Ano XXV - 19 de abril de 2024

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SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS VERSUS PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS

A DERROCADA FINANCEIRA NORTE-AMERICANA

PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS

São Paulo, 20/09/2008 (Revisado em 20-02-2024)

SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS VERSUS PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS

  1. A PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E A SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS
  2. SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS
  3. PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

1. A PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS E A SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS

No Jornal da Record do dia 18/09/2008 o que mais chamou a atenção foi a frase pronunciada pela locutora ao mencionar algo que o saudoso Joelmir Betting sempre repetiu na TV Bandeirantes antes e depois de passar pela TV Globo. Tratava-se da “Privatização dos Lucros” e da “Socialização dos Prejuízos”.

O que significa Privatização dos Lucros e Socialização dos Prejuízos?

No Brasil, por exemplo, a privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos aconteceram quando foram “vendidas” as empresas estatais. Ou seja, o prejuízo acumulado pelas empresas governamentais foi assumido pelo Governo (o Povo) porque a elas não era permitido o reajuste dos preços ao consumidor “para evitar a inflação”.

Mas, depois de realizadas as privatizações, sem que os governantes e os gestores da política econômica da época se importassem com o retorno da inflação, os aumentos de preço foram liberados. Por isso, durante a propaganda política de Aécio Neves em 2014, Armínio Fraga disse que naquela época em que assumiu a presidência do Banco Central, no segundo mandato de FHC, estava prevista inflação entre 20 e 50% ao ano.

Na realidade antes das privatizações, a má administração do patrimônio público foi proposital, exatamente com o intuito de justificar a entrega das empresas governamentais aos PRIVATAS amigos.

Essa liberação da majoração dos preços ao consumidor possibilitou a obtenção de grandes lucros pelos “PRIVATAS” que, segundo o jornalista Elio Gaspari (site Observatório da Imprensa), são aqueles que se beneficiaram financeiramente com as privatizações, pois ficaram com os altíssimos lucros obtidos depois dos aumentos de preços autorizados pelas Agências Nacionais Reguladoras, especialmente criadas pelos neoliberais (anarquistas) durante o Governo FHC.

Veja mais informações sobre os Cartéis formados pelas Agência Nacionais Reguladoras nos textos sob o tema Governo Paralelo.

Por que os Neoliberais são Anarquista? O Dicionário Aurélio explica:

ANARQUISMO - "Teoria política fundada na convicção de que todas as formas de governo interferem injustamente na liberdade individual, e que preconiza a substituição do Estado pela cooperação de grupos [econômicos] associados".

Foi o que fizeram os neoliberais: transferiram a administração do patrimônio público para mãos privadas (TERCEIRIZAÇÃO da administração do Estado, inclusive através de Agências Nacionais Reguladoras). Isto é, foi transferindo para os PRIVATAS o patrimonial nacional e os rendimentos dele oriundos.

Acho que Elio Gaspari os chamou de PRIVATAS considerando-os como PIRATAS modernos, tais como os antigos CORSÁRIOS.

Depois do século XV o CORSO era a ação praticada por CORSÁRIOS na "caça a navios mercantes do inimigo, efetuada por navio armado por particular [os "privatas", digo, os piratas], com a devida autorização de um governo [geralmente monárquico, já naquela época privatizante, além de] beligerante" tal como os Estados Unidos da América.

Nas monarquias até que era justificável essa privatização ou terceirização (delegação de poderes) porque, segundo consta: "rei reina, mas, não governa". Por isso os monarcas se utilizavam de mercenários e da delegação de poderes à nobreza (Barões, Viscondes, Condes e  Duques - senhores feudais ou "coronéis" no Brasil), cujo papel ou cuja função seria a desempenhada pelos grupos econômicos da atualidade, especialmente chamados de MULTINACIONAIS, que têm seus donos e patrimônios escondidos em paraísos fiscais.

2. SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS

Do exposto podemos concluir que neste caso das privatizações houve a SOCIALIZAÇÃO DOS PREJUÍZOS porque os governantes da época “venderam” as empresas estatais (entregaram a grupos econômicos previamente escolhidos) por preços bem inferiores aos seus respectivos valores patrimoniais. Antes da venda, as empresas governamentais foram totalmente saneadas (o governo assumiu suas dívidas e a parte operacional das mesmas que era considerada “podre”, não lucrativa).

Isto significa que ficou para o Governo (para o povo, mediante a cobrança de impostos) o ônus do pagamento das dívidas deixadas pela parte podre das estatais. Essas dívidas foram assumidas em razão dos prejuízos acumulados pela impossibilidade de aumentar o preço dos produtos e serviços por elas fornecidos e também foram motivados pela proposital má administração que justificaria a privatização sob o lema anárquico de que "o governo é mau administrador".

Segundo as teorias anarquistas (liberalizantes), se o governo administra mal deve ser extinto e suas funções devem ser transferidas para grupos econômicos organizados, também conhecidos como Máfia ou Cartel (conluio, coalizão).

Todos já devem ter ouvido falar nos antigos mafiosos norte-americanos tão mostrados em filmes, na Máfia Italiana e na Máfia Russa que se organizou depois da extinta URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e conseguiu se apossar das principais empresas russas que eram estatais. Essa dita Máfia Russa é composta de pouco mais de 70 famílias que em pequeno espaço de tempo conseguiram acumular quase um trilhão de dólares devidamente escondidos e protegidos no paraíso fiscal denominado CHIPRE (país insular situado no Mar Mediterrâneo próximo aos litorais da Turquia, Síria e Líbano).

3. PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS

Do outro lado da questão, com a privatização das empresas estatais também houve a PRIVATIZAÇÃO DOS LUCROS porque os lucros futuros que pertenceriam ao Governo (ao povo) foram transferidos para os “PRIVATAS”, aqueles grupos econômicos escolhidos pelos anarquistas mentores das privatizações.

Somente esses grupos econômicos escolhidos tiveram o privilégio de comprar as empresas estatais por preços subavaliados (preços bem inferiores ao verdadeiro valor patrimonial das empresas).

Veja maiores explicações no texto sobre a Privatização da Companhia Vale do Rio Doce.

Isto significa dizer que o povo (verdadeiro dono das empresas governamentais) individualmente não podia participar dos “leilões” de privatização, dos quais somente podia participar aquele pequeno número de grupos econômicos privilegiados (“os mafiosos”ou "privatas"). Assim, tais grupos econômicos passaram a ser os donos do patrimônio que antes pertencia ao Povo.

Qualquer semelhança dos procedimentos dos nossos ex-dirigentes privatizantes com os procedimentos de Gorbachev, quando desmantelou a URSS, é mera coincidência.

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