AUDITORIA ANALÍTICA EM FACE DA AUDITORIA INDEPENDENTE
TÉCNICAS DE AUDITORIA ANALÍTICA UTILIZADAS NO BRASIL - UM ESTUDO DE CASOS
CAPÍTULO 4 - DESCRIÇÃO DOS CASOS ESTUDADOS
4.2 - Casos - Empresa C
Parte I - Características gerais da empresa
Empresa de origem nacional, com três anos de atividade em auditoria, tendo como principais áreas de atuação:
Basicamente, o faturamento da empresa provém das três primeiras áreas citadas, sendo que:
Os serviços mais relevantes das duas áreas que mais contribuem para o faturamento da empresa são:
O número de empregados do escritório está aproximadamente numa relação de três empregados para cada sócio (ou diretor)
A empresa não inclui em seu programa de trabalho procedimentos específicos ligados à elaboração e análise de fluxogramas e sistemas; mas inclui em seu programa de treinamento de auditores instruções referentes às técnicas de auditoria analítica, cujo conteúdo é assim resumido:
Tais instruções são contatadas junto a outras empresas de auditoria, através da participação em cursos específicos sobre auditoria analítica.
A empresa não possui serviços de computação eletrônica para executar atividades pertinentes às técnicas de auditoria analítica.
Parte II - Técnicas de auditoria analítica
Perguntou-se se a empresa adota como procedimento inicial um plano ou programa de auditoria para avaliar os riscos de controle numa auditoria contábil, e a resposta foi "sim". A empresa também afirma que adota as técnicas de auditoria analítica como procedimento inicial numa auditoria contábil em toda a sua extensão, ressaltando que em função do porte dos clientes os controles são avaliados de forma descritiva, com ênfase nos pontos-chave de controle. Por outro lado, declara que a determinação do "nível de risco de controle" é feita através da análise dos principais pontos-chave de controle de um determinado sistema, sendo a mensuração feita em termos qualitativos.
Segundo a opinião do entrevistado, a determinação do grau de eficiência e eficácia da estrutura de controle interno, no que concerne à prevenção e detecção de erros e irregularidades que podem ocorrer no processo contábil e, consequentemente, provocar reflexos materiais nas demonstrações contábeis, deve incluir os seguintes passos:
Em resposta à nossa pergunta sobre qual é o entendimento necessário da estrutura de controle interno, ·de modo a planejar uma estratégia efetiva de auditoria, a experiência do entrevistado lhe permitiu fazer a seguinte afirmação:
"Deve-se primeiramente conhecer com profundidade o sistema que está sendo avaliado, analisar e concluir quanto aos pontos-chave de controle e, a partir daí, dar maior ou menor ênfase aos testes, em função da finalidade dos controles."
A empresa enfatiza como fatores de risco inerente que, na prática, têm sido possível notar com maior frequência os seguintes:
Os fatores de risco de controle cuja ocorrência tem observado com maior frequência, na prática, são:
1) funcionário inicia e termina urna operação;
2) funcionário que executa é o responsável pela aprovação;
3) rotinas sendo executadas mecanicamente; e
4) falta de controles-chave intermediários nos sistemas, para impedir o prosseguimento de urna rotina com falhas.
B. Elaboração e análise de fluxogramas de sistemas
A empresa utiliza o método ANSI de fluxogramação, o qual consiste na utilização de simbologia universalmente conhecida. Na opinião da entrevistada, esse método facilita a interpretação e análise dos sistemas -uma vez que institui uma série de símbolos que permitem a identificação imediata de um procedimento de controle ou de uma operação e dos respectivos responsáveis pela sua execução.
Para indicar o modo pelo qual as transações fluem através do sistema, a empresa utiliza a técnica de fluxogramação denominada "horizontal por organização".
A empresa registra os pontos críticos, identificados por ocasião do levantamento do fluxograma dos setores, a serem examinados em seus papéis de trabalho, de modo que as falhas de controle fiquem evidentes a fim de que sejam definidos os tipos de testes de validação a serem aplicados e de que seja mensurado o grau de riscos que eles representam para o exame de auditoria.
À pergunta se tem sido prática a confecção de um fluxograma ideal par corrigir as falhas encontradas nas rotinas examinadas, a resposta foi "sim". No entanto, o entrevistado fez questão de enfatizar que as alternativas devem ser 129 apresentadas de forma clara ao cliente, para que este opte por sua inclusão no fluxograma.
O entrevistado destaca as vantagens que os fluxogramas podem proporcionar ao auditor na fase da auditoria preliminar:
A empresa não acredita que um amplo entendimento da estrutura de controle interno dá condições para o auditor determinar a eficiência e eficácia dos sistemas e rotinas mantidos pelo cliente.
Por outro lado, ela afirma que determina a precisão e efetividade do sistema contábil e controles internos pertinentes para planejar os procedimentos da auditoria das demonstrações contábeis em sua natureza e ~xtensão, e que, para isso, utiliza as técnicas de auditoria analítica
A precisão e efetividade do sistema contábil e dos controles respectivos e a decisão de testá-los são determinadas, segundo o entrevistado, através de uma análise de fluxograma, observação e julgamento das rotinas ali despontadas para fixar os controles-chave, que irão determinar a extensão dos testes de validação dos saldos
Quando da definição da natureza, época oportuna e extensão dos procedimentos de auditoria- das demonstrações contábeis, do fim do ano, a empresa afirma que calcula a confiabilidade desejada e que o grau de confiança nos controles e a decisão de testá-los são determinados no planejamento global dos trabalhos, os quais serão complet~dos quando das visitas preliminares, mediante a avaliação dos controles internos e a preparação de um programa de trabalho que inclui:
A empresa aponta, como principais fatores que têm influenciado a determinação da confiabilidade nos controles das empresas auditadas, os que seguem:
Em função desses fatores, na opinião da empresa não é possível determinar a precisão e efetividade do sistema contábil e controles respectivos sem a utilização das técnicas de auditoria analítica. As razões para a sua afirmação são assim resumidas:
A empresa aponta como principais problemáticas .que dificultam a utilização das técnicas de auditoria analítica as seguintes:
Além das técnicas de auditoria analítica, a empresa afirma que utiliz·a a "narrativa" para determinar a precisão e efetividade do sistema contábil e dos controles respectivos, apontando como situações em que o seu uso é considerado inevitável:
D. Procedimentos da auditoria analítica
Para realizar .uma revisão preliminar dos sistemas de controles de um cliente, a empresa adota os seguintes procedimentos:
Para obter bons resultados, quando da avaliação do sistema contábil e dos . respectivos controles internos de um cliente, a empresa aponta como passos fundamentais:
A entrevistada afirma que faz o acompanhamento das deficiências observadas por ocasião da auditoria de sistemas, e que esse acompanhamento é feito através do foIlow-up do relatório emitido.
A divisão do sistema global em seções lógicas que, na opinião da empresa, mais facilita a preparação de fluxogramas e a identificação de áreas com problemas de controle é a seguinte:
A empresa entende que essa divisão apresenta as seguintes vantagens para o auditor:
A empresa indica os benefícios decorrentes do uso das técnicas de auditoria analítica para avaliar sistemas que utilizam PED:
Segundo esta empresa, as técnicas de auditoria analítica são utilizadas em . todas as áreas operacionais da entidade sob exame.
Perguntou-se à empresa se na sua opinião o U50 das técnicas de auditoria analítica pode trazer vantagens adicionais se comparadas com as técnicas tradicionais numa auditoria contábil, e a resposta foi "sim". Foram apresentadas como vantagens as seguintes:
Segundo a entrevistada, as técnicas de auditoria analítica têm demonstrado serem mais eficientes nas grandes empresas com sistemas de controles internos estáveis.
Perguntou-se como descreveria a eficiência (em termos de tempo requerido para testes) das técnicas de auditoria analítica comparadas com as técnicas tradicionais de auditoria, e a resposta foi a seguinte:
"No primeiro ano, o tempo gasto é maior, porém nos anos seguintes esse gasto pode ser recuperado. É importante salientar que isto depende das características dos clientes recorrentes e tradicionais e com controles estáveis."
Finalmente, foi feito o seguinte comentário:
"Acho de grande relevância para a profissão a preocupação em aprimorar as técnicas de auditoria, mediante a utilização de ferramentas modernas e técnicas eficientes."