Ano XXVI - 6 de dezembro de 2024

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OS TUCANOS BONS DE BICO II



OS TUCANOS BONS DE BICO II

PSDB É FAVORÁVEL À POLÍTICA ECONÔMICA IMPOSTA PELO FMI ATÉ 2002

São Paulo, 30 de janeiro de 2003 (Revisado em 13-03-2024)

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

Neocolonialismo imposto pelo Fundo Monetário Internacional. Desemprego em Massa para Combater a Inflação, Gerando Miséria, Criminalidade, Inadimplência. Recessão.

O Deputado Federal Walter Feldman do PSDB de São Paulo em entrevista ao Jornal da TV Cultura de 30/01/2003, deixou claro que o PSDB não será oposição no Congresso Nacional desde que tudo seja feito conforme fez FHC. Em suma quis dizer que, se houver mudança na política econômica e social imposta por FHC sob a batuta do FMI, eles serão contra.

Isso foi dito justamente na época em que o próprio PSDB acintosamente se põe a veicular propaganda na qual é dito que o governo FHC fez tudo pelo social, deixando claro que será muito mais fácil para Lula implantar o programa “Fome Zero”, porque foi FHC quem realmente iniciou o movimento ao oferecer aposentadoria rural, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e merenda escolar, esta última para 37 milhões de crianças (tudo de conformidade com a cartilha do mais puro clientelismo praticado pelo coronelato, sem qualquer objetivo de realmente acabar com a miséria, que só pode ser erradicada com pleno emprego e salário justo).

E o emprego, como ficou?

No mês de janeiro de 2003 o IBGE divulgou que houve aumento do desemprego em 2002, quando comparado com 2001, que também foi um ano crítico de recorde negativo.

É claro que a coisa não foi dita exatamente com as palavras aqui escritas, mas, pela forma como colocou o Deputado, é exatamente isso o que seu partido quer fazer, no que se refere à sua condição de oposicionista, e o que quer levar a população a acreditar, no que concerne à política econômica e social de FHC, à qual é defendida como sendo a ideal.

Logo em seguida, no "Programa Econômico", da própria TV Cultura de São Paulo, o apresentador Luiz Nassif disse que os valores destinados aos gastos sociais tirados por FHC do orçamento da União para que fosse gerado superávit primário não foram suficientes para pagar os juros da dívida brasileira de 2002 e que essa dívida cresceu em mais de 4% no mesmo ano. Nassif disse ainda que o excessivo crescimento da dívida externa durante os oito anos de governo de FHC se deveu principalmente à manutenção da baixa cotação do dólar, principalmente nos seus quatro primeiros anos de mandato. Em suma, quis dizer que o governo FHC foi um desastre total, porque nada foi feito com o dinheiro do acréscimo da dívida e, pelo contrário, o Governo ainda perdeu parte de seu patrimônio, que era representado pelas empresas estatais.

Afinal, com quem está a verdade, com Nassif ou com o PSDB?

Talvez não seja tão difícil saber quem está com razão, se considerarmos os grandes problemas econômicos e sociais que se apresentaram no Brasil durante o governo FHC.

Todos nós sentimos um sensível aumento da criminalidade e vimos a impotência das polícias civil e militar na prevenção e no combate à criminalidade e também vimos a incapacidade das forças armadas no combate à surda e muda guerrilha imposta pelo crime organizado, tanto nas favelas como fora delas e principalmente nos presídios e até nas FEBEM.

Apontando para a Constituição Brasileira de 1988, muitos dizem que o combate ao crime organizado não é função das forças armadas e sim das polícias estadual, embora achem que na verdade deveria ser atribuição da polícia federal. Esta é desculpa básica para que as Forças Armadas não sejam expostas ao ridículo de não ter equipamento de guerra à altura dos criminosos. Também dizem que o crime organizado não chegou ao estágio de guerrilha, embora as favelas verdadeiros enclaves impenetráveis e tenham suas próprias leis, que são impostas pelos líderes dos criminosos, que chegam a decretar feriado regional em diversas ocasiões, prontamente obedecido pela população diante da impotência das forças policiais.

Presenciamos os constantes casos de corrupção e criminalidade apurados, envolvendo principalmente políticos de partidos aliados ao de FHC. A desculpa foi a de que antes nada era feito para apurar irregularidades. Porém, nunca tantas irregularidades ficaram impunes (viraram pizzas).

Vimos também o crescente aumento das favelas em razão do desemprego e dos baixos salários, o que fomentou a miséria reinante, colocando o Brasil como o país com o maior desnível social, só comparável à África do Sul, onde era oficializada a segregação racial e social.

Todos nós vimos o quão desastrosa foi a política de privatização das empresas estatais durante o governo FHC, que foi criticada inclusive dentro do próprio PSDB e que causou um grande racha no PMDB, seu maior aliado.

Diante do exposto, parece claro que o PSDB, apesar de em certas ocasiões querer parecer bonzinho, não pretende deixar de lado o seu radicalismo neoliberal de extrema direita em prol da globalização, a qual acentuou no mundo a segregação social, enriquecendo mais ainda os mais ricos, empobrecendo mais ainda os mais pobres e eliminando grande parte da classe média.

Foi justamente em razão dessa política recessiva e retrograda que o Brasil foi rebaixado da condição de 8ª potencia econômica mundial, antes de FHC, para a condição de 12ª, no final de seu segundo mandato. Não, porque os outros países tenham crescido, mas, apenas porque o Brasil regrediu.

Diante dessa realidade, só restou ao povo em 2002 refletir nas urnas a sua insatisfação com a desastrosa política econômica e social adotada por FHC, com o apoio de seus partidários e aliados políticos.







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