Ano XXV - 20 de abril de 2024

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A ELITE GLOBAL POR TRÁS DA CRISE NA SOCIALDEMOCRACIA


A ELITE GLOBAL POR TRÁS DA CRISE NA SOCIALDEMOCRACIA

A NOVA ORDEM MUNDIAL SEDIADA EM PARAÍSOS FISCAIS

São Paulo, 10/12/2016 (Revisada em 13-03-2024)

Referências: Neocolonialismo Global - os Países Desenvolvidos NÃO ESTÃO a Salvo, Corrupção Internacional Patrocinada pelos Agentes do Shadow Banking System - Sistema Bancário Fantasma sediado em Paraísos Fiscais, A Infeliz Atuação dos Mercenários da Mídia - Vendendo cada vez menos jornais. Capitalismo Bandido dos Barões Ladrões.

A NOVA ORDEM MUNDIAL SEDIADA EM PARAÍSOS FISCAIS

Por Américo G Parada Fº - Contador - Coordenador do COSIFE - ex - Auditor do Banco Central do Brasil.

Mais uma vez foi encontrado na Internet alguém demonstrando tudo aquilo que de forma semelhante tem sido divulgado neste site do COSIFE desde 1999 e que o coordenador do referido site veio explicando (demonstrando com exemplos baseados em fatos) em cursos ministrados na ESAF - Escola de Administração Fazendária desde 1984, com agravamento da situação a partir da década de 1990.

Trata-se da Internacionalização do Capital Nacional (de todos os países) em Paraísos Fiscais que continua sendo apresentada neste site com exemplos baseados em casos ocorridos desde aquela época em que eram ministrados os cursos na ESAF.

Em razão dessa Internacionalização do Capital por meio da conhecida Lavagem de Dinheiro obtido na ilegalidade, aplicado no referido Shadow Banking System, as empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais (entre elas os Bancos Offshore) têm formado imensos cartéis controladores de entidades jurídicas com ou sem fins lucrativos em todos os países, colocando sob dominação também todos aqueles políticos que sempre se apresentam como Falsos Representantes do Povo.

Aliás, é o que mais vem acontecendo no governo de Michel Temer devidamente apoiado pelo PSDB e por seus demais aliados, visto que o PMDB de Temer, Renan e Cunha e o PP de Maluf também fazem parte dessa aliança que tem como intuito Tirar dos Pobres para Dar aos Ricos, com a indiscutível anuência dos demais membros dos Três Poderes de uma Nação que está sendo dinamitada (demolida, desmontada) por totalitários que se dizem democratas e republicanos.

Fazendo menção direta ou indiretamente a tudo isto, em entrevista a Luiz Nassif, com preâmbulo por Lilian Milena do Jornal GNN, do dito pelo cientista político Jessé Souza, em síntese ele afirma que estamos enfrentando um inimigo de altíssimas proporções que se põe de uma forma internacional.

Trata-se do capitalismo financeiro (especulativo, não produtivo) que esconde o dinheiro sujo de todos os tipos de criminosos, contraventores, corruptos e corruptores, entre eles os lobistas, doleiros e cambistas que são os intermediários financeiros ou correspondentes bancários dos Bancos Offshore de Paraísos Fiscais.

A ELITE GLOBAL POR TRÁS DA CRISE NA SOCIALDEMOCRACIA


No vídeo, Jessé Souza (á esquerda) conversa com Luiz Nassif sobre o conteúdo da entrevista a seguir transcrita,
com anotações e comentários em letra azuis e com explicações complementares em NOTAS,
redigidas pelo coordenador deste COSIFE

PREÂMBULO

Jornal GGN - Michel Temer já está no poder há mais de seis meses e a crise política não foi estancada. Analistas, sejam eles economistas, cientistas políticos ou da própria imprensa nem mais arriscam prever o futuro próximo da frágil democracia brasileira.

A instabilidade política é um fenômeno que tem se espalhado não só no Brasil, mas em todos os países nos últimos anos. Se por um lado é difícil prever onde os dados lançados pelos jogadores mais influentes do sistema político-econômico irão levar as populações de cada país, por outro, é possível compreender no exemplo brasileiro os interesses por trás da mudança abrupta no poder, e que levou ao afastamento da presidente Dilma.

Um dos principais pensadores desse tema que preocupa a população do nosso país é o professor da Universidade Federal de Brasília (UnB), Jessé Souza, autor de dois sucessos literários publicados nos últimos anos, "A tolice da inteligência brasileira" (2015) e "A radiografia do Golpe" (2016).

Em entrevista para Luis Nassif, do Jornal GGN, Jessé esclarece os motivos do desequilíbrio causador da pior crise financeira jamais enfrentada no Brasil. Trata-se da inabilidade do grupo que assumiu o poder, através do golpe parlamentar, de construir uma narrativa coerente com o que prometeu à sociedade.

Tal grupo dizia que era necessário derrubar um governo incompetente, em termos de gestão, para colocar o país nos trilhos. Mas, indiretamente revelou que o único interesse real era retomar o poder, pelo poder, incentivado por interesses [neocolonialistas dos] norte-americanos e [europeus], de forma mais abrangente, pelo capitalismo [bandido] mundial [dos barões ladrões estabelecidos em paraísos fiscais].

O mais interessante, pontua Jessé, é que as elites nacionais [de todos os países] podem até pensar, num primeiro momento, que saíram ganhando com o investimento que fizeram na crise política que alterou o governo, mas agora, sem capacidade de tirar o país da tempestade, correm sérios riscos de serem devoradas pela massa [de eleitores] sedenta por “justiça” contra a corrupção que [essas elites vira-latas] ajudaram a criar.

Em relação à participação de grupos estrangeiros na instabilidade política, o fato do “inimigo” ser maior do que imaginávamos torna a retomada do controle democrático do poder ainda mais desafiador. E esse é um fenômeno não só enfrentado no Brasil, mas também em outros países, onde a soberania popular [pelo voto] está sendo soterrada por uma força sem rosto do capitalismo mundial. [Trata-se da intangível Nova Ordem Mundial que ninguém sabe quais são seus verdadeiros líderes].

Ora, sem saber exatamente quem é o inimigo, como acertar o alvo?

"[Estamos] enfrentando um inimigo de altíssimas proporções e que a reação a ele é sempre local, é fragmentada. Ele se põe de uma forma internacional, como se viu no nosso golpe aqui (...), nesse filme novo do Oliver Stones, [chamado] 'Snowden', não por acaso, está [a temática do] controle sobre o petróleo, como barrar empresas como a Petrobras, que há alguns anos atrás tinha uma enorme capacidade de investimento, mais do que o próprio estado brasileiro, isoladamente".

E os donos do poder não trabalham com uma estrutura qualquer, e sim a partir de uma refinada articulação que envolve meios de comunicação e cultura como principais indutores de comportamento das massas, daí o papel importante dos grandes veículos de imprensa [os Mercenários da Mídia] em cada país para colocar ou destituir lideranças políticas. Por essa razão, Jesse chama atenção para o perigo da uniformização, cada vez maior, do pensamento.

A gente está vivendo uma coisa que [Theodor] Adorno dizia, uma sociedade massificada, sem capacidade de reflexão. Você [como elite] retira a reflexão e o fascismo [acaba] vindo de uma forma normal”.

O professor também critica os grupos tradicionais de esquerda que chegaram ao poder e contribuíram para a crise institucional, por não terem avançado na reflexão das mudanças em curso, tanto na forma como o capitalismo financista [Financeirização] se rearticulava, como nas manifestações sociais que, aqui no Brasil, podem ser representadas pelas marchas de Junho de 2013 e, em termos mundiais, pelas ocupações na Europa e a Primavera Árabe.

TEXTO RELATIVO AO DIÁLOGO DE JESSE SOUZA COM LUIZ NASSIF

Acompanhe a seguir a transcrição na íntegra, feita Lilian Milena do Jornal GNN, com anotações, comentários e NOTAS pelo coordenador deste COSIFE.

DESMANCHE OU ESGARÇAMENTO INSTITUCIONAL

Luis Nassif - Jesse, nesse quadro atual de [nítido] desmanche das instituições, o que você prevê como desdobramento?

Jesse Souza - ... Nós estamos passando por um esgarçamento institucional, com as piores consequências por conta disso. No meu livro "A Radiografia do Golpe" (2016) tentei fazer uma comparação com um assalto a um banco.

Como se sabe, nos filmes policiais é fácil para um bandido arrumar aventureiros para assaltar um banco, mas a coisa começa a esquentar quando você vai dividir o saque. É exatamente o que está acontecendo efetivamente.

Você assalta a soberania popular, [rasgando o voto popular], e na hora de dividir o saque [acontece o conflito] porque, é claro, os atores entraram apostando o que tinham. E todos os bandidos sempre querem uma parcela maior que a dos outros, por se acharem mais importantes, mais espertos. Os comparsas são sempre otários.

No nosso caso (na realidade atual), o Judiciário para sua sobrevivência tem a ver com a legitimação do ato, assim como o ... Congresso e o sistema político.

Embora [a crise política que os levou ao golpe parlamentar] tenha sido baseada em uma mentira construída midiaticamente [pelos "jornalões" dos mercenários da Mídia], numa distorção sistemática da realidade, o fato é que sendo verdadeiro ou não, essas legitimações enredaram os seus atores e os colocaram no descrédito perante alguns eleitores, pelo menos um terço de todos eles. Estes, em protesto, deixaram de votar nas eleições municipais de 2016.

Já os tais atores do golpe, reprovados pelos mencionados eleitores, ainda contaram com a mídia [mercenária], ... que fez o [deplorável] papel de criar um simulacro de realidade, para os fins mais mesquinhos e venais.

Por enquanto a Mídia Mercenária ainda está pautando a realidade exposta por Michel Temer, mas podemos acreditar que a médio prazo [a mídia comercial] vai sofrer uma ... importante crise de confiança, o que de fato já vem acontecendo (paulatinamente) há algum tempo.

Para o entrevistado Jessé Souza essa é a história do não se mexe em coisas como soberania popular, achando que você pode encontrar um substituto para [os eleitores, só será possível mediante a implantação de um Regime Totalitário, sem eleições]. Em tese, não existe essa possibilidade. [A democracia] é o único acordo societário possível [recomendável].

NOTA DO COSIFE:

Na realidade é o Povo quem vota e conscientemente esse Povo não votaria em seus verdadeiros algozes. Mas, ficou demonstrado que essa premissa não é verdadeira.

Na eleição municipal de 2016, como foi mencionado acima, em protesto, um terço dos eleitores deixou de votar, transformando os apoiadores do Golpe Parlamentar em grandes vitoriosos no Brasil inteiro e principalmente nas capitais estaduais, onde teoricamente estão os eleitores mais politizados e/ou os defensores da anarquista institucional que se verificou em 2016.

Diante dessa renúncia ao voto, é de se supor que de fato o Povo quer perder todos os seus Direitos Sociais descritos na Constituição Federal de 1988. Isto significa indiscutivelmente que os mercenários da mídia foram vitoriosos na manipulação da Opinião Pública.

Enquanto os políticos legislam em favor de si mesmos, o Povo vota contra si mesmo.

Infelizmente, essa foi a verdade estatisticamente apurada durante as eleições municipais de 2016.

A IMPORTÂNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NA CRISE INSTITUCIONAL

Luis Nassif - Quando a gente vê a crise da social democracia, ou dos estados nacionais em vários locais,  qual será o protagonismo do Judiciário aqui? Vai ser caça às bruxas?

Jesse Souza - Acho difícil de antecipar o que vai ocorrer até porque estou pasmo como nós todos.

O tema do judiciário tem a ver com o espaço de uma luta interna dentro do aparelho de Estado por duas razões básicas: dinheiro e vantagens. Trata-se de uma espécie de psicopatia muito comum nos megalomaníacos.

Obviamente é um judiciário que ... está ... mostrando quanto ganha, suas vantagens [em relação aos demais cidadãos e cidadãs]. Certamente não tem outro paralelo no mundo o que os juízes ganham, que os demais servidores públicos não têm o mesmo direito. Aí ... está entrando também outro aspecto que é do controle da agenda do Estado, que está avançando.

Mas, obviamente, não acredito que seja aquela caminhada da vitória para um aprofundamento desse processo. Acho que tem a ver com o desespero também.

Montou-se uma narrativa que não está correspondendo à realidade. No fundo aconteceu o afastamento da esquerda, ... atingindo o sistema político inteiro e também os partidos da base da banca rentista, como o PMDB. Obviamente isso não pode chegar ao PSDB, porque foi a banca rentista que bancou o golpe inteiro. Acho que essas coisas todas estão sendo postas agora de modo muito nu, queiram ou não queriam os mercenários da mídia.

NOTA DO COSIFE:

É até provável que eles mesmos (os mercenários da mídia) tenham sido infantilmente iludidos pelos oposicionistas aos dois últimos governos populares. Afinal, sem os 200 milhões de consumidores transformados em párias pelas medidas inconstitucionais formuladas por Michel Temer e sua equipe, pergunta-se:

Como os empresários de todos os segmentos operacionais vão sobreviver sem os consumidores?

E essa questão não se dirige somente ao Brasil. É também endereçada ao "Resto do Mundo".

Sem consumidores estaremos voltando ao Regime Feudal que prevaleceu na Idade Média.

OS JORNALÕES QUEREM CALAR AS REDES SOCIAIS DOS ESQUERDISTAS

Luis Nassif - Essa questão do PSDB, você tem uma blindagem da mídia... você pega esse negócio dos 23 milhões do Serra [repassados pela Odebrecht para caixa 2], O Globo não deu nada. Mas a existência das redes sociais, se por um lado também elas são muito segmentadas, é possível manter esse tipo de jogo sem calar as redes sociais?

Jesse Souza - É difícil calar as Redes Sociais de quaisquer lados que estejam.

O fato é que a gente tem uma parte importante do público cuja opinião é moldada pela grande mídia.

E essa grande mídia, no fundo, tem uma enorme influência sobre as redes. Existe pesquisa mostrando que 80% do conteúdo das redes é pautado pela grande mídia.

NOTA DO COSIFE:

Torna-se importante observar que a Constituição de Federal 1988 estabeleceu a liberdade partidária independentemente da ideologia seguida pelos partidos políticos.

Assim, ficou provado e comprovado que os esquerdistas nunca foram perigo para ninguém, desde que haja um poder judiciário fiel cumpridor dos seus deveres.

No mundo foi possível observar que até os dirigentes russos, devidamente subornados pelo grande capital internacional de sonegadores de tributos escondidos em paraísos fiscais, foram os causadores da desintegração da URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

E, aqueles corruptos esquerdistas tem o seu dinheiro sujo escondido nos mesmos paraísos fiscais em que estão os subornos recebidos pelos direitistas brasileiros e dos demais países.

OBSERVANDO A DESCONSTRUÇÃO DA REALIDADE TAMBÉM NAS REDES SOCIAIS

Luis Nassif - É, uma parte desconstruindo, fazendo uma releitura, e uma parte endossando.

Jesse Souza - Exato. Temos um espaço importante nas redes, mas esse espaço ainda é um tanto limitado.

O espaço nas redes está sendo dominado por aqueles indivíduos que descaradamente se dizem inimigos dos suburbanos ou dos moradores dos guetos periféricos. Tais indivíduos, os "esquerdistas" chamam de "coxinhas".

Mas, voltando na questão do desespero [dos golpistas], por exemplo, o apoio popular ao Golpe também tem diminuído.

É fato que o Povo está ressuscitando da morte causada pela Lavagem Cerebral efetuada pela Mídia Patronal, patrocinada por escravocratas.

Se as eleições municipais fossem em dezembro de 2016 e não em outubro de 2016, como foram, o resultado final provavelmente seria diferente (seria invertido).

Essas últimas [manifestações em favor da Lava Jato] ...apesar de ... engrandecida a sua parcial atuação em alguns casos, mostraram que os contrários a Lula e Dilma agora também querem a prisão de Cunha, Renan, Cabral e de pelo menos uns 370 parlamentares acusados não somente no Brasil como também no exterior. Praticamente todos os partidos políticos têm algum indivíduo dessa mesma estirpe de comprovados delinquentes.

A MINORITÁRIA OPINIÃO NACIONAL

Luis Nassif - Tentaram transformar 130 mil pessoas na opinião nacional.

Jesse Souza - Exatamente.

E, obviamente é uma porcentagem mínima do tipo de manifestação que a gente tinha o ano passado [em 2015]. Você vê que é o seguimento mais radicalizado, com coisas como 'militares já'.

Trata-se da pulsão fascista, que foi transformada em fascista por uma mídia histérica. Diante da mínima quantidade de manifestantes, podemos dizer que a Lavagem Cerebral promovida pelos mercenários da mídia não surtiu o amplo efeito desejado.

O VOTO POPULAR DESMONTA TUDO ISSO, SE HOUVER ELEIÇÕES

Luis Nassif - Você falou da questão do voto popular desmonta tudo isso. Tem espaço para uma eleição direta? Fernando Henrique andou levantando essa hipótese. Hoje uma eleição direita legitimaria um governo com toda essa dispersão que tem de partidos, com destruição de um partido, inabilitação do outro? A coesão estaria como? Num segundo turno eleitoral?

Jesse Souza - Essas questões são extremamente difíceis, porque até o ponto da soberania popular já foi quebrada, [o voto popular em 2014 para nada valeu]. Tem um encanto aí, porque mesmo que você eleja o outro, você tem agora um jogo...

Então, [quem] sempre pôde tem agora [maior poderio, com o apoio da neocolonialista Nova Ordem Mundial e] por um engendrado mecanismo de golpe parlamentar, que nos impinge uma nova forma de parlamentarismo.

No fundo, você continua tendo um voto de desconfiança na presidenta. Isto significa uma essência [um estigma] que vai ficar na nossa vida política.

Mesmo que os mais de 370 parlamentares (que depuseram a Presidenta) sejam formalmente acusados e condenados por suas verdadeiras práticas irregulares, a Presidenta continuará sendo acusada pelos partidários daqueles, que os continuarão elegendo, como se têm verificado no Brasil e no mundo inteiro. Os estelionatários eleitorais conseguem engabelar o Povo com grande facilidade.

Mas acho que, ... [diante do acontecido desde 2015 e principalmente em 2016], agora que o Brasil tem um presidente completamente inábil e disposto a ir às últimas consequências com a maior truculência possível, pois apresentou um projeto de governo totalmente contrário ao bem-estar da população. Pior, ele tem maioria absoluta no Congresso Nacional. Portanto, pode agir como um Ditador.

Levando-se para o raciocínio futebolístico sobre o fato presente, justamente quando se está no meio do jogo e o ... time adversário faz um gol com a mão, é óbvio que devo continuar jogando ..., tentando ganhar de virada. Acho que persistência talvez seja uma possibilidade, embora tenha dúvidas quanto à eficácia dela.

OS DESENCONTRO DOS ESQUERDISTAS QUE NÃO SE VERIFICA NOS DIREITISTAS

Luis Nassif - E essa questão das esquerdas? Independentemente do golpe, você teve uma crise do próprio governo Dilma que coloca em dúvida políticas típicas de esquerda, embora muitas pessoas digam que foi a implementação que estava errada. De que maneira? Quando você pega a socialdemocracia na Europa endossando esses ajustes que quem paga é só o povo. De que maneira se desconstrói? Essa questão do livre fluxo de capitais que nem Lula nem Dilma ousaria enfrentar... A crise traz a questão dos juros, o peso do fluxo, de alguma maneira pode haver um tempo rápido de recomposição desse pensamento mais social democrata?

Jesse Souza - Acho que pode [haver um tempo rápido de recomposição desse pensamento mais social democrata] porque o tempo na política é muito distinto do tempo real, do tempo linear. O tempo político pode se tornar muito intenso e em poucos meses a gente pode ter uma situação completamente nova.

E isso tem a ver, por exemplo, com a narrativa [do Governo Temer]. Ela é tão histérica e tão distorcida que você pode exercer [ou engendrar] uma fácil crítica em torno dela. Claro que seria preciso ter espaço [na mídia antipopular, que só vende jornal para os coxinhas].

Obviamente as cartas dos esquerdistas não são tão homogêneas como as da mídia mercenária (comercial), que é completamente homogênea nesse aspecto, visto que depende do bom gosto ou mau gosto de seus anunciantes.

Aliás, os anunciantes, com a transformação dos consumidores em párias, conforme deseja Michel Temer, serão os principais prejudicados, porque deixarão de vender seus produtos.

Você toca em uma questão ... importante. Os empresários não estão levando em conta que ficarão sem os consumidores.

A outra questão, é a da pouca discussão ... em torno da falta de comunicação entre os agentes públicos e privados, que tem a ver com o controle do orçamento e com o orçamento pago pelos mais pobres. É ridículo esse desacerto entre os esquerdistas, por exemplo.

As apurações feitas por órgãos governamentais nos mostram que o orçamento público é pago por 53% das pessoas que ganham até três salários mínimos. Se você joga um pouco mais alto, colocando nessa estatística os que ganham até 5 salários mínimos, tais pessoas pagam o valor correspondente a quase 70% do orçamento nacional brasileiro.

Assim sendo, com a política fiscal escravocrata de Michel Temer, o Brasil ficará quase sem arrecadação tributária.

Ou seja, o que Michel Temer quer fazer não é ajuste fiscal de coisa nenhuma. É uma transferência de renda de todas as classes sociais, por intermédio do controle do orçamento. Isto significa uma forma de dominação social, de expropriação do excedente econômico e isso ainda não foi discutido pelos esquerdistas (ou pelos sindicalistas), que se dizem defensores do bem-estar dos trabalhadores.

Mas, como o Povo não mais estará empregado (trabalhando), por conta da recessão provocada pela própria política fiscal recessiva de Michel Temer, não haverá arrecadação tributária suficiente para implantação dessa suicida Ponte para um Futuro escravocrata.

Todos sabem que os escravos não ganham o suficiente para o pagamento de tributos e os empresários (patrões)também não querem pagar tributos, nem os capitalistas meramente rentistas (que são os virtuais [potenciais] especuladores e ao mesmo tempo os especuladores virtuais [intangíveis, de paraísos fiscais]).

Assim acontecerá o tal Risco Sistêmico tão propalado pelos economistas (ocorrência de falência encadeadas), da mesma forma como aconteceu nos Estados Unidos e na Europa, que gerou a ainda vivida Crise Mundial de 2008.

Bernie Sanders discutiu esse despropósito nos Estados Unidos.

O Brasil é o país em que o Povo muito mais sofre com toda essa injustiça social. Pior será depois da aprovação das loucas propostas de Michel Temer.

Porém, a esquerda brasileira jamais discutiu esse tema [que várias vezes foi abordado neste COSIFE e desde 1984 vinha sendo discutido nos cursos ministrados na ESAF - Escola de Administração Fazendária].

Este seria o tema mais importante em qualquer País considerado sério. Mas, como admite e propaga a nossa Elite Vira-Lata, o Brasil não é um País sério. E agora todos os brasileiros estão começando a enxergar essa verdade, porque os mais pobres vão morrer de fome.

É preciso que se leve em conta a necessidade de ser melhorado o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano dos moradores dos guetos periféricos (que são chamados de suburbanos pelos preconceituosos e discriminadores extremistas de direita).

Uma acalorada discussão seria a forma de mostrar à Dona Maria e ao seu João, da rua, que o défice apresentado no Orçamento Nacional não é uma dívida que se paga na loja da esquina. É o contrário. O Povo está pagando os prejuízos causados por todas as falcatruas que no fundo estão implícitas na própria dívida pública.

O Povo paga inclusive os exorbitantes juros estabelecidos pelos membros do COPOM, que pode ser considerado como O BOLSA FAMÍLIA DOS MAIS RICOS sonegadores de tributos.

Os países que fizeram a auditoria em sua dívida pública no mundo inteiro sabem muito bem que ali ... estão as negociatas, as falcatruas em grande escala, intermediadas pelos bancos de todos os países, os quais transferem lucros não tributados para paraísos fiscais em que estão os seus respectivos Bancos Offshore, que atuam no Sistema Bancário Fantasma (Shadow Banking System).

NOTA DO COSIFE:

A Injustiça Social mediante a maior tributação dos trabalhadores e a falta de combate às irregularidades cometidas pelo grande empresariado, também foi mostrada nos cursos ministrados na ESAF, razão pela qual foi sancionada a Lei 7.492/1986 (Lei do Colarinho Branco) que passou a combater as Fraudes Cambiais e a Evasão de Divisas (o mesmo que Evasão Cambial, Evasão Fiscal e Evasão de Reservas Monetárias), que podem ser considerados como verdadeiros Desfalques no Tesouro Nacional.

E, depois, foram sancionadas diversas outras Leis de combate aos crimes praticados por intermédio do sistema financeiro, entre eles estão: Enriquecimento Ilícito, Sinais Exteriores de Riqueza, Movimentação de Contas Bancárias Fantasmas em nome de testas de ferro, Lavagem de Dinheiro, Blindagem Fiscal e Patrimonial, Crimes praticados por Organizações Criminosas, Crimes contra a Ordem Econômica e Tributária, entre muitas outras leis de suma importância como a de combate aos corruptos e aos seus corruptores.

Isto significa que as Leis existem. Apenas o Povo brasileiro está a espera que alguém se digne a fazer que tais Leis sejam cumpridas com o máximo rigor.

A FINANCEIRIZAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA E MUNDIAL

Luis Nassif - E a falcatrua mais institucionalizada que é juros sobre juros.

Jesse Souza - Exatamente. Nós temos os juros reais mais altos do mundo. É um mecanismo cruel, primitivo, de uma rapina por parte de uma mínima elite e, eventualmente, da casta superior da classe média, que ganha também com isso sobre a população como um todo, que não percebe essa forma de desfalque no Bolso Popular e também no Tesouro Nacional.

É incrível que isso ocorra. E essa coisa nunca foi discutida efetivamente.

Você precisa tematizar isso, montar essa narrativa, porque é uma forma de exploração midiaticamente santificada com mentira.

Veja o texto denominado Mais Uma Vez os Trabalhadores Estão Pagando a Conta - Quem Deixou a Conta para o Povo Pagar foi o COPOM - publicado em 30/10/2015.

NOTA DO COSIFE:

Somente o site do COSIFE publica textos com exemplos didáticos (conforme o estabelecido na Constituição Federal de 1988) discorrendo sobre simulações e dissimulações engendradas por consultores em planejamento tributário.

Como os cidadãos comuns são impedidos pelo sigilo bancário e fiscal do acesso ao praticado no sistema financeiro nacional e internacional, mesmo na qualidade de auditores ou fiscalizadores, são poucas as pessoas, inclusive aquelas a serviço do Banco Central, que sabem explicar o que de fato vem acontecendo não somente no Brasil como no mundo inteiro.

Embora muitos jornais apresentem as pertinentes notícias, até mesmo seus repórteres não conseguem entender o que disseram seus entrevistados.

Salvo algumas notícias lidas por pessoas que atuam no sistema financeiro, tais notícias não são entendidas pelos demais cidadãos e cidadãs que desse modo são transformados em analfabetos funcionais.

Esse é mesmo um modelo operacional de difícil compreensão (conforme mencionou Jessé Souza), não somente pelo cidadão comum como também por quase todos os profissionais de nível superior.

Como foi aventado, muitos servidores do Banco Central não conseguem entender como tudo isso funciona ... Nem alguns dos seus sindicalistas entendem porque se limitam às causas trabalhistas e, ainda, com pouco sucesso.

Justifica-se a falta de conhecimento dos fatos porque é uma forma operacional "muito oculta" (como disse o cientista político Jessé Souza).

Até o final de 2002 os dirigentes do Banco Central, na qualidade de grandes defensores dos intransponíveis sigilos bancário e fiscal, esconderam de todos, inclusive da Receita Federal, como funcionava a sonegação fiscal por intermédio do sistema financeiro nacional e internacional.

Em razão de tal impedimento, somente a partir de 2003 foi efetivamente iniciada a fiscalização da Internacionalização do Capital Nacional em Paraísos Fiscais

Esse foi o grande crime cometido pelos odiados petistas.

O DESMONTE DAS GRANDES EMPRESAS BRASILEIRAS E DAS ESTATAIS PRIVATIZADAS

Luis Nassif - Um dos pontos que a gente tem notado, principalmente no segundo governo Lula e no começo do governo Dilma, um fortalecimento das empreiteiras como agentes de desenvolvimento junto com Petrobras, e agora a gente está percebendo da parte da equipe econômica uma tentativa de tirar o protagonismo das empreiteiras e jogar para o mercado financeiro, inclusive através de fundos de investimento que vão adquirir essas empreiteiras. Esse negócio de tirar os 100 bilhões [de reais] do BNDES, proibir o BNDES de financiar... Essa brigas de protagonismo no meio empresarial, esse fenômeno de empreiteira chegou a estudar? A indústria dançou, nos últimos anos, teve enfraquecimento grande. Então as empreiteiras tiveram um papel central, de emprego, parte de tecnologia, inovação, defesa...

Jesse Souza - Exatamente.

De fato as empreiteiras de obras públicas tiveram um papel importante no Desenvolvimento Nacional, juntamente com as empresas estatais ainda existentes, gerando emprego e renda, gerando tecnologia e inovação, atuando também na construção de toda a infraestrutura produtiva e na defesa territorial do nosso País ...

Por sua vez, as estatais privatizadas estão entre as principais causadoras da inflação reinante por sempre foram as empresas que mais reajustaram os seus preços (cobrados dos indiretamente escravizados consumidores).

É inegável que as empreiteiras de obras públicas têm uma capacidade tecnológica enorme. Assim sendo, é uma coisa absurda ... você penalizar as empresas e a capacidade produtiva do nosso País. O maior prejudicado está sendo o Povo. Nenhum país com o mínimo de racionalidade faz isso com suas empresas e com sua capacidade de intervenção no desenvolvimento nacional.

No fundo, mais incrível é o plano que obviamente tem a ver com o mecanismo de dominação internacional, que tem sido mostrado e demonstrado pelo coordenador deste COSIFE. Parece óbvio que os metidos nessa coisa estão comprometidos com crime de lesa-pátria.

Ou seja, a pilantragem institucionalizada está acabando com o futuro de uma sociedade inteira, em razão da desmontagem de cadeias produtivas: petróleo, gás, marinha mercante e das construtoras que eram parcerias nesses aspectos.

Junto com todos os mencionados setores, estão quebrando as empresas imobiliárias e as privatizadas fornecedores de serviços públicos porque os desempregados estão deixando de pagar suas contas.

Por isso também estão quebrando os empresários que têm como consumidores os trabalhadores desempregados e estão quebrando os bancos que emprestaram dinheiro para todos os segmentos operacionais mencionados.

Indiscutivelmente, Michel Temer e seus incompetentes assessores estão destruindo o Brasil.

Isso aí também tem a ver com uma velha leitura dos Estados Unidos no mundo que é a de manter a divisão de riquezas.

Assim, de um lado estão os países produtores de matérias-primas e de alimentos (do Hemisfério Sul, da América Central e do Oriente Médio) e de outro lado estão os países industrializados do Hemisfério Norte.

Por falta de matérias-primas, a Ásia e a Oceania oferecem o trabalho em regime forçado de suas populações, porque tem uma massa de quase 3 bilhões de famintos dispostos à semiescravidão. Os escravizados também estão ficando sem trabalho, porque apenas prestam de serviços básicos (perigosos e insalubres) realizados em indústrias exportadoras, que têm alta produtividade e alto nível tecnológico.

Por sua vez, os Estados Unidos e os países Europeus sempre quiseram manter seus respectivos "status quo". Preocupados ficaram quando o Brasil, com base num estudo feito por um inglês, passou a integrar o grupo denominado como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Segundo o Estudo, este seriam os países mais ricos do mundo em recursos naturais e capacidade de produção.

A aproximação desses países com a China, obviamente foi um grande perigo para os ditos países hegemônicos. E, no Brasil, essa preocupação dos nossos eternos colonizadores está se refletindo internamente.

Assim, esses atuais agentes nacionais (verdadeiros inimigos do Povo brasileiro), no fundo, realizaram planos de amesquinhamento nacional acomodados na eterna qualidade de Elite Vira-Lata sempre representante do neocolonialismo imposto por governantes de potências estrangeiras, agora substituídas pela Nova Ordem Mundial comandada pelos magnatas controladores das multinacionais ou transnacionais.

NOTA DO COSIFE: RETROSPECTIVA

OS PROBLEMAS CAUSADOS PELOS EMPRESÁRIOS DA INDÚSTRIA

Inicialmente é preciso deixar claro os empresários filiados à CNI - Confederação Nacional da Indústria brasileira foram os causadores da Crise Fiscal enfrentada pelo Brasil com a importante intervenção dos membros do COPOM - Comitê de de Política Monetária do Banco Central do Brasil que passaram a desfalcar o Tesouro Nacional de Reservas Monetárias que são utilizadas para pagar altas taxas de juros ao capital estrangeiro de sonegadores de tributos brasileiros e internacionais.

Entre esses sonegadores brasileiros estão todos aqueles empresários, servidores públicos, doleiros, lobistas e outros acusados e também condenados em razão da Operação Lava Jato e das demais operações ocorridas.

Veja explicações complementares no texto Importação X Exportação que versa sobre o lema do empresariado da indústria brasileira que dizem: é mais barato importar do que fabricar no Brasil.

Foi daí começou a crise fiscal e institucional que nos levou ao Golpe Parlamentar engendrado pelos apoiadores de Michel Temer que agora busca o apoio dos banqueiros libaneses.

Veja o texto do Estadão de 15/12/2011 intitulado Investigação em Banco Libanês Vincula Hezbollah a Cartéis de Narcotráfico.

OS PROBLEMAS CAUSADOS PELOS EMPREITEIROS DE OBRAS PÚBLICAS

De outro lado, as empreiteiras de obras públicas nos dias de hoje, tal como a Petrobrás, não somente têm grande capacidade operacional como também têm altíssima tecnologia nos seus respectivos ramos de atuação.

Essas empresas brasileiras são invejadas pelas multinacionais sediadas em paraísos fiscais. Aquelas multinacionais já são controladoras de grandes cartéis por segmentos operacionais não somente no Brasil como no resto do mundo. Indiscutivelmente, os controladores daquelas multinacionais estão de olho no nicho explorado pelas citadas empresas brasileiras, inclusive na África e em países da América Latina.

A QUEDA DE BRAÇO COM AS NOVAS POTÊNCIAS MUNDIAIS

Esse nicho é cobiçado por aquelas transnacionais, visto que ainda não o dominam principalmente em razão da política externa adorada durante o Governo Lula.

Essa política externa resumia-se no convencimento de outros governantes para uma união de forças em torno dos BRICS contra os nossos tradicionais neocolonizadores.

É fato que isto poderia resultar numa nova Guerra Mundial. Porém, os países hegemônicos já não têm as matérias-primas necessária para realização desse tipo de guerra. Até o urânio para fabricação de bombas atônicas é por eles importado.

Portanto, só resta aos países chamados de hegemônicos o suborno de políticos por intermédio do Sistema Bancário Fantasma estabelecido em Paraísos Fiscais.

A NOVA ORDEM MUNDIAL E O NEOCOLONIALISMO PRIVADO

A formação de cartéis internacionais é a tática da Nova Ordem Mundial que tem como intuito a implantação do Neocolonialismo Privado. Este pretende controlar todos os segmentos operacionais em que atuem as grandes empresas que ainda se conservam independentes do Sistema Bancário Fantasma estabelecido em Paraísos Fiscais.

E até os governantes dos Países Desenvolvidos estão subjugados a esse Sistema Bancário Fantasma. Os profissionais de Wall Street, várias vezes falidos em razão de seus devaneios megalomaníacos, agora são meros Agentes desse sistema controlado por magnatas controladores de cartéis transnacionais.

Assim sendo, podemos dizer sem medo de errar que os governantes norte-americanos, principalmente neste século XXI, também são muito bem remunerados agentes desse tipo de neocolonialismo privado.

As grandes empresas norte-americanas também fugiram para paraísos fiscais, como também fizeram as grandes empresas europeias e japonesas. E nenhum dos governantes desses países pretende encampar tais Empresas Sonegadoras de Tributos.

Ao não efetuarem esse confisco de bens, direitos e valores das empresas evadidas para paraísos fiscais, os governantes daqueles países estão condenando suas respectivas populações à paulatina miséria, tal como Michel Temer também pretende fazer no Brasil, nos próximos 20 anos que indiretamente continuará governando por intermédio de um Congresso Nacional de submissos aos seus intentos.

Veja explicações complementares em:

A ATUAÇÃO DOS INIMIGOS DO POVO BRASILEIRO

Assim sendo, podemos dizer que no Brasil há grande interesse dos inimigos do nosso Povo em detonar as grandes empresas brasileiras para que sejam internacionalizadas (privatizadas somente para capitalistas estrangeiros de paraísos fiscais).

E entre aqueles prováveis compradores das novas privatizadas (altamente lucrativas) estarão todos aqueles brasileiros que possuem TRUSTES administrados por Bancos Offshore estabelecidos naqueles já conhecidos antros da sonegação fiscal, tal como declarou ter o destituído Presidente do Congresso que iniciou o processo de impedimento da Presidenta Dilma Russeff.

O PROPOSITAL DESMONTE DAS GRANDES EMPRESAS BRASILEIRAS

Escrevendo-se contra o desmonte das grandes empresas brasileiras, não se está defendendo as pilantragens feitas pelos mais de 200 investigados, indiciados e condenados pelas operações Java Jato e Zelotes, entre muitas outras existentes com quase a mesma finalidade.

É importante observar que menos de uma dúzia daqueles investigados disseram-se vinculados ao PT - Partido dos Trabalhadores. Afinal, todos os demais investigados odeiam os trabalhadores e os querem como escravos, tal como pretende fazer o Presidente Michel Temer com a sua Reforma da Previdência Social.

Aliás, todas essas empresas faltosas deveriam ser encampadas, por ordem judicial, visto que os juízes podem estabelecer o valor das multas previstas na legislação vigente. As multas seriam no valor de todo o patrimônio das empresas cujas irregularidades foram apuradas.

Se assim tivessem feito os nossos magistrados, inclusive os do STF e do STJ, Temer e Meirelles não estariam totalmente perdidos ou completamente desnorteados.

Aliás, os problemas enfrentados em 2016 poderiam ser facilmente resolvidos por quaisquer outras pessoas consideradas insignificantes, desde que estivessem bem assessoradas, como indiscutivelmente estavam os dois governantes anteriores, embora Dilma tenha desprezado essa assessoria porque defendia outro tipo de teoria econômica, aquela de beneficia especialmente os grandes empresários. Depois de fazer o que queriam, foi traída por eles mesmos.

A DOMINAÇÃO NORTE-AMERICANA SUBSTITUÍDA PELA NOVA ORDEM MUNDIAL

Luis Nassif - Você vê alguma semelhança com os anos 50, onde você teve projetos nacionais aí, [acordos bilaterais com] Egito, Argélia, que acabou... Você vê algumas semelhanças entre a estratégia americana lá e aqui?

Jesse Souza - Vejo semelhança sim, claro. Tem uma continuidade que me parece óbvia. A manutenção do Sul como municiador de matérias primas e não competidor. Assim, os países do Hemisfério Norte teriam o mercado desses países do Sul para seus produtos industrializados.

Assim, aconteceu o neocolonialismo sofrido pelo Brasil. Os países industrializados importam produtos básicos negociados nas Bolsas de Valores, de Mercadorias e Futuros, por preços manipulados para baixo, e exportam produtos acabados por preços exorbitantes. A Inglaterra passou a agir dessa forma com o Brasil a partir da nossa falsa independência declarada em 1822.

AS FORÇAS ARMADAS COMO PROTETORAS DA AMAZÔNIA VERDE E DA AMAZÔNIA AZUL

Luis Nassif - As Forças Armadas, como você está vendo o papel delas?

Jesse Souza - Eu não conheço o tema, nem a coisa por dentro, mas imagino que é tradicional nas Forças Armadas também o tema do nacionalismo, que até no fundo, se nós pensarmos no Segundo PND [Plano Nacional de Desenvolvimento] do presidente Ernesto Geisel, que era também um plano extremamente ousado, nacional, desenvolvimentista pela direita.

Naquela época  houve a criação não só de uma matriz produtiva para substituição das importações, como também a busca de reservas monetárias a partir da exportação de minério ... Também foram implantadas universidades em todas as capitais e centros de pesquisa.

Foi um plano extremamente ousado que, no fundo, foi a base do movimento das Direitas Já.

A nossa elite vira-lata, eterna representante do capital estrangeiro, passou a achar que depois do "Milagre Brasileiro" que os milicos fizeram, por meio da criação das Empresas Estatais e que deixaram para ser privatizadas pelos Inimigos do Nosso Povo, ficaria fácil governar Brasil e ganhar muito dinheiro.

Na verdade os militares resolveram deixar o governo porque o Brasil estava endividado (falido, tal como estão desde 2008 os países desenvolvidos). A exemplo do que vem acontecendo com os países desde a década de 1970, as nossas importações durante o Governo Militar eram sempre bem maiores que as exportações, em razão da grande quantidade de produtos supérfluos importados pela nossa "Elite Vira-Lata".

O chamado de "Complexo de Vira-Latas" dos brasileiros foi criado pelo escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues.

A expressão "Elite Vira-Lata" foi criada em razão do texto intitulado A Elite Brasileira Vive na Praia de Costas para o Brasil. E Milton Nascimento cantava: Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil não vai fazer desse lugar um Bom País.

Assim, a fuga dos militares para o ostracismo, não teve nada a ver com espontaneidade popular, isso foi tudo construído também pela imprensa.

Na época, jornais de grande circulação lançaram séries de artigos como "República Socialista Soviética do Brasil". Transformaram os militares em comunistas porque criaram as empresas estatais que foram privatizadas por FHC. Uma loucura, um histerismo como a gente vê agora também.

E você tem o quê?

Têm-se aquele tempo se reproduzindo. Vê-se uma elite irresponsável, que não tem projeto de longo prazo, interessada numa rapina de recursos [entre outras rapinagens], que foi a base desse atual processo, também. E as Forças Armadas foram desestabilizadas, também pela mídia, por conta desse ponto. O megalomaníaco e irresponsável modo de agir da minoritária Elite Vira-Lata que os colocou no Governo do Brasil.

As Forças Armadas fazem parte da base do pensamento positivista entre nós, que no fundo era o único outro, de um aspecto de liberalismo conservador [submisso às vontades de estrangeiros]. Por exemplo, caras como Sergio Buarque e Raymundo Faoro representam esse tipo liberalismo. Eles também influenciaram a esquerda a aceitar esse tipo de submissão ao pensamento de estrangeiros. A esquerda foi colonizada por esse tipo de liberalismo. E nas Forças Armadas você teve, de algum modo, sempre historicamente, um contraponto a isso.

NOTA DO COSIFE:

Para os que não sabem, não querem saber e têm raiva de quem sabe, a Amazônia Azul é o Oceano Atlântico ao sul da linha do Equador.

O Sistema de Defesa da Amazônia Azul existe em razão de um acordo internacional firmado no Governo Lula entre o Brasil e os países africanos banhados pelo Oceano Atlântico, incluindo Uruguai e Argentina, da América do Sul.

Por isso, José Serra, que depois do golpe parlamentar foi nomeado Ministro das Relações Exterior de Michel Temer, declarou em 31/03/2016 na Europa (em Portugal) que os militares brasileiros não têm a mesma força dos militares de 1964, o que é a mais pura verdade.

José Serra quis dizer que, ao protegerem a Amazônia Azul, os atuais militares dos citados países banhados pelo Oceano Atlântico estão agindo contra os interesses da Nova Ordem Mundial sediada em Paraísos Fiscais. Esses interesses imperialistas e neocolonizadores dos magnatas formadores de cartéis são representados pelos governantes norte-americanos e europeus.

TEMER DESTRUIU O PROJETO DE PAÍS DEIXADO PELO ISEB

Luis Nassif - O Iseb [Instituto Superior de Estudos Brasileiros, criado em 1955 e que orientou o desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek] tentava definir um projeto de país na época. Hoje você não tem esse projeto de país. Onde que você vai buscar esse projeto de país?

Jesse Souza - Esse projeto de País acabou de ser destruído pelo Governo Temer.

O PROJETO DE PAÍS COLOCADO EM PRÁTICA A PARTIR DE 2003

Luis Nassif - Você teve no governo Dilma a construção dessa base, a indústria naval, com o trabalho dela mesmo, a lei de partilha do petróleo e tudo, mas do ponto de vista conceitual, a gente não viu uma sistematização de maneira a virar uma bandeira, inclusive do próprio PT. O que aconteceu? Você tem hoje uma multiplicidade de pontos de discussão, novas universidades, mas a discussão de Brasil, o que aconteceu para chegar a esse empobrecimento? Com exceção do seu livro, você não vê um negócio focado em discutir Brasil. O que aconteceu? Foi a superficialidade das redes sociais?

Jesse Souza - Eu acho mesmo que ... houve foi um processo extremamente bem-sucedido dessas elites liberais, que começou com uma espécie de contraposição, especialmente, a partir de 1930 [com Getúlio Vargas], aonde essa elite liberal constrói a USP [Universidade de São Paulo], tem o Sérgio Buarque como seu grande elemento ... , grande amalgama, para se contrapor ao projeto estadista, do positivismo, especialmente, do Rio Grande do Sul, que também é as Forças Armadas.

E essa coisa um pouco ... continuou até hoje, só que essa largada liberal [na década de 1970] conseguiu convencer [a gregos e troianos, a esquerdistas e direitistas], ela se tornou hegemônica na sociedade como um todo.

NOTA DO COSIFE:

Depois que o Brasil se livrou do FMI - Fundo Monetário Internacional, que indiscutivelmente fiscalizava com mão de ferro o dúbio Governo de FHC, o Brasil inegavelmente transformou-se numa potência mundial porque, além de se tornar o 5º país entre os que têm maiores reservas monetárias, também sempre foi o País com maiores reservas naturais em todo o mundo, principalmente depois da descoberta do Pré-Sal no Governo Lula.

Note que a Petrobras estava em regime de desativação ou de privatização, dependendo apenas de uma alteração da nossa Carta Magna, durante o Governo FHC.

Mas, no Governo Lula a Petrobras voltou com força total, tal como pretendia Getúlio Vargas e o citado ISEB - Instituto Superior  de Estudos Brasileiros, criado no Governo JK - Juscelino Kubitschek.

Não satisfeito em conseguir o que todos os nossos governos anteriores nunca conseguiram, no Governo Lula o Brasil tornou-se credor do FMI e das chamadas de grandes potências mundiais, incluindo os Estados Unidos da América.

Por isso a nossa Elite Vira-Lata que a principal Inimiga do Povo Brasileiro tramavam contra Lula sem sucesso (lembre-se do Movimento dos Cansados de Derrotas). Entretanto, essa lastimável Elite foi bem sucedida contra Dilma porque ela resolveu atender os reclamos escravocratas da elite empresarial brasileira. E, por essa Elite foi traída, o que resultou na posse de Michel Temer mediante um nítido Golpe Parlamentar aos olhares do mundo.

Em razão desse golpe parlamentar, Michel Temer não foi bem recebido na primeira Assembleia da ONU de que participou, assim como também não foi bem recebido na primeira reunião dos BRICS em que esteve.

O interessante dessa questão é que a partir do Governo Lula o Brasil tornou-se parceiro dos mais importantes países do mundo e também dos menos importantes. Estes, são considerados menos importantes ou insignificantes, segundo a avaliação nossa Elite Vira-Lata, preconceituosa e discriminadora, razão pela qual não deve ser levada em consideração.

O FENÔMENO DO JOVEM INTERNACIONALIZADO PELA LAVAGEM CEREBRAL

Luis Nassif - Vamos pegar um fenômeno que a gente percebe hoje, nitidamente com o jornalismo, no Ministério Público, no poder judiciário, que é esse fenômeno do jovem internacionalizado. Porque se abordou muito nesse período a ascensão das massas da Classe C, mas o grande ator político que a gente viu aí foi esse jovem internacionalizado que vai para o serviço público, forma a elite do serviço público, os concurseiros, é um padrão que vem do mercado financeiro... Por que esse fenômeno demorou para ser percebido, a ponto de que, quando eles saem às ruas e passam a articular no ministério público, no TCU, na imprensa, a gente leva aquele susto?

Jesse Souza - Acho que essa busca por concursos públicos tem a ver com o fato de que a esquerda ... e as pessoas acharem que isso tem a ver com a ideia de garantir um emprego estável e "bem remunerado", não importando que seja noutra profissão, para apenas "bater ponto" durante 30 ou mais anos ... Nada tem a ver com o ideal de um acadêmico em busca do seu verdadeiro futuro profissional.

No fundo as ideias montam nosso comportamento e acho que isso mostra uma prisão da esquerda a esses modelos oportunistas, visto que não quer trabalhar para capitalistas. Assim, quando a esquerda atinge o poder, ela pensa ... de modo conjuntural, sem um plano de médio ou longo prazos, sem uma visão ou ideal de futuro. Pior, passa também a pensar a sociedade como os liberais, apenas como mercado.

A única distinção importante ... é que a esquerda pensa como um mercado um pouco mais ampliado, estendido aos menos favorecidos. Mas aí acham que é uma espécie de vulgata marxista. Ou seja, ... se você faz modificações no mercado, a sociedade vai, automaticamente, para um marxismo vulgar, o qual vai mudar a cabeça das pessoas sem visão de futuro. Ou seja, como se mudanças na base econômica fossem produzir, milagrosamente, mudanças na forma como você pensa o mundo.

O que ... essa esquerda fez?

Ela não refletiu sobre como funciona o Estado. Diziam que os movimentos esquerdistas eram anarquistas: Se há governo, sou contra!

Atualmente os magnatas escondidos em paraísos fiscais pensam exatamente desse modo: Se há governo e tributos, sou contra!

Ou seja, a esquerda não teve um projeto de futuro, nem uma ideia plausível para aplicação imediata. Não conseguiu captar as lutas corporativas entre Estados ("interestatais"). Agiu do pior modo, inclusive ingênuo. Ao contrário, alimentou o corporativismo [conservador, imutável] de modo sistemático, sem visão de futuro. O que é incrível.

E depois, como a esquerda não montou uma narrativa convincente, para a própria mudança econômica que estava fazendo, essas classes sociais que subiram um degrau na vida acharam que a vontade política ficou em vigésimo lugar. Primeiro vem Deus, primeiro vem a família ... Então você teve aí uma inabilidade, uma incapacidade de montar uma narrativa, uma percepção do mundo, quando os verdadeiramente perigosos não mais são os esquerdistas e, sim, são os direitistas escravocratas que estão comandando o mundo sem que ninguém saiba onde realmente estão.

OS INTELECTUAIS FORAM SUBSTITUÍDOS PELOS PILANTRAS - O POVO NÃO SABE VOTAR

Luis Nassif - Quando você olha, tanto o PSDB quanto o PMDB, um afastamento da intelectualidade que marcou os partidos. O PT tinha lá seus pensadores que foram saindo gradativamente, assim como os movimentos sociais... O papel do intelectual, o papel do jurista hoje, você acha que tende a substituir o papel do antigo cientista social? Está havendo uma reaproximação da política com os intelectuais, para tentar entender esse imbróglio todo ou ainda há muita resistência das burocracias. Como você vê os intelectuais e a política aí?

Jesse Souza - Esse é um tema extremamente importante. Acho que tem a ver com ... a não reflexão do eleitor. As pessoas tendem a reproduzir comportamentos e ideias anteriores [ditas tradicionais].

Leonel Brizola dizia que o Povo não sabe votar porque Pobre não vota em Pobre, Trabalhador não vota em Trabalhador, Preto não vota em Preto, Favelado não vota em Favelado e Mulher não vota em Mulher. Eis o grande problema de preconceito e discriminação social velados a serem realmente enfrentados.

Isto significa que as pessoas têm em seu âmago determinados dogmas que estão bem afastados da lógica admissível. As pessoas têm relações afetivas com coisas ou ideias que sempre tiveram, como algo [que nasceu com elas] ... Elas deveriam mudar seu comportamento para que possam aprender e melhorar seus conhecimentos sobre o momento presente e sobre o que os políticos inimigos do Povo estão reservando para seus eleitores na forma dum amargo ou tenebroso futuro.

Acho também que gente tem pouquíssimo debate universitário. Não que o debate universitário seja imensamente importante para a esfera pública, mas ele é um alimentador importante, para que depois você tenha ideias públicas, discussão, argumentos, construção. Nós não temos essa tradição de debate, nem na esquerda.

Por isso acontece a continuidade de consensos acadêmicos absolutamente anacrônicos: Sérgio Buarque e Raymundo Faoro, entre outros, não ficaram no começo do século passado. Eles são hoje a cabeça do Brasil, não tem nenhuma forma dominante nova disso, nenhuma evolução no pensar. Obviamente existe o esforço de algumas pessoas, inclusive eu próprio, de tentar criticar partes desse tipo de conservadorismo, que é extremamente perverso e facilita a dominação de uma forma acrítica, impedindo que outros tentem atualizar as arcaicas definições com base em fatos recentes e na visão de futuro.

Mas sobre o papel do jurista ou do advogado, acho que é uma classe extremamente importante. Até conheci outro tipo de advogado. São os advogados populares que estão se envolvendo com o agora ... Estes estão deixando de pensar apenas nos conceitos existentes no Império Romano. São progressistas. Deixaram de ser extremamente conservadores, arcaicos.

Está se montando ... uma frente ofensiva que é arrasadora também em forma de resistência. Trata-se duma classe de advogados ... que se sobrepõe a dos economistas de hoje. É a nova corporação profissional do poder, é o pilar do agora.

Você está num campo aonde a luta está sendo montada e, apesar da maioria desse pessoal estar [nesse jogo] por motivos mesquinhos [dinheiro, salário, segurança institucional, emprego garantido], também é muito importante que haja uma minoria, mesmo que seja de 10%, mas com um comportamento muito incisivo, que seja uma das fendas onde se possa fazer uma oposição à essa forma de pensamento dominante.

O PODER IMPERIALISTA DA NOVA ORDEM MUNDIAL ESCONDIDA EM PARAÍSOS FISCAIS

Luis Nassif - Teve com a queda da presidente, teve uma ampliação do estado de exceção. Na sua opinião tem condições para poder piorar muito mais aí, a ponto das liberdades civis serem mais ameaçadas?

Jesse Souza - Acho que sempre existirá esse perigo. Tudo é muito assustador, porque se você [fazendo barbaridades] chegou até aqui, por que não arrebentar mais?

Porque é o tema da soberania popular, que a gente já tinha discutido antes. Assim, se você já chutou a porta da casa, você já entrou no terreno alheio e aí, se você vai roubar os móveis, automaticamente se você vai destruir a louça, e assim sucessivamente. É mais circunstancial do que efetivamente ...

Mas é bom ... perceber que agora estamos enfrentando algum comando internacional. Ou seja, estamos enfrentando o capital financeiro especulativo dos sonegadores de tributos escondidos em paraísos fiscais que não querem somente uma forma de valorização do seu capital.

Não se trata de uma realidade econômica, é uma realidade ...de política imperialista e não está acontecendo somente no Brasil. Está acontecendo também nos países desenvolvidos, principalmente na Europa.

Aqui, talvez, seja observado um dos processos mais absurdos desse sistema imperialista que só é possível combater mediante o confisco de seus bens, direitos e valores conseguidos no nosso território nacional. Mas isso existe em outros lugares. Por isso, é preciso que os demais países façam o mesmo.

Seria uma espécie de guerra mundial sem armas de fogo contra o capitalismo excludente dos magnatas ladrões ...

Mesmo em governos formalmente democráticos ..., que tenham a mídia assumindo papel de partido, as instituições estatais (sem serem instâncias de debate e de argumentação), podem ser compradas, por dinheiro, só para carimbar decisões que a mídia já montou.

Trata-se de um sistema que tem a ver com a nova concepção de mundo [Nova Ordem Mundial], que subjuga as pessoas. Assim é o chamado de capital financeiro. E vai ser extremamente difícil a ascensão da esquerda, por conta disso.

O capitalismo financeiro apresenta uma nova noção de felicidade para as pessoas. Trata-se de uma forma que tem a ver com a exploração sem limites, de não diferenciar mais o tempo de trabalho do tempo de lazer. Faz você imaginar que é o patrão ou o empresário de si mesmo, quando no fundo você deve ao banco. [Isto é, o banco é o seu verdadeiro dono. Logo você é o escravo]. Ou seja, você alimenta essas estruturas hierárquicas mais visíveis de supervisão e controle, porque você põe nisso, é claro, o medo de perder o emprego e tudo mais. Você é o próprio trabalhador que cumpre essa função de controlar a si mesmo agora. Trata-se da função atribuída pelo senhor feudal ao seu vassalo de se escravizar para ter o mesmo que outros vassalos já tenham.

Essa é a teoria embutida nas medidas saneadoras dos défices fiscais sugeridas por Michel Temer.

No misticismo tudo isto até parece coisa do demônio. De algum modo, se coaduna com a atual realidade. Ele se apropria das almas das pessoas, do sentimento, das noções de felicidade que são coisas que a gente tem de mais importante e de mais íntimo.

Então, raciocinando-se dessa forma sobrenatural, a realidade nos mostra que estamos enfrentando um inimigo de altíssimas proporções e que a reação a ele é sempre local, é fragmentada. Mas, ele se apresenta de forma internacional (global), como se viu no nosso golpe parlamentar.

Por exemplo, algumas pessoas devem ter visto o novo filme do Oliver Stones, 'Snowden'. Não por acaso, estava lá o controle sobre o petróleo, como barrar empresas como a Petrobras, que há alguns anos atrás tinha uma enorme capacidade de investimento, mais do que o próprio estado brasileiro, isoladamente.

Então essa coisa do capitalismo ser financeiro [não mais produtivo], com a sede [em Wall Street] nos Estados Unidos agindo como agentes financeiros dos magnatas escondidos em paraísos fiscais, montam um esquema ...

POTE DE OURO NO FIM DO ARCO IRIS VERSUS PONTE PARA O FUTURO ESCRAVIZANTE

Luis Nassif - Durante anos 1990, 2000 eles [Estados Unidos] vendiam a ideia de que no fim do arco-íris tem um pote de ouro, querendo dar a lição de casa. Como modelo, isso aí garantiu a elegibilidade de vários governos, inclusive a própria socialdemocracia acabou cedendo um pouco. Hoje como gestão de países isso aí acabou, fracassou. Então a democracia, no caso, vamos pegar essa Ponte para o Futuro [programa de crescimento de Michel Temer], isso aí não se sustenta eleitoralmente. De alguma forma o conceito de democracia entrou em crise globalmente?

Jesse Souza - Completamente ... A democracia no ocidente tornou-se realidade a partir da segunda guerra mundial. Durante várias décadas, entre as guerras, só a Inglaterra e os Estados Unidos eram democracias liberais. Obviamente, o jogo democrático exige distribuição de renda. Não existe democracia sem que, minimamente, seja compartilhado o ganho com a produção, embora alguns tenham muito mais que outros, como sempre.

O que está acontecendo agora é que alguns estão tendo um nível de concentração de riqueza inauditos. Não consigo imaginar nenhuma época humana aonde essa riqueza tenha sido tão concentrada. E isso associado à uma espécie de imbecilização do público. É o que está acontecendo.

Nós estamos vivendo, como [Theodor] Adorno dizia, numa sociedade massificada, sem capacidade de reflexão. Retira-se a reflexão, com o fascismo vindo de uma forma normal, a gente fica controlando ressentimentos, medo das pessoas. É o que está acontecendo aqui.

O CAOS SOCIAL COMO ALIMENTO PARA A REVOLTA DAS MASSAS = GUERRA CIVIL

Luis Nassif - Ao mesmo tempo você tem a mídia que está exercendo esse papel globalmente. Esse modelo de mídia tende a terminar, ou seja, tem que ter uma diluição. Ou seja, o caos, no fundo, vira o alimento das massas?

Jesse Souza - Exatamente. É uma guerra, no fundo, de violência simbólica. E nós estamos ... no pior dos casos, porque não existe mídia tão ruim como a nossa. Eu não consigo imaginar, nunca ouvi falar...

Fico pensando na Coreia do Norte [como pior]. Mesmo nos Estados Unidos você tem uma competição maior, e você tem nos países europeus a TV Pública, que não é estatal, que é aonde você tem a diversidade de opiniões. Isso é uma instituição importante.

Uma sociedade para ser democrática, efetivamente, tem que ter coisas que não se compram com dinheiro, como por exemplo o futuro, educação etc. Isso não é uma coisa que você possa transformar em mercadoria impunemente.

A gente está numa encruzilhada em que o pensamento de curto prazo, que significa ... burrice, é a definição para a falta de inteligência ao pensar a curto prazo, sem imaginar as consequências do não pensar a longo prazo.

Você tem esse tipo de pensamento naquele horizonte de onde poderia vir alguma crítica a esse modelo escravizante. A esquerda não se empenha, não se repensa e não pensa a longo prazo, tornando-se submissa a essas novas coisas.

Mesmo os partidos que tenham uma extraordinária capilaridade, como o PT tem efetivamente, mas pensando nas lutas sindicais de 30 anos atrás, como se isso fosse voltar. Mas o mundo é completamente novo e obviamente as coisas que aconteceram refletem isso, refletem essa incapacidade.

Trata-se da dominação do mundo por essa associação da mídia e com o capital financeiro especulativo que também pensa a curto prazo. Ou seja, a gente está numa quadra histórica, extremamente desfavorável ao Povão ...

Luis Nassif - Ou vem um Hitler ou vem um Roosevelt...

Jesse Souza - [Risos] Tomara que seja um Roosevelt...[risos]







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