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GOVERNO VAI REVELAR QUEM LAVA O DINHEIRO DO TRÁFICO


GOVERNO VAI REVELAR QUEM LAVA DINHEIRO DO TRÁFICO

Instituições financeiras e grandes estruturas empresariais sustentam o crime organizado no Brasil

Gazeta Mercantil - Página A7 - 11/06/2002

O nome de instituições financeiras e das grandes estruturas empresariais que sustentam o crime organizado no Brasil serão revelados em breve, segundo anunciou ontem o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Alberto Cardoso, durante passagem por São Paulo. É uma das ações que o governo federal está preparando para demonstrar uma ofensiva contra o tráfico de drogas nas áreas metropolitanas. A ação governamental tem foco em São Paulo e no Rio, onde na semana passada traficantes assassinaram o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo de Televisão .

"Há um grande número de investigações sobre lavagem de dinheiro em curso e os nomes das instituições envolvidas vão ser divulgados assim que forem obtidas provas", afirmou.

Segundo o general quem faz lavagem de dinheiro é responsável pelo "oxigênio do crime organizado, mas as investigações sobre esta prática são lentas, difíceis e sigilosas. Por isso, só devem ser divulgadas quando estiverem concluídas".

Entre os as apurações em curso, o chefe da casa Civil da Presidência da República citou a iniciada em 1998 pelo Ministério Público na região de Foz do Iguaçu, no Paraná. Apenas entre os anos de 1996 e 1997 estima-se que cerca de 35 mil pessoas lavaram mais de R$ 12 bilhões. "Este dinheiro é originário da corrupção, do tráfico de drogas e do crime organizado’’, disse, acrescentando: "Ele sai do país e volta, já lavado, para constituir empresas e financiar empreendimentos que dão a fachada legal para o crime organizado", disse ele.

O general fez um mea-culpa em nome do Estado. Disse que há pouco tempo o governo se deu conta de que a política de combate à criminalidade vinha incorporando contradições insolúveis. "As políticas de prevenção insistiam no ponto de vista penal e se mostraram inócuas. Por maiores que fossem os investimentos, não conseguiriam reverter o crescimento da criminalidade".

Para o Ministro da Justiça Miguel Reale Jr., o Estado abandonou as periferias dos grandes centros urbanos. "Onde o Estado não age, criam-se os estados paralelos da delinqüência e do narcotráfico", disse. A montagem de uma força-tarefa contra o crime organizado no Rio, proposta pelo ministro da Justiça é, na verdade, a reedição de um plano que o Exército mantém, há 14 anos, integrada com as polícias e permanentemente atualizado, para realizar operações armadas de grande porte nos morros do Rio, com tropas especiais.







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