Ano XXVI - 21 de novembro de 2024

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OS ERROS NA ECONOMIA ARGENTINA



OS ERROS NA ECONOMIA ARGENTINA

São Paulo, 25 de julho de 2004 (Revisado em 14-03-2024)

Os Argentinos, no gerenciamento de sua economia, estão fazendo aflorar mais uma vez o seu complexo de superioridade em relação o Brasil. Numa tentativa de mostrar que são melhores ou que estão na mesma condição econômica e que têm uma moeda aparentemente forte como a dos brasileiros, vêm mantendo a paridade de sua moeda com a nossa.

Isto faz com que os produtos brasileiros fiquem baratos para os argentinos, assim como, para eles, fica mais barato fazer turismo no Brasil. Bom para nós que passaremos a exportar mais para compensar a verdadeira superioridade dos argentinos na balança comercial em US$ 10 bilhões, desde o início do comércio entre os dois países. No passado, o Brasil importava muito da Argentina, justamente porque os produtos dos “hermanos” eram muito baratos, isto é, sua moeda era desvalorizada em relação à nossa.

O erro agora novamente aplicado pelos argentinos, foi cometido pelos gestores da política econômica brasileira durante o governo de FHC. A manutenção da valorização artificial de nossa moeda em relação ao dólar, estimulou as importações pelas classes mais abastadas. Nada de produtivo foi importado. As importações eram preferencialmente de supérfluos, que as classes mais pobres não podiam consumir e, quando podiam, apenas jogavam dinheiro fora, porque os bens de consumo eram de baixa qualidade e sem nenhuma garantia de reposição em caso de defeito, o que sempre ocorria.

De outro lado, a manutenção da supervalorização da nossa moeda estagnou nossa indústria exportadora, provocando o fechamento de muitas fábricas e a criação de alto índice de desemprego, além de conseqüentemente gerar miséria e criminalidade. E esta é uma verdade que não me canso de mencionar e já foi ratificada por estudiosos.

A supervalorização também beneficia remessa de lucros para o exterior e a lavagem de dinheiro. O próprio presidente argentino está sendo acusado de remeter US$ 500 milhões para Suíça.

Com essa política monetária, o povo argentino está novamente caindo na mesma esparrela de outrora, quando foi à “bancarrota”. Esta supervalorização também aconteceu com o Brasil durante os primeiros anos da implantação do Plano Real. Os inconseqüentes gestores da política econômica Argentina, tal como os de FHC, resolveram manter uma artificial paridade de sua moeda com a de seu principal parceiro econômico, o Brasil. O que o Brasil fez em relação aos Estados Unidos. Com essa política desastrosa, ficou mais barato para o povo argentino comprar produtos fabricados no Brasil do que em seu próprio território. Nessa situação, levam vantagem no Brasil principalmente aquelas empresas instaladas nas regiões onde somente os mais ricos são detentores de incentivos fiscais.

A Zona Franca de Manaus, por exemplo, de onde saem preferencialmente essas exportações para a Argentina, é um paraíso fiscal para indústrias que geram poucos empregos e apenas necessitam de mão-de-obra pouco especializada para transformar os produtos em “Made in Brazil”, que na realidade são fabricados em outras regiões, inclusive no exterior.

Por isso, os Argentinos estão criando uma sobretaxa sobre esses produtos. Ou seja, os impostos que o governo brasileiro deixa de cobrar, passarão a ser cobrados pelos argentinos. E isso sempre acontece quando países e em especial os Estados Unidos colocam barreiras alfandegárias sobre produtos brasileiros. Melhor seria que o Brasil cobrasse os impostos aqui, talvez como uma forma de imposto sobre a exportação de produtos altamente competitivos no mercado internacional.

Na época em que o café era o maior produto de exportação brasileiro e o seu preço era elevado no mercado internacional, o governo brasileiro confiscava parte do valor recebido na exportação, que era efetuada exclusivamente pelo IBC - Instituto Brasileiro do Café. O mesmo procedimento foi durante algum tempo efetuado pelo Instituto do Açúcar e do Álcool - IAA.. O valor confiscado era utilizado para vender aqueles produtos mais baratos para o povo brasileiro.

Para proteger os produtores argentinos, o governo daquele país deveria deixar desvalorizar sua moeda, tal como fez o “governo da transição”, já comandado por Lula, no final do governo FHC.

Com a desvalorização da moeda, automática e indiretamente o governo está tributando (sobretaxando) as importações e, ao mesmo tempo, oferecendo incentivos às exportações. Ou seja, o que está sendo cobrado a mais do importador é automaticamente transferido para o exportador. Contudo, parece que o governo argentino quer tirar do importador sem nada oferecer ao exportador. O mesmo também já foi feito de forma inconseqüente no Brasil em várias oportunidades e obviamente não deu certo.

Está evidente que o governo argentino, por mero complexo de superioridade, está querendo mostrar uma forte moeda, que efetivamente não tem. Assim, está tentando manter a supervalorização de sua moeda, o que lhes trará os mesmos prejuízos que a equipe econômica de FHC trouxe para nosso país.

O efeito ORLOFF se inverte. Dessa forma, o Brasil de ontem fatalmente será a Argentina de amanhã.







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