Ano XXV - 20 de abril de 2024

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O DESASTROSO NEOLIBERALISMO DE MARGARET THATCHER


O DESASTROSO NEOLIBERALISMO DE MARGARET THATCHER

A SEMELHANÇA COM O BRASILEIRO NÃO É MERA COINCIDÊNCIA

São Paulo, 15/04/2018 (Revisada em 17/03/2024)

Neoliberalismo, Trabalho Escravo, Globalismo, Apogeu e Queda, Anarquismo, BNH e Sonho da Casa Própria, Neocolonialismo, Paraísos Fiscais, Sonegação de Tributos, Sistema Bancário Fantasma - Shadow Banking System, Autorregulação dos Mercados Financeiros, Falência dos Sistemas Tributários das Nações.

  1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
  2. O DESASTROSO NEOLIBERALISMO DE MARGARET THATCHER
  3. O DESASTROSO NEOLIBERALISMO DOS BANQUEIROS INGLESES
  4. AS EXPLICAÇÕES SOBRE DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS E FINANCEIRIZAÇÃO
  5. A DESREGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL E A AUTORREGULAÇÃO DOS MERCADOS
  6. A DESENFREADA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E O SUBPRIME
  7. OS ECONOMISTAS ORTODOXOS FORAM PEGOS NA MENTIRA

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Considerando-se o descrito no texto publicado em 09/03/2018 por UOL Notícias, de autoria de Tim Vickery, colunista da BBC Brasil, formado em História e Política pela Universidade de Warwick, podemos dizer que se assemelha a diversos outros textos bem mais antigos publicados neste COSIFE desde quando o site foi colocado na internet em 1999. Por isso, o coordenador deste COSIFE, com sua memória de elefante, tomou a liberdade de compará-lo com as mencionadas publicações aqui efetuadas e com fatos publicados na internet desde que ela existe no Brasil.

Aqui sempre foi escrito, inclusive foi dito e demonstrado em cursos ministrados na ESAF de 1984 a 1998, que a desgraça promovida pela globalização neoliberal, que defende a autorregulação dos mercados financeiros, nada mais é que uma teoria anárquica baseada na tese de que qualquer forma de governo interfere injustamente na livre iniciativa empresarial, cujos patrões tendem a optar pelo retorno de um regime feudal totalmente escravocrata. Esses patrões seriam os principais sonegadores de tributos que, auxiliados por paraísos fiscais, causaram a falência dos sistemas tributários de todas as Nações.

Até aqui nada de novo porque os dicionários dizem mais ou menos o aqui descrito sobre o significado da palavra anarquismo. Porém, tanto Ronald Reagan (nos Estados Unidos) como Margaret Thatcher (na Inglaterra) resolveram aplicar a esdrúxula tese defendida pelos neoliberais anarquistas, razão pela qual o mundo desde aquela época vem caminhando para a total exclusão dos menos afortunados entes globais.

Veja em Reformas Trabalhista e Previdenciária - Caminhando para o Trabalho Escravo os comentários sobre a tese defendida pelos economistas escravocratas laureados com o Prêmio Nobel de 2010, razão pela qual muitos passaram a desacreditar na seriedade de tal premiação, pois é contrária aos esforços da ONU no combate ao trabalho em regime semelhante ao da escravidão.

O próprio texto da BBC Brasil nada tem de novo se considerarmos o que foi publicado em 08/11/1999 na qualidade de Editorial do Jornal Folha de São Paulo com o título Globalismo, Apogeu e Queda em que é destacada a frase: "Já se acumularam evidências convincentes de que houve uma euforia despropositada com a vitória liberal".

Tudo isto nos leva a crer que autor do texto a seguir comentado pesquisou na internet e assim encontrou todas as informações necessárias à sua monografia. Ou seja: na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se copia. E, tanto a BBC Brasil como o UOL Notícias, querem cobrar direitos autorais sobre o publicado. Mas, não pagaram direitos aos autores dos textos de outrora.

2. O DESASTROSO NEOLIBERALISMO DE MARGARET THATCHER

Segundo o autor do texto publicado, lá pelos anos da década de 1980, Margaret Thatcher iniciava uma demagógica campanha que não somente a conduziria ao posto de primeira-ministra do Reino Unido, como também lançaria um modelo econômico e social totalmente excludente dos sem estirpe que acabou por conquistar a aprovação de seus intentos pela escravocrata elite mundial. Os princípios do neoliberalismo anárquico viraram as certezas globais de ponta-cabeça. E, bem no centro do projeto, havia uma mentira enorme.

Havia uma frase que a "Dama de Ferro" sempre repetia desde 1978: "Não podemos continuar gastando mais do que estamos ganhando". Michel Temer seus apoiadores também repetiram a mesma balela. Essa é uma forma de impedir que os mais pobres progridam.

Como os pobres ganham salários baixíssimos, ficam automaticamente impedidos de consumir com pagamento à vista. Logo, precisam de financiamentos e não se importam com o montante dos juros que estão pagando.

Mas a poderosa ministra inglesa criou um império econômico, chamado de neocolonialismo, fazendo exatamente isso: gastando muito mais do que a Inglaterra poderia ganhar com o neocolonialismo nas antigas colônias. Aliás, desde a Revolução Industrial inglesa os gastos astronômicos dirigiram-se a um projeto de dominação das colônias pertencentes a Portugal, o que também fizeram, holandesa, franceses e outros europeus que focaram nas colônias espanholas e deixaram, como marcas de suas presenças no Terceiro Mundo, os seus respectivos idiomas.

Na realidade Margaret Thatcher na década de 1980 estava querendo retomar o império colonial perdido com a Segunda Guerra Mundial. Como naquela guerra chegou à falência (bancarrota), a Inglaterra ficou inerte até a chegada de Thatcher, que se aproveitou da Falência dos Estados Unidos ocorrida na década de 1970, ocasião em que foi extinto o Padrão Ouro para o dólar. Depois disto o dólar desvalorizou em relação ouro.

Foi então que surgiram os Petrodólares dos árabes ricos em petróleo. Para defender seus interesses, criaram um CARTEL identificado pela sigla OPEP - Organização dos Países Produtores de Petróleo com a presença da Venezuela de Hugo Chavez, que se revelou como grande problema para os STATES. Aliás, em 26/06/2002 a BBC Brasil publicou matéria intitulada OPEP elege mais uma vez um venezuelano como presidente.

Naquela mesma época (década de 1970) os militares brasileiros (golpistas de 1964), para desespero da nossa Elite Vira-Lata apoiadora do Golpe Militar, resolveram adotar a política de estatização da nossa economia tal como a praticada por Getúlio Vargas e João Goulart, que também passou a ser praticada pelos países membros da OPEP.

Gastando mais do que poderiam conseguir como resultado positivo, depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos passaram a promover guerras pelo mundo afora com o mesmo intuito de conquistar terras e roubar as riqueza naturais dos terceiro-mundistas. Como consequência de tanta desfaçatez, foram gastando exorbitantemente, sem o devido retorno em recursos naturais roubados dos paises invadidos, razão pela qual transformaram-se no maior devedor dentre todos os países.

3. O DESASTROSO NEOLIBERALISMO DOS BANQUEIROS INGLESES

Segundo pesquisa efetuada pelo colunista da BBC Brasil, quando Margaret Thatcher assumiu o cargo de primeira ministra do Reino Unido, em 1979, o nível de dívida privada (de pessoas e empresas) estava por volta de 60% do PIB britânico. Essa medida começou a ser calculada em 1880 e, durante um século (até 1979), nunca ultrapassou 72% do Produto Interno Bruto, ficando na média em 57%.

A partir da chegada de Thatcher (1979), esse índice explodiu, e continuou explodindo, inclusive no governo do trabalhista Tony Blair que em vários sentidos foi o seu herdeiro intelectual. Em 2010 a dívida privada inglesa beirou um alucinante 200%.

Antes de se continuar esse debate entre pesquisas efetuadas também pelo coordenador deste COSIFE que já era contador formado na UFRJ desde 1969 e trabalhou em grandes empresas desde 1961, ingressando no BACEN em 1976, torna-se importante esclarecer que o Depósito Compulsório que as instituições financeiras devem efetuar nos bancos centrais tem a finalidade de impedir essa explosão da dívida privada. Porém, para isto não colaboram os Paraísos Fiscais. Agem ao contrário.

Diante do exposto, um pouquinho de M1 (dinheiro em circulação = meio circulante) nas mãos de um banqueiro (sem a obrigatoriedade do depósito compulsório) pode gerar grande quantidade de M2 (moeda escritural) , assim ampliando o total de seus ativos (empréstimos concedidos).

Então, quando alguém diz que o índice de inadimplência corresponde a "apenas" 5% dos ativos dos bancos, como foi dito por um dirigente do Banco Central do Brasil em 2016, de forma velada quer dizer para os bons entendedores que os bancos já teriam perdido 50% do seu Patrimônio de Referência, que é usado como base dos limites operacionais impostos pelos inócuos Acordos de Basileia. Inócuos porque nunca conseguiram evitar a quebradeira de bancos, tal como aconteceu no Governo Temer. Os Ativos de um banco (empréstimos concedidos) podem atingir a aproximadamente 10 vezes o seu Patrimônio de Referência.

4. AS EXPLICAÇÕES SOBRE DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS E FIANCEIRIZAÇÃO

Na página deste COSIFE sobre os Depósitos Compulsórios estão as explicações para sua existência e finalidade. Nos Paraísos Fiscais, por exemplo, como não existe o Depósito Compulsório, a circulação da moeda escritural torna-se infinita e assim pode provocar grande especulação na localidade ou país em que um banco offshore venha atuando. Porém, esse tipo de inflação não ocorre naquelas ilhas do inconfessável porque nelas só os ricos consomem. Os pobres trabalham com serviçais em regime de semi-escravidão.

Essa violenta infiltração dos bancos privados na economia representa o triunfo do chamado de capital financeiro ou o triunfo da FINANCEIRIZAÇÃO. Foi uma revolução efetuada pelos bancos contra as normas impostas ao Bancos Centrais pelo Comitê de Supervisão Bancária de Basileia (Suíça).

5. A DESREGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL E A AUTORREGULAÇÃO DOS MERCADOS

Para felicidade dos inescrupulosos banqueiros, Thatcher iniciou o processo de desregulamentação do setor, que também foi chamada de autorregulação dos mercados financeiros. Os bancos foram agraciados com o poder de fazer tudo o que bem quisessem. E o que fizeram foi semear dívida. O sonho do setor financeiro é transformar todos em escravos da dívida. A dívida do cidadão é o patrimônio do banco, assim como o alto índice de inadimplência se apresenta como causador da falência dos bancos. E o maior potencial para tais ganhos estava no mercado imobiliário que, pelos especuladores, foi transformado em perdas, com a importante participação dos corretores de imóveis.

A imensa especulação no mercado imobiliário norte-americano resultou na Crise Mundial de 2008, com a falência do Lehman Brothers devido a crise dos SUBPRIMES. Veja em A Derrocada Financeira Norte-Americana.

Assim como aconteceu no Brasil com a criação do BNH - Banco Nacional da Habitação, que controlava a atuação das Companhias de Crédito Imobiliário e os depósitos nas Cadernetas de Poupança, nos Estados Unidos aconteceu com os financiamentos privados de Companhias de Crédito Hipotecário, os quais chegaram ao ápice especulativo que resultou num suicida estouro da bolha inflacionária do setor imobiliário.

Nenhum brasileiro com complexo de vira-lata sabe quem começou primeiro essa brincadeira como aquela praticada no jogo chamado de BANCO IMOBILIÁRIO.

Mas, os brasileiros mais velhos e por isso mais experientes sabem que o BNH foi fundado pela Lei 5.762 de 1971. Ou seja, tudo começou aqui. Assim sendo, Margaret Thatcher apenas copiou o feito pelo nosso Regime Militar que promoveu oa chamado de Milagre Econômico Brasileiro de crescer sem ter captado aquele doentio ou insano capital estrangeiro de sonegadores de tributos escondidos em paraísos fiscais.

Mas, os brasileiros contaminados pelo famoso complexo de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues, achavam e continuam achando que Thatcher promoveu como nunca antes o sonho da casa própria. E enquanto os preços subiam que nem balões, parecia - pelo menos no curto prazo - uma boa ideia.

6. A DESENFREADA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E OS SUBPRIMES

Mas o que estava por trás do aumento incrível do preço dos imóveis?

A resposta clássica seria que uma casa vale o que o comprador está disposto a pagar. E assim acontece com todas as outras coisas, principalmente com as supérfluas. Por isso surgiu a história dos SUBPRIMES. Porque, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, ninguém estava de fato comprando imóveis, era tudo financiado. Era uma espécie de locação a logo prazo, tal como acontece nas operações de leasing - Arrendamento Mercantil.

Nesse caso, ao contrário da premissa destacada acima, a casa valia o que o banco estava disposto a emprestar - um montante crescente, daí o aumento dos preços. Então, uma casa que antigamente valia um salário médio de três anos de repente passou a valer um de 40 anos.

Nas operações de leasing, assim como no crédito hipotecário praticado nos Estados Unidos e no crédito imobiliário praticado no Brasil, se o devedor não pagar as prestações, o bem é retomado. O problema norte-americano foi que depois de retomados os imóveis, não existiam trabalhadores empregados que os pudessem comprar, pelo exorbitante preço que foram retomados. Bastava pagar a dívida restante. Mas, o valor da dívida era suficiente para construir pelo menos cinco imóveis iguais. Foi assim que Lehman Brothers faliu. Micou com os imóveis retomados.

Mesmo sabendo de todas essas adversidades enfrentadas nos Estados Unidos e noutros países desenvolvidos, fazendo-se de analfabeto funcional, Michel Temer quer fazer o Povo novamente sonhar com a casa própria para que sejam desovados os imóveis encalhados nos estoques de seus apoiadores. A venda dos imóveis por preços atrativos pode funcionar como compra de votos para conseguir a sua eleição como presidente. O problema a ser enfrentado é que os mais 60 milhões de inadimplentes devem estar nas famílias dos desempregados. Então: Vender para quem?

7. OS ECONOMISTAS ORTODOXOS FORAM PEGOS NA MENTIRA

A expansão do mercado imobiliário consistia-se apenas numa parcela da "Revolução de Thatcher", copiada do Regime Militar brasileiro iniciado em 1964.

Thatcher também enfrentou à mão de obra organizada, por meio do sindicalismo, tal como também enfrentaram os governantes brasileiros desde que Getúlio Vargas regulamentou o sindicalismo em 1932.

O poder do sindicalismo brasileiro era tão grande que em 1989 quase foi eleito um torneiro mecânico sindicalista para Presidência da República. Depois de outras tentativas, foi eleito em 2002 e transformou o Brasil em potência mundial.

Antes de Lula o nosso país era indiretamente comandado pelo FMI porque era um dos principais devedores e a partir de 2006 tornou-se credor e sócio do FMI. O Brasil nunca teve significativos estoques de Reservas Monetárias, salvo no Governo de Getúlio Vargas, mas, no Governo Lula chegou a ser o quinto maior possuidor dessas Reservas. E de lá para cá não perdeu posições porque o agronegócio brasileiro a partir de 2003 foi muito bem estruturado com o apoio governamental.

Depois da Segunda Guerra Mundial, governos no Ocidente promoveram políticas econômicas de PLENO EMPREGO, assim como aconteceu no Brasil a partir de 2003 e também nos Governos de Getúlio Vargas e João Goulart.

A partir daqui o colunista da BBC escreveu:

Com sindicatos fortes, a mão de obra ganhava cada vez mais. Depois de três décadas, isso obviamente passou a produzir inflação: uma vez que os trabalhadores recebiam aumentos, a maneira mais fácil para as empresas manterem o lucro era elevando os preços, causando um círculo vicioso.

Para desespero dos mentirosos, naquela época (1981) Erasmo Carlos compôs a letra e música de intitulada Pega na Mentira.

É claro que os trabalhadores só tinham reajustes depois da inflação ocorrida.

Os idiotas daquela época também diziam que a correção monetária, inventada no Brasil, era alimentadora da inflação. Mas, ela só era contabilizada nas empresas no final do ano em que efetivamente ocorreu a inflação.

Logo, diante desses fatos só é possível acreditar que os empresários inescrupulosamente gananciosos eram os verdadeiros geradores da artificial a inflação, que acontecia SEM os efetivos aumentos de seus custos operacionais.

Todos os contadores sabem disso.

Então, depois de ocorrida a falsa inflação, os sindicalistas ficavam meses brigando para que fossem conseguidos os reajustes salariais.

Thatcher e seus aliados chegaram à conclusão de que era impossível ter uma economia moderna com sindicatos fortes.

Temer e seus apoiadores, seguindo os passos ideológico-escravocratas de Margaret Thatcher, também querem fazer os brasileiros acreditarem que os trabalhadores devem ser explorados como em regime de semi-escravidão. Por isso querem tirar do Povão todos os seus Direitos Socais.

O interesse foi que os laureados com o Prêmio Nobel de Economia em 2010 também defender essa esdrúxula tese.

Se de fato essa tese for verdadeira, pergunta-se:

  1. Sem consumidores, como os micros, pequenos e médios empresários sobreviverão?
  2. Como as empresas privatizadas prestadoras de serviços públicos essenciais sobreviverão?
  3. Como as empresas terceirizadas sobreviverão?
  4. Como sobreviverão os bancos e as financeiras sem o CDC - Credito Direto ao Consumidor?
  5. Como os governos federal, estaduais e municipais sobrevirão sem a arrecadação de tributos porque não mais existirão milhões de consumidores e empresários varejistas?

A existência dessas desgraças obviamente não foi percebida por aqueles infelizes analfabetos funcionais que acreditam piamente serem os trabalhadores os culpados pelos problemas econômicos.

Tais analfabetos funcionais não conseguem perceber que os culpados de todos esses desacertos são os economistas ortodoxos (como aqueles laureados o Nobel em 2010), que obviamente foram corrompidos por inescrupulosos detentores do Poderio Econômico.

Que culpa têm os trabalhadores, tais barbaridades cometidas em Licitações Públicas que aumentam exorbitantemente os custos governamentais nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).

Só falta agora aqueles infelizes ignorantes dizerem que os trabalhadores foram os causadores da Crise de 1929 em Wall Street.

A partir daqui o colunista da BBC Brasil passou  a criticar o sistema implantado pelos neoliberais.

Aprovadas pelos já conhecidos corrompidos pelos lobistas do grande capital, no primeiro mundo leis e tecnologias novas foram usadas para quebrar o poder dos sindicatos, e fábricas foram deslocadas para o terceiro mundo, onde dava para pagar muito menos aos quase escravos.

No auge do boom, Alan Greenspan, durante muitos anos presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Fed), comentou sobre um paradoxo aparente: a produtividade do empregado subia, mas os salários, não. Atribuiu isso ao "trabalhador apavorado", a essa altura, preocupado demais em perder o emprego (e consequentemente a casa). Assim, os trabalhador evitava reivindicar um aumento salarial.

Greenspan falou num tom de triunfo. Mas eis aí a bomba-relógio do projeto Thatcher, Reagan e etc.:

Como manter o consumo numa época assim? Com a expansão do crédito, tal como fez o Lula, principalmente a partir de 2008.

Mas como conciliar isso com o aumento tão significativo do preço da moradia?

Uma bolha no preço dos imóveis de um lado, salários estagnados e menos segurança de emprego do outro. Desequilíbrio total vira uma questão de tempo. Foi o que aconteceu no Governo Temer.

Chega um momento em que as pessoas não conseguem mais pagar as suas dívidas. Ficam inadimplentes. Surge o perigo de um calote em massa. O sistema acaba balançando em cima de uma cabeça de pino. Desmoronou em 2008, e parece que até agora ninguém achou uma saída.

Então, torna-se importante explicar mais um detalhe. O Brasil desmoronou a partir de quando a extrema direita (inimiga dos trabalhadores) começou forçar a saída de Guido Mantega do Ministério da Fazenda.

De fato existe aquele velho ditado sempre repetido pelos mais espertos no setor bancário: nunca empreste para quem precisa.

Mas, quem não precisa de empréstimos, investe no Tesouro Direto. Então, os banqueiros não tendo para quem emprestar também investem no Tesouro Direto.

Na revolução de Thatcher, os bancos deixaram isso de lado. Quando se empresta para quem precisa, o lucro é mais alto.

Por isso no Brasil as taxas de juros cobradas do Povão chegam a 400% ao ano. Mas vem com riscos. Porém, pobre morre pagando a dívida, embora nunca consiga liquidá-la. Sabendo disso, os bancos foram semeando dívidas, até quebrarem sobre o peso dos empréstimos tóxicos.

Foi o que aconteceu no Governo Temer em razão do desemprego artificialmente gerado pelos empresários que resolveram importar da China para acabar com os sindicatos.

Aí entra a velha história: enquanto deu certo, os lucros astronômicos foram distribuídos entre agentes privados. Essa é a chamada de Privatização dos Lucros e Socialização dos Prejuízos descrita em textos do COSIFE desde que foi colocado na internet em 1999.

Então, quando o sistema quebrou, foi a sociedade que pagou o pato, sofrendo com o corte de gastos sociais, numa tentativa fútil de equilibrar as contas, tal como fez Michel Temer.

As consequências disso são terríveis no primeiro mundo - cada vez mais pessoas dormindo nas ruas, por exemplo.

No Brasil atual, é simplesmente apavorante. O desequilíbrio entre o preço da moradia e a situação de emprego, a desigualdade histórica, o culto do consumo, a violência urbana…

As portas da barbárie estão abertas. Quatro décadas depois do crescimento do thatcherismo, copiado dos Militares Brasileiros com a criação do BNH em 1971, precisamos com urgência de um novo modelo.

Mas, vem aí a 4ª Revolução Industrial (INDUSTRIA 4.0) que pretende dar emprego apenas àqueles situados nas Classes Sociais "A" e "B", As demais classes sociais, preconceituosamente consideradas inferiores, ficarão ao "DEUS DARÁ".

Melhor seria, então, estatizar toda a economia como fez Franklin Roosevelt para desespero dos profissionais de Wall Street. E assim Roosevelt transformou os STATES em potência mundial. Foi reeleito várias vezes de 1933 até sua morte em 1945, quase no mesmo período em que Getúlio Vargas governou o Brasil de 1930 a 1946.

Como fazer isto? Veja em A Lição Democrática da Islândia e em Islândia: O Povo Exigiu a Falência dos Bancos e se Deu Bem







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