Ano XXVI - 22 de novembro de 2024

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REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS - INTRODUÇÃO


AUDITORIA ANALÍTICA EM FACE DA AUDITORIA INDEPENDENTE

TÉCNICAS DE AUDITORIA ANALÍTICA UTILIZADAS NO BRASIL - UM ESTUDO DE CASOS

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1 - INTRODUÇÃO

O principal objetivo do auditor independente é expressar uma opinião, fundamentada em provas consistentes, sobre a adequabilidade das demonstrações contábeis das empresas. As dúvidas que em determinadas ocasiões pairam sobre esta função parecem indicar a necessidade de um melhor esclarecimento sobre os aspectos gerais que norteiam a prática da auditoria e sobre os meios de se levar a cabo o trabalho do auditor, dirigido para a avaliação da precisão e efetividade do sistema contábil e que de fato ofereça bases para planejar o exame das demonstrações contábeis ao final do exercício.

NOTA DO COSIFE:

No roteiro de pesquisa e estudo sobre Análise de Balanços, deste COSIFE, estão os comentários sobre os procedimentos básicos que todo ANALISTA deve observar, para que de fato os índices apurados na análise das Demonstrações Contábeis sejam dignos de fé pública.

Neste caso, o Parecer da Auditoria Independente sobre os números das Demonstrações Contábeis, assim como os Relatórios sobre Controles Internos e sobre a existência de eventuais irregularidades, são importantes para o contabilista que está incumbido de efetuar as análises dessas demonstrativos contábeis.

Por isso, com base nos inúmeros exemplos de fraudes praticadas por empresários inescrupulosos, publicados neste COSIFE, torna-se importante que o Auditor Independente, por amostragem, procure-as durante o seu trabalho, principalmente nas empresas que tenham relações diretas ou indiretas com empresas e outros tipos de entidades ou fundos de paraísos fiscais.

Para os casos em que haja esse tipo de relacionamento com Fundos e Empresas OFFSHORE, a empresa de auditoria deveria ter fluxogramas de auditoria analítica ou "cheklist" com as questões e as respectivas respostas básicas e com as explicações sobre os procedimentos que devam ser adotados pelo auditor pouco experiente, em defesa dos acionistas minoritários.

No que tange aos aspectos gerais sobre a auditoria, foram enfocados seus aspectos conceituais, os tipos de auditoria e a responsabilidade que o auditor assume ao expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis de um determinado cliente.

A elaboração das demonstrações contábeis inclui considerações de muitos fatores que requerem um julgamento acurado. Frequentemente, essas considerações envolvem fatores que, devido à sua complexidade, nem sempre são suscetíveis de uma conceituação precisa. Igualmente, a auditoria contábil exige o emprego de julgamento profissional em uma grande variedade de situações e circunstâncias. Por conseguinte, todos os anos o auditor realiza um exame do sistema contábil e dos controles internos do cliente, com o firme propósito de coletar evidências suficientes para fundamentar o seu julgamento quanto à propriedade da divulgação das demonstrações contábeis de acordo com os Princípios de Contabilidade. Este exame abrange duas partes básicas:

a) determinação do grau de confiança que o referido profissional deseja depositar nos lançamentos efetuados diariamente pela contabilidade; e

b) exame, em função desse grau de confiança, do saldo das contas do Balanço Patrimonial no fim do exercício

"O progresso avassalante em todos os setores, nas comunicações, nos transportes, na construção., nas finanças e em vários outros campos da atividade econômica propiciou, por um lado, a complexidade e a interligação de negócios e transações e, por outro lado, a necessidade e a evolução dos controles." (7)

NOTA DE RODAPÉ:

(7) Franco, Hilário & Marra, Ernesto. Auditoria contábil. São Paulo, Atlas, 1982. p. 35.

NOTA DO COSIFE:

Embora a bibliografia apresentada seja muito antiga, como são citações de conceitos teóricos e prático, relativos a uma época, ainda podem ser utilizados como modelo histórico.

É preciso levar em conta não somente o que os saldos das contas representam como também as operações que geraram aquele saldo existente.

Nas empresas que possuem separação operacional (por divisões ou departamentos), necessária à Contabilidade de Custos, seria importante observar ou apurar como ou por quê determinadas transações resultaram em prejuízos.

Muitas vezes, elevados prejuízos numa determinada operação ou uma sequência de prejuízos pequenos num mesmo segmento operacional podem resultar em desfalques, que se constitui em crime contra a empresa, se praticado por funcionários, ou crime contra investidores minoritários, se praticado por executivos contratados por acionistas controladores.

Num Fundo de Investimentos, por exemplo, seria criminosa a venda de ações da Petrobras para utilizar aquele dinheiro na compra de ações de uma empresa nitidamente falida.

Numa empresa comercial essa mesma operação com ações poderia ser interessante se a empresa falida detivesse grande fatia do mercado explorado pela empresa compradora das ações. Assim a empresa compradora poderia se tornar, por exemplo, monopolizadora daquele tipo de mercado.

Esta complexidade e interligação de negócios e transações, bem como a necessidade e evolução dos controles das empresas, tornaram impraticável e antieconômica a verificação de todas as suas operações e respectivos lançamentos contábeis, mas as transações poderiam ser analisadas por amostragem, só as de determinado mês ou de certa semana.

Ainda levando-se em consideração que, de um lado, a responsabilidade principal pela elaboração e adequabilidade das demonstrações contábeis, incluindo quaisquer notas explicativas, é da administração da entidade, e que esta responsabilidade não pode ser reduzida pela simples contratação dos serviços de um auditor independente, e que, de outro lado, os auditores no desempenho de suas atividades são obrigados a emitir uma opinião sobre essas demonstrações, o único recurso a ser empregado por esses profissionais seria adequar seus métodos ao novo ambiente, pois do contrário correriam o sério risco de se tornarem obsoletos ou conivente e cúmplices das eventuais fraudes praticadas.

Este novo perfil dos negócios, transações e controles sugere uma maior orientação dos profissionais de auditoria aos sistemas, como meio para provê-los de razoável segurança quanto à perfeição e precisão dos registros contábeis e à validade das transações realizadas. A auditoria analítica representa um novo método para a realização de urna parte muito importante do trabalho do auditor, normalmente, denominada "auditoria preliminar". A ênfase reside essencialmente na análise intensiva dos sistemas utilizados pelas empresas, e o exame detalhado se restringirá àquelas áreas onde forem detectadas deficiências nos controles durante a auditoria de sistemas.

As vantagens de se utilizar técnicas de auditoria analítica (análise de fluxogramas de sistemas e testes limitados de procedimentos) podem ser assim resumidas: (8)

a) uma melhor compreensão do sistema contábil e dos negócios dos clientes;

b) uma apreciação mais ampla do sistema de controle interno;

c) redução do risco de tratamento superficial e pouco imaginativo que os longos questionários de procedimentos e listas de auditoria podem provocar;

d) muitas recomendações mais valiosas e realistas para os clientes, tanto referentes ao controle interno quanta à eficiência do sistema;

e) maior iniciativa por parte da equipe de auditoria;

f) uma alocação mais racional do tempo de auditoria sobre áreas contábeis que exigem maior atenção;

g) menor possibilidade de passar formalmente sobre os problemas que se está examinando sem entendê-lo devidamente; e

h) maior goodwill para o cliente em função do aumento de produtividade do tempo de auditoria e melhor preparação da nova equipe de auditoria.

NOTA DE RODAPÉ:

(8) Skinner, R.,M. & Anderson, RJ. op.eit. p. 151

NOTA DO COSIFE:

A auditoria operacional torna-se mais eficiente quando se parte de eventuais prejuízos sofridos. De outro lado, por amostragem pode ser verificadas os negócios de segmentos operacionais mais significativos no faturamento total.

Porém, a baixa rentabilidade do capital investido ou a baixa lucratividade de determinados produtos podem ter origem nos elevados custos administrativos de determinado segmento operacional, razão pela qual é importante a implantação de uma perfeita contabilidade de custos por departamento e por produto saído daquele departamento.

Assim, são mencionados os aspectos teóricos e a conformidade das técnicas de auditoria analítica com as normas de auditoria, discutindo-se a metodologia que faz parte deste novo procedimento de auditoria, ressaltando-se a distinção desta nova técnica e os procedimentos de revisão analítica, bem como as implicações relacionadas com cada uma de suas fases fundamentais. Ainda em relação às técnicas de auditoria analítica, é discutida a sua aplicação em sistemas que utilizam processamento eletrônico de dados (PED).

NOTA DO COSIFE:

Embora o autor dessa dissertação tenha definido em 1990 a auditoria analítica como um novo procedimento de auditoria, no curso de ciências contábeis da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1960, portanto, pouco depois de iniciado o Regime Militar oriundo Golpe de 1964, já foram ensinadas as técnicas de auditoria analítica para ser empregada na análise de sistemas para implantação do Processamento Eletrônico de Dados, quando também eram ensinados os fundamentos das linguagens Cobol e Assembler.

Em 1979, no curso de pós-graduação de especialização em auditoria, ministrado pela FIPECAFI-USP, também foram ensinados os procedimentos para utilização da auditoria analítica, razão pela qual nos exemplos contidos neste COSIFE sempre são colocados fluxogramas das operações irregulares realizadas por fraudadores e sonegadores de tributos que se utilizam do sistema financeiro para realização de suas falcatruas, entre elas os desfalques em Secretarias de Fazenda e em Fundos de Pensão.

No COSIFE existem também exemplos de desfalque nas Reservas Monetárias brasileiras e de elevação artificial de Custos Operacionais mediante a importação de linhas de montagem e de matérias-primas supervalorizadas, que assim oneravam os custos fixos e variáveis das multinacionais estabelecidas no Brasil, proporcionando uma remessa antecipada de lucros, que antes de 1996 eram tributadas.



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