Ano XXV - 29 de março de 2024

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PESQUISAS JÁ REALIZADAS SOBRE AUDITORIA ANALÍTICA

AUDITORIA ANALÍTICA EM FACE DA AUDITORIA INDEPENDENTE

TÉCNICAS DE AUDITORIA ANALÍTICA UTILIZADAS NO BRASIL - UM ESTUDO DE CASOS

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.7 - PESQUISAS JÁ REALIZADAS SOBRE AUDITORIA ANALÍTICA

Dois trabalhos de pesquisas foram fundamentais para a realização deste estudo

1. Skinner e Anderson (72) escreveram um livro que é o resultado de um trabalho de pesquisa experimental realizado pelos autores mediante sua aplicação a um grande número de auditoria, num período de seis anos, no Estado do Canadá

NOTA DE RODAPÉ:

(72) Skinner, R.M. & Anderson, R.J. op.cit. 163.p.

NOTA DO COSIFE: Embora a bibliografia apresentada seja muito antiga, como são citações de conceitos teóricos e práticos relativos à determinada época, ainda podem ser utilizadas como modelo histórico.

Inicialmente, os autores conceituam a auditoria analítica, destacando principalmente as ferramentas nas quais está baseada a nova técnica, assim como as suas limitações num processo de auditoria levado a efeito por auditores independentes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis. Também enfatizam os principais objetivos do trabalho, principalmente pelas discussões quanto à compatibilidade entre técnica de fluxograma e as normas de auditoria geralmente aceitas, e pelas dificuldades que com certeza as primeiras tentativas de exploração tiveram de enfrentar.

Em seguida, o trabalho procura destacar, em face dos objetivos de uma auditoria contábil executada por auditores independentes, as necessidades de se levar a cabo a auditoria analítica, dando ênfase especial aos seus objetivos principal e secundário, bem como as vantagens decorrentes do uso da auditoria analítica por auditores internos. Os autores também enfocam os aspectos teóricos sobre os quais está fundamentada a técnica de auditoria analítica, ressaltando a teoria de método em que se fundamenta a nova técnica. Ressaltam também a importância da padronização dos fluxogramas como um método destinado a registrar precisa e compreensivamente as informações referentes ao sistema contábil e respectivos controles internos do cliente, dando especial atenção às técnicas de elaboração de fluxogramas, assim como às finalidades da auditoria.

A pesquisa também aponta a necessidade de realização de testes limitados de procedimentos como forma de o auditor assegurar-se de que o sistema de fluxogramas é o que está realmente em vigor, assim como as razões para a divisão da auditoria analítica em duas fases:

  • auditoria de sistemas
  • auditoria de acompanhamento

Os autores realçam ainda a aplicação das técnicas de auditoria analítica em sistemas de cartões perfurados [não mais utilizados] e operacionalizados por computadores.

NOTA DO COSIFE: Conforme tem sido demonstrado neste COSIFE, em razão da crescente quantidade de documentos a serem contabilizados, os sistemas de processamentos de dados sofreram importante desenvolvimento tecnológico, transformando a antiga literatura em obras desatualizadas, que ainda podem ser utilizadas como histórico de fatos passados que serviram de exemplo para que chegarmos à atualidade.

Finalmente, eles concluem dizendo que o enfoque da auditoria analítica está em perfeita conformidade com as normas de Auditoria Geralmente Aceitas (NAGA), porém é um novo mecanismo para se realizar de maneira mais eficiente os trabalhos da auditoria de acordo com as normas aceitas. Também comentam que a auditoria analítica pode ser aplicada em todas as tarefas de auditoria, exceto às muito pequenas, e que a abordagem sobre a utilização dos sistemas de fluxogramas oferece grandes desafios e maiores benefícios em potencial.

2. Toyos (73) elaborou um estudo de caso que foi realizado em um departamento de vendas de uma empresa na cidade de Buenos Aires.

NOTA DE RODAPÉ:

(73) Toyos, Alberto. Cursogramas: uma técnica de ana/isis de sistemas. Buenos Aires, 1972. Separata de Administración de Empresas, oct. 1971fmar. 1972.

A pesquisa foi feita mediante entrevistas realizadas pelo autor junto aos principais responsáveis pelos setores vinculados ao departamento de vendas da companhia em estudo, incluindo o levantamento detalhado de algumas áreas e setores para a preparação de fluxogramas analíticos.

O autor explica primeiramente os aspectos básicos da técnica de fluxograma geralmente utilizadas por analistas e auditores para análise e descrição dos sistemas de controle interno de seus clientes. Relaciona algumas vantagens do uso de fluxogramas e as informações básicas que um fluxograma de sistemas deve conter, com ênfase especial para a simbologia adotada para colocar em evidência a origem, o processo e o destino da informação escrita e verbal de um sistema.

Assim sendo, ele conclui dizendo que o método gráfico constitui um elemento muito útil para refletir com clareza e síntese qualquer rotina ou procedimento onde documentos, informações recebidas, processadas e emitidas e, principalmente, seus respectivos responsáveis são julgados.

No Brasil, merece destaque o trabalho realizado por Haroldo R. Wadde (74), que desde 1982 já realçava a utilidade da técnica de auditoria analítica para as auditorias externas e internas em seu livro intitulado Manual de Auditoria. Neste livro ele destaca a economia que se poderia obter com a auditoria externa através do emprego da auditoria de sistemas, por meio dá análise de fluxogramas elaborados especificamente para tal fim.

NOTA DE RODAPÉ:

(74) Waddel, Haroldo R. Manuel de auditoria. São Paulo, Atlas, 1982, v. 1

Entre outras pesquisas realizadas em nosso País [Brasil], na área de auditoria, merecem destaque neste contexto os trabalhos realizados por Lucila Carmélia de Andrade (75) e Martha V.D. Andara (76), apresentados ao ISEC/FGV para a obtenção do título de mestre em Ciências Contábeis

NOTA DE RODAPÉ:

(75) ANDRADE, Lucila Carmélia. Técnicas de amostragem em empresas de auditoria - um estudo de casos. Rio de Janeiro, ISECjFGV, 1988

(76) ANDARA, Martha VD. Utilização de procedimentos de revisão anaUtica em firmas de auditoria no Brasil - um estudo de casos. Rio de Janeiro, ISEC/FGV. 1988

A pesquisa realizada por Lucila Carmélia de Andrade consistiu de aplicação de questionários contento perguntas abertas e fechadas e com a participação direta da pesquisadora.

O trabalho foi realizado junto a oito empresas de auditoria independente na cidade do Rio de Janeiro e buscou verificar as atuais práticas de amostragem em auditoria utilizada no Brasil pelas empresas que atuam nesta área.

A pesquisadora fornece alguns conceitos sobre as técnicas de amostragem e faz uma análise quantitativa dos dados em comparação com a literatura pertinente.

As empresas pesquisadas são separadas em grupos de origem nacional e de origem estrangeira para fins de comparações, verificando-se que somente nas empresas estrangeiras aparecem técnicas de amostragem não subjetivas.

Em linhas gerais, os resultados da pesquisa levaram em conta:

  • características gerais das empresas
  • procedimentos de auditoria com relação à amostragem
  • amostragem em testes de aderência, tamanho da amostra
  • seleção da amostra
  • medição e avaliação da amostra
  • amostragem em testes substantivos

Finalmente, a pesquisadora conclui que poucas empresas aplicam outros métodos de amostragem que não a amostragem subjetiva, e que a maioria dos conceitos utilizados no questionário era desconhecido pelos entrevistados. Por outro lado, os profissionais como um todo estão ainda receosos sobre o uso de técnicas de amostragem mais sofisticadas em auditoria

A pesquisa realizada por Martha V.D. Andara consistiu de aplicação de questionários contendo perguntas abertas e fechadas e com a participação direta da autora.

O estudo foi realizado junto a cinco empresas de auditoria independente na cidade do Rio de Janeiro e buscou observar o relacionamento existente entre a literatura sobre técnicas de revisão analítica e as atuais práticas adotadas pelas firmas de auditoria no Brasil.

A autora fornece alguns conceitos gerais sobre auditoria para, em seguida, enfocar os conceitos, métodos e procedimentos de revisão analítica, e procede a uma análise comparativa com a literatura pertinente.

As firmas pesquisadas são separadas em grupos de origem nacional e de origem estrangeira para fins de estabelecer diferenças entre elas no que concerne ao uso das técnicas de revisão analítica.

A análise dos principais resultados da pesquisa levou em conta: as características gerais da empresas e as técnicas de revisão analítica, envolvendo cálculo do risco de auditoria e procedimentos de revisão analítica como parte da análise de risco de auditoria, como testes substantivos e sua utilização na fase de revisão final da auditoria.

Por fim, a pesquisadora conclui que as práticas existentes nas cinco firmas pesquisadas, quanto ao uso de técnicas de revisão analítica, em alguns aspectos se relacionam com aqueles pontos vistos como relevantes na literatura estudada, mas, quando vistas sob o ângulo de sua utilização em qualquer processo de auditoria, demonstraram não dar a suficiente atenção à necessidade de se executarem todos os procedimentos que possibilitam reduzir ao máximo o risco de auditoria e, consequentemente, melhor atender aos usuários do parecer.



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