Ano XXV - 24 de abril de 2024

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CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A DERROCADA FINANCEIRA DOS IANQUES

A DERROCADA FINANCEIRA NORTE-AMERICANA

PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS

São Paulo, 20/09/2008 (Revisado em 20-02-2024)

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A DERROCADA FINANCEIRA DOS IANQUES

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

Diante dessa derrocada financeira norte-americana, que culminou com a eclosão Crise Mundial em 2008, o mais urgente para os países detentores de reservas monetárias em dólares seria o uso dessas "divisas" para a compra de alguma tecnologia norte-americana, europeia ou japonesa que não fosse possível produzir nos respectivos territórios dos países credores, como é o Brasil.

Outra opção para os chamados de países emergentes seria a utilização das suas reservas monetárias em dólares para recompra (encampação, estatização) de empresas privatizadas controladas por estrangeiros ou a compra de outras empresas estabelecidas em seus territórios que fossem controladas por grupos norte-americanos, europeus ou japoneses.

Nesta hipótese, os países emergentes deveriam dar preferência à aquisição do controle de grupos empresariais sediados em paraísos fiscais (offshore = empresas fantasmas). Tal medida deve ser executada antes que também quebrem ou passem para o controle dos países hegemônico que assim continuariam explorando o neocolonialismo aplicado nas antigas colônias europeias.

Porém, se o governo brasileiro, por exemplo, mostrar interesse por essas opções de utilização das suas Reservas Monetárias em dólares, fatalmente aconteceria outro problema. Nenhuma pessoa física ou jurídica, controladora de empresas ou que tenha sob seu domínio tecnologias de ponta, venderia seus direitos mediante o pagamento em dólares. Por isso, torna-se importante a criação da moeda dos BRICS, que seria a única moeda realmente com lastro entre as existentes no Hemisfério Norte. Assim, os dólares norte-americanos seriam substituídos pela moeda dos BRICS, cujos países passariam a ser os controladores dos antigos países desenvolvidos.

A não aceitação dos dólares em pagamento pela compra de ativos e de serviços, como fizeram alguns profissionais mencionados neste texto e como também foi praticado por alguns exportadores brasileiros, geraria a derrocada fatal da moeda norte-americana por meio de uma maxidesvalorização, pois o dólar não mais teria valor como meio circulante ou como meio de pagamento. O dólar não mais teria “poder liberatório” (poder de quitação ou poder de liquidação ou pagamento de uma dívida ou obrigação).

Aliás, torna-se importante mostrar  um pequeno detalhe aos que ainda acreditam na segurança monetária dos países desenvolvidos.

Os países detentores de reservas monetárias em dólares são os maiores interessados na valorização do dólar. Se o dólar perder seu valor liberatório, aqueles países credores perderiam as suas poupanças em dólares. Isto significa que tais países teriam exportado inutilmente, sem nada receber em troca.

Por isso, torna-se importante a utilização desses dólares na compra de ativos, entre eles, principalmente os bens de produção. Assim fazendo, também seria evitada a total falência dos ianques e dos países europeus.

Foi exatamente esse tipo de derrocada financeira que aconteceu com a moeda e com os títulos alemães após a primeira guerra mundial e com as ações adquiridas por preços exorbitantes na Bolsa de Nova York até 1929.

O mesmo movimento especulativo aconteceu na primeira década deste século XXI, chegando ao seu ápice em 2008. Os compradores de imóveis nos Estados Unidos foram os maiores prejudicados, assim como, todos aqueles que investiram em títulos emitidos pelos bancos ou companhias de crédito hipotecário.

Em razão dos altíssimos preços pelos quais foram negociados, os compradores dos imóveis não tiveram como pagar as dívidas assumidas porque ficaram desempregados em razão da recessão norte-americana que gerou a falência de algumas cidades e pode gerar a falência de metade dos estados norte-americanos. Do outro lado, os bancos hipotecários não tiveram como vender os imóveis recuperados sem amargar volumosos prejuízos.

Sobre a provável falência de estados norte-americanos, veja o texto denominado Desvios ou Desfalques nos Fundos de Pensão. Trata-se do mesmo problema enfrentado por Detroit e por outras cidades estadunidenses que solicitaram judicialmente a sua autofalência.

No Brasil essas constantes perdas patrimoniais sempre aconteceram com os pequenos investidores do mercado de capitais. Os dirigentes da CVM - Comissão de Valores Mobiliários, por exemplo, expediram a Instrução CVM 56/1986, cuja repercussão financeira pode ser considerada como O Maior dos Crimes Contra os Pequenos Investidores.

Como a tal "Instrução", na realidade deliberação dos dirigentes da CVM, os pequenos investidores foram os principais prejudicados. Ou seja, ficaram com os prejuízos somente aqueles investidores que deveriam ter optado pela Caderneta de Poupança e não pelos investimentos em ações.

Como tal crime praticado pelos representantes dos controladores das grandes empresas de capital aberto prejudicou somente os pequenos aplicadores, o fato não foi devidamente alardeado pelos meios de comunicação, que assim agiram em defesa da "honra" seus desonestos anunciantes, entre eles os controladores as companhias abertas ou sociedades de capital aberto.

Diante de todo o exposto, é melhor ficar quieto. E, como disse Lula, devemos fazer de conta que aquela crise norte-americana é insignificante ou que ela realmente não está acontecendo ou, ainda, que a crise não nos afetará. O melhor é não "jogar merda no ventilador" porque, se assim fizermos, eles quebram meeeeesmo.

Portanto, é preciso ter cuidado. Aliados aos magnatas escondidos em paraísos fiscais, se os governantes continuarem a promover a privatização de todas as empresas estatais dos países terceiro-mundistas, os antigos países hegemônicos com certeza voltarão a colonizar economicamente os países produtores de matérias-primas e de alimentos do Hemisfério Sul.

PRÓXIMO TEXTO: PLANOS DO TISA PARA EVITAR A TOTAL FALÊNCIA DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS



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