CAMBALACHO - A GRANDE ARTE DO EMPRESARIADO INESCRUPULOSO
CAMBALACHO - A GRANDE ARTE DO EMPRESARIADO INESCRUPULOSO
NADA DE NOVO - TUDO CONTINUA COMO ANTES
São Paulo, 27/09/2013 (Revisado em
22-03-2024)
Referências: Custo Brasil, Razão da Crise Mundial de 2008, Especulação
Financeira, Corrupção provocada pelos Lobistas do Grande Capital, Desvio de
Recursos Financeiros de Fundos de Pensão, Manipulação das Cotações nas Bolsas de
Valores, Mesquinhez e Megalomania do Empresariado e dos Falsos Representantes do
Povo no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras
Municipais, Preconceito e Discriminação Social Alimentados por Prefeitos e pelos
Detentores do Poderio Econômico Regional - Desvio de Verbas Públicas -
Desfalques nos Cofres Públicos, Como Quebrar uma Empresa.
Cambalacho é uma transação ardilosa com a deliberada (decidida) intenção de
dolo a outrem. O cambalacho processa-se por meio de barganha, tramoia e conluio
que são comuns nas licitações públicas.
Em razão das tramoias, depois de descobertas, os casos apurados chegam à
justiça e, assim, as obras públicas chegam a ficar décadas paralisadas. A
principal prejudicada é sempre a coletividade, em síntese, a Nação.
Na Argentina e no Uruguai a palavra cambalache significa um local (loja
(sebo [livros] ou brechó [roupas e coisas usadas] ou "feira de pechincha") em que
se compra ou vende coisas usadas.
A canção foi composta na chamada "década infame", segundo os
argentinos. A letra da música denuncia fatos escabrosos ocorridos na Argentina. Por esse motivo foi proibida durante os
mandatos de governantes empossados por Golpes de Estado ocorridos depois de sua criação
em 1935.
No Brasil a música foi gravada por Caetano Veloso (1969), por Ângela Ro Ro
(1982) e por Gilberto Gil (2004). Gilberto Gil foi Ministro da Cultura (2003 -
2008) durante o Governo Lula e Embaixador da ONU para a agricultura e
alimentação, além de ter recebido vários prêmios internacionais. Caetano Veloso
gravou a música durante o governo oriundo do Golpe Militar de 1964 ocorrido no
Brasil. Em 1969, quando gravou a música cambalache, foi preso pelos Regime
Militar e tornou exilado em Londres - Inglaterra.
Letra e música de 1935 por Enrique Santos Discépolo (Argentina
*1901 - †1951)
Adaptação para o português brasileiro por Américo G Parada Fº
- Contador
Que el mundo fue y será
una porquería, ya lo sé.
En el quinientos seis
y en el dos mil, también.
Que siempre ha habido chorros,
maquiavelos y estafaos,
contentos y amargaos,
varones y dublés.
Pero que el siglo veinte
es un despliegue
de maldá insolente,
ya no hay quien lo niegue.
Vivimos revolcaos en un merengue
y en el mismo lodo
todos manoseaos.
Hoy resulta que es lo mismo
ser derecho que traidor,
ignorante, sabio, chorro,
generoso o estafador...
¡Todo es igual!
¡Nada es mejor!
Lo mismo un burro
que un gran profesor.
No hay aplazaos ni escalafón,
los ignorantes nos han igualao.
Si uno vive en la impostura
y otro roba en su ambición,
da lo mismo que sea cura,
colchonero, Rey de Bastos,
caradura o polizón.
¡Qué falta de respeto,
qué atropello a la razón!
Cualquiera es un señor,
cualquiera es un ladrón...
Mezclao con Stavisky
va Don Bosco y La Mignon,
Don Chicho y Napoleón,
Carnera y San Martín...
Igual que en la vidriera
irrespetuosa
de los cambalaches
se ha mezclao la vida,
y herida por un sable sin remache
ves llorar La Biblia
junto a un calefón.
Siglo veinte, cambalache
problemático y febril...
El que no llora no mama
y el que no afana es un gil.
¡Dale, nomás...!
¡Dale, que va...!
¡Que allá en el Horno
nos vamo' a encontrar...!
No pienses más; sentate a un lao,
que a nadie importa si naciste honrao...
Es lo mismo el que labura
noche y día como un buey,
que el que vive de los otros,
que el que mata, que el que cura,
o está fuera de la ley...
Que o mundo foi e será
uma porcaria, eu já sei.
Tanto no ano mil quinhentos
como no ano dois mil, também.
Que sempre tem havido safados,
velhacos e fraudados,
contentes e amargurados,
respeitáveis e enganadores.
Porém que o século vinte
é um desdobramento
de maldade insolente
já não há quem negue.
Vivemos remexidos como massa numa batedeira,
e no mesmo lodo
todos manipulados (pelos mercenários da mídia).
Hoje resulta que é o mesmo
ser direito que traidor,
ignorante, sábio, safado,
generoso (benfeitor) ou enganador (estelionatário)...
Tudo é igual
Nada é melhor
O mesmo é um burro,
que um grande professor.
Não há subalternos nem alto escalão (hierarquia),
os inescrupulosos nos têm igualado.
Se um vive na impostura
e outro rouba em sua ambição,
dá no mesmo que seja sacerdote,
famoso, governante,
sem-vergonha ou vagabundo.
Que falta de respeito,
contrário à razão (inversão de valores)
Qualquer um é um Senhor (cidadão),
qualquer um é um ladrão,
Misturado com defraudador (que furta)
santo e o melhor (justo),
mafioso e imperador (conquistador, invasor),
lutador e libertador...
Igual na facilidade
grosseira
dos cambalachos
que se tem misturado a nossa vida,
ferida por um vigarista sem recalque
que chora lendo a Bíblia
junto a um cadeirão ("a beira do inferno").
Século vinte, cambalacho
criminoso e febril..
O que não chora não mama
e o que não afana é um idiota.
Faça (cometa o crime), que a justiça nada fará
Faça, que vai dar certo...
Que lá (no outro mundo) na fornalha (do inferno)
nos encontraremos...
Não penses mais, senta-te de um lado,
que nada importa se nasceste honrado...
É o mesmo o que trabalha
noite e dia como um boi,
que o que explora os outros,
que o que mata, que o que medica
ou que está fora da lei...
Cambalhache - Cantada por Caetano Veloso em 1969
Durante o Governo Militar no Brasil
Mas, os fatos continuaram a ocorrer nos governos posteriores.
Vídeo produzido por argentinos
Música também foi gravada por Ângela Ro Ro (1982), Gilberto Gil (2004) e Júlio Iglesias
(1996)
Provavelmente em razão de ter gravado essa música escrita por um argentino, a qual nenhum
"hermano" tem coragem de gravar, Caetano Veloso foi perseguido pelo Regime Militar implantado pelo Golpe de 1964 contra o Presidente João Goulart. Então, em 1969 Caetano Veloso partiu para o exílio político em Londres - Inglaterra, onde compôs músicas no idioma inglês. Voltou ao Brasil em 1972.