GERENCIAMENTO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
A Contabilidade Gerencial no Transporte Rodoviário de Cargas não é uma rotina fácil de ser implantada, caso a empresa em questão não tenha uma organização dos dados. É importante reconhecer que não há uma volumosa fonte de informação para ajudar na implantação duma Contabilidade Gerencial no transporte rodoviário de cargas.Importante ressaltar que aqui o foco é a empresa de transporte rodoviário de cargas; e muito das teorias descritas aqui podem não coincidir com algum outro ramo de atividade, mesmo no transporte. Preferencialmente, ainda, o foco é em cargas fracionadas.
A dificuldade concentra na quantidade de filiais que uma empresa de transporte é obrigada a ter. Face a essa questão, todo dirigente quer saber qual retorno individual destas filiais.
Logo, como ter resultado individual se o trabalho é interdependente?
Ou seja, uma filial trabalha para a outra, movimenta cargas que a outra filial vendeu. Para quem vive a frente da Contabilidade Gerencial de uma transportadora sabe desta questão. Sabe desta dificuldade. Assim, aos ouvidos de outros profissionais pode soar que isto não é um problema.
Na Contabilidade Gerencial do transporte, focando resultado das filiais, não há um conceito formado sobre como mensurar o resultado das filiais, diferente do que acontece no ramo industrial e comercial, aonde há uma vasta temática literária sobre o assunto.
VISÃO OPERACIONAL E ECONÔMICA
Um dos principais instrumentos gerenciais que uma transportadora deve possuir é o GRÁFICO DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS ENTRE FILIAIS. Nele, entre os próprios aspectos econômicos e operacionais, fica visível a interdependência de filiais; uma trabalhando para as outras, para entregar ou coletar cargas das outras.
Esse gráfico é centralizador de várias rotinas que visam ter uma Contabilidade Gerencial numa empresa de transporte rodoviário de cargas.
A PRÁTICA
É preciso dividir os tipos de gastos em duas partes:
Os gastos externos são, principalmente de maior valor, os custos de transferir cargas de uma filial para outra. Tais custos são fáceis de ratear entre as filiais, pois o profissional pode decidir em rateá-los pelo peso transportado ou pelo preço do frete (não preço do carreto). Cada conhecimento de carga tem peso e valor. Basta decidir qual melhor alternativa, sendo aconselhável pelo peso, já que é a principal variável na contratação de um carreteiro. Assim, os custos externos já têm um rumo de contabilização gerencial.
Atenção: Não confundir Contabilidade Gerencial com a Fiscal.
Quanto aos gastos internos das filiais, principalmente, os custos de coleta e entrega, aluguel, funcionários da filial e manutenção da frota da filial, esses são os de mensuração difícil.
Por quê?
Porque eles são despendidos por todas as cargas que passam na filial, tanto pelos fretes que a própria filial vendeu, quanto pelos fretes vendidos em outras filiais.
Para solucionar ou tentar solucionar esse dilema, basta determinar o volume total de cargas movimentado pela filial, separando o volume de cargas oriundas de fretes que ela vendeu e o volume de cargas oriundas do frete que outras filiais venderam.
A partir daí, tendo uma tabela de todas as filiais, como todo esse movimento, faz-se uma espécie de débito. Para fazer esse débito é preciso ter o somatório dos gastos internos das filiais.
Todas as filiais precisam estar demonstradas, além de ter o somatório total.
Por trás de tudo isto tem, tem um longo processo de ordenação dos dados contábeis e econômicos da empresa de transportes, organizados de tal maneira a atingir a proposta de implantação da Contabilidade Gerencial. Boa parte das informações são alimentadas pela própria sistemática fiscal, devidamente adaptada ao processo gerencial e custos.