Ano XXV - 28 de março de 2024

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O AVANÇADO MUNDO DOS NEOLIBERAIS


O AVANÇADO MUNDO DOS NEOLIBERAIS

SE HÁ GOVERNO, SOU CONTRA

São Paulo, início do ano de 2002 (Revisada em 22/03/2024)

1. Produtividade = 10 e Qualidade = zero

Segundo os defensores do avançado capitalismo neoliberal, o Brasil ainda tem de ganhar muito em produtividade. Porém, o país em que os empresários pagam em média 10% dos salários pagos no primeiro mundo, pouco ou quase nada poderão ganhar em produtividade, porque não existirão trabalhadores que se sujeitem a aumentar os seus conhecimentos técnicos para ganhar tão pouco.

De outro lado, o empresário não vai se preocupar em diminuir o desperdício porque ele está sendo automaticamente pago pelo trabalhador com seus baixos salários. Ou seja, se o empregado desperdiçar o equivalente a 8 vezes o seu salário adicionados dos respectivos encargos sociais, o empresário ainda estará ganhando o equivalente ao salário pago, incluindo os mesmos encargos sociais. Esse cálculo foi efetuado por Américo Parada com base nos salários pagos nos países do primeiro mundo para idênticos trabalhadores (operários) do comércio, da indústria e dos serviços. Não foram incluídos os administradores (executivos) e os dirigentes.

A produtividade é baixa (Veja "Custo Brasil"). E a qualidade como ficou?

Os produtos que antes duravam anos e podiam ser consertados agora duram apenas alguns meses e são descartáveis. Ou seja, não têm conserto e muito menos as respectivas peças de reposição.

2. Custo Brasil = Direitos Trabalhistas

Segundo os neoliberais, reduzir o custo Brasil significa acabar com os direitos trabalhistas conquistados durante quase um século, tais como, férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS + 40% do saldo quando da dispensa do trabalhador, previdência social e aposentadoria. Seria mais ou menos como um retorno ao regime escravagista vigente nos séculos XVIII e XIX, só que agora não só para os negros, mas, para todos os pobres trabalhadores.

Até parece que, nos países do primeiro mundo, onde estudaram os nossos economistas governamentais, os trabalhadores não têm direitos trabalhistas e nem seguridade social. Talvez não tenham ensinado isso a eles. Ou seja, não consta da cartilha que relêem todos os dias os direitos dos empregados; nela consta somente o direito dos patrões, os empresários.

Veja o texto sobre o CUSTO BRASIL.

3. Desemprego = Criminalidade e Inadimplência

O desemprego vai continuar porque ainda há muito que ganhar em produtividade, dizem os neoliberais. 

Na prática, o que se observa é que, com o aumento da produtividade, só o dono do negócio ganha em lucros; o trabalhador ganha em desemprego e em redução de salário na mesma razão do aumento da oferta de mão-de-obra.

Aliada ao desemprego está a ociosidade, a fome e a miséria. Nessa cadeia, o desempregado otimista e perseverante chega à economia informal, geralmente perseguida pelas autoridades constituídas. Sendo obrigado a fugir da perseguida economia informal, o desempregado é obrigado a abraçar a contravenção e, conseqüentemente, a criminalidade. E assim, deixa de ser um desempregado para ser um "problema de ordem social".

4. Inadimplência = Menor Consumo

Com o desemprego e a constante redução dos salários médios, a inadimplência vai continuar e provavelmente aumentar. Com isso haverá menor consumo. Com o menor consumo, haverá mais desemprego e o fechamento de fábricas e de lojas comerciais. 

Com o desemprego, haverá o aumento da criminalidade e o aumento da miséria. Já escrevemos isso. É um círculo vicioso. 

Somente para os economistas governamentais formados no exterior não ensinaram isso ou eles não tiveram capacidade ou inteligência suficiente para aprender. Prefiro acreditar que sejam burros, do que corruptos.

Afinal, por que eles fazem tudo diferente do que é feito nos países em que estudaram?

5. Galinha dos Ovos de Ouro do Capitalismo = Consumidor

O capitalismo neoliberal globalizado está matando a sua “galinha dos ovos de ouro”, que trabalha muito, ganha pouco e, com o pouco que ganha, gera altos lucros para o seu patrão, comprando por altos preços os produtos que ele fabrica.

Ao concentrar a renda, gerar desemprego e, conseqüentemente, aumentar a miséria, a criminalidade e a inadimplência, o capitalista está acabando com principal agente de mercado, que aumenta a produção, gera emprego e a possibilidade de maiores lucros. 

E quem é esse agente de mercado? 

É o consumidor, ou seja, o trabalhador.

Apenas 3% da população brasileira tem capacidade econômica consumir o que é produzido e importado pelo Brasil. Essa capacidade econômica chega a 94% da população em alguns países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, onde 6% da população é considerada miserável porque tem salário inferior a US$ 800,00 por mês. Nessa condição de miserável, segundo os padrões norte-americanos, está pelo menos 95% da população brasileira. 

Quantos empregos seriam gerados no Brasil se aumentássemos a capacidade de consumir para apenas 30% da população?

Para isso o Brasil teria de produzir de 5 a 10 vezes mais do que produzia no final do século XX.

Aumentar a capacidade de consumir significa pagar salários equivalentes aos pagos nos países desenvolvidos.

6. Neoliberalismo = RETORNO À Era Medieval

Graças à miséria e à criminalidade gerada, esse mesmo neoliberal está gastando grande parte da sua fortuna para garantir a sua própria segurança e a sua privacidade de possíveis ataques das hordas que o cercam, bandos indisciplinados, malfazejos, gerados e cultivados por ele mesmo.

Dessa forma, podemos concluir que Neoliberalismo é o nosso retorno à Era Medieval, quando os senhores feudais construíam castelos fortificados (os condomínios fechados daquela época) para se protegerem daqueles aos quais exploravam e que ficavam do lado de fora contemplando a riqueza e a suntuosidade das construções e com desejo de freqüentar as festanças da rica nobreza tradicional ou emergente.

A grande diferença atual é que os menos favorecidos agora apreciam a suntuosidade dos condomínios fechados em rede nacional pela televisão, o mais moderno instrumento de doutrinação e de lavagem cerebral, que já está se tornando antigo, visto que no Brasil é largamente utilizado desde 1965.







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