Ano XXV - 29 de março de 2024

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AS VITÓRIAS CONTRA O PRECONCEITO - OS NEGROS


AS VITÓRIAS CONTRA O PRECONCEITO

OS NEGROS

Texto escrito no ano 2000 (Revisado em 11/08/2012)

Educação e Cultura, Preconceito, Discriminação Racial, Segregação Social, Colonialismo, Escravidão. Debate sobre Cotas Raciais - Canal Livre - EBAND TV Rede Bandeirantes de Televisão

Por Américo G Parada Fº - Contador CRC-RJ 19750 - Coordenador do site COSIFe

AS VITÓRIAS CONTRA O PRECONCEITO

A raça negra finalmente vem conseguindo algumas conquistas contra a discriminação racial e o preconceito. Dando o exemplo, o Governo Federal reservou vinte por cento (20%) de vagas para negros em alguns de seus quadros funcionais. De outro lado, existem movimentos querendo que as universidades públicas reservem vagas para negros nas categorias de alunos e de professores. E logo as empresas serão obrigadas a reservar vagas para negros também.

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

No Município do Rio de Janeiro por intermédio da Lei Estadual 4.007/2002 foi revigorada lei de 1976 que decretava feriado em homenagem ao dia da consciência negra, quando foi escolhida a data de 20 de novembro, em homenagem a Zumbi, o grande chefe do Quilombo dos Palmares na sua fase final. Mas, a CNC - Confederação Nacional Comércio, que representa o empresariado do comércio brasileiro, declarou como inconstitucional a referida lei estadual. Observe que a antiga lei foi revigorada porque os falsos representantes do povo negro no Poder Legislativo a revogaram. Também, contrariamente aos negros, manifestou-se o empresariado que se exime de empregá-los.

Diante das manifestações contrárias dos escravocratas, a Lei Federal 10.639/2003 incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. (Fonte: IBGE)

Finalmente, a Lei 12.519/2011 instituiu o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. O ano de 2011 foi escolhido pela ONU - Organização das Nações Unidas, como Ano Internacional dos Afrodescendentes, por isso a instituição do Dia da Consciência Negra como feriado pelo governo brasileiro ganhou prestígio internacional.

POSITIVO: MAS, O QUE ACONTECE NA PRÁTICA?

Tudo isso parece muito positivo. Porém, o que se vê na prática?

As estatísticas mostram que em média os negros têm salários bem menores do que os brancos (a metade) e que, do montante de analfabetos, sessenta e sete por cento (67%) são negros.

O BRASIL E A SEGREGAÇÃO SOCIAL IMPOSTA PELA ELITE OLIGÁRQUICA

Dizem que de forma extra oficial foi implantado no Brasil um “apartheid” social contra os negros a partir da Lei Áurea, o que é verdade. Entretanto, essa segregação social envolve não só os negros, mas todos os pobres, independentemente da raça a que pertençam. Obviamente que os números das estatísticas não foram obtidos somente envolvendo os pobres e também é obvio que entre os mais ricos existem pouquíssimos negros, o que fatalmente influenciou os resultados obtidos.

Para ver que isso é verdade, basta atentar que entre os analfabetos os negros são pouco mais da metade e que os analfabetos geralmente são pobres. Na verdade, os negros têm salários e níveis culturais quase iguais aos brancos pobres como eles, ou seja, os da mesma classe econômica e social.

NÃO BASTA ESTABELECER COTAS PARA NEGROS

Por isso, peço licença para discordar dessas medidas adotadas em favor dos negros. Ela, ao contrário do que se espera, vai criar privilégios para os negros que os demais pobres não vão ter. E assim cria-se uma nova discriminação e fatalmente um novo preconceito: os brancos da mesma classe econômico-social vão se sentir perseguidos ou discriminados.

Algumas empresas, se obrigadas a reservar vagas para negros ou para pobres, os colocarão para fazer serviços que os mais ricos não fariam (é óbvio). É o que se observa principalmente nos países desenvolvidos em relação aos imigrantes estrangeiros.

TODOS OS POBRES DEVEM TER DIREITO À IGUALDADE SOCIAL

Por essa razão, o importante não é criar novos privilégios para esse ou aquele, mas sim, ajudar essas classes sociais menos favorecidas a conquistar essa igualdade social. E a igualdade se conquista com cultura e tecnologia (educação, saúde, saneamento básico, moradia, transporte, emprego, segurança) tal como o previsto na Constituição Federal de 1988. Por isso é muito mais importante dar mais cultura e tecnologia aos pobres, desde o ensino básico, para que eles possam naturalmente conquistar o seu espaço.

A SEGREGAÇÃO SOCIAL FOI IMPOSTA PELOS GOVERNANTES DE EXTREMA-DIREITA

Na verdade o “apartheid” racial e social existe porque foi negada a oportunidade de estudar para as classes mais pobres da população, principalmente no que se relaciona à universidade. Como já mencionei em um dos meus artigos, ainda existe gente que acha um absurdo construir CIEPs ou outros tipos de escolas integrais no meio das favelas e nos bairros mais pobres das grandes cidades.

O DIREITO AO ESCRUTÍNIO - UNIVERSALIZAÇÃO DO VOTO

E de alguma forma eles mesmos (os pobres) são culpados dessa situação, porque pobre não vota em pobre e preto não vota em preto. Como diria Joãozinho Trinta, os pobres gostam de ver riqueza e esnobação. Por isso assistem apresentações televisivas em que são cultuados os artistas, os esportistas, os emergentes e os realmente ricos, o que também se vê com frequência nas novelas da Rede Globo de Televisão.

Tudo isso funciona como uma espécie de "lavagem cerebral", método pelo qual, por meio de cansaço sistematicamente produzido, de agentes químicos, persuasão [pelos meios de comunicação = impressa escrita, falada e televisada] e doutrinação [em igrejas, escolas ou cursos de inglês], se procura converter pessoas, privadas de livre determinação de sua vontade, a um credo, em geral político, que não abraçariam se estivessem em liberdade; lavagem de cérebro (Dicionário Aurélio).

LIBERDADE DE ESPÍRITO = LIBERDADE INTERNA

Vejamos parte de um texto atribuído à Albert Einstein:

O desenvolvimento da ciência e das atividades criativas do espírito em geral exige ainda outro tipo de liberdade, que pode ser caracterizado como liberdade interna.

Trata-se daquela liberdade de espírito que consiste na independência do pensamento em face das restrições de preconceitos autoritários e sociais, bem como, da "rotinização" e do hábito irrefletidos em geral.

Essa liberdade interna é um raro dom da natureza e uma valiosa meta para o indivíduo. No entanto, a comunidade pode fazer muito para favorecer essa conquista, pelo menos, deixando de interferir no desenvolvimento.

As escolas [incluindo as igrejas], por exemplo, podem interferir no desenvolvimento da liberdade interna mediante influências autoritárias e a imposição de cargas espirituais aos jovens excessivas; por outro lado, as escolas podem favorecer essa liberdade, incentivando o pensamento independente.

VÍDEO DO CANAL LIVRE DA REDE BANDEIRANTES DE TELEVISÃO

Veja a seguir os vídeos do Programa CANAL LIVRE exibido em 05/10/2009 pela Rede Bandeirantes de Televisão.

EBAND - Canal Livre - debate sobre cotas raciais - Parte 1

Especialistas debatem polêmico tema e analisam seus prós e contras. O sociólogo Demétrio Magnoli, autor do livro, “Uma Gota de Sangue” também fala sobre o tema.

EBAND - Canal Livre - debate sobre cotas raciais - Parte 2

O sociólogo Demétrio Magnoli e os jornalistas do programa discutem a história da escravidão e as origens do conceito de raças.

EBAND - Canal Livre - debate sobre cotas raciais - Parte 3

Frei David, defensor das cotas raciais, dá seu depoimento sobre o tema e coloca para o sociólogo Demétrio Magnoli a questão do sucesso acadêmico dos beneficiados pelas cotas.

EBAND - Canal Livre - debate sobre cotas raciais - Parte 4

A antropóloga Ivonne Maggie deixa ao sociólogo Demétrio Magnoli, qual a esperança que resta para a humanidade no que toca ao tema.

EBAND - Canal Livre - debate sobre cotas raciais - Parte 5

Nelson Inocêncio, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UNB, defende as cotas raciais. No estúdio, o sociólogo Demétrio Magnoli aponta alguns caminhos

Veja ainda o texto As Vitórias Contra o Preconceito - Os Analfabetos







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