foram as mais negociadas nas Bolsas de Valores.
Sabendo a que preço uma fundação queria vender e a que preço a outra estava disposta a comprar, um testa-de-ferro desses corretores se interpunha nas operações entre dois Fundos de Previdência ficando com a diferença dos preços negociação fixados por eles. Depois os corretores dividiam o lucro entre eles.
Veja roteiro, com fluxograma de auditoria analítica, de como se processavam as operações "passa ficha".
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